Blog Católico, para os Católicos

BLOG CATÓLICO, PARA OS CATÓLICOS.

"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Impetratórios Louvores ao Divino Menino Jesus


Degraus da Divina Infância
de Nosso Senhor Jesus Cristo1

V. Dulcíssimo Menino Jesus, que descestes do seio de vosso Pai para nos salvar, fostes concebido do Espírito Santo, sem vos causar horror o seio de uma Virgem, e assumistes, Verbo feito carne, a forma de Servo, tende compaixão de nós. R. Tende compaixão de nós, ó Jesus Menino, tende compaixão de nós. (Repete-se esta invocação depois de cada degrau ou rogativa).

V. Dulcíssimo Menino Jesus, que por meio da Santa Virgem, vossa Mãe, visitastes Santa Isabel, enchestes do Espírito Santo o vosso Precursor, João Batista, e o santificastes no seio de sua mãe, tende compaixão de nós. R. Tende compaixão de nós, ó Jesus Menino, tende compaixão de nós.

V. Dulcíssimo Menino Jesus, que tão ardentemente desejado por Maria e São José antes do vosso Nascimento, vos oferecestes como Vítima a Deus vosso Pai, para a salvação do mundo, tende compaixão de nós. R. Tende compaixão de nós, ó Jesus Menino, tende compaixão de nós.

V. Dulcíssimo Menino Jesus, que nascido da Virgem Maria em Belém, envolto em panos, deitado numa manjedoura, anunciado pelos Anjos e visitado pelos pastores, tende compaixão de nós. R. Tende compaixão de nós, ó Jesus Menino, tende compaixão de nós.

V. Dulcíssimo Menino Jesus, que circuncidado ao oitavo dia depois do vosso Nascimento, recebestes o Nome de Jesus, e vos mostrastes desde então Salvador nosso, tanto por este nome glorioso, como pela efusão do vosso Sangue, tende compaixão de nós. R. Tende compaixão de nós, ó Jesus Menino, tende compaixão de nós.

V. Dulcíssimo Menino Jesus, que revelado aos três reis magos por uma estrela, recebestes nos braços de vossa Mãe as suas adorações e presentes misteriosos, o ouro, o incenso e a mirra, tende compaixão de nós. R. Tende compaixão de nós, ó Jesus Menino, tende compaixão de nós.

V. Dulcíssimo Menino Jesus, que apresentado no templo pela Santa Virgem, vossa Mãe, recebido nos braços do santo velho Simeão, e revelado a Israel pela profetisa Ana, tende compaixão de nós. R. Tende compaixão de nós, ó Jesus Menino, tende compaixão de nós.

V. Dulcíssimo Menino Jesus, que perseguido mortalmente pelo iníquo Herodes, transportado ao Egito por São José e vossa Mãe, escapado por meio à cruel matança dos Inocentes, e glorificado pelo seu Martírio, tende compaixão de nós. R. Tende compaixão de nós, ó Jesus Menino, tende compaixão de nós.

V. Dulcíssimo Menino Jesus, que desterrado para o Egito com a vossa Mãe Santíssima, a Virgem Maria, e o Patriarca São José, aí ficastes até a morte de Herodes, tende compaixão de nós. R. Tende compaixão de nós, ó Jesus Menino, tende compaixão de nós.

V. Dulcíssimo Menino Jesus, que retornado do Egito para a terra de Israel com Maria e São José, depois de ter sofrido muito nesta viagem, vivestes oculto na cidade de Nazaré, tende compaixão de nós. R. Tende compaixão de nós, ó Jesus Menino, tende compaixão de nós.

V. Dulcíssimo Menino Jesus, que morastes na Santa Casa de Nazaré, humildemente submisso à Maria e São José, vivendo no seio da pobreza e dos trabalhos, crescendo em sabedoria, idade e graça, tende compaixão de nós. R. Tende compaixão de nós, ó Jesus Menino, tende compaixão de nós.

V. Dulcíssimo Menino Jesus, que perdido na cidade de Jerusalém na idade de doze anos, procurado com dor por Maria e São José, e, três dias depois, encontrado por eles com alegria entre os doutores, tende compaixão de nós. R. Tende compaixão de nós, ó Jesus Menino, tende compaixão de nós.

V. O Verbo se fez carne.
R. E habitou entre nós.

Oremos: Deus onipotente e eterno, Senhor do Céu e da terra, que vos revelais aos humildes, fazei, nós vos pedimos, que, meditando e honrando dignamente os Mistérios da Santa Infância de Jesus, vosso divino Filho, e nos aplicando a imitar as suas virtudes, como é o nosso dever, possamos chegar ao Reino dos Céus, prometido aos humildes. Pelo mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor. Assim seja.


Oferecimento dos Méritos do Menino Jesus2

Por havermos ofendido a Deus, merecemos ser condenados à morte eterna; a justiça divina quer com razão ser satisfeita; que devemos fazer? Desesperar? Oh! Não. Ofereçamos a Deus este terno Menino, que é seu Filho, e digamos-lhe cheios de confiança.3

Pai celeste, miserável pecador sou, digno do Inferno; ai! Nada tenho para vos oferecer em expiação dos meus pecados; mas ofereço-vos as lágrimas, as penas, o Sangue, a morte do Inocente Jesus, vosso Filho, e vos peço misericórdia pelos seus merecimentos. Se não tivesse este divino Menino para vos oferecer, perdido estaria, não haveria mais esperança para mim; mas, vós O me haveis dado a fim de que, oferecendo-vos os seus merecimentos, possa esperar a minha salvação. Senhor, infame tem sido a minha ingratidão, maior é, porém, a vossa misericórdia. E que maior misericórdia podia esperar de vós do que me dardes o vosso divino Filho para Redentor e Vítima de expiação pelos meus pecados? Pelo amor, pois de Jesus Cristo, perdoai-me; arrependo-me de todo o meu coração de vos ter desagradado, ó Bondade infinita! Pelo amor de Jesus Cristo, concedei-me também a santa perseverança. Ah! Deus meus, se vos ofendesse ainda depois de me haverdes esperado com tanta paciência, e esclarecido com tantas luzes e perdoado com tanto amor, não seria necessário um inferno de propósito só para mim? Por piedade, meu Pai, não permitais que me separe mais de Vós. Meu Jesus, ó doce Menino, prendei-me a Vós pelos laços do vosso amor; amo-vos, e amar-vos quero para todo sempre. Não permitais que me separe mais de Vós. Amo-vos também, ó minha Mãe Maria; dignai-vos igualmente amar-me, e como garantia deste amor obtende-me a graça de nunca cessar de amar o meu Deus.


Ladainha do Amor de Deus
(Composta pelo Santo Padre, o Papa Pio VI)

A vós, que sois o amor infinito, amo-vos, ó meu Deus.
A vós, que me haveis prevenido pelo vosso amor, amo-vos, ó meu Deus.
A vós, que me mandais que vos ame, amo-vos, ó meu Deus.

De todo o meu coração, amo-vos, ó meu Deus.
Com toda a minha alma, amo-vos, ó meu Deus.
Com todo o meu entendimento, amo-vos, ó meu Deus.
Com todas as minhas forças, amo-vos, ó meu Deus.
Sobre todos os bens e honra, amo-vos, ó meu Deus.
Sobre todos os prazeres e gozos, amo-vos, ó meu Deus.
Mais do que a mim mesmo e tudo o que me pertence, amo-vos, ó meu Deus.
Mais do que a todos os meus parentes e amigos, amo-vos, ó meu Deus.
Mais do que a todos os homens e Anjos, amo-vos, ó meu Deus.
Mais do que a todas as coisas criadas no Céu e na terra, amo-vos, ó meu Deus.
Unicamente por amor de Vós, amo-vos, ó meu Deus.
Porque Sois o soberano Bem, amo-vos, ó meu Deus.
Porque Sois infinitamente digno ser amado, amo-vos, ó meu Deus.
Porque Sois infinitamente perfeito, amo-vos, ó meu Deus.
Ainda que não me houvésseis prometido o Céu, amo-vos, ó meu Deus.
Ainda que me ameaçásseis com o Inferno, amo-vos, ó meu Deus.
Ainda que me provásseis pela miséria e pelo infortúnio, amo-vos, ó meu Deus.
Na abundância e na pobreza, amo-vos, ó meu Deus.
Na prosperidade e na adversidade, amo-vos, ó meu Deus.
Nas dignidades e nos desprezos, amo-vos, ó meu Deus.
Nos prazeres e nos sofrimentos, amo-vos, ó meu Deus.
Na saúde e na doença, amo-vos, ó meu Deus.
Na vida e na morte, amo-vos, ó meu Deus.
No tempo e na eternidade, amo-vos, ó meu Deus.

Em união do amor com que vos amam no Céu todos os Anjos e Santos, amo-vos, ó meu Deus.
Em união do amor com que vos ama a Bem-aventurada Virgem Maria, amo-vos, ó meu Deus.
Em união do amor infinito com que eternamente vos amais, amo-vos, ó meu Deus.

Oremos: Ó meu Deus, que possuis em abundância incompreensível tudo o que pode ser perfeito e digno de amor, extingui em mim todo o amor criminoso, sensual e desordenado às criaturas, e acendei no meu coração o fogo puríssimo do vosso amor, para que não ame senão a Vós e por Vós, até que sendo enfim consumido pelo vosso santíssimo amor, vá amar-vos eternamente com os eleitos no Céu, pátria do amor. Assim seja.


Oração ao Divino Menino Jesus de Praga
(Revelada, afirma-se, pela Santíssima Virgem ao Pe. Cirillo, carmelita)

A Vós recorro, ó Menino Jesus. Peço-vos, pela vossa Santíssima Mãe, assisti-me nesta necessidade (aqui se expõe o objeto da súplica), porque firmemente creio que a vossa Divindade pode me socorrer. Cheio de confiança, espero alcançar a vossa santa graça. Amo-vos de todo o coração e com todas as forças da minha alma. Arrependo-me sinceramente dos meus pecados; e a Vós suplico, ó Bom Jesus, dar-me a força de triunfar deles. Tomo a resolução de não vos ofender mais; e a Vós venho me oferecer disposto a antes sofrer tudo do que vos desagradar. De agora em diante, quero vos servir com fidelidade. Por vosso amor, ó Deus Menino, amarei a meu próximo como a mim mesmo. Poderosíssimo Menino, ó Jesus, novamente peço, assisti-me nesta circunstância (nomeai-a novamente), concedei-me a graça de possuir-vos eternamente com Maria e São José no Céu, e adorar-vos com os santos Anjos. Assim seja.



Fonte: Rev. Pe. Saint-Omer, CSsR., “As Mais Belas Orações de Santo Afonso de Ligório”, Terceira e Quarta Partes, pp. 415-418, 479-480, 466-467, 495; Impresso pelos Estabelecimentos Casterman Editores S.A., Tournai (Belgique), Bélgica, 1921.

1300 dias de indulgência, por uma vez cada dia.
2IV. 26 Dez.
3IV. Disc. 2.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Alerta aos Pais e as Mães, através desta Denúncia Grave do Procurador da República, Dr. Guilherme Schelb.




Nossa Senhora do Bom Sucesso
avisou sobre a 
Destruição da Inocência nas Crianças

 
"Porque te faço saber que, do término do século XIX até um pouco mais da metade do século XX..., extravasarão as paixões e haverá uma total corrupção de costumes por reinar quase Satanás nas Seitas maçônicas, a qual visará principalmente à infância, a fim de manter com isto a corrupção geral. Ai dos meninos deste tempo! Dificilmente receberão o Sacramento do Batismo, nem o da Confirmação. O Sacramento da Confissão, só en­quanto permanecerem nas escolas católicas, que o Diabo porá todo empenho em destruir, valendo-se de pessoas au­torizadas.

... a Seita, havendo-se apoderado de todas as classes sociais, possuirá tanta sutile­za para introduzir-se nos ambientes domésticos que perderá as crianças e o Demônio se gloriará de alimentar-se com o requintado manjar dos corações dos meninos.

Nesses tempos infaustos mal se encontrará a inocência infantil. Desta forma per­der-se-hão as vocações para o Sacerdócio, e será uma verdadeira calamidade..." (Nossa Senhora do Bom Sucesso avisou com mais de 400 anos de antecedência). 

Confira: http://cumpetroetsubpetrosemper.blogspot.com.br/…/profecias….

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

NATAL: O DIA DA REALIZAÇÃO DAS PROMESSAS DO AMOR DE DEUS.



Promessas Divinas

Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua posteridade e a posteridade dela. Ela te pisará a cabeça, e tu armarás traições ao seu calcanhar.”1

Este povo que andava nas trevas, viu uma grande luz; aos que habitavam na região da sombra da morte nasceu-lhes o dia.

Porquanto, um Menino nasceu para nós, e um Filho nos foi dado e foi posto o Principado sobre o seu ombro; e será chamado Admirável, Conselheiro, Deus Forte, Pai do século futuro, Príncipe da Paz.

O seu Império se estenderá cada vez mais, e a paz não terá fim; sentar-se-á sobre seu Reino, para o firmar e fortalecer pelo direito e pela justiça, desde agora e para sempre; fará isto o zelo do Senhor dos Exércitos.”2

“… Então a glória do Senhor se manifestará, e todos os homens verão ao mesmo tempo o que a boca do Senhor falou...”3

Ouvi, pois, casa de Davi: … Pois por isso, o mesmo Senhor vos dará este sinal: Uma Virgem conceberá e dará à luz um Filho, e o seu nome será Emanuel.”4



Realizações das Promessas Divinas

E, (estando Isabel) no sexto mês, foi enviado por Deus o Anjo Gabriel a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma Virgem desposada com um varão, que se chamava José, da casa de Davi, e o nome da Virgem era Maria. E, entrando o Anjo onde Ela estava, disse-lhe: Deus te salve cheia de graça, o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres.

E Ela, tendo ouvido estas coisas, perturbou-se com as suas palavras, e discorria pensativa que saudação seria esta. E o Anjo disse-lhe: Não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus; eis que conceberás no teu ventre, e darás à luz um filho, e por-lhe-ás o nome de Jesus. Este será grande, e será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó; e o seu reino não terá fim.

E Maria disse ao Anjo: Como se fará isso, pois Eu não conheço varão? E, respondendo o Anjo, disse-lhe: O Espírito Santo descerá sobre ti, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. E, por isso mesmo, o Santo, que há de nascer de ti, será chamado Filho de Deus. Eis que também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na sua velhice; e este é o sexto mês da que se diz estéril; porque a Deus nada é impossível. Então disse Maria: Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra. E o Anjo afastou-se dela…

E, naqueles dias, saiu um edito de César Augusto, para que se fizesse o recenseamento de todo o mundo. Este primeiro recenseamento foi feito por Cirino, governador da Síria. E iam todos recensear-se, cada um à sua cidade. E José foi também da Galileia, da cidade de Nazaré, à Judeia, à cidade de Davi, que se se chamava Belém, porque era da casa da família de Davi, para se recensear juntamente, com Maria, sua esposa, que estava grávida.

E, estando ali, aconteceu completarem-se os dias em que devia dar à luz. E deu à luz o seu Filho Primogênito, e O enfaixou, e reclinou numa manjedoura; porque não havia lugar para eles na estalagem.

Ora, naquela mesma região, havia uns pastores que velavam e faziam de noite a guarda ao seu rebanho. E eis que apareceu junto deles um Anjo do Senhor, e a claridade de Deus os cercou, e tiveram grande temor. Porém, o Anjo disse-lhes: Não temais; porque eis que vos anuncio uma grande alegria, que terá todo o povo. Nasceu-vos na cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor. E eis o (que vos servirá de) sinal: Encontrareis um Menino envolto em panos, e deitado numa manjedoura. E, subitamente, apareceu com o Anjo uma multidão da milícia celeste louvando a Deus, e dizendo: Glória a Deus no mais alto dos Céus, e paz na terra aos homens, (objeto) da boa vontade (de Deus).5




1ª Meditação6

Jesus nascendo mostra-se nosso Salvador

Havia quatro mil anos que o mundo esperava um Salvador; os Patriarcas e os Profetas O chamavam com os seus suspiros e as suas lágrimas: porque, se não viesse, estaríamos todos perdidos. Ele desce finalmente ao presépio, onde o seu primeiro cuidado é salvar-nos, satisfazendo pelos nossos pecados7. Se do seu berço eleva as suas mãozinhas ao Céu, é para aplacar a justiça de seu Pai; se verte lágrimas, é para lavar as nossas máculas e extinguir o fogo da ira celeste; se solta vagidos, é para chamar sobre nós a misericórdia divina. A sua voz é ouvida. Ó espetáculo admirável! Jesus está no presépio satisfazendo por nós; e Deus está em Jesus aceitando esta satisfação. Jesus está no presépio, pobre e humilhado; e Deus está em Jesus aceitando essas humilhações e pobreza em expiação da nossa soberba e do nosso amor das riquezas. Jesus está no presépio, padecente, manso, obediente, e Deus está em Jesus aceitando esse padecimento, essa mansidão, essa obediência, em expiação dos nossos prazeres, das nossas impaciências e das nossas revoltas8. É assim que, desde a sua entrada no mundo, o Homem-Deus se apressa em sofrer e fazer penitência em nosso lugar. Ó primeiras lágrimas que o meu Salvador derramou sobre os meus pecados, eu adoro-vos e venero-vos; primeiros grito que Ele fez ouvir por mim a seu Pai, como preludio desse grande grito, pelo qual devia, ao morrer, consumar o seu Sacrifício e a nossa Redenção, oxalá retumbeis até ao fundo do meu coração, o enterneçais, o comovais, e me façais tomar a minha salvação mais a sério!




2ª Meditação9

Jesus nascendo mostra-se nosso Mestre10

Os mais sábios filósofos de Atenas e de Roma não fazem mais do que gaguejar ao pé desse divino Menino, e as suas mais doutas lições empalidecem na presença do presépio. Ali Jesus prega a sabedoria não com palavras, mas com fatos11. Ele que podia obter todos os gozos da vida, alimenta-se das suas lágrimas, dorme no chão, treme com frio, e entrega aos rigores da estação o seu Corpo delicado, tão sensível às impressões da dor, principalmente nesta idade. É assim que nos ensina a não lisonjearmos os nossos sentidos, a não buscar as nossas comodidades, a nossa sensualidade, os nossos gostos, e a não sermos impacientes nos incômodos. Ele que, Senhor do Céu e da terra, podia nascer no seio da opulência, nasce na extrema pobreza, nos embaraços de uma viagem, em que os mais cautelosos carecem de muitas coisas, no meio da noite, em um presépio abandonado. É assim que Ele nos ensina a não sermos tão ávidos das riquezas, a arrancar do nosso coração a paixão de acumular, princípio de todas as injustiças. É assim que Ele, o Rei da glória, baixa ao mais ínfimo grau da humilhação, parece ter dificuldade em achar um lugar bastantemente desprezível para fazer a sua entrada no mundo: desce a uma estrebaria meio arruinada, que encontra no seu caminho. É assim que Ele nos ensina a não cedermos à paixão da honra e da estimação, ao desejo de nos fazermos conhecidos, e a aceitarmos o abandono e o desprezo, quando se apresentarem. Ó Jesus, quão admiráveis são as vossas lições! Quem poderia, diante de vosso presépio, desejar ainda prazeres, riquezas e glória!



3ª Meditação12

Jesus nascendo mostra-se o enlevo do nosso coração13

Quando contemplo, dizia São Bernardo, o Filho de Deus no seio de seu Pai, sinto-me penetrado de respeito, e tremo de assombro diante da sua incomparável Majestade; mas, quando O vejo no presépio, não posso já temê-lO: não posso senão amá-lO14. Amo-O ocultando essa Majestade, que assombra, encobrindo essa glória, que surpreende, abaixando essa elevação, que espanta, para não descobrir senão o amor e a bondade, que atraem. É um Menino recém-nascido; quem O temeria15? Basta que nos aproximemos d'Ele para O amarmos, para nos enternecermos16. Se as lágrimas de um menino abandonado, ainda que fosse para nós um estranho, um desconhecido, nos comoveriam; quanto mais não devemos comover-nos, vendo este Menino Deus, terna Vítima, que padece e chora em nosso lugar, que estende amorosamente para nós as suas mãozinhas, a fim de nos pedir o nosso coração e nos dizer com a sua vista, na falta da palavra: Meu filho, dá-Me o teu coração17. Quem ousaria, com a sua covardia e tibieza, entristecer este divino Menino, e arrancar dos seus inocentes olhos novas lágrimas? Ah! Vamos antes ao altar recebê-lO com grande amor, apertá-lO ao nosso peito, pedir-lhe que venha nascer em nós e fazer do nosso coração o seu berço. Do altar como do presépio pode-se dizer: Em sua pequenez, quanto é amável18! E, todavia, como temos nós O amado até agora? Como O amamos ainda? Ó meu coração, ama, pois, finalmente, um Deus tão amável; não respires já senão amor para com o Deus do presépio; e inaugure para ti, a grande Festa do Natal, uma vida toda de amor.





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1.  Gênesis 3, 15.

2.  Isaías 9, 1-7.

3.  Isaías 40, 1-8.

4.  Isaías 7, 12-14.

5.  Lucas 1, 26-38; 2, 1-14.

6.  M. Hamon, “Meditações para todos os dias do ano”, Tomo 1º, 25 de Dezembro, pp. 118-119; traduzidas da terceira edição francesa por Francisco Luiz de Seabra, Pároco de Cácia, Livraria Lello & Irmão, Editores, Porto-Lisboa, 1940.

7.  Natus est vobis hodie Salvator (Luc. II, 11).

8.  Deus erat in Christo mundum reconcilians sibi (II Cor., V, 19).

9.  M. Hamon, ob. cit., pp. 119-120.

10.  Apparuit gratia Dei… erudiens nos (Tit. II, 11-12).

11.  Ipsa infatilia membra clamant (S. Bern., de Nativ.).

12.  M. Hamon, ob. cit., pp. 120-121.

13.  Benignitas et humilitas apparuit Salvatoris nostri Dei (Tit. III, 4).

14.  Magnus Dominus et laudabilis nimis; parvulus Dominus et amabilis nimis (S. Bern., de Nativ.).

15.  Nolite timere (Luc., II, 10).

16.  Parvulus Dominus et amabilis nimis (S. Bern., de Nativ.).

17.  Praebe filii mi, cor tuum mihi (Prov. XXIII, 26).

18.  Parvulus Dominus et amabilis nimis.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Os olhos milagrosos da Virgem de Guadalupe. É impossível, cientificamente, que sejam olhos pintados: são olhos vivos!

olhos-de-guadalupe

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

A Imaculada Conceição, da Bem-aventurada e Sempre Virgem Maria, Mãe de Deus.



Reflexões1

O Senhor possuiu-me desde o princípio de seus caminhos”2. Quem senão esta filha favorecida do Céu, a quem a Igreja aplica estas palavras, é que pode gloriar-se de não haver estado nunca debaixo da escravidão do Demônio? É uma pura criatura que Deus escolheu por Mãe desde a eternidade. Admiraremos à vista disso que o Senhor haja sido tão zeloso da posse de seu Coração, e que se haja reservado as suas primeiras homenagens? É um Templo, onde deve residir toda a plenitude da Divindade.

É necessário que Maria seja isenta do Pecado Original, por que o Filho de Deus deve nascer em seu seio como em seu Templo; e o primeiro emprego e a sua primeira função merece o privilégio dessa santidade.

Aprendamos da Igreja a reverenciar em Maria uma prerrogativa tão singular, sem querer aprofundar este Mistério com uma curiosidade infiel. Mas, que instrução devemos tirar nós daqui, sendo filhos da ira? Podemos acaso evitar a triste desgraça em que fomos envolvidos desde o primeiro momento da nossa origem? Por certo que não; mas, podemos inferir desta prerrogativa a ideia que é preciso formar da graça santificante, vendo a distinção que Deus faz de Maria, dando-lhe desde o primeiro instante de sua origem; e outrossim o horror que Deus tem ao pecado, e o que nós devemos ter, visto que Deus isenta Maria da Lei Comum para não se unir a uma carne inclinada pelo funesto hálito do pecado.




Meditações

Primeiro Ponto: Considera que pela Imaculada Conceição da Santíssima Virgem se entende aquele insigne privilégio, pelo qual preservou Deus a esta ditosa criatura da mácula do Pecado Original, que infeccionou toda a posteridade de Adão. Todos sabem que o privilégio é uma lei particular, que exime as pessoas, objeto dele, de uma Lei Comum, a que todos os outros estão sujeitos. O privilégio pois é tanto mais apreciável, quanto a lei, de que exime, é mais universal e mais dura. Maria em sua Conceição foi subtraída à lei que sujeitava os homens ao pecado. E houve jamais lei mais dura e mais comum? Imagina, se é possível, o preço, a grandeza, a excelência do privilégio da Imaculada Conceição de Maria. É tal este privilégio, dizem os Doutores e os Santos Padres, que se se houvesse deixado à escolha de Maria, ou o ser Mãe de Deus, ou o ser concebida sem pecado, haveria preferido a Imaculada Conceição a todas as preeminências, e à própria Maternidade divina. Conhecendo a Deus, e amando-O naquele grau, em que O conhecia, nenhuma prerrogativa, nenhuma graça, nenhuma dignidade a haveria indenizado da desgraça do ter estado um só momento na inimizade de Deus. Aprendamos daqui a ideia que devemos formar do pecado. Na verdade, se a Augusta dignidade de Mãe de Deus pedia que fosse isenta de toda a corrupção depois da sua morte, e de toda a mancha de Pecado Venial durante sua vida; quanto mais não pedia esta incompreensível dignidade, que fosse isenta do Pecado Original?

Suposta esta verdade, a Virgem Santíssima foi cumulada dos maiores favores neste primeiro momento, e neste primeiro momento foi cheia de graça: “Vós sozinha possuís, diz São Bernardo, todas as virtudes e méritos de todos os Santos juntos”. Com que devoção, pois, e com que culto não se deve honrar e celebrar o primeiro momento da mais Santa vida?! “Assim como todos os rios, diz São Boaventura, entram no mar, assim todas as torrentes de graças e bênçãos, que saem do Seio de Deus, e se repartem por todos os Santos, se reuniram no Coração de Maria no primeiro momento de sua vida, no qual foi santificada. Quão devido e justo é celebrar este ditoso momento com todas as demonstrações de regozijo e da mais acabada solenidade! Um filho bem criado considera como a mais natural e justa obrigação tomar toda a parte possível nas prosperidades e glórias de sua mãe. A natureza, a razão, o reconhecimento, inspiram estes sentimentos a todos os filhos. Tem-se visto, e veem-se todos os dias soberanos que decretam a suas mães as honras do triunfo, que eles mesmos recusaram para si, desejando que os povos festejem suas mães. Qual não deve ser pois o gozo, a veneração, a alegria de todos os verdadeiros fiéis neste dia? Com que devoção, com que gosto, com que fervor não devemos celebrar a Festa da Imaculada Conceição da Mãe de Deus? De todas as festas, instituídas em sua honra, que outra lhe será mais agradável, e em que outra se comprazerá mais? A nossa tibieza e indiferença nesta ocasião não seria uma prova do nosso pouco reconhecimento, da nossa pouca confiança e do nosso pouco amor? O não ter senão uma devoção medíocre à Imaculada Conceição da Mãe de Deus poderia ser uma prova sensível da nossa veneração e ternura?

Segundo Ponto: Considera que nesta admirável santificação há três prerrogativas singulares, três notas que jamais se encontraram juntas na santificação de outra pura criatura: a santificação da Virgem foi original, inalterável, e sempre em aumento. Os Anjos, Adão e Eva foram criados na graça santificante, mas podiam perdê-la; e de fato, Adão e Eva a perderam como também os Anjos rebeldes. Porém, Maria em sua Conceição Imaculada foi cheia de uma graça, que jamais perdeu, e que era incapaz de perder, não por natureza, mas por privilégio.

Os Apóstolos foram confirmados na graça depois da vinda do Espírito Santo; mas além de terem sido pecadores, não estavam isentos de faltas leves; ao passo que Maria desde o primeiro instante de sua existência, foi imutavelmente unida com Deus, e por um particular favor, isenta toda a sua vida de faltas, ainda mesmo leves. Os Bem-aventurados no Céu estão livres de toda a imperfeição; mas esta santidade não pode crescer, nem ser mais perfeita; porém, a de Maria sempre foi crescendo, multiplicando-se todo o tempo que esteve sobre a terra. Esta primeira graça foi acompanhada dos Dons do Espírito, dos Hábitos infusos, de Virtudes Morais e Intelectuais, dos Dons de Profecia, de Milagres, de Inteligência das Sagradas Escrituras, no mais alto grau de perfeição. As névoas que ofuscam o entendimento das outras crianças, não escureciam as luzes do entendimento de Maria. O seu Coração não se ocupou desde então, senão em amar ardentemente aquele Divino Esposo, de quem havia de vir a ser Mãe; e o tempo que é perdido para o resto dos homens, foi para Ela um tempo de mérito e de bênçãos.

Que graça, que glória a de Maria neste primeiro momento! Não é possível dizer, nem se pode compreender o que valeu este privilégio. Pois, que progressos não faria na santidade uma alma que tinha mais graça que todos os Serafins, e que não sentia nenhuma das imperfeições da natureza corrompida. A que grau de contemplação não deveu elevar-se a que não sentia o peso do seu corpo, e a que tinha um espírito tão ilustrado? Qual não deveu ser o excesso de amor a Deus, pois longe de que lho entibiassem as outras paixões, podia fazer servir todas as suas paixões para mais e mais se inflamar a cada instante? Qual não deve ser, Deus meu, a nossa admiração, a nossa ternura, a nossa veneração para com vossa Mãe neste primeiro instante de sua Conceição! E com que devoção devemos celebrar esta festividade!




Oração

Virgem Santa, Virgem Imaculada, eu creio firmemente que Deus vos possuiu desde o princípio; creio que não só a vossa Conceição, mas toda a vossa vida passou sem mancha, e que amastes a Deus sem interrupção alguma até ao último instante de vossa vida. Fazei, Virgem Santa, que por esta confiança que tenho em vossa bondade, entre na amizade do vosso Filho, para a não perder jamais; e que, honrando toda a minha vida a vossa Imaculada Conceição, o melhor que me seja possível, alcance por vossa intercessão a graça de uma santa morte. Amém.


Todos os que celebram, ó Virgem Santa,
vossa Conceição Imaculada,
experimentem os efeitos de vossa proteção.




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1.  Rev. Pe. Croiset, S.J., “Ano Cristão ou Devocionário Para Todos os Dias do Ano”, Vol. XII, 8 de Dezembro, pp. 110-113; Traduzido do francês, revisto e adaptado às últimas reformas litúrgicas pelo Rev. Pe. Matos Soares, Professor do Seminário do Porto, Porto, 1923.

2.  Provérbios 8, 22-35.

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