Blog Católico, para os Católicos

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"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

segunda-feira, 28 de junho de 2021

SÃO PEDRO, PRÍNCIPE DOS APÓSTOLOS. (A.D. 42-67)


São Pedro era um pobre pescador da Galileia. Chamava-se Simão. Filho de Jonas, da tribo de Neftali, nasceu em Betsaida, às margens do rio Jordão, junto ao lago de Genesaré. Ignora-se a data de seu nascimento. Tinha família, e uma vez Jesus curou-lhe a sogra. Seu irmão André era discípulo de João Batista, mas, ao ver Jesus, correu logo a chamar o irmão, a quem o Salvador trocou o nome de Simão em Cefas, que significa Pedra.1

Ao depois, foi-se confirmando o primado de Pedro, que, em muitas ocasiões, será por Jesus distinguido dos demais Apóstolos.

Assim, é da barca de Pedro que Jesus evangeliza a multidão no litoral. É a Pedro que Ele dá ordem de lançar a rede para a pesca milagrosa. È a Pedro que Ele sustém sobre as ondas. A Pedro dirigiu Ele estas frases divinamente majestosas: “Tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja, e as portas (poderes) do Inferno não prevalecerão contra Ela. E dar-te-ei as chaves dos Céus, e o que ligares sobre a terra será ligado também nos Céus, e o que desligares sobre a terra será desligado também nos Céus”.2 A Pedro foi confiada pelo Mestre a missão de apascentar os cordeiros e as ovelhas3 e a missão de confirmar seus irmãos na fé.4 Somente Simão Pedro teve prerrogativas especiais, pessoais.

Pelo que, o Príncipe dos Apóstolos, logo depois da Ascensão do Senhor, principia a exercer em tudo a sua autoridade suprema. Ainda no Cenáculo, levanta-se e faz a primeira alocução pontifical à assembleia, para a nomeação de São Matias ao posto de Judas Iscariotes. No dia memorável de Pentecostes, ele, por primeiro, fala à multidão, convertendo milhares de pessoas. Indo com João ao templo, cura um aleijado, opera conversões inúmeras. Preso, defende com assombrosa coragem o nome de Cristo e a Igreja nascente. Lança a pena de excomunhão contra o primeiro heresiarca, Simão Mago. Uma visão celeste leva-o a atravessar as fronteiras, até então intransponíveis, do Judaísmo, acolhendo os “Gentios”, indo de Jafa a Cesareia para batizar a família do centurião Cornélio. Preso por Herodes, “toda a Igreja reza sem interrupção por ele” e um Anjo o livra. São Paulo, convertido, procura-o.5 É São Pedro quem, por primeiro, fala no 1º Concílio em Jerusalém… Sempre e por todos, ele é considerado e em tudo se conduz como Chefe Supremo da Igreja.

Residiu sete anos em Antioquia. A Tradição diz que São Pedro governou a Cristandade, em Roma, por 25 anos, desde o ano 42. Na então capital do mundo pagão, o humilde pescador da Galileia converteu ingente número de almas, ganhando os corações com sua bondade e alicerçando a brilhante Igreja de Roma, já tão célebre em sua vida, como o atesta Paulo em sua Epístola ao Romanos.

Há muitas piedosas recordações de São Pedro em Roma: Sua prisão, com São Paulo, no cárcere Mamertino; a Capela da Separação, onde os dois Apóstolos se despediram para o martírio; a milagrosa fonte em que batizara seus carcereiros São Processo e São Martiniano, etc…

Mais conhecida a igreja do Quo Vadis. Contam que, a instâncias dos cristãos, Pedro fugia de Roma, quando lhe apareceu Jesus. À pergunta do discípulo: Quo vadis, Domine? (aonde vais, Senhor?) o Mestre respondeu: “Morrer com minhas ovelhas”. Pedro compreendeu, voltou e sofreu o martírio na perseguição feroz de Nero, o qual, segundo diz o pagão Tácito, injustamente responsabilizara os cristãos pelo colossal incêndio de Roma (que durou nove dias) e os tratou com espantosa crueldade.

São Pedro e São Paulo foram martirizados aos 29 de Junho do ano 67. O convertido Saulo, por ser cidadão romano, foi decapitado. São Pedro, condenado à cruz, rogou que o crucificassem de cabeça para baixo, por se julgar indigno de morrer da mesma forma que seu Mestre, a quem negara um dia… Foi sepultado no monte Vaticano, e seu sepulcro obteve, desde os primeiros séculos, grande veneração – sancionada pelo imperador Constantino Magno, que ali erigiu magnífica basílica.

A glória desse sepulcro aumentou de século em século, porque a primazia de Pedro passou a seus Sucessores, visto como Jesus Cristo prometeu ficar com a sua Igreja até a consumação dos séculos, visto como os Sucessores de Pedro exerceram a mesma autoridade, visto como, a este respeito, a Tradição tem sido sempre unânime e universal. Pelo que a Igreja de Roma foi constantemente, e continua a ser, chamada a Cátedra de Pedro, a Sé Apostólica, a Cabeça da Igreja universal.

O Bispo de Roma é pois o Sumo Pontífice, o Papa (pai), o legítimo Sucessor de Simão Pedro, o Chefe visível de toda a Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Na Idade Média, após ter salvo das trevas dos Bárbaros a civilização cristã – indiscutivelmente a melhor civilização – a Roma de Pedro tornou-se o centro da História da Humanidade. Ainda hoje, sobre o túmulo do Príncipe dos Apóstolos, a imensa cúpula de Miguelângelo encerra, na maior igreja do mundo, vinte séculos de fé invicta, de lutas pelo Bem e de vitórias para Deus. “Tu es Petrus…”


Tu és o Pastor das ovelhas, ó Príncipe dos Apóstolos. Foram entregues a ti as chaves do Céu”. (Ant. de Magnificat)


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Fonte: Rev. Pe. Iran Corrêa, S.D.B., “Biografias dos Papas – Guardiães Vigilantes dos Textos Sagrados Através dos Séculos”, 29 de Junho, pp. 12-15. Editora das Américas, São Paulo/SP, 1952.

1.  Jo. 1, 36-42.

2.  Mt. 16, 13-19.

3.  Jo. 21, 15-17.

4.  Lc. 22, 31-32.

5.  Gál. 1, 18.


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