Blog Católico, para os Católicos

BLOG CATÓLICO, PARA OS CATÓLICOS.

"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

terça-feira, 6 de dezembro de 2022

MATER PURÍSSIMA.


Oração1


Ó Maria Imaculada, Soberana Rainha das virgens, eis que me ponho sob a vossa maternal proteção e me consagro neste dia totalmente a Vós.

Consagro-Vos o meu corpo com todos os seus sentidos, o meu coração com todos os seus afetos, a minha alma com todas as suas potências, a minha vida inteira, para que todos os meus movimentos sejam um contínuo ato de amor.

Coloco também, ó minha Mãe, sob a vossa salvaguarda as minhas penas e consolações, as minhas misérias passadas, presentes e futuras, sobretudo, os meus últimos momentos, suplicando-Vos que, assim como entrastes no mundo isenta de pecado, me obtenhais de Jesus, vosso Divino Filho, a graça de sair deste exílio sem pecado.

Finalmente, Mãe Santíssima, ensinai-me a amar a Jesus, para que comece já aqui na terra a viver, a vida que viverei por toda a eternidade, entoando o cântico de amor na vossa companhia e na de todos os Anjos e Santos por todos os séculos dos séculos. Assim seja.



Aos Pés de Maria

I

MÃE PURÍSSIMA. A Virgem Maria, porque nasceu já Imaculada, Imaculada viveu e Imaculada morreu. Sem a mais leve mancha do Pecado Original, a sua Alma nunca foi contaminada pela sombra sequer de pecado algum atual. Prodígio único de pureza de alma no mundo sensível das puras criaturas.

Entre Deus e o pecado, incompatibilidade absoluta, infinita. Impossível, portanto, a alma aproximar-se de Deus, senão na medida em que se afasta do pecado. E vice-versa, tanto mais se afastará do pecado, quanto mais se aproximar do Santo dos santos. E o Santo dos santos é o superlativo infinito e personificado da santidade, a própria santidade personificada.

E quem pode sequer imaginar criatura, que com o Deus de toda a santidade, tivesse sido unida por laços de maior intimidade do que Sua Mãe? E quem poderá , então, conceber criatura que pudesse ter atingido a pureza de alma, que atingiu a Mãe Puríssima?

Não é caso, portanto, de dar a Maria o primeiro lugar simplesmente na Hierarquia dos Santos. A pureza da sua Alma transcende todas as categorias de almas puras. Entre os Santos todos Ela sobressai como o lírio entre os espinhos.

A verdadeira pureza de alma exclui, não só o pecado, mas ainda todo o afeto e inclinação a ele e a tudo o que constitui perigo, não só próximo, mas remoto também de ofender a Deus. É a isenção do mal, de complacências e contemporizações com o mal, de tudo o que de algum modo conduz ao mal.

Essa pureza de coração, assim como é condição essencial da visão divina, assim também será a medida dela, pois na casa do Pai celeste há muitas moradas, e nem todas as estrelas brilham com a mesma claridade. Não são os que na terra tiverem tido da Divindade as ideias mais exatas, mais sublimes, mais teologicamente sutis; são os que tiverem tido o coração mais puros, que mais plenamente gozarão da vista de Deus.

Tal é o prêmio e a Bem-aventurança dos limpos de coração: verão a Deus. E, vendo a Deus, verão toda a verdade, toda a beleza, toda a bondade, toda a perfeição, a fonte, enfim, de todo o bem.

II

Mãe puríssima! É puríssima, e é mãe. E nada mais anti-natural do que não se parecerem os filhos com sua mãe. Espúrios, é o nome que lhes compete. E para o não serem, têm de conservar pura, como Ela, a sua alma. E para isso é necessário mantê-la num prudente isolamento, que a preserve de todo o contágio do pecado.

Para proteger as cidades contra o assalto dos inimigos, levantaram-se muralhas e ante-muralhas, que eram os seus baluartes de defesa. O mesmo tem de fazer a alma que verdadeiramente deseja manter-se ilibada. Esses baluartes são os sentidos externos, é a imaginação, são as potências da alma. O recato, a modéstia, a mortificação de uns e de outros constituem o isolamento moral do coração puro.

A vontade é o último reduto da cidadela da alma e o seu principal núcleo de resistência. Livre e reguladora de todas as energias da natureza, a ela pertence fazer-se obedecer das potências inferiores. Mas, ai dela e ai da alma, se, acovardada diante da insolência das paixões e cúmplice delas, a vontade capitula e deixa arrebatar o seu cetro de rainha. Passará a ser escrava. Não será só cúmplice de paixões degradantes; será também sua prisioneira. E, em vez de mandar, obedecerá servilmente a todas as suas exigências. Rendida a vontade, está rendida a praça, está escravizada a alma.

Diversões e espetáculos libertinos, modas imodestas, seduções despudoradas, cinemas, teatros, bailes impudentes, jornais e ilustrações pornográficas, novelas e romances libertinos, conversas licenciosas, músicas e canções provocadoras, praias de escandalosa desenvoltura, promiscuidades de educação selvagem, ensino de habilidades fraudulentas, sugestões de enriquecimento fácil, eis as principais forças e armas de guerra, que os exércitos sitiantes assentam contra a praça sitiada (contra o coração, a vontade, a alma).

É, pois, uma questão de vida ou de morte, que a vontade se mantenha no seu posto de honra (na cadeia de comando).

III

Mas não atinge a vontade, o que não passou primeiro pelo pensamento. Não se pode desejar o que não se conhece. É, pois, o pensamento que deve resguardar quem verdadeiramente quer defender a fortaleza da vontade. O pensamento é a sua grande muralha defensiva. Mas o pensamento, antes de ser ato espiritual da inteligência, foi imagem material da fantasia, dessa veloz vagabunda, que das suas excursões aventureiras traz imagens, lembranças, impressões, cujo efeito é perturbar a alma, fasciná-la, solicitá-la ao mal. Na defesa da alma a imaginação é um reduto intermediário entre a muralha espiritual do pensamento e a ante-muralha dos sentidos. Defenda-se esse reduto, vigiem-se e refreiem-se as suas extravagâncias. Esse papel pertence à vontade, a principal interessada, visada como é pelos golpes do inimigo.

Mas só penetra na imaginação e no pensamento, o que primeiro invadiu as portas dos sentidos exteriores, que são a ante-muralha e o primeiro baluarte do coração puro. À vontade cabe ainda a responsabilidade dos seus desmandos. A lei que rege a vida destas faculdades é a da modéstia, do recato, da temperança. E, sendo elas as últimas, ou as primeiras portas, que nos põem em contato com o mundo exterior, abrir-lhe essas portas é facilitar-lhe a investida da alma. Quem vê e ouve o que não devia ver nem ouvir, que muito é que passe a imaginar, a pensar, a desejar e a tragar, por fim, o veneno mortífero da alma?

Eis os meios de preservar a alma de toda a impureza, meios que a Mãe Puríssima nos ensinou com os exemplos da Sua vida puríssima.

Mas ao coração, que não soube preservar-se, veio Ela também ensinar em Fátima , os meios de se purificar das manchas já contraídas, de se reabilitar, de se regenerar e de se preservar de novas quedas. É a oração e a penitência. É, sobretudo, o grande Sacramento da regeneração espiritual instituído por Seu Filho; é a absolvição sacramental (ou seja, a Confissão).

Eis a grande lição de Fátima, com os seus inumeráveis confessionários semeados em todos os cantos do Santuário e funcionando dia e noite nas suas grandes peregrinações. Fátima, tornou-se o grande Confessionário do mundo, aonde acodem de todas as partes os grandes resistentes do Sacramento, para dizerem aos seus Ministros armados do poder de purificar as almas, que há 20, 30, 40 e mais anos, não voltaram a ajoelhar-se no tribunal da Penitência e para ouvirem de seus lábios onipotentes a alvissareira nova: “Eu te absolvo dos teus pecados”. Vai em paz e não voltes a pecar.

A tua alma está purificada, é o desfecho do grande drama da alma, de tantas almas que só ali, acharam a coragem que nunca tiveram de confessar o seu “mea culpa”.

Tal é ainda a lição que a mesma Virgem de Fátima nos está dando pelo mundo das Suas peregrinações, atraindo aos confessionários desertos os seus inúmeros desertores.



Exemplo


Antes sofrer que ofender-Vos”


D. Glória Ferreira da Rocha Malheiro, de Paredes, Diocese do Porto, sofria há três anos e meio de gravíssima periviscerite abdominal direita, comprovada não só pelas radiografias, mas também pela intervenção cirúrgica. Recebe os últimos Sacramentos, inclusive a Extrema-Unção, porque a doença, agravada dia a dia, tornara-se humanamente incurável. Mais para obedecer ao Confessor, do que pelo desejo de curar, vai a Fátima pedir à Saúde dos enfermos, o que a ciência não lhe podia dar.

Acompanhada do marido e das filhas, partiu no dia 11 de Maio (1937) de automóvel transformado em cama. O marido julgando que a doente ia determinada a não implorar a cura, limitou-se a pedir ao médico assistente um atestado que apenas lhe desse direito a ser recebida no hospital.

Em Fátima, pouco antes de ser transportada para a Missa dos Doentes, bebeu um copo de água do Santuário e dirigiu a Nossa Senhora a seguinte prece: “Ó minha Mãe do Céu, mandaram-me pedir-Vos a minha cura; e por obediência peço. Se for da vossa vontade curar-me, para manifestardes a vossa glória, curai. Mas, minha Mãe querida, eu de muito boa vontade cedo a minha cura em favor de qualquer destes doentinhos. E vou muito contente assim para minha casa, continuar a sofrer, até Vos ir ver ao Céu”.

Podemos crer que estas palavras foram as que mais fundo penetraram no Coração da Mãe de Deus.

Já no pavilhão dos doentes, ao passar por eles a Imagem de Nossa Senhora, ergue-se, senta-se na maca e de mãos postas e olhos fixos na Senhora, diz-Lhe: “Ó minha Mãe do Céu, tomai conta das minhas filhinhas”.

Sentiu-se logo perfeitamente curada. “Foi como se estivesse toda presa por cordas, que naquele momento fossem cortadas”, é a expressão com que ela traduz o que sentiu.

Ainda tentou com a mão qualquer pressão, qualquer contato para verificar se as dores habituais permaneciam. Nem vestígios.

E ela que tanto amava o sofrimento, volta-se ainda para Nossa Senhora, e Lhe diz baixinho, mas com toda a alma e por três vezes: “Ó minha Mãe do Céu, eu antes quero sofrer no meu quarto do que ofender-Vos. Eu sozinha nada posso”.

E ficou depois alheia a tudo, absorta só em Nossa Senhora, sem mesmo saber onde estava a Sua querida Imagem, só voltando a si a certa altura da Missa.

O milagre tinha-se operado sem deixar vestígios da doença. Entretanto, permanecia silenciosa, sem nada dizer da transformação que em si sentia, não fosse caso que estivesse iludida.

Só no hospital, é que diz à filha mais nova: “Eu creio que já podia ir a pé para o carro, mas cala-te”.

Entretanto, o marido ia dando fé da transformação nela operada, das suas novas disposições, da facilidade dos seus movimentos, do insólito apetite com que começava a alimentar-se, mas sem se persuadir que tivesse sido miraculada. “Não, pensava ele, se Nossa Senhora a tivesse curado, já ela mo teria dito”.

Só no dia 15, de manhã, dois dias depois da cura, é que ela acabou de se convencer, que não era vítima de ilusão. Estava curada e bem curada. E só, então, deu a conhecer à família o milagre de Nossa Senhora.

Milagre, sim, pois sabido é, como a 29 de Junho de 1941, Pio XII conferia a esta cura foros de autêntico milagre.



Oração pelos Sacerdotes


Jacinta, a angelical vidente de Fátima, chorou de pena ao saber um dia, que um Sacerdote fora proibido de celebrar. E no seu leito de morte recomendou insistentemente, que se rezasse pelos Sacerdotes.

Rezem pelos Sacerdotes, foi o testamento da inocente menina, ditado sem dúvida, pela Mãe de Deus, que tão bondosamente lhe aparecia durante a doença.

Este rasgo tão comovente da sua vida reparadora, levou-nos a acrescentar… esta curta oração pelos Sacerdotes:2

Ó Jesus, Verbo Eterno do Pai, Fogo abrasador, abrasai as almas dos vossos Sacerdotes no fogo do amor divino, que devora o vosso Coração, para que eles ardam no zelo das almas e as salvem, e, salvando-as, se salvem com elas. Amém.


________________________

Fonte: Rev. Pe. José de Oliveira Dias, S.J., “Florilégio Ilustrado da Fátima – Novo Mês de Maria”, Dia 4 de Maio, pp. 59-65/15 e 22. 3ª Edição, Edição da Sociedade Brasileira de Educação, Braga/Portugal, 1952.

1.  Indulgenciada por Sua Eminência o Sr. Cardeal Patriarca de Lisboa.

2.  Indulgenciada pelo Eminentíssimo Cardeal Patriarca de Lisboa.


Redes Sociais

Continue Acessando

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...