Blog Católico, para os Católicos

BLOG CATÓLICO, PARA OS CATÓLICOS.

"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

NO DIA DE PENTECOSTES, OS APÓSTOLOS FALARAM OU NÃO, EM VÁRIAS LÍNGUAS? - CAP. 20.



Respostas Contrárias à Revelação

"O primeiro dom que se manifestou foi o de línguas. Em Pente­costes, os discípu­los, junto com Maria, ficaram cheios do Es­pírito Santo e começaram a orar, louvar, a cantar numa língua nova, a lín­gua do Espírito. Alguns interpretaram o aconteci­mento e disseram: ‘Eles lou­vam a Deus, estão cantando as glórias de Deus, e nós estamos entendendo com o cora­ção’. Ou­tros estavam ali como curiosos, brin­cando, zombando, dizendo que os discípulos esta­vam bêba­dos. Pedro explicou: ‘Não estamos bêbados; pelo contrá­rio, está se cumprindo a profecia de Jo­el’. O primeiro dom criou confusão”. (R. Pe. Jonas Abib, “Aspirai aos Dons Espirituais”, Cap. V, P. 53; 7ª Edição, janeiro de 2004)

► “Frequentemente menciona-se hoje o falar em línguas, ou xenoglossia ... Em realida­de, amiu­dadas vezes, a xenoglossia tem sido como a ‘isca’ que tem le­vado muitas pessoas para os grupos de ora­ção.

Ainda que em numerosa literatura pentecostal se cite este Caris­ma como um ver­dadeiro falar noutros idiomas, nós discordamos dessa opi­nião, baseados na análise dos textos bíblicos e em muitos comentários elabora­dos ao largo da História da Igreja. Na­quilo em que nós cremos é na ora­ção em línguas...

O primeiro texto que se costuma mencionar encontra-se no Livro dos ‘Atos dos Apósto­los’, e cor­responde aos 13 primeiros versículos do Capitulo Se­gundo... Há dois episódios no Pen­tecostes: louvor em línguas e pregação de Pe­dro. Não se trata no primeiro do fato de pre­gar em línguas, pois, antes que os ju­deus acorressem já os Apóstolos estavam falando nou­tras línguas (At. 2, 4)...

A História da Igreja Primitiva não menciona em nenhum capítu­lo, fora do texto que agora estamos analisando, que os Apóstolos tivessem desfru­tado do Carisma da Xenoglossia ... Em toda a História da Igreja, muitos pen­saram que, neste Segundo Capítu­lo dos Atos, se trata de falar ver­dadeiras línguas... Outros exegetas, atualmente a grande maioria, identificam o que sucedeu no Pentecostes com a ‘Glossolalia’ ou oração em línguas... Al­fred Wilkenhauser, por exemplo, no seu li­vro sobre os Atos dos Apóstolos, fala as­sim:

Não se trata do uso de diversas línguas efetivamente faladas (Grego, Latim, Cop­ta, etc.), desconhecidas até então pelos Discípulos e aprendidas no momento, mas de um modo de falar em atitude extática que brota da alma impregnada do Espírito Santo; trata-se de um modo de falar que não se ser­ve das formas correntes da linguagem. Este linguajar que eles empregam é algo novo, obra do Espírito Santo, que não emprega pala­vras nem frases próprias de uma linguagem humana normal. Contudo, o Cristia­nismo Pri­mitivo via neste modo de falar não o tartamudeio in­certo de um extático que, até certo pon­to, perde a capacidade de elocução, mas antes uma lingua­gem para além do huma­no, ce­lestial, que busca e logra exprimir algo; uma lingua­gem que, é certo, só compreen­dem aqueles a quem o Espírito lhes concede tal dom’ (Alfred Wilkenhauser, “Os Atos dos Apósto­los”, Herder, Barcelona, pp. 59-62, 1967).

A opinião do teólogo holandês Piet Schoonenberg é semelhante (Piet Schoonen­berg, em Revista “Concilium”, edição em honra de Eduardo Schillebee­ckx, Ed. Cristiandad, Madrid, 1974)...

De tudo quanto fica dito, parece que podemos concluir que o Carisma da Xe­noglosia não se deu na História da Igreja, ou pelo me­nos não se comprovou sua existência. Quanto muito se pode admitir que certos textos de valor duvido­so lhe fazem referência, embora sem suficiente cla­ridade. Nos Atos dos Apósto­los faz-se alusão a um Caris­ma de ‘falar em línguas’, mas parece ser de índole di­ferente da Xe­noglosia. Por isso, o denominamos ‘Glossolalia’ ou ‘Orar em lín­guas’... A Glossola­lia de que falam os Atos serviu na Literatura Cristã Primitiva e Medieval, não para ser es­tudada em si mesma, mas para fazer refletir sobre algu­mas ideias eclesiais” (R. Pe. Diego Jaramillo Cuartas, em “O Dom das Línguas”, da Coleção “Novo Pente­costes”, Nº 4, Part. III, PP. 35-39, 41, 61, 3ª Edição, Ed. Loyola, 1979).



Respostas dos Ensinamentos Tradicionais da Igreja Católica

Não somente falaram, como também o foi ensinado que falaram, e isto desde a era apostólica até os nossos dias, e o continuará a sê-lo até o fim do mundo; pois assim o foi revela­do e ensinado pelo Divino Espírito Santo à Sua Igreja. Vejamos alguns poucos exemplos incon­troversos:


Sagrada Escritura: “E quando se completaram os dias de Pente­costes, estavam to­dos juntos num mesmo lugar; e, de repente, veio do Céu um estrondo, como de vento que so­prava impetuoso, e en­cheu toda a casa onde es­tavam sen­tados. E apareceu-lhes repartidas umas como línguas de fogo, e pou­saram (uma) sobre cada um deles. E foram todos cheios do Espírito Santo, e come­çaram a fa­lar em vá­rias línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falas­sem...” (At. 2, 1-18).

Diário da Peregrina espanhola Etéria: “Tendo chegado a tercei­ra hora, já to­dos estão em Sião, onde apenas chegam, se lê a passagem dos Atos dos Apóstolos quando des­ceu o Espírito para que compreendessem todas as línguas faladas” (“Peregrinação de Eté­ria”, 43, 3).

Santo Ireneu: “Em seguida, depois que o Espírito Santo desceu sobre os Discípu­los e como todos profetizassem e falassem línguas diversas...” (“Contra as Heresias”, Liv. III, Part. II, Art. 12, 1). “To­dos os Discípu­los louvavam a Deus em todas as línguas...” (“Adv. Haer”., 3, 17, 1-3).

Tertuliano (quando era ainda católico):Eles (os Apóstolos) recebe­ram a força prometida do Espírito Santo para realizarem milagres e fa­larem as várias lín­guas...” (“Da Prescrição contra os Hereges – A Regra de Fé”).

Santo Ambrósio: “... Queres saber por que o Espírito desceu? Ou­viste que Ele des­ceu como uma pomba(no Batismo de Nosso Senhor). Por que como pomba? Para que os in­crédulos fossem cha­mados à Fé. No princípio, devia haver um sinal; em seguida era neces­sário que houvesse perfeição.

Escuta outra coisa. Depois da morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, os Apóstolos esta­vam reuni­dos e oravam no dia de Pentecostes. De repente, ouve um grande ruído, como se um vento soprasse for­temente e foram vistas como lín­guas de fogo espalhadas (At. 2, 1-3). O que significa isso, senão a desci­da do Es­pírito Santo, que quis se manifestar corporalmente por um sinal, espiritu­almente pelo Sacramen­to? Portanto, o seu Advento teve um testemunho manifes­to; a nós, já foi oferecido o privilégio da Fé, en­quanto no princípio eram feitos si­nais para os incrédulos; a nós, que já estamos na plenitude da Igreja, a verdade é alcan­çada não pelo sinal, mas pela Fé” (“Sobre os Sacramentos”, Liv. II, NN. 14-15).

Santo Agostinho: “... Depois, durante 40 dias, conviveu na terra com os Discípu­los e perante seus olhos subiu aos Céus; 10 dias mais tarde envi­ou, se­gundo prometera, o Es­pírito, cuja vinda sobre os fiéis se manifesta por este sinal soberano e soberanamente ne­cessário: cada um deles fala as lín­guas de todos os povos, figurando, assim, a futu­ra Uni­dade da Igreja Cató­lica, que se espalha por todas as nações e fala todas as lín­guas” (“A Cidade de Deus contra os Pagãos”, Part. II, Liv. XVIII, Cap. XLIX).

► “No princípio existia a Igreja numa única nação e nela fala­va as línguas de todas. Sinal do que haveria de acontecer: que, uma vez espalha­da por todas as na­ções, chegaria a falar as lín­guas de todas elas” (“Tratados sobre o Evangelho de São João”, 32, 7; em Obras Completas de Santo Agostinho, Tom. XIII, BAC, Madrid, P. 755, 1955).

► “A Igreja recebeu o Espírito Santo. Contava com poucos membros, mas já fala­va as lín­guas de todo o mundo. O significado deste fenômeno é o seguinte: aquela pe­quena Igreja nascen­te, que falava todos os idio­mas, era figura inequívoca da gran­de Igreja de hoje, desde o ocaso já difun­dida, que fala todas as línguas. Agora é o cum­primento daquela promessa” (“Ser­mão 267, 3”; em Obras Completas de Santo Agostinho, Tom. VII, BAC, Madrid, pp. 457-459, 1950).

► “Quando desceu o Espírito Santo sobre os Discípulos, estes fa­laram as lín­guas de to­dos e por todos foram entendidos” (“Enarraciones sobre los Salmos”, Tom. II, 54, BAC, Madrid, p. 344, 1965).

Um Bispo Africano do séc. VI: “Aquele vento não inflou, senão que alimentou; aquele fogo não queimou, senão que excitou. Cumpriu-se o que muito antes se tinha profetiza­do: não há discursos e palavras cuja voz deixe de ser ouvi­da (Salm. 18, 4). Para que depois, ao inici­ar-se a pregação do Evan­gelho, se cum­prisse o que segue: O seu pregão sai pela terra inteira e as suas palavras chegam aos con­fins do mundo (Salm. 18, 5). Que outra coisa profetiza o Espí­rito San­to... senão que todos teriam de crer no Evangelho, de forma que a prin­cípio cada um dos fiéis, e depois a Igreja inteira, falasse to­das as línguas?

Que dizem a isto os que não querem incorporar-se à Sociedade Cristã que frutifica e cresce por toda a parte? Podem acaso negar que vem tam­bém ago­ra o Espírito Santo sobre os Cristãos? Por que é que ninguém fala as línguas de todas as gentes (indício da vinda de en­tão), senão porque agora se cum­pre o que então era apenas significado? Naquela oca­sião um só fiel falava todas as línguas e agora a Comunidade dos fiéis as falam tam­bém. Assim, portanto, hoje também são nossas todas as línguas, porque todos so­mos Membros do Corpo que as possui” (“Sermão 269, 1”, atribuído por muito tempo a Santo Agosti­nho; PL. 38, 1234).

► “Porque assim como então, ao receber o Espírito Santo, um só ho­mem fala­va as lín­guas e todos, assim agora, fala todas as línguas a mes­ma Unidade à qual per­tenceis, e na qual re­cebeis o Espírito Santo” (“Sermão 271”; PL. 38, 1245).

São Leão Magno: “Atesta a História dos Apóstolos: ‘Ao chegar o dia de Pentecos­tes, acha­vam-se todos eles reunidos no mesmo lugar, e veio subitamen­te do Céu um ruído se­melhante a um sopro de vento impetuoso, que en­cheu toda a casa onde eles habitavam. E apa­receram-lhes línguas divididas à ma­neira de fogo, e repousou uma sobre cada um deles; e fica­ram todos eles cheios do Espíri­to Santo e começaram a falar em outras línguas, segundo o Espír­ito San­to lhes concedia que se exprimissem’ (At. 2, 1-4).

Como é veloz a Palavra da Sabedoria! Quão depressa se apren­de o que é ensinado quan­do Deus é o Mestre! Não foi preciso ha­ver tra­dução para ser enten­dida, nem prática para ser utili­zada, nem tempo para ser estudada. O Espírito da Verdade soprou onde quis (S. Jo. 3, 8), e as lín­guas próprias de cada povo, torna­ram-se comuns, nos lábios da Igreja.

Foi nesse dia, pois, que começou a ressoar a trombeta da pregação evan­gélica; desde então houve a chuva de Carismas e rios de Bênçãos a irrigarem o deserto e a terra árida por­que a fim de reno­var a face da terra ‘o Espírito de Deus sobre as águas adejava’ (Gên. 1, 2) e para dissipar as antigas tre­vas corus­caram os fulgores de uma nova luz, quando pelo esplen­dor das línguas brilhantes, foi concebido o Verbo luminoso do Senhor, Palavra de fogo, possui­dora de eficá­cia para iluminar e de força para quei­mar, despertando o entendimento e consu­mindo o pe­cado... Alegrem-se os corações de todos os fiéis, porque no mundo in­teiro é louva­do e confessa­do por todas as línguas o Deus Único, Pai, Filho e Espí­rito Santo...” (“1º Sermão de Pentecostes – LXXV Sermão”).

► “Quando os 12 Apóstolos, depois de terem recebido, por ação do Espírito Santo, o Dom de falar as línguas de todos, distribuíram entre si as partes da terra para ensina­rem ao mundo o Evange­lho...” (São Leão Magno, “Sermão no Natalício dos Apósto­los S. Pedro e S. Paulo – Ser­mão LXX­XII”).

São Cirilo de Jerusalém: “Galileus, Pedro e André falavam per­sa ou medo, João e os demais Apóstolos falavam em todos os idiomas aos Genti­os... Que mestre é tão ex­periente que, de uma só vez, ensine a todos os seus ou­vintes o que ignoram? Tantos anos gastos no estudo da gramática e das artes só lhes permitiriam falar grego corretamente, ainda que nem todos o falem com per­feição; se por acaso o retórico ensina a bela linguagem, o gramá­tico não o conse­gue; saber o alfabeto não é conhe­cer a filosofia.

O Espírito ensina ao mesmo tempo numerosas línguas, que nunca aquelas gen­tes tinham aprendido. Que força enorme! Que poder Divi­no! Que comparação entre a ig­norância daqueles e a força ativa das línguas, univer­sal, diversificada, desusada, impro­visada” (“Catéchèses Baptismales et Mysta­gogiques”; ed. Du Soleil Levant, Namur, p. 402, 1962).

Santo Tomás de Aquino: “... E também por este motivo, quan­do foi neces­sário que pou­cos homens pregassem a Verdade da Fé a muitos povos, alguns foram divinamen­te instruídos para ‘falarem várias línguas’, como está dito: ‘Todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar várias lín­guas, segundo o Espírito Santo lhes dava’ (At. 2, 4)” (“Suma Contra os Gentios”, Vol. II, Liv. III, Cap. CLIV, N. 3261 – trad. Portugue­sa por Alexan­dre Cor­rêa).

Santo Tomás escreveu assim, ao comentar a Carta aos Coríntios: “O que se chama aqui ‘língua’ quer o Apóstolo que se compreenda como idio­ma desconhecido e não tradu­zido; como se, em alemão, falasse a um fran­cês e não se traduzisse, isto cha­ma-se ‘língua’”.

São Gregório Magno: “Pensemos quem encontrou os nossos San­tos Pre­gadores e quem os fez. Efetivamente, aqueles que por medo dos ju­deus estavam reuni­dos numa casa fecha­da, cada qual conhecia a língua pró­pria de seu país e, no entanto, nem nessa mesma língua que lhes era conhec­ida, se atreviam a falar publicamente de Cristo; veio o Espírito Santo e lhes ensi­nou a falar diversas línguas e reanimou a valen­tia de suas almas e os que antes temiam falar de Cristo ainda mesmo em seu próprio idio­ma, co­meçaram logo a falar Dele até nas línguas desco­nhecidas...” (“Homilias sobre os Evan­gelhos”, Liv. II, 9 (30, 9), p. 690, Hom. Sobre São João; Obras Completas, BAC, Madrid, 1958).

Luís de Granada: “Desceu o Espírito em forma de um vento forte e em fu­gazes línguas de fogo, pousando sobre as cabeças de seus Discípu­los. E foi tão intensa a cla­ridade e o amor, a suavi­dade e o conhecimento que ali recebe­ram de Deus, que não se pude­ram conter sem sair a público e pro­clamar em altas vozes e em todas as línguas, as grande­zas e maravi­lhas do Senhor... Parece que se naquela oportunidade não tivessem proferido es­tas vozes, es­tourariam e se fariam em pedaços, como os odres novos quando fervem com o vi­nho novo” (“De la Vida Gloriosa de Nuestro Salvador”, Liv. 3, Cap. 42, BAC, Madrid, pp. 889-890, 1952).

São João Bosco: “Haviam passado 50 dias após a Ressurreição do Se­nhor e preci­samente naquele dia celebrava-se a Festa de Pentecostes, quando os Apóstolos e os Dis­cípulos estavam ainda no Cenáculo, reunidos em oração. Pelas nove horas da manhã, de re­pente ouviu-se um ruído, como de ven­to impetuoso. Ao mesmo tempo, apareceram umas pe­quenas chamas, como lín­guas de fogo, as quais vi­sivelmente foram colocar-se sobre a cabeça de cada um dos que estavam naquele Santo lugar. Todos fi­caram cheios dos Dons do Espírito Santo, de tal for­ma que começaram a falar muitas línguas que an­tes desconheciam” (“His­tória Sa­grada”, 7ª Época, Cap. XI; cfr. “História Eclesiástica”, 1ª Época, Cap. III).

Santo Antônio de Pádua: “’E foram todos cheios do Espírito San­to, e começa­ram a falar vári­as línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que fa­lassem’ (At. 2, 4). Eis o sinal da plenitude. O vaso cheio transborda; o fogo não pode ocultar-se. Falavam em todas as lín­guas; ou então, exprimin­do-se na própria língua, a hebraica, eram entendidos por todos como se falassem nas línguas de cada um dos ouvintes... Nota que se observam aqui qua­tro coi­sas. Primeiro, o fim da quinquagésima, ao começar-se: ‘Quando se completa­ram’ etc. Segun­do, a inspiração do Espírito Santo, ao ajuntar-se: ‘E de repente veio do Céu um estron­do’ etc. Terceiro, o aparecimento de línguas de fogo: ‘E aparece­ram-lhes repartidas umas como línguas de fogo’. Quarto, a fala dos Apóstolos em todas as línguas: ‘E enche­ram-se todos do Espí­rito Santo’ etc.” (“Obras Com­pletas – Sermões Dominicais e Festivos”, Vol. I, I – II, “Sermão do Domingo de Pentecostes”, Porto, 1987).

D. Antônio de Macedo Costa: “... E ficaram todos cheios do Es­pírito Santo, e co­meçaram a falar várias línguas...” (“Resumo da História Bíblica – Histó­ria do Novo Testamen­to”, Part. II, N. 98, 1873).


Mons. E. E. Cauly: “... Era a terceira hora do dia; de repente, ou­viu-se o ruído de um vento impetuoso que encheu a casa, e viram-se, no mesmo tempo, línguas de fogo que des­cansavam sobre cada um dos Apóstolos. Logo, to­dos fo­ram cheios do Espírito Santo e en­traram a falar diversas línguas. Este favor extra­ordinário era o sinal exterior das muitas e precio­sas Graças interiores que lhes tinham sido deparadas... De agora em diante o Es­pírito Santo há de rea­lizar as mesmas maravilhas invisí­veis, porém reais, na alma dos cristãos que re­ceberem da mão dos Apóstolos ou dos seus Suces­sores a Graça da Con­firmação” (“Curso de Instrução Religiosa – História da Religião e da Igreja”, Part. II, Cap. I, Art. I, I – II).

R. Pe. Berthe, C.Ss.R.: “... enquanto as 120 pessoas reunidas no Cená­culo esta­vam orando com a Virgem Maria, de súbito caiu um grande pé como de vento violento que com grande ruído encheu toda a sala onde estavam sentados; apareceram depois línguas de fogo, semelhantes a chamas arden­tes, que se divi­diram em breve para ir pousar sobre cada um dos membros da Assembleia. Sob aquele emblema do fogo, vinha o Espírito Santo comu­nicar-lhes todos os Dons do Céu, a inteligência para inter­pretarem as Escrituras, a força para ar­rostarem com os seus inimigos e o Dom das Línguas para ensi­narem a todos os povos. Transforma­dos num momento, com aquela efusão miraculosa da Gra­ça, co­meçaram para logo os Apóstol­os a formular em diversas línguas os pensamentos que o Espírito Santo lhes dita­va no coração” (“Jesus Cristo – Sua Vida, Sua Paixão, Seu Triunfo”, Liv. VIII, Cap. V).

R. Pe. Teodoro Ratisbonne: “... O Espírito Santo, que instantaneam­ente transfor­mou os Apóstolos, produz nas almas cristãs, gradualmente, transfor­mação análoga... Encarre­gados de ensinar o Evangelho a todas as na­ções da ter­ra, receberam os Apóstolos, com o Dom das Línguas, todas as ou­tras Gra­ças necessárias ao desempenho de sua Missão Di­vina... O Espírito Santo, que desceu so­bre os Apóstolos no dia de Pentecostes, dá-se às al­mas fiéis pelo Sa­cramento da Confirmação...” (“Miga­lhas Evangélicas”, pp. 230-235).

Mons. José Quinderé: “... Os Apóstolos, na incontida ânsia de comunic­arem o fogo que os abrasava, aparecem ao povo ali reunido. Foi grande o pasmo que causou verem-se po­bres pescadores ignorantes, que mal falavam a própria língua, pregarem Jesus Cristo com tal in­trepidez e unção que a to­dos co­moveu. E a admiração tocou ao auge quando cada um notou que, sendo to­dos de procedên­cia diversa e diferentes os idiomas que falavam, compreen­diam a Pedro, cuja língua nativa não combinava com a de nenhum dos presentes...” (“Pala­vra de Vida Eterna”, Sermão sobre a vinda do Espírito Santo).

Luís Augusto Rebello da Silva: “... Logo se lhes infundiu a virtu­de do Espírito San­to, e co­meçaram a falar diversas línguas, Dom que por Ele lhes era concedido... escu­tando entendia na sua própria língua quanto pre­gavam os Apóstolos. Atônitos e olhando exclamavam uns para os outros: ‘Não são estes galileus? Como falam, pois, na língua em que (nós) nos cria­mos? ... ouvi­mos, e entendemos nos idiomas da nossa pá­tria os louvo­res e maravilhas de Deus, atestados por eles. O que significa isto?’” (“Fastos da Igreja – Vida de Jesus Cristo”, Liv. IV, Part. II, Cap. IV).

Ven. Pe. Manuel Bernardes, Orator.: “... Acha-te presente em espírito no Ce­náculo, que era a Mística Arca de Noé, onde estavam então guarda­das as Sementes da Reli­gião Cristã, que se haviam de difundir pelo mundo uni­verso. Vê como todos aqueles cora­ções, cada qual conforme a sua medi­da, ficaram cheios do Dom Celestial, e começaram a bro­tar pelas línguas os pre­gões das grande­zas de Deus...” (“Luz e Calor”, Part. II, Medit. XXXI, Pont. III).

R. Pe. Leonardo Goffiné, Premonst.: “... Cabe aqui notar que, em ponto de lín­guas, dava-se duplo milagre nos Apóstolos; o primeiro, que fala­vam cada qual a sua lín­gua, fosse grego ou persa, ou romano, etc.; o segun­do, que todos os entendiam quan­do falavam a todos em geral, ainda que só usassem então da sua própria língua...” (“Gof­finé – Manual do Cristão”, Sermão da Do­minga de Pentecostes).

Dr. João Alzog: “... O Espírito Santo desce sobre os Apóstolos e todos os Discípu­los reunidos (At. 2, 4), sob a forma de línguas de fogo, símbolo do Dom das Línguas, que lhes é concedido, que também não é senão um sinal do fogo divino que os purifica, aquece e ani­ma. Desde esse momento fa­lam a to­dos os homens, que a Solenidade trou­xera a Jeru­salém, e são de todos mila­grosamente compreendidos” (“História Universal da Igreja”, Tom. I, 1º Pe­ríodo, Part. I, Cap. II, Art. XLIII).

R. Pe. Fr. Manuel da Madre de Deus, O.C.D.: “... Saindo logo para fora da casa onde esta­vam, sem medo algum levantam sua voz contra os ju­deus que tinham crucifica­do o Messias prometido, Jesus Cristo, verdadeiro Deus e ver­dadeiro Homem, que os tinha vin­do re­mir do pecado. Eles sendo pes­cadores tão grosseiros e ignorantes, que nem ainda sabi­am ler, citam a Sagrada Escritura, apontam mui­tas das suas profecias, formam discursos lógi­cos e ad­miráveis, e de tal modo e com tantos milagres, que estando então em Jerusalém uma grande multidão de povo de muitas partes do mundo, todas as pesso­as de diferentes lín­guas os ouviam e enten­diam...” (“Práticas Mandamentais ou Reflexões Morais so­bre os Man­damentos da Lei de Deus e os Abusos que lhe são opostos”, Prát. X – sobre a Vinda do Espí­rito Santo).

R. Pe. Pedro Cerruti, S.J.: “... as línguas de fogo, que descan­saram sobre cada um dos presentes; - o Dom das Línguas: ‘começaram a fa­lar em várias línguas, confor­me o Espírito Santo lhes concedia que falas­sem’ (At. 2,4), de modo que a multi­dão... cada um estava atônito e admira­do, ouvindo-os falar a sua própria língua de ori­gem (At. 2, 6-11)... Foi uma tem­pestade, que infun­diu de repente nos Apóstolos a capaci­dade de fala­rem as várias línguas dos ouvintes? Se fosse um conhecimento natural, como se explica toda aquela admiração da multidão presente?” (“Síntese da Teologia Ca­tólica – O Cristianis­mo em sua Origem Histórica e Divina”, Tom. II, Part. II, Cap. III, Art. VI, Tese XVI, n. 356, a. 1).

RR. PP. Pablo Arce e Ricardo Sada, Opus Dei: “No dia de Pente­costes, os Após­tolos rece­beram o Espírito Santo e começaram a pregar em dife­rentes línguas” (“Curso de Teologia Dogmática”, Part. XIV, Cap. III, Art. I).

R. Pe. Luís Bronchain, C.Ss.R.: “Apenas os Apóstolos recebe­ram o Espírito San­to, conhece­ram todos os Mistérios a revelar ao mundo. Ignoran­tes até então, encheram-se da ci­ência das Escrituras e falaram diversas lín­guas sem as haver aprendido. A Lei da Gra­ça ficou como que inscrita em seus corações; amavam-na e sentiam-se constrangidos a obser­vá-la. O ardor da Caridade tornou-os capazes de sacrificar mil vidas para a glória e o serviço do caro Mestre. Daí o zelo da salvação das almas, que os dispersava para todos os países” (“Medita­ções para todos os dias do ano”, Tom. II, Cap. “Domingo de Pen­tecostes”, Art. 2º).

R. Pe. Robaldo, S.S.P.: “Cada um ouvia-os falar na sua própria lín­gua: O Es­pírito San­to desceu sobre eles e encheu suas almas. Cada um dos presentes, individual­mente, falava as lín­guas de todos os povos. Este fato de um homem só que fala lín­guas de muitos, além de ser uma Graça Ex­traordinária, para tornar fácil e rápida a prega­ção do Evangelho, era também símbolo de que a Igreja devia chegar a todos os povos e uni-los numa só Fé, sob um só Pastor, o escolhido por Jesus Cristo, isto é, S. Pedro e seus Su­cessores, os Sumos Pontífices. Semelhante fato não se viu nunca no início das outras reli­giões e das outras igrejas fundadas por homens. Após o Dilú­vio, a soberba im­piedade dos homens mereceu a confusão da única lingua­gem falada; mas a humilde pie­dade dos fiéis mereceu reunir as línguas pri­meiro numa só pessoa e depois na Igreja Ca­tólica, que fala agora todas as línguas do mundo (S. Agostinho)” (“O Evangelho da Juven­tude”).

J.C.M. Colombo, Barnab.: “Queixas-te, acaso, que o mesmo Espíri­to Santo não mais produza os efeitos visíveis de Pentecostes? Entre­tanto, se rareiam os Dons exte­riores menos ne­cessários, sempre persistem os Dons interiores mais fecundos” (“As Epís­tolas Dominicais – Domingo de Pente­costes”).

João Leopoldo Sarto: “Dez dias depois, na Festa de Pentecos­tes, pela manhã ou­viu-se um ruído como de vento muito forte, e sobre as cabe­ças das pessoas reunidas na sala apareceram línguas de fogo. No mesmo instante pu­seram-se todos a falar línguas estrangei­ras. Ao mesmo tempo com­preenderam que o Reino de Deus se estabelece não como os reinos da terra mas nas almas pela Graça... Em muitas outras ocasiões, também foi eviden­te a ação do Espírito Santo, não só nas decisões de São Pedro e dos Apóstolos quan­do cuida­vam de organi­zar a Igreja, como em pessoas que os ajuda­vam e que, como eles, recebiam vá­rios Dons Extra­ordinários: falar línguas estrangeiras sem as ter apren­dido, anunciar acontecimentos futuros, fazer milagres, e sobre­tudo o zelo no apostolado e a cora­gem para enfren­tar as perseguições e a morte. Todos estes prodígios eram necessários para provar aos judeus e aos pagãos que a nova Doutrina vinha realmente de Deus... Quanto às pessoas, não são mais neces­sárias as mani­festações milagrosas, e o Espírito Santo vem de modo invisível, primeiro no Batis­mo e na Cris­ma ou Confirmação...” (“Quero viver a verdadeira Vida”, Part. III, Cap. 39).

Mons. Ronald Knox: “...E se vos aproximásseis, reconhece­ríeis Pe­dro a fa­lar a língua da Capadócia, ou Tomé a falar fluentemente o idioma dos Partos, ou Mateus a repe­tir trechos do seu Evangelho no dialeto dos Berbe­res do Norte da África. E o con­tágio do seu exemplo alastrou-se. As pessoas repetiam o que ouviam, quase sem o en­tenderem, numa autênti­ca Babilônia de lín­guas estranhas. Desse tohu e bohu de nacionali­dades, aque­la resposta do Espírito Santo surgia, uma vez mais, em desejos de amor por Aque­le Deus que ti­nha feito com que todas as nações habitassem a face da terra. Que significou tudo aqui­lo? Significou, falando de um modo geral que, naquele dia, nasceu a Igreja Católica” (ob. cit., Cap. XVIII).

S.S. o Papa João Paulo II: “No dia de Pentecostes, ... sobre os Apósto­los congre­gados no Cenáculo em oração, juntamente com Maria, Mãe de Jesus, desceu o Espírito Santo prometido, como le­mos nos Atos dos Apóstolos: ‘Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começ­aram a falar em outras lín­guas, segundo o Espírito lhes concedia que se exprimissem’ (2, 4), ‘reconduzindo, des­se modo, à Unidade as raças dispersas e oferecendo ao Pai as primí­cias de todas as nações’ (cfr. S. Irineu, “Adversus Haere­ses”, III, 17, 2; SC 211, pp. 330-332)” ( Car­ta Encíclica “Dominum et Vivificantem”, Part. II, n. 30; de 18-05-1986 ).

D. Helder Câmara: “Oh! Pedro, teu primeiro sermão ouvido por ho­mens de lín­guas muito di­versas, foi traduzido miraculosamente por Deus na língua própria de cada um de seus ouvintes (At. 2, 8). Não sei se é mais fácil ou mais difícil o milagre que eu desejo. Que eu saiba falar os mil dialetos modernos, os pa­tuás sem conta que surgiram entre os ho­mens de le­tras. E que falando como os de hoje falam consiga traduzir não só a Palavra Eterna, o Verbo Di­vino e Imortal!” (R. Pe. Helder Câmara, “Em tor­no da Psicologia da Fé”, excerto da Re­vista “A Or­dem”; cfr. Revista do Clero, Anno XIX, outubro de 1938, nº 10).

► “Os Apóstolos recebem o Espírito Santo no Pentecostes e anunci­am 'as maravi­lhas de Deus' ( At. 2, 11)” (Compêndio do Catecismo da Igreja Cató­lica, 2ª Parte, 2ª Seção, Questão 265, pp. 91/92, ed. Loyola, 2005).

"Antiga Tradição narra que essas chamas se difundiram antes sobre a cabe­ça de Maria para daí fragmentar-se em forma de línguas so­bre os Apóstolos e Discípulos" (R. Pe. R. Plus, "Maria em nossa História Divi­na", p. 107, Lisboa, 1948).

"Só os Discípulos as viram (as línguas de fogo) como enorme globo de fogo chamas luminosas que se repartiam sobre cada uma das pes­soas presentes" (R. Pe. Alfred Barth, "Enci­clopédia Catequética", Vol. I, Part. I, Liç. XXXIX).

► “Fueron elegidos los primeros discípulos de Cristo para que recorrie­sen el mundo pre­dicando la fe en El, según aquello que leemos en San Mateo: 'Id y en­señad a todas las gentes' (28, 19). Ahora bien, no era razonable que quienes eran enviados para instruir a otros, necesitaran ser por éstos instruí­dos sobre cómo habían de entender lo que por otros se les de­cía. Sobre todo, que estos en­viados eran de uma sola nación, a saber, judíos, conforme lo que había predicho Isaías: 'Vendrá un día en que sai­drán con ímpetu de jacob y llenará su descen­dencia toda la tierra' (27, 6). Eran, además, los enviados po­bres y sin poder, los cuales no era fácil que encontrasen al princípio quienes interpretasen fielmente sus palabras o les declara­sen las de otros, máxime siendo enviados a gentes infie­les. Por esta razón, fué ne­cesario que Dios proveyese a esta necesidad medi­ante el don de lenguas, a fin de que, como se había in­troducido la diversidad de las lenguas cuando los hombres comenzaron a darse a la idolatría, así se diese el remedio a esta diversidad cuando habían de ser reducidas al culto de un solo di­os. De ambas maneras pudo suceder, a saber, que, hablando uma sola lengua, fuesen de to­dos entendidos o que ellos hablasen las lenguas de todos. Y era esto lo más conveniente, por­que tocaba a la perfección de la ciencia de aquellos que así no sólo podían hablar, sino enten­der lo que otros les decían. Si todos entendie­sen la úni­ca lengua de los predicadores, esto se­ría, o por la ciencia de los oyentes, que podían entender a los que hablaban, o sería uma ilu­sión, pues perci­bían con sus oídos palabras muy distintas de aquellas que profe­rían los que les hablaban. Por esto dice la Glosa que 'fué mayor milagro que ellos hablasen las lenguas de to­dos' (1. c. not. 2). Y San Pablo dice: 'Doy gracias a Dios de que hablo las lenguas de todos vo­sotros' (I Cor. 14, 18)” (São Tomás de Aquino, “Suma Teológica”, 2-2 q. 176 a. 1; BAC, Madrid).


E por fim, cantemos com toda a Igreja:


► “... Já todos falam línguas
de todas as nações,
que embriaguez presumem
as santas efusões...”

(Ofício Divino – Liturgia das Horas: segundo o Rito Romano,
Liv. II, “Hino de Laudes do Domingo de Pentecostes”, p. 928, 1995).


Eis alguns fragmentos de Doutrina Católica no Protestantismo:

No dia de Pentecostes, os discípulos falaram línguas. A multi­dão en­tendeu o que eles di­ziam. Cada um do povo os entendia falando na sua pró­pria língua. Ali eram idiomas ou dialetos conhecidos... Qualquer que seja a in­terpretação dada às línguas de Co­rinto, não se pode negar que Paulo exi­ge or­dem, o que parece não acontecer nesses movi­mentos modernos... Este ca­pítulo 14 que muitos adotam como modelo para um dom de lín­guas hoje, na reali­dade é uma restrição ao uso des­sas línguas, e uma colação delas em oposição inferior a outros dons”. (Revista de Jovens e Adul­tos da Convenção Batista Flu­minense, “Palavra & Vida”, Lição 12, p. 73, Ja­neiro-Fevereiro-Março de 2005)


___________________

Fonte: Acessar o ensaio "Elucidário sobre o Dom das Línguas" no link "Meus Documentos - Lista de Livros".

Kateri Tekakwitha, a primeira santa indígena norte-americana


Canonizada uma pele-vermelha convertida em 1676


ROMA, quarta-feira, 21 de dezembro de 2011 (ZENIT.org) – Ela é a primeira nativa norte-americana beatificada. Em breve, também será a primeira santa. Entre os decretos de canonização que o papa Bento XVI assinou ontem, chama especial atenção o de Catarina Tekakwitha, uma indígena “pele-vermelha” que viveu no século XVII.

Nascida em Osserneon, perto da atual Nova Iorque, em 1656, Catarina era filha de um iroquês pagão e de uma algonquina cristã. Aos quatro anos de idade, seu rosto ficou desfigurado pela varíola, que lhe causou ainda um grave enfraquecimento da visão.

Órfã, acabou confiada aos cuidados de um tio que lhe deu o nome de Tekakwitha, que significa "aquela que põe as coisas em ordem".

Foi batizada quando adulta, aos 20 anos, no domingo de Páscoa de 1676, depois de um encontro com um grupo de missionários franceses que lhe deram o nome de Kateri, versão do nome Catarina. Sua conversão provocou a ira do tio, o que a obrigou a fugir para a região da atual cidade canadense de Montreal, sob a proteção da Missão de São Francisco Xavier.

Antes ainda do batismo, Kateri havia consagrado o seu corpo a Deus, fazendo um voto de castidade que, pouco antes de sua morte, tornou-se um voto de virgindade.

Pelo resto de sua curta vida, a beata se submeteu a penitências, passando longas horas em oração, inclusive ao ar livre nos dias mais gelados do longo inverno canadense. Sua conversão ao cristianismo não foi compartilhada pela sua tribo originária. Por esta razão, Kateri sofreu discriminação e perseguições de todos os tipos.

No dia de sua morte, em 17 de abril de 1680, desapareceram milagrosamente os sinais da varíola e seu rosto foi descrito como “belíssimo”. Suas últimas palavras, pouco antes de morrer, foram: "Jesus, eu te amo". Muitos doentes ficaram inexplicavelmente curados depois de assistir ao seu funeral.

Kateri, ou Catarina Tekakwitha, foi beatificada pelo papa João Paulo II no dia 22 de junho de 1980, após um processo canônico que durou 96 anos.

ZP11122105 - 21-12-2011
Permalink: http://www.zenit.org/article-29413?l=portuguese

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