Blog Católico, para os Católicos

BLOG CATÓLICO, PARA OS CATÓLICOS.

"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

sexta-feira, 1 de maio de 2020

AS POMBINHAS DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA MISSIONÁRIA.

Coroação de Nossa Senhora de Fátima, a 13 de Maio de 19461



O Grande retorno de Nossa Senhora de Boulogne
(1943 - 1948)

Em 1938, para comemorar o terceiro centenário da consagração da França à Virgem Maria pelo rei Luiz XIII, na cidade de Boulogne, várias reproduções da imagem de Nossa Senhora de Boulogne, foram enviadas em visita a algumas centenas de paróquias do norte da França. Uma delas foi levada a Lourdes, cidade da Imaculada, e aí ficara.

Alguns anos mais tarde, em 28 de março de 1943, os bispos da França consagraram todas as dioceses da França ao Imaculado Coração de Maria, para fazer eco à consagração do mundo, por Pio XII, em 31 de outubro de 1942. Foi então que o padre Ranson S.J. organizou o grande retorno de Nossa Senhora de Boulogne, de Lourdes até o santuário no norte da França. O sucesso foi extraordinário, a tal ponto que rapidamente se decidiu fazer peregrinar quatro imagens idênticas, por caminhos diferentes. As imagens eram recebidas nas cidades e aldeias por multidões de fiéis. Era uma gigantesca missão mariana centrada na conversão pessoal e na consagração ao Imaculado Coração de Maria. O prodigioso percurso durou sessenta meses.

Devemos assinalar a surpresa dos meios da ação católica: “O grande retorno a Reims, dizia o diretor, atingia ambientes que nunca jamais a ação católica tinha atingido. Apresenta-se para nós muitos problemas” - “Há anos, afirmava outro responsável, tentamos apresentar o problema religioso nos meios mais descristianizados. Nossos esforços foram vãos. Nossa Senhora do grande retorno passa e, de modo inacreditável, em alguns dias torna-se o único assunto das conversas, não somente de católicos, mas também entre homens e mulheres que pensávamos estar bem afastados de nossa fé. Todo mundo trabalha, faz guirlandas, arcos de triunfos”.2

Manifestamente a Virgem Maria preparava os corações para um projeto ainda mais glorioso.

Um Projeto iniciado em Berlim, Alemanha.

Em maio de 1945, quando a guerra terrível enviada por Deus para castigar o mundo acabava, os vigários das paróquias católicas de Berlim tiveram a ideia de conduzir uma imagem da Virgem de região em região, para consolidar a paz recentemente conseguida. Naturalmente pensaram em fazer peregrinar uma imagem daquela que tinha prometido: “Se escutarem meus pedidos, a Rússia se converterá e haverá paz.”(Fátima, 13 de julho de 1917).

Durante dois anos o projeto dos párocos de Berlim passou de repartição em repartição. Finalmente, foi o plano de um jovem religioso belga, padre Demontiez O.M.I., que tomou corpo: em 13 de maio de 1947, uma imagem de Nossa Senhora de Fátima, partiu da Cova da Iria, para ir presidir o Congresso Marial de Maastricht, dos Países Baixos e começou a viagem através das fronteiras da Europa e do mundo inteiro.3

Ninguém poderia ter imaginado o formidável movimento de oração, de penitência, de conversões e maravilhas de toda espécie que a Virgem Maria provocaria à sua passagem.



As Marés Humanas

No começo foram multidões imensas que ficavam à espera de Nossa Senhora. Nada era mais desproporcional aos resultados que os meios de publicidade empregados. Bastava uma palavra do clero e todo o povo de uma cidade, às vezes de uma região inteira, se deslocava para trazer suas homenagens à Rainha da paz.

Desde sua partida da Cova da Iria, os fiéis se apressavam em cercá-la, e as primeiras conversões começavam a acontecer.

Na Espanha contava-se em certas cidades até 100 ou 200 mil fiéis para aclamar a Virgem. Os bispos vinham recebê-la, os chefes políticos das aldeias saldavam-na, o exército apresentava armas. Onde ela passava cinemas e teatros se fechavam e o dia era feriado para que todo mundo pudesse aclamar a Senhora.

A acolhida da França foi mais reservada, o governo chamado da “liberdade” se mostrava irritado por aquela manifestação pouco adequada ao laicismo que tinha vindo ao poder.4 Contudo, os organizadores conseguiram fazer passar a imagem em certas cidades e ela recebeu uma acolhida calorosa: Hendaye, Bayonne, Lourdes, e daí rapidamente para a fronteira belga.

A Bélgica foi mais entusiástica, de novo foram centenas de milhares de peregrinos que aclamaram a Virgem de cidade em cidade, para chegar finalmente ao Congresso de Maastricht, onde os cardeais e bispos da Bélgica, Holanda e Luxemburgo beijaram a branca imagem.

Daí a Senhora passou para a Holanda e depois para Luxemburgo. Nesse pequeno país que não contava mais de 250.000 habitantes, houve 100.000 comunhões em honra da Virgem peregrina.

Paris, e novamente a Bélgica, foram as novas etapas, antes do retorno a Portugal.
O mesmo entusiasmo das multidões se deram nos outros “caminhos”. Estados Unidos, Canadá, América do sul,5 África,6 Ásia e Oceania.7

É preciso notar ainda uma nova peregrinação espanhola em 1948, onde a Virgem reuniu 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) fiéis em Madri.8 Houve quinze curas milagrosas, durante uma missa celebrada para 13.000 doentes.

Um ponto capital deve ser destacado: essas manifestações não eram a expressão de um simples entusiasmo exterior e superficial. Em toda parte houve confissões, comunhões, Rosários, horas de reparação, consagrações individuais ao Imaculado Coração de Maria.

Ligas de oração, ou de penitências foram fundadas para prolongar a irradiação de sua visita.

Como por ocasião do grande retorno à França, a Virgem Maria realizava apostolado realmente sobrenatural, indicando os meios para de novo recristianizar o mundo.



O Misterioso Prodígio da Peregrinação Mundial:

AS POMBINHAS DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA


Um dos mais belos adornos da peregrinação mundial, foi certamente o gracioso prodígio das pombas brancas, misteriosamente atraídas pelas imagens benditas de Nossa Senhora de Fátima.

A primeira cidade que viu o fenômeno foi a mais revolucionária de Portugal, Bombarral.

Decorria o ano de 1946, e Portugal celebrava o terceiro centenário de sua Consagração a Nossa Senhora da Imaculada Conceição, Rainha e Padroeira de Portugal (1646), proclamada pelo rei D. João IV. Surgiu a ideia de levar a imagem de N. Sra. da Conceição, de Vila Viçosa até Lisboa. Em 1946, a Imagem de N. Sra. de Fátima já era grande atração para muitos peregrinos. Então, foi pedido que aquela sua representação fosse, igualmente, a Lisboa para que, no dia 8 de dezembro de 1946 se encontrasse com a imagem da Imaculada Conceição de Vila Viçosa, quando uma grande Celebração festiva seria realizada pelos 300 anos da Padroeira de Portugal.

Nesta comemoração da Consagração de Portugal a N. Sra. da Conceição, N. Sra. de Fátima foi coroada no dia 13 de maio pelo Cardeal legado (representando o Papa, para a solenidade), Dom Aloisio Masella, diante de 800 mil fiéis. Encerrava-se, assim, o Congresso Mariano de Évora - cidade onde, 300 anos antes, fora pronunciado o voto - e, em seguida, a procissão solene, de mais de 400 km, teve início, em homenagem à Virgem Peregrina.

Esta viagem triunfal, que se estendeu de 22 de novembro a 24 de dezembro, atraindo multidões, foi marcada por um evento insólito.


A Imagem de Nossa Senhora de Fátima, a caminho de Lisboa, passando pelo oeste, atravessou Bombarral, a 1º de Dezembro de 1946. Cinco pombas brancas, lançadas ao ar por D. Maria Emília Coimbra e sua filha Teresinha Campos, pousaram, uma após a outra, aos pés da Imagem, voltando-se para ela com atitudes surpreendentes. A partir de então, muitas pombinhas foram soltas e muitas delas se refugiavam aos seus pés, aí permanecendo, noite e dia, sem procurar alimentos, sem bicar ou debicar a estátua ou as flores que a ornavam, sem serem perturbadas pela multidão, virando-se para os oradores, para o Santíssimo ou para o Crucifixo - quando estes eram colocados sobre o Altar -, seguindo a estátua sempre que era transportada, em automóveis ou aviões, quando rumava para os outros continentes. Sua delicadeza e reverência precediam a imagem, e as aves a aguardavam, postando-se nos locais onde seria colocada.

Para surpresa de todos, as aves permaneceram ali por horas e dias, sem se moverem e sem se assustarem com as manifestações de louvor e o barulho feito pela multidão. Muitos fiéis chegavam a alimentar as aves, que segundo relatos da época elas recusavam os alimentos e água, por vezes como se curiosamente jejuassem em penitência a Nossa Senhora de Fátima.

No dia 6 de Dezembro de 1946, uma pomba se coloca sobre a coroa de Nossa Senhora, simbolizando assim o Espírito Santo e logo após ela se volta ao altar e permanece de asas abertas, como se estivesse em ato de adoração’.9



As pombinhas, de noite e de dia, nas celebrações e vigílias, sob os cânticos e as aclamações, sob chuva e foguetes, durante todo o percurso, jamais deixaram a Imagem até chegar a Lisboa, no dia 8 de dezembro, data em que outros pássaros se associaram a elas. O fenômeno foi registrado pela imprensa daqueles dias. Foram as pombas de Bombarral, as primeiras a manifestarem a sua presença carinhosa junto à Imagem de Nossa Senhora de Fátima. E isto marcou profundamente o espírito do povo português: o Cardeal de Lisboa expressou o seu assombro na mensagem radiofônica, divulgada por ocasião do Natal de 1946 e todos os jornais do país refletiram a sua emoção. O Padre Miguel de Oliveira assim escreveu na edição de 7 de dezembro, da publicação Novidades, quase inteiramente dedicada às pombinhas de Nossa Senhora:10

Ao término de alguns séculos, não faltarão espíritos fortes que sorrirão da nossa ingenuidade e questionarão como teria sido possível, em pleno século XX, que uma lenda típica da Idade Média fosse criada. Porém não se trata de uma lenda, ó homens do futuro! Trata-se de uma realidade que nossos olhos contemplam, esta é a história autêntica, testemunhada por centenas e centenas de milhares de pessoas’.


O que mais impressionava as testemunhas era a atitude religiosa daquelas pombinhas. Por exemplo, foram vistas se voltarem para o púlpito na hora do sermão, colocarem-se umas à direita, outras à esquerda do Ostensório na exposição do Santíssimo Sacramento. Em Lisboa, em 6 de dezembro, durante a missa solene, uma das pombas, foi ficar em cima da coroa da Virgem, e aí ficou com as asas abertas viradas para o altar o tempo todo que durou as 3 mil comunhões.

O fenômeno das pombas se manifestou também durante a peregrinação mundial: no Congresso Mariano de Madri (1948) e em muitas dioceses da Espanha, na França,11 em diversos países da África,12 nas peregrinações da América do Sul, (sobretudo na Colômbia, em 1950).

Citemos aqui um fato impressionante que se realizou na capital francesa, Paris, em 8 de dezembro de 1952. Uma grande reunião de informações sobre o Exército Azul tinha sido organizada no Parque de Exposições para lançar o movimento na França. Hamish Fraser (1913-1986) devia tomar a palavra na presença de Monsenhor Rupe, bispo auxiliar de Paris. O orador fora comissário nas brigadas comunistas durante a guerra na Espanha. Foi ele quem comandou o pelotão que, depois de um simulacro de julgamento, condenou Cristo Rei à morte e fuzilou sua imagem numa praça de Madri.13 Pois ele tinha se convertido ao catolicismo e se tornado um ardoroso apóstolo das mensagens de Fátima.

No momento em que ia começar a falar, uma pomba desceu do alto da sala fez um giro em cima do estrado, pousou sobre a sua cabeça, enquanto ele se levantava. Ficou aí uns 12 minutos, apesar dos flashs das máquinas fotográficas. Ora, eis as palavras que Hamish Fraser tinha resolvido dizer na Conferência:


Sei que a oração pode converter os comunistas. Sei que a oração pode converter a  Rússia. Que a Rússia se converta ou não, que haja uma terceira guerra mundial ou não, que a Igreja de Jesus Cristo volte as catacumbas ou não, isto depende de uma resposta a uma pergunta: ‘Estamos preparados para fazer o que nos pediu a Mãe de Deus pessoalmente?’ Se respondermos a esta pergunta dizendo sim, a Rússia se converterá e haverá paz e poderemos olhar o futuro de frente. Se hoje o Corpo Místico de Jesus Cristo está crucificado, não são os comunistas os principais responsáveis, pois os soldados de Stalin que estão a beira de enfiar os cravos na carne do Corpo Místico da Igreja não são os agentes do Kremlin, mas de nossa apatia, de nossa letargia, nossa falta de lealdade e de coragem. Assim que nós, católicos, começarmos a aceitar plenamente nossas responsabilidades, o comunismo se tornará tão ineficaz, quanto a heresia ariana. Na minha fraca e humilde opinião, Fátima é o acontecimento mais significativo do século, talvez o mais significativo da história, do protestantismo para cá”.14

Enviando uma de suas brancas pombas para ficar na cabeça do orador, a Virgem de Fátima estava aprovando o magnífico discurso que ele ia pronunciar.


Vozes de Fátima15

Sua Eminência, o Cardeal Cerejeira, Patriarca de Lisboa, chamou-as de “ANJOS DISFARÇADOS”. Eu ouvi em Aymonte, na Espanha, ao falecido Cardeal Segura afirmar: “Las palomas escapam al natural”.

S. Excia. D. Agnelo Rossi nomeou-as: “PAGENS DA VIRGEM”. Muitos milagres de conversões as pombas provocaram.

Dizia um médico: “A Imagem atrai-me, mas, as pombas convertem-me”.

Afirmava outro: “Diante desta visão, é forçoso mudar de vida”.

Investigava-se um terceiro: “Serei eu pior do que estes animais? Vamos mudar de vida”.

Há também uma pobre Madalena, a quem uma irmã enviara uma pena das pombas de Fátima pelo correio. Voltou arrependida.



O Dedo de Deus está na Imagem Peregrina
de Nossa Senhora de Fátima16


Nossa Senhora Missionária


É preciso falar agora da atração dos não católicos pela Virgem de Fátima.

Durante a peregrinação mundial, Nossa Senhora de Fátima chamou os não católicos, não para praticarem os seus cultos aos seus deuses, mas, para se voltar a Ela, única medianeira junto ao único mediador, Nosso Senhor Jesus Cristo.

Em Patna, na Índia, o governador da província, brâmane,17 entrou na Igreja e rezou diante da imagem da Virgem.

Numerosos países da Ásia, da África e da Oceania, governadores e prefeitos, pagãos e protestantes, autorizaram e facilitaram procissões que muitas vezes faziam pela primeira vez naquela cidade onde os católicos são uma pequena minoria. Dirigiam a Nossa Senhora homenagens e a oração oficial de seus administrados.

Na África do Sul, todas as raças e religiões se juntaram na hora das procissões mariais. Em Untata, uma delegação de anglicanos veio solicitar ao bispo que fizesse parar a procissão diante da catedral deles. A autorização não foi dada, para não dar apoio à religião falsa, mas conseguiram que o cortejo passasse pela frente. No momento em que a procissão passou, eles abriram as portas da catedral e assistiram a passagem da Virgem, unindo-se aos cantos e orações, seguindo o cortejo com flâmulas nas mãos.


Dois Casos Particulares:
os Muçulmanos e os Protestantes.


A acolhida triunfal dos muçulmanos.

A Virgem Maria exercia uma atração especial sobre os muçulmanos. Do Marrocos espanhol ao Cairo, a branca imagem foi objeto de toda espécie de homenagem. Os corais muçulmanos pediam favores em seguir as procissões; os imans ensinaram os seus cânticos aos cristãos da cidade sem missionário, arcos de triunfo foram erguidos diante das mesquitas adornadas.

No Moçambique o fervor muçulmano foi tal que houve numerosas conversões ao catolicismo. Na cidade de Têtê, os maometanos que normalmente nunca descobrem a cabeça, aceitaram tirar o turbante para poder assistir a missa.

Na Etiópia, em Addis-Abeba nada se tinha previsto para receber Nossa Senhora e os prudentes tinham mesmo aconselhado a não irem àquele país muçulmano. Foi um triunfo inaudito e o Nêgus, o chefe do país em pessoa, fez homenagem à Virgem. Mas o país muçulmano onde houve mais fervor à Rainha da Paz foi certamente no Paquistão. A Virgem foi escoltada por elefantes e milhares de muçulmanos seguiram a procissão.18 Pode-se perguntar se aparecendo em 1917 numa localidade que tem um nome árabe, Fátima, a Mãe de Deus não quis atrair para Ela os olhares dos povos muçulmanos.19 A situação geográfica da Rússia e sua influência sobre os países maometanos, leva de fato a pensar que a conversão da Rússia levará à conversão dos muçulmanos.


Conversão dos Protestantes

Nos Estados Unidos, os protestantes se precipitaram em multidões para junto da imagem de Nossa Senhora.20 Assim na cidade de Buffalo (estado de New York) que não contava senão algumas dezenas de milhares de católicos, mais de 200 mil pessoas vieram venerar a imagem, “a maior reunião da cidade”, segundo a nota de um relatório policial.

Em Flora, no Illinois, um proprietário protestante de um jornal local organizou um altar diante de seu escritório para aí entronizar Nossa Senhora e fez pregar o dia todo aos transeuntes a mensagem de Fátima, episódio imprevisto nesta cidade que só contava na época 200 católicos.

Para satisfazer a curiosidade americana, o grande magazine Life, numa tiragem de 8 milhões de exemplares, que era considerado o bastião inexpugnável do protestantismo, publicou sobre Fátima, a 3 de janeiro de 1949, um artigo muitíssimo exato com numerosas fotografias, tal que nenhum jornal católico Francês jamais publicou.

Lá também, a passagem da Virgem de Fátima através da América do Norte, não foi um simples fogo de palha sem amanhã, mas despertou obras duráveis. Citemos:

o terço diário recitado na rádio por Mons. Legêr, bispo de Montreal, seguido por um milhão de ouvintes.

– “A Hora do Rosário”, organizada pelo Padre Peyton e retransmitida todas as sextas-feiras para a maior parte das cadeias de rádios norte-americanas.

– “A Sociedade da Reparação”, fundada pelo Padre Ryan, S.J., de Baltimore;

O “Exército Azul” fundado pelo Padre Colgan e John Haffert, cuja finalidade era despertar um movimento de oração e penitência em favor da conversão da Rússia.

Grande movimento de conversão se realizou então nos Estados Unidos. O cônego Barthas escreveu:

Como não atribuir a Nossa Senhora de Fátima as milhares de conversões de comunistas e protestantes, obtidas pelo seu grande apóstolo nos Estados Unidos Mons. Fulton Sheen (1895-1979)? Também tantas conversões de comunistas influentes nos países Anglo Saxônicos, principalmente, sobretudo quando eles, tais Douglas Hyde ou Hamish Fraser, declaram haver sua volta ao catolicismo à intercessão de Nossa Senhora de Fátima?21

É verdade esta aproximação dos heterodoxos para junto de Nossa Senhora de Fátima não era ainda o retorno dos povos ao único rebanho, não era a hora, pois a Rússia ainda não tinha sido consagrada ao Imaculado Coração de Maria. Mas era uma prefigura.

No dia 18 de Abril de 1951, a Imagem Peregrina de Fátima era recebida no porto da Bahia. Desde então, depois de recebida no Santuário do Rio Grande confiou aos Padres Capuchinhos, a Imagem peregrinou pelo Brasil numa trajetória de milagres da graça e também de curas extraordinárias divulgadas pelo Correio Rio-Grandense de Caxias do Sul.

Diz S. S. o Papa Pio XII em seu discurso radiofônico aos peregrinos de todo o mundo, no encerramento simbólico do Ano Santo em Fátima, em 13 de Outubro de 1951:22

Não é já, ou não é só o Anjo do Senhor, é a Rainha dos Anjos que, saindo nas suas Imagens taumaturgas e Peregrinas, dos mais célebres Santuários da Cristandade, e nomeadamente deste Santuário de Fátima – onde o Céu nos concedeu nomeá-La Regina Mundi – percorre em visita jubilar todos os seus domínios. E à sua passagem na América como na Europa, na África e na Índia, na Indonésia e na Austrália, chovem as bênçãos do Céu, multiplicam-se as maravilhas da graça por tal forma, que apenas podemos crer no que os olhos veem… Espetáculo singular e singularmente impressionante, que faz conceber as mais risonhas esperanças…”.


S. Excia. o Sr. Bispo de Madrid, descrevendo a Missão de 9 dias por ocasião da visita da Imagem de Fátima na capital da Espanha, exclama:

Eu dou os meus 25 anos de apostolado aqui, por estes nove dias. Ela queria missionar Madrid, o que é dizer-se, missionar a Espanha toda. Eu devia permanecer o resto de minha vida de joelhos, para agradecer a Fátima…”.

Não hesito em qualificar de milagrosa a peregrinação de Nossa Senhora de Fátima, através do mundo, porque, está acompanhada desde o começo e em todo o país, de circunstancias que não tem explicação natural. E não sei se há na história acontecimento comparável”.23

Leopoldo, Patriarca, Bispo de Madrid.
3 de Junho de 1948.

Já sobem aos centenares, as cartas de Párocos e Bispos, assegurando que nenhuma Missão deixou tantos frutos espirituais e tantas saudades como a Passagem de Fátima.

Diante destas afirmações e, certos de que Fátima é a revelação Divina desta hora do povo, que há de redimir-se e diante da longa experiência e dos resultados surpreendentes que a Divina Missionária do século vinte deixa por toda a parte, não temos outra alternativa senão esta, de percorrer os caminhos com a Senhora do Bom Caminho, certos de que não se perderá nunca Aquela que não se perdeu nos atalhos do Egito.

Foram vistos rebeldes voltarem ao bom caminho, descrentes comovidos, blasfemadores emudecidos, anticlericais a proclamarem: “Isto esmaga-nos…”. E um herege resolver-se dizendo: “Diante disto, eu também vou mudar de vida…”.

Ora bem. A pregação de uma Missão, é uma graça extraordinária, e a renovação dos costumes pela conversão, o que se obtém pela pregação da Palavra de Deus, seguida de uma sincera Confissão e fervorosa Comunhão.

Fátima é sinônimo de Confissão e Comunhão. Se os confessionários pudessem falar, eles nos diriam onde está o maior milagre de Fátima.


Conclusão

A Virgem de Fátima restauradora de Portugal não manifestou somente seu poder neste país, quis também mostrá-lo no mundo inteiro pelas maravilhas que acompanharam suas peregrinações de país em país. Era um insistente convite a realizar seus pedidos sem demora. Nunca aliás um acontecimento tão espetacular como esta peregrinação especial se tinha visto em toda a história da Igreja, manifestando a importância maior das aparições de Fátima.

Seria desejável que as mais altas autoridades da Igreja prestassem atenção a isto. Quando a Virgem peregrina de Fátima chegou a Roma em setembro de 1959, acolhida pelo prefeito de Roma e por uma multidão imensa, vindas a Nossa Senhora que visitava a sua diocese. Chegara Ela, de um périplo triunfal pela Itália durante o qual os bispos tinham solenemente consagrado o país ao Imaculado Coração de Maria.24 Contudo, a peregrinação mundial e a aproximação do ano de 1960, suscitava interesse do mundo inteiro e um fervor mariano crescente. Mas as promessas da Virgem continuam: “Nunca será tarde demais para recorrer a Jesus e a Maria”.25

Traduzido da revista Le Sel de la Terre, nº 53, pág. 157.26






_____________________________

1. http://ascendensblog.blogspot.com/2012/05/um-dos-milagres-das-pombas-n-senhora-de.html?m=1

2.  Frère Michel de la Ste. Trinité, Toda a verdade sobre Fátima, t.3, pág. 56-61.

3.  Em 1946 havia já uma viagem triunfal da imagem de Nossa Senhora de Fátima através de Portugal para comemorar o 3º centenário da proclamação da Virgem da Conceição como padroeira de Portugal pelo Rei D. João IV. (20 de outubro de 1646 no pre).

4.  Mas os homens não podem colocar obstáculos aos planos do céu. A imagem tinha sido recusada, Nossa Senhora virá em pessoa a LIlle Bouchard em dezembro seguinte para impedir os comunistas de se apoderarem da França.

5.  Na Colômbia, Nossa Senhora realizou os prodígios mais extraordinários, por exemplo: arco-íris claros em um céu limpo durante missas ao ar livre. Em Cali jornais reproduziram as fotografias.

6.  A Virgem visitou o Cabo Verde, a Guiné portuguesa, os Açores, Angola, Moçambique, África do Sul, onde reuniu mais gente que o rei da Inglaterra. A Rodésia, o Quênia, o Zanzibar, Tanzânia, Uganda, a Abissínia, a Aritréia, o Sudão e o Egito.

7.  A Virgem visitou a Índia (Bombaim, Gov, Trichur, a Costa do Malabar, Maduré ), o Paquistão, (onde todas as cidades disputaram a honra de recebê-la). Ceilão, Tailândia, a Birmânia, Singapura, Malásia, Vietnan (onde sua passagem marcou uma parada brutal do Viet-Minh comunista especialmente após uma procissão no front de batalha), A Austrália, o Timor, e a Papuásia.

8.  Naquele tempo Madri tinha 800 mil fiéis.

9. http://anossamae.blogspot.com/2012/09/o-milagre-dos-pombos.html?m=1

10. Trecho do livro ‘Les colombes de Notre-Dame’ (As pombinhas de Nossa Senhora) que apresenta, igualmente, dezenas de fotos destes prodígios. Résiac - Fátima Edição -- fevereiro de 1985”.

11. Isto aconteceu duas vezes na diocese de Perpignan. Em julho de 1950, os jornais locais narraram o fato e publicaram fotografias.

12. Assim no Aeroporto de Addis-Abbeba na Etiópia qual não foi o espanto das autoridades religiosas e da multidão quando viram o avião que trazia Nossa Senhora chegar à pista cercado de brancas pombas que voavam ao redor.

13. Ver o cônego Barthas, “Fátima e os destinos do mundo, ibid, pág. 113”.

14. Citado pelo cônego Barthas, da edição de 1957, de “Fátima e os destinos do mundo”, pág. 119-121.

15. “Fátima Peregrina e Missionária”, p. 22. Editora São Miguel, Rio Grande do Sul/RS, 1957.

16. “Fátima Peregrina e Missionária”, pp. 4-6.

17. Membro da casta sacerdotal, a primeira das castas hindus.

18. A não ser pela chegada do avião de Nossa Senhora ao aeroporto de Addis-Abeba, o milagre das pombas não se reproduziu em nenhum país muçulmano. A Virgem mostrava claramente que não podia se considerar em casa nesses países afastados de seu Filho; porém em Addis-Abeba foi uma exceção.

19. Fátima, de fato é um nome de uma jovem princesa muçulmana capturada por um cruzado e que se converteu. Ela foi sepultada na localidade que tem o seu nome.

20.  Esse fato merece ser comparado com a ilusão ecumênica conciliar, que para se aproximar dos protestantes fazem o contrário fazendo culto a Nossa Senhora. Ver o Pe. Berto, Cartas do concílio. Pe. Estevão Abraão “A Santíssima Virgem e o Vaticano II”, em Le Sel de la Terre nº 45. Ver também “A Santíssima Virgem e o ecumenismo”, em Le Sel de la Terre n º6, que mostra nas diversas aparições como Nossa Senhora concebe o ecumenismo com os protestantes: convertê-los ao catolicismo.

21.  Cônego Barthas, “da gruta à azinheira”. Paris, Fayard, 1960, pág. 194.

22.  Pio XII, “Radiomensagem aos peregrinos de Fátima”, 13 de outubro de 1951, documentos Pontifícios da Santa Sé. Pio XII, São Mauro, Editora Santo Agostinho, 1954, pág. 415.

23.  Cardeal Cerejeira, Patriarca de Lisboa, prefácio do Cônego Barthas, Fátima e os destinos do mundo, Toulouse, Editora Fátima, 1955, pág. 9. Do mesmo autor: Fátima, a maravilha do século XX, Toulouse, editora Fátima, 1952, pág.273-278; e “As Pombas da Virgem, Fiorete de Fátima”, Montsurs, Toulouse, editora Résiac/Fátima 1985 – Ver também Frei Miguel da Santíssima Trindade “Toda a verdade sobre Fátima” – 1985, t3, pág. 73-83, 142-144, 166-168.

24Ver Frère Michel de la Ste. Trinité, ibid, págs. 374-379.

25 Cartas da irmã Lúcia a D. José da Silva, bispo de Leiria-Fátima, citado pelo padre Alonso em “Maria sob o símbolo do Coração”, contribuição de seis especialistas pelo culto de Fátima, Paris, Tequi, 1973, pág. 43.

26.  https://www.capela.org.br/Santos/fatima.htm

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