Blog Católico, para os Católicos

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"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Adoração e Sacralidade: “Uma interpretação unilateral do Concílio Vaticano II penalizou esta dimensão. A novidade cristã quanto ao culto foi influenciada por uma mentalidade mundana dos anos 60 e 70.”


junho 7, 2012

Antes de tudo, uma reflexão sobre o valor do culto eucarístico, em especial da adoração ao Santíssimo Sacramento. É a experiência que também esta noite nós viveremos depois da Missa, antes da procissão, durante sua realização e no seu final. Uma interpretação unilateral do Concílio Vaticano II penalizou esta dimensão, restringindo na prática a Eucaristia ao momento celebrativo.

[...] Com efeito, como muitas vezes acontece, para destacar um aspecto se acaba por sacrificar outro. Neste caso, a acentuação dada à celebração da Eucaristia foi em detrimento da adoração, como ato de fé e de oração dirigido ao Senhor Jesus, realmente presente no Sacramento do altar. Esse desequilíbrio teve repercussões também na vida espiritual dos fiéis. De fato, concentrando toda a relação com Jesus Eucaristia somente no momento da Santa Missa, corre-se o risco de esvaziar de Sua presença o restante do tempo e do espaço existenciais.

[...] Agora gostaria de passar brevemente para o segundo aspecto: a sacralidade da Eucaristia. Também aqui sofremos no passado recente com certa incompreensão da mensagem autêntica da Sagrada Escritura. A novidade cristã quanto ao culto foi influenciada por uma mentalidade mundana dos anos 60 e 70 do século passado. É verdade, e permanece sempre válido, que o centro do culto já não está mais nos ritos e nos sacrifícios antigos, mas no próprio Cristo, na sua pessoa, na sua vida, no seu mistério pascal.

E, todavia, desta novidade fundamental não se deve concluir que o sagrado não existe mais, mas que encontrou sua realização em Jesus Cristo, Amor divino encarnado. A carta aos Hebreus, que ouvimos esta noite na segunda Leitura, nos fala justamente da novidade do sacerdócio de Cristo, “sumo sacerdote dos bens vindouros” (Hb 9, 11), mas não diz que o sacerdócio acabou. Cristo “é mediador de uma nova aliança” (Hb9,15), estabelecida no seu sangue, que purifica “a nossa consciência das obras mortas” (Hb9,14).

Ele não aboliu o sagrado, mas o levou a cabo, inaugurando um novo culto, que é sim plenamente espiritual, mas que todavia, até que estejamos em caminho no tempo, se serve ainda de sinais e de ritos, que desaparecerão somente no fim, na Jerusalém celeste, onde não haverá mais nenhum templo. Graças a Cristo, a sacralidade é mais verdadeira, mais intensa, e, como acontece para os mandamentos, também mais exigente!

Não basta observar o rito, mas se requer a purificação do coração e o envolvimento da vida. Apraz-me sublinhar que o sagrado possui uma função educativa, e seu desaparecimento inevitavelmente empobrecerá a cultura, de modo particular a formação das novas gerações. Se, por exemplo, em nome de uma fé secularizada e não mais necessária de sinais sagrados, fosse abolida esta procissão urbana de Corpus Domini, o perfil espiritual de Roma resultaria “esvaziado”, e nossa consciência pessoal e comunitária se tornaria enfraquecida. Também pensamos em uma mãe e em um pai que, em nome de uma fé dessacralizada, privassem seus filhos de qualquer ritual religioso: na realidade terminariam por deixar o campo livre a tantos substitutos presentes na sociedade de consumo, e a outros ritos e a outros sinais, que mais facilmente poderiam se tornar ídolos.





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