Blog Católico, para os Católicos

BLOG CATÓLICO, PARA OS CATÓLICOS.

"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

domingo, 21 de fevereiro de 2021

PAIXÕES PRÓPRIAS ÀS DIFERENTES IDADES.

 


Esforcemo-nos, peço-vos, para corrigir-nos em tudo, e para transformar em seus contrários as paixões, que se agitam em nossa alma em cada fase de nossa existência... Nossa vida é um vasto mar. Nos mares verdadeiros há certas regiões onde corremos o risco de sofrer acidentes diversos... O mesmo acontece no que diz respeito à nossa vida.

O mar que primeiro se apresenta à nossa frente, é o mar da infância, fortemente agitado, devido à ausência de razão, à mobilidade, à natureza instável dessa idade; por isso, colocamos ao lado das crianças, pedagogos e mestres, para que eles, como o faz sobre o mar a ciência da navegação. Ao sairmos da infância, entramos no mar da adolescência, onde os ventos sopram forte, enquanto a concupiscência toma vulto em nossa alma. Nesta idade, raro é aquele que se consegue corrigir, não só porque as perturbações nesta fase são mais violentas, mas ainda porque aí as faltas não constituem objeto de censura, tendo-se, a partir de então, suprimido a assistência de mestres e pedagogos. Quando, pois, os ventos são mais violentos, quando o piloto está sem forças e sem ninguém para assisti-lo, podeis imaginar as proporções atingidas pela tempestade. Depois deste período da vida, vem a maturidade, à qual incumbe a tarefa da administração doméstica; chega então o momento em que o homem se casa, possui uma família, cria filhos, e se vê assaltado pelas espessas nuvens das preocupações. Nesta idade florescem sobretudo a avareza e o ciúme…


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Fonte: São João Crisóstomo, "Homilia LXXXI, sobre o Evangelho de São Mateus, 3.


A INCONVENIÊNCIA DOS PRAZERES.

 

Não vos admireis se o Senhor chama os prazeres de espinhos. Não vos percebeis este fato, porque estais embriagados pela paixão. Mas aqueles que estão sóbrios, sabem que os prazeres dilaceram mais que os espinhos, que desgastam mais que as preocupações, que fazem sofrer mais cruelmente tanto o corpo quanto a alma. Não, a preocupação não fere tanto quanto a saciedade. Quando o homem dado aos prazeres se vê nas garras da insônia, quando suas têmporas rebentam, quando lhe pesa a cabeça, quando sofre nas entranhas, podeis ver o quanto essas dores são mais cruéis que os espinhos. Os espinhos, seja qual for a maneira com que agarremos, fazem sangrar a mão que os agarrou; do mesmo modo os prazeres ferem os pés, as mãos, a cabeça, os olhos, numa palavra, o corpo inteiro; elas são áridas e estéreis como o espinho; causam danos muito mais graves, e em coisas essenciais. Conduzem a uma velhice prematura, embotam os sentidos, obscurecem a razão, cegam o espírito que antes era clarividente, tornam o corpo mole e flácido, aumentando nele a massa de impurezas, acumulando sobre ele os males, tornam sua carga mais pesada, seu peso excessivo. Daí, a ocorrência de numerosas e repetidas quedas e de frequentes naufrágios.


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Fonte: São João Crisóstomo, Homilia XLIV, sobre o Evangelho de São Mateus, 5.


SOBRE O REMORSO.

 


Antes dos castigos de além-túmulo, neste mundo mesmo, os maus, que vivem na prevaricação, recebem o seu castigo. Não me faleis irrefletidamente deste homem que desfruta de uma mesa suntuosa, que se veste de roupas de seda e que passa acompanhado de bandos de escravos, acotovelando as pessoas na praça pública. Examinai-lhe a consciência e vereis nela um grande tumulto causado pelos atos indignos, um terror perpétuo, a borrasca, a perturbação; vereis a razão subindo, como num tribunal, ao trono real da consciência, tomando lugar à semelhança de carrascos, suspendendo no patíbulo a vontade culpada, flagelando-a por causa das faltas cometidas, censurando-a com veemência, se bem que ninguém tenha conhecimento destas faltas, a não ser Deus, que é o único capaz de vê-las. O adúltero, mesmo quando é imensamente rico e ninguém o acusa, não cessa de acusar-se a si próprio; momentâneo é o seu prazer, seu sofrimento duradouro; por toda a parte ele leva consigo um acusador implacável: a sua consciência. Ele se condena a si mesmo, sem um instante sequer para respirar; na cama, à mesa, na praça pública, em casa, de dia, de noite, muitas vezes até nos sonhos, ele vê os fantasmas de suas faltas; vive a vida de Caim, gemendo e chorando sobre a terra, e, sem que ninguém o saiba, leva dentro de si um braseiro. Semelhante é a sorte dos que praticam a rapina e a fraude; semelhante é a sorte dos intemperantes, e, numa palavra, de todos os que vivem na prática do mal. Impossível é corromper o tribunal interior; ainda que não sigamos os caminhos da virtude, menor não é o nosso sofrimento por não os seguir; e seguindo os caminhos do mal, percebemos da mesma forma a dor resultante após ter cessado o prazer criminoso.


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Fonte: São João Crisóstomo, I Homilia sobre Lázaro, 11.


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