Blog Católico, para os Católicos

BLOG CATÓLICO, PARA OS CATÓLICOS.

"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

sábado, 20 de novembro de 2021

A APRESENTAÇÃO DE MARIA SANTÍSSIMA NO TEMPLO, AOS TRÊS ANOS DE IDADE.


A Arca da Aliança,

figura de Maria Santíssima.


Entre as figuras que, na lei escrita, simbolizam Maria Santíssima, nenhuma foi mais expressiva que a Arca do Testamento.

A matéria de que era feita, o que continha, o fim para o qual servia, o que por ela e com ela operava o Senhor naquela antiga Sinagoga. Tudo era um esboço desta Senhora e do que por Ela e com Ela realizaria na nova Igreja evangélica.

O cedro incorruptível1 de que – não por acaso, mas por divina disposição – foi construída, representa expressamente nossa arca mística, livre da corrupção do pecado atual e da oculta carcoma do original, com seu inseparável fontes e paixões.

O finíssimo e puríssimo ouro2 de que era revestida, por dentro e por fora, indubitavelmente significava a mais perfeita elevação da graça e dons que em seus divinos pensamentos, ações e costumes resplandecia.

Interior e exteriormente, foi impossível divisar nesta arca, parte, tempo ou instante, em que não estivesse toda repleta e revestida de graça, e graça de subidíssimos quilates.



Maria,

escrínio de Deus.

As tábuas da lei, feitas de pedra, a urna do maná3 e a vara dos prodígios, que aquela antiga Arca continha e guardava, não poderiam simbolizar com maior exatidão o Verbo humanado. Encerrado na arca viva de Maria Santíssima, foi seu Filho unigênito a pedra fundamental4 e viva do edifício da Igreja evangélica; a pedra angular5 que uniu dois povos tão opostos, como o judeu e o gentio.

Para isso foi cortada do monte6 da eterna geração, gravada pelo dedo de Deus com a nova lei da graça, e depositada na arca virginal de Maria. Entenda-se, portanto, que esta grande Rainha se tornou a depositária de quanto Deus era e fazia com as criaturas. Guardava também consigo o maná da Divindade e da graça, o poder e a vara dos prodígios e maravilhas, para que somente nesta divina e mística Arca se encontrasse a fonte das graças, o mesmo Deus, para Dela transbordarem as maravilhas e prodígios do poder divino. Quanto este Senhor é, quer e faz, saiba-se que em Maria está encerrado e depositado.



Maria,

propiciatório e trono da graça.


A tudo isto, era consequente que a Arca da Aliança7, não pela figura e sombra, mas pela verdade que simbolizava, servisse de peanha ou sustentáculo ao propiciatório. Neste pusera o Senhor seu trono e tribunal de misericórdia, para ouvir seu povo, responder-lhe e conceder-lhe suas petições e favores.

Assim, em nenhuma outra criatura, fora de Maria Santíssima, colocou Deus seu trono de graça. Não podia deixar de fazê-la propiciatório, uma vez que havia construído esta mística e verdadeira Arca para nela se encerrar.

Deste modo, parece que o tribunal da divina justiça ficou reservado a Deus, enquanto o propiciatório e tribunal da misericórdia foram dados a Maria dulcíssima. A Ela, como ao trono da graça, deveríamos ir com segura confiança, apresentar nossos pedidos, suplicar benefícios, graças e misericórdias que, fora do propiciatório da grande rainha Maria, nem são ouvidas, nem despachadas para o gênero humano.



Maria, a Arca do Novo Testamento,

deveria ficar no Templo.


Tão misteriosa e sagrada Arca, construída pela mão do mesmo Senhor para sua habitação, e propiciatório de seu povo, não estava bem fora do templo, onde se encontrava guardada a outra arca material, figura desta verdadeira e espiritual do Novo Testamento.

Por esta razão, ordenou o Autor desta maravilha, que Maria Santíssima fosse colocada em sua casa, o templo, terminados três anos após seu felicíssimo nascimento.

Verdade é que, com grande admiração, vejo muita diferença entre o que sucedeu com aquela primeira e figurativa Arca, e o que acontece com a segunda e verdadeira.

Quando o rei David trasladou a arca para diferentes lugares, e depois seu filho Salomão a colocou no templo, seu lugar apropriado - ainda que aquela arca não tinha outra grandeza senão a de representar Maria Puríssima e seus mistérios -foram suas trasladações e mudanças festivas e cheias de regozijo para aquele antigo povo. Testemunharam as solenes procissões que fez Davi da casa de Aminadab e à de Obededon8 e desta ao tabernáculo de Sião9, cidade de Davi. Finalmente, de Sião foi trasladada por Salomão ao novo templo que edificara por ordem do Senhor, para casa de Deus e oração.



As trasladações da antiga arca,

e a apresentação de Maria.


Em todas estas trasladações, conduziu-se a antiga arca da aliança com pública veneração, e culto soleníssimo de música, danças, sacrifícios e júbilo daqueles reis e de todo o povo de Israel. Refere-o a história sagrada nos livros segundo e terceiro dos Reis, e primeiro e segundo dos Paralipômenos.

Nossa mística e verdadeira Arca, Maria, entretanto, ainda que mais rica, estimável e digna da maior veneração entre todas as criaturas, não foi levada ao templo com tão solene aparato e ostentação pública. Não houve nesta misteriosa trasladação sacrifícios de animais, nem pompa real e majestade de Rainha. Foi conduzida da casa de seu pai Joaquim, nos humildes braços de sua mãe Ana que, embora não fosse pobre, nesta ocasião levou sua querida Filha para apresentá-la ao templo ao modo dos pobres, com humilde recolhimento, sozinha e sem ostentação popular.

Toda a glória e majestade desta procissão, quis o Altíssimo fosse divina e invisível. Os mistérios de Maria Santíssima foram tão elevados e ocultos, que muitos deles até hoje são desconhecidos, pelos inescrutáveis juízos do Senhor, que reserva tempo e hora oportunos para todas e cada uma das coisas.



Razão pela qual

a Apresentação da Virgem

foi sem aparato.


Admirando-me eu, na presença do Altíssimo, desta maravilha e louvando seus desígnios, dignou-se Sua Majestade responder-me desta maneira: Se ordenei que a arca do velho testamento fosse venerada com tanta festividade e aparato, era por ser figura expressa de quem seria Mãe do Verbo humanado.

Aquela arca era irracional e material e com ela podia-se, sem inconveniente, usar de tal celebridade e ostentação. Com a Arca viva e verdadeira, porém, não permiti assim, enquanto viveu em carne mortal, para ensinar com este exemplo o que tu e as demais almas deveis aprender, enquanto sois viadoras.

A meus escolhidos, gravados em minha mente e aceitação para eterna memória, não quero que a honra e exagerado e ostensivo aplauso dos homens lhes sirva, na vida mortal, como recompensa do que fizeram para minha honra e serviço. Tampouco lhes convém o risco de repartir o amor, entre Aquele que os justifica e faz santos, e aqueles que os celebram por tais.

Um é o Criador que os fez, sustenta, ilumina e defende; único há de ser o amor e atenção, e não o devem repartir, ainda que seja para remunerar e agradecer as honras tributadas, com zelo piedoso aos justos. O amor divino é delicado, a vontade humana fragilíssima e limitada; dividida, pouco e imperfeitamente pode fazer, e depressa tudo perde. Para deixar este ensinamento, Eu não quis que fosse conhecida e honrada durante a vida, nem levada ao templo com ostentação e honra visíveis, Aquela que era santíssima e por minha proteção não podia cometer imperfeição.



O exemplo de Cristo e Maria,

devem abonar a virtude e condenar o vício.


Além disto, enviei meu Unigênito do céu, e criei aquela que seria sua Mãe, para desiludir os mortais e tirar do mundo o erro, que se tornara iniquíssima lei estabelecida pelo pecado: ser o pobre desprezado e o rico estimado; abatido o humilde e exaltado o soberbo; o virtuoso vituperado e o pecador acreditado: o modesto e recolhido julgado por insensato e o arrogante considerado corajoso, a pobreza humilhante e infeliz; as riquezas, fausto, ostentação, pompas, honras e deleites perecedores, procurados e apreciados pelos homens insipientes e carnais.

O Verbo e sua Mãe vieram reprovar e condenar tudo isto como ilusório e enganador, para que os mortais conhecessem o formidável perigo em que vivem, amando e entregando-se tão cegamente, à falsidade do sensível e deleitável.

Deste insano amor lhes nasce o afã com que fogem da humildade, mansidão e pobreza, afastando de si tudo o que tem cheiro de virtude verdadeira, penitência e abnegação de suas paixões. Entretanto, é isto que agrada à minha justiça, e é aceito a meus olhos, por ser o santo, o honesto, o justo que será recompensado com prêmio de eterna glória, enquanto o contrário receberá sempiterno castigo.



O Espírito de Deus,

oposto ao do mundo.


Os olhos terrenos dos mundanos e carnais não conseguem ver esta verdade, nem querem aceitar a luz que ela lhes mostraria. Tu, porém, ouve-a, grava-a em teu coração pelo exemplo do Verbo humanado e de sua Mãe, que em tudo o imitou. Ela era santa, e em minha estima, a primeira depois de Cristo. Toda veneração e honra dos homens eram-lhe devidas, pois nem poderiam lhe dar o quanto merecia.

Todavia dispus que, por então, não fosse conhecida nem honrada, para nela ostentar o mais santo, o mais perfeito, o mais apreciável e seguro que meus escolhidos deveriam imitar e aprender da mestra da verdade: a humildade, o escondimento, o retiro, o desprezo da enganadora vaidade do mundo, o amor aos trabalhos, às tribulação, desprezos, aflições e descrédito das criaturas.

Uma vez que tudo isto não se ajusta com os aplausos, honras e estima dos mundanos, determinei que Maria Puríssima não as tivesse, nem quero que meus amigos as recebam ou aceitem. Se, para minha glória, às vezes os torno conhecidos no mundo, não é porque eles o desejem, mas com humildade e sem dela se afastarem, se submetem à minha disposição e vontade. Quanto deles depende, para si só desejam e amam o que o mundo despreza e o que o Verbo humanado e sua Mãe Santíssima fizeram e ensinaram.

Esta foi a resposta do Senhor à minha admiração e reparo: com isto me deixou satisfeita e instruída de quanto desejo e devo executar.



São Joaquim e Sant'Ana

levam Maria ao templo.


Findo o prazo dos três anos determinado pelo Senhor, saíram de Nazaré, Joaquim e Ana, acompanhados de alguns parentes, levando consigo a verdadeira Arca da Aliança, Maria Santíssima, nos braços de sua mãe, para depositá-la no santo templo de Jerusalém.

Apressava-se a formosa Menina com fervorosos afetos, seguindo os perfumes de seu amado10, para ir procurar no templo aquele mesmo que levava no coração. Esta humilde procissão seguia sem acompanhamento de criaturas terrenas nem visível aparato, mas com brilhante e numeroso séquito de espíritos angélicos.

Para celebrar esta festa haviam descido do céu, além dos que ordinariamente guardavam sua Rainha menina. Cantavam com música celestial novos cânticos de glória e louvor do Altíssimo, ouvindo-os a Princesa do céu, que caminhava com formosos passos à vista do supremo e verdadeiro Salomão.

Assim prosseguiram sua viagem de Nazaré até a cidade santa de Jerusalém, sentindo os ditosos pais da menina Maria grande júbilo e consolação espiritual.



Chegada ao templo.


Chegaram ao templo, e nele entraram, a bem-aventurada Ana em companhia de São Joaquim, levando sua Filha e Senhora pela mão. Fizeram, os três, devota e fervorosa oração ao Senhor: os pais oferecendo a Filha, e esta oferecen-do-se a Si mesma, com profunda humildade, adoração e reverência.

Somente Ela conheceu como o Altíssimo a aceitava e recebia. De um divino resplendor, que encheu o templo, saiu uma voz que lhe dizia:- Vem, esposa minha, escolhida, vem a meu templo onde quero que me louves e bendigas.

Terminada a oração, levantaram-se e dirigiram-se ao sacerdote que os abençoou. Todos juntos, levaram a Menina a um aposento onde se encontrava o colégio das jovens que ali se educavam, em internato e santos costumes, até chegarem à idade de tomar estado de matrimônio. Recolhiam-se ali, especialmente, as primogênitas da tribo real de Judá e da sacerdotal de Levi.



Maria,

despede-se de seus pais.


Subia-se a este colégio por uma escada de quinze degraus, onde vieram outros sacerdotes receber a bendita menina Maria; aquele que a levava colocou-a no primeiro degrau.

Ela lhe pediu licença e, voltando-se para seus pais Joaquim e Ana, pôs-se de joelhos, beijou-lhes as mãos, pediu-lhes a bênção e rogou-lhes que a encomendassem a Deus.

Os santos pais abençoaram-na com grande ternura e muitas lágrimas, e a menina subiu os quinze degraus com incomparável fervor e alegria, sem voltar-se para trás, sem chorar, sem tomar qualquer atitude pueril, nem demonstrar sentimento pela despedida de seus pais. A todos admirou vê-la com majestade e inteireza tão peregrina, em tão tenra idade. Os sacerdotes a receberam, levaram ao colégio das demais virgens, e o santo Simeão, sumo sacerdote, a entregou às mestras, uma das quais era Ana, a profetisa.

Esta santa matrona havia sido preparada com especial graça e luz do Altíssimo, para se encarregar da filha de Joaquim e Ana. Por divina disposição mereceu, por sua santidade e virtude, ter por discípula aquela que seria Mãe de Deus e mestra de todas as criaturas.

São Joaquim e Sant’Ana voltam a Nazaré.



A escada de Jacó


Voltaram Joaquim e Ana para Nazaré, desolados e empobrecidos, sem o rico tesouro de seu lar, mas o Altíssimo os confortou e consolou.

O santo sacerdote Simeão, ainda que no momento não conhecesse o mistério encerrado naquela Menina, teve, porém, grande luz de que era santa e escolhida do Senhor. Os outros sacerdotes sentiram também por ela grande admiração e reverência.

Naquela escada, que a menina subiu, realizou-se com toda a exatidão o que Jacó viu na sua11: anjos que subiam e desciam; uns acompanhavam, outros vinham receber sua Rainha; no alto esperava-a Deus para aceitá-la por Filha e Esposa: e, em seus afetos amorosos, ela sentiu que verdadeiramente aquela era a casa de Deus e a porta do céu.



Maria,

confia-se à Mestra

e cumprimenta as companheiras.


Confiada à mestra, a menina Maria com profunda humildade, de joelhos lhe pediu a bênção e lhe suplicou que a recebesse sob sua obediência, ensino e direção, tendo paciência pelo muito que com ela trabalharia e padeceria. Ana profetisa, a mestra, recebeu-a com agrado e lhe disse: - Minha Filha, em mim achareis mãe e amparo e eu cuidarei de vós e de vossa criação com todo o desvelo possível.

Em seguida, com a mesma humildade, Maria dirigiu-se a todas as meninas que ali se encontravam, cumprimentando-as e abraçando-as. Ofereceu-se para serva de todas, e pediu-lhes que, sendo mais velhas e mais instruídas no que deviam fazer, a ensinassem e mandassem. Finalmente, lhes agradeceu por a terem aceitado em sua companhia, apesar de não a merecer.


DOUTRINA DA SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA



Graça da vocação à vida religiosa


Minha filha, a maior felicidade que, nesta vida mortal, uma alma pode receber é ser chamada pelo - Altíssimo à sua casa, para se consagrar ao seu serviço. Por este favor, a resgata de perigosa escravidão, e a liberta da vil servidão do mundo, onde, sem liberdade, deve comer o pão com o suor de seu rosto.12

Quem há, tão insipiente e obscurecido, que não conheça o perigo da vida mundana, com tantas leis e costumes abomináveis, tais como a astúcia diabólica e a perversidade dos homens nela introduziram?

A melhor parte é a vida religiosa e o retiro. Aqui se encontra porto seguro. O resto é tormenta, ondas encapeladas, cheias de dor e desgostos. Não reconhecerem os homens esta verdade, nem agradecerem este singular benefício, é repreensível dureza de coração e esquecimento de si mesmos.

Tu, porém, minha filha, não te faças surda à voz do Altíssimo. Atende, trabalha e corresponde a ela. Advirto-te que um dos maiores empenhos do demônio é impedir a vocação religiosa, quando o Senhor chama e dispõe as almas para se dedicarem ao seu serviço.



Aversão do Demônio pela Vida Religiosa


Somente o ato público e sagrado de receber o hábito e entrar em religião, ainda que não se faça sempre com fervor e pureza de intenção devidas, revolta e enfurece o dragão infernal e seus demônios. Não toleram a glória do Senhor, o gozo que sentem os santos anjos, além de saber aquele mortal inimigo, que a vida religiosa santifica e aperfeiçoa.

1- Comer o pão com o suor do rosto, está aqui empregado por "viver espiritualmente oprimido por ocupações frívolas" como se depreende da continuação do texto. Não significa, como de início pode parecer, que na vida religiosa coma-se o pão ociosamente, em contraposição comê-lo no mundo com o suor do rosto.

A vida religiosa é serviço, compreendendo portanto trabalho e sacrifício um alguns pontos mais do que no século.13

Acontece, muitas vezes, que havendo nela entrado por motivos humanos e terrenos, depois a ação da graça melhora e corrige tudo. Se isto sucede quando no princípio não houve intenção tão reta como convinha, muito mais poderosa e eficaz será a luz e virtude do Senhor e disciplina da religião, para a alma que a abraça movida pelo divino amor, e com íntimo e verdadeiro desejo de procurar, servir e amar a Deus.



Ser Fiel sem Olhar para Trás


Para o Altíssimo reformar e aperfeiçoar quem entra no estado religioso, qualquer que seja o motivo que o trouxe, convém que, tendo voltado as costas ao mundo, não torne a olhá-lo, apague suas imagens da memória e esqueça o que com tanta dignidade deixou.

Os que não seguem este ensinamento e são ingratos e desleais a Deus, sem dúvida são atingidos pelo castigo da mulher de Jó.14 Embora pela divina piedade, não seja visível ao olhar exterior, interiormente é muito real, tomando a alma seca, gelada, sem fervor nem virtude.

Sem o amparo da graça, não realizam o ideal de sua vocação, nem aproveitam o benefício da vida religiosa. Nela não encontram consolo espiritual, nem merecem que o Senhor os olhe e visite como a filhos; mas são repudiados como escravos infiéis e fugitivos.

Lembra, Maria, que para ti o mundo há de estar morto e crucificado e tu para ele, sem guardares afeto e recordação de qualquer coisa terrena. Se, às vezes, for necessário exercitar a caridade com o próximo, ordena-a tão bem que, em primeiro lugar, ponhas o bem de tua alma, sua segurança, quietude, paz e tranquilidade interior. Evitando os excessos viciosos, deves ser muito atenta a estas advertências, se quiseres permanecer em minha escola.


______________________

Fonte: Soror Maria de Jesus, de Ágreda/Espanha, “Livro Mística Cidade de Deus”, Segundo Livro, Cap. 1, nn. 413-428.


21 DE NOVEMBRO - A APRESENTAÇÃO DE NOSSA SENHORA NO TEMPLO - LIVRO MÍSTICA CIDADE DE … – gloria.tv

1.  Êx. 25, 10.

2.  Êx. 25, 11.

3.  Heb. 9, 4.

4.  I Cor. 3, 11.

5.  Ef. 2, 20.

6.  Dan. 2, 34.

7.  Êx. 26, 34.

8.  II Rs. 6, 10; II Par. 23; III Rs. 8, 5; II Par. 5.

9.  II Rs. 12.

10.  Cânt. 1, 3.

11.  Gên. 28, 10

12.  Gên. 3, 10.

13.  N. da T.

14.  Gên. 19, 26.


A EUCARISTIA – BOSSUET. 24


A Eucaristia, força da alma

e do corpo. Ela faz predominar

o espírito sobre a carne.

Espiritualiza-nos o corpo.


Porém, que necessidade havia de termos o Corpo de Jesus Cristo em verdade, em substância? De termos a Carne desse sacrifício? De termos nesse Sangue o sinal certo da consumação da remissão dos pecados? De sermos unidos a Jesus Cristo todo, como uma casta esposa a um esposo querido, e nessa qualidade termos poder sobre o seu Corpo, para lhe fruirmos ao mesmo tempo do Espírito?

E por falar do Corpo em particular, não há nada a fazer no nosso corpo? Não é a carne que cobiça contra o espírito? Quem pode melhor temperá-la do que o Corpo de Jesus Cristo aplicado sobre ela? Não há nos nossos membros uma lei que combate a lei do espírito? Quem melhor pode enfraquecê-la, e pôr os nossos membros mortais sob o jugo? Não nos cumpre trazer nos nossos corpos a mortificação de Jesus? Mas quem pode imprimir melhor neles o caráter dela, e santificar as penas dum corpo afligido? Mas não se faz mister que esse corpo mortal saia um dia do túmulo e da corrupção? E quem melhor pode tirar-nos dela do que esse Corpo que nunca a sentiu? Para nos tornarmos com Jesus Cristo um corpo espiritual, como o chama São Paulo, que havia para isso de mais eficaz do que a sua união com esse mesmo corpo, e a impressão dessas divinas qualidades?

Meu Salvador! Se me tocardes o corpo, sairá dele uma virtude: e será preciso que ele se torne semelhante ao vosso. A virtude que d'Ele sairá não me dará como àquela mulher, uma saúde fraca e frágil, mas a verdadeira saúde que é a imortalidade.

Mas as crianças que não comungaram não ressuscitarão então — Grosseiros e carnais, que não entendeis que esse Corpo é dado a toda a Igreja, e que esse fermento misterioso é capaz de vivificar toda a massa? Essas crianças de que falais não receberam com o Batismo um direito sobre esse Corpo? Ele é delas, ainda que elas o não recebam a princípio, segundo o costume presente; mas aquilo que é recebido por alguns, é para todos um mesmo penhor de imortalidade. Consolai-vos em Nosso Senhor, e fruí duma doce esperança.


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Fonte: Jacques-Bénigne Bossuet, Bispo de Meaux, “Meditações sobre o Evangelho” – Opúsculo “A Eucaristia”, Cap. XXIV, pp. 109-110. Coleção Boa Imprensa, Livraria Boa Imprensa, Rio de Janeiro/RJ, 1942.


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