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"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

quarta-feira, 5 de abril de 2023

SÃO VICENTE FERRER, O SENHOR DOS MILAGRES.


O Dedo de Deus está aqui1


Taumaturgo por vocação. Antes de São Vicente Ferrer nascer,2 ele operou um milagre, prenúncio dos milhares que em sua vida faria.

Indo Constança (mãe de São Vicente) um dia, visitar uma pobre cega a quem socorria, pediu-lhe que rezasse por ela, para que tivesse um parto feliz. A pobre cega se inclinou sobre o seio de Constança e disse:

Deus vos ajude!

No mesmo instante recuperou a vista do corpo e iluminou-se-lhe a alma conjuntamente, e dizendo, cheia de espírito profético:

Senhora, esse menino é um Anjo. Por sua causa me curei da minha cegueira e afirmo que, ele fará coisas nunca vistas.

Tais foram os prenúncios de santidade desse homem extraordinário cujos milagres deixaram atônita aquela geração.


Sobre alguns milagres operados pelo Santo. Passava São Vicente Ferrer3 por uma rua estreita de Valência, quando ouviu uma voz gritando pragas, blasfêmias e horrores de toda sorte. Entrou no prédio de onde a voz saíra e encontrou, correndo para a rua, o dono da casa, a berrar imprecações. Lá dentro a mulher chorava, lamentando-se e dizia, também, coisas terríveis, desejando a morte ao marido e ameaçando-se suicidar-se, porque o Inferno seria pouco em comparação com as pancadas e maus-tratos que recebia.

Depois de tentar consolá-la com suas boas palavras, o Santo perguntou, por que razão lhe tinha o marido tal ódio, e ela respondeu, soluçando, que era por ser muito feia e desengonçada.

Suspirando São Vicente dizendo: E por causa dessas coisas é que ele ofende tanto a Deus! Depois, tocando no rosto da pobre criatura disse-lhe: Pois bem, minha filha, de agora em diante não serás mais feia. Mas, lembra-te de que deves servir a Deus e viver santamente.

No mesmo instante adquiriram tanta vida e expressão as feições da mulher, que passou a ser considerada a mais formosa da cidade, e o marido se prendeu a ela para o resto da vida.

O dom dos milagres continuava a distingui-lo,4 e estes tornaram-se tantos, mercê do favor de Deus e da caridade em que se abrasava, que o superior do Convento começou a irritar-se com a quantidade de gente que batia à porta e perturbava a vida da Comunidade.

Acabou por proibir Frei Vicente de fazer milagres. Ele, então, por obediência, abstinha-se de olhar para as misérias que lhe apresentavam e negava-se a comparecer na portaria.

Mas, em cada ocasião, houve obras na torre da igreja e aconteceu que, indo São Vicente a passar, despencou-se lá das alturas um pedreiro, grande admirador do Santo, e enquanto caia, gritou por ele, suplicando-lhe que não o deixasse se despedaçar no chão.

Acorrentado pela obediência, mas movido de compaixão, São Vicente gritou:

– Detêm-te no ar, porque eu vou pedir licença ao Superior.

E correu para o Convento.

Meu Padre, disse-lhe o Santo, eu vos peço licença para que me deixeis pedir a Deus mais um milagre. Porque caiu da torre o pedreiro, e pediu-me que o salvasse. Eu, porém, como não tinha a vossa permissão, ordenei-lhe que se detivesse no ar, e vim correndo, pedi-la a vós.

No ar, exclamou o Superior atônito e vencido.

E me pedes licença para fazer milagres! O milagre maior está feito. Vai, filho, e faze o que te ordena a caridade!

Salvou-se o homem e São Vicente Ferrer pode retornar daí em diante a sua gloriosa carreira de taumaturgo.

Perguntaram a São Vicente Ferrer5 alguns anos antes de sua morte: “Mestre Vicente, quantos milagres fizestes em vossa vida?” Respondeu ele: “Quase três mil”.

Para canonizar alguém, requer a Igreja apenas três milagres.6 No Processo de Canonização de São Vicente, os peritos pararam cansados no 873º milagre; e todos sabem a seriedade da Cúria Romana sobre este assunto.


Sobre os sinais da época do Anticristo. "Vendrá un tiempo que ninguno lo habrá visto hasta entonces... Se producirá un estru­endo tan grande, de modo que ni fue ni se espera otro mayor, sino el que se experimente en el juicio.

Llorará la Iglesia... Ahora está lejos; pero llegará sin falta y muy cerca de aquel tiempo en que dos empezarán a hacerse reyes: pero sus días no se alargarán mucho. Veréis una señal y no la conoceréis; pero advertir que en aquel tiempo las mujeres vestirán como hombres y se portarán según sus gustos licenciosamente y los hom­bres vestirán de mujeres".

Esta profecía está sacada de un sermón que predicó San Vicente Fer­rer en Barcelona el 13 de septiembre de 1403, bajo el lema Ti­mete Deum. Así lo afirma el autor de un libro titulado "Profe­cías" impreso en Lérida en 1871 y el de un folleto impreso en 1879 en Barcelona por An­tonio Bosch. Y si esto ha de suceder para cuando las mujeres den en la manía de vestir como hombres y los hom­bres se afeminen hasta pare­cer como mujeres, no indicará ya esto que se aproxima la hora de los acontecimientos profetizados?7



Sobre a Pureza interior e o Zelo nos Paramentos Litúrgicos. Se este exemplo, entretanto, vos parece por demais extraordinário, imitai então a conduta do glorioso São Vicente Ferrer. Diariamente ele celebrava a Santa Missa, antes de pregar a um inumerável auditório.

Ora, duas coisas ele levava ao santo altar: uma soberana pureza de alma e uma extremada compostura exterior. Para conseguir a primeira, confessava-se cada manhã; e eis o que eu quisera de vós, ó Sacerdotes, que buscais a maior honra de Deus, ao celebrar os Santos Mistérios.

É espantoso que alguns empreguem meia hora lendo livrinhos em preparação ao Santo Sacrifício, enquanto que um curto exame e um ato de viva contrição sobre qualquer pecado da vida passada, se não houver outra matéria, bastar-lhe-ia para adquirir grande pureza de coração. Esta é a preparação mais perfeita que poderíeis fazer para a Santa Missa: confessar-vos, o mais que puderdes, todas as manhãs.

Bani todo escrúpulo e não desprezeis o conselho que vos dou. Oh! Que messe abundante de méritos amontoareis então! Como me agradeceríeis ao encontrar-nos na Bem-aventurança eterna!

Para alcançar a segunda, o Santo queria que o altar fosse ornamentado com magnificência; exigia extremo asseio nos paramentos e vasos sagrados. Confesso que a pobreza de muitas igrejas escusa-as de possuir paramentos ricos, bordados a ouro e seda; quem pode, porém, dispensar o asseio e a decência convenientes? Zelo tão ardente pelos Santos Mistérios animava o seráfico São Francisco, que, apesar de seu amor à santa pobreza, queria os altares mantidos em perfeita limpeza, e mais ainda os sagrados paramentos que diretamente servem ao Divino Sacramento. Ele mesmo punha-se muitas vezes a varrer as igrejas.

São Carlos, em suas ordenações, mostra-se tão exigente em coisas que podem parecer mesquinhas minúcias, que, na verdade é de admirar.

Para terminar, a Augusta Mãe de Jesus, nosso Deus, quis pessoalmente fazer-nos compreender esta necessidade, quando em uma aparição a Santa Brígida, disse: Missa dicinon debet nisi in ornamentis mundis. “Não se deve celebrar a Santa Missa senão com paramentos convenientes, que inspirem devoção por seu asseio e decência”.8


Falando do Pequeno Números dos que se Salvam. “A seguinte narrativa de São Vicente Ferrer vai esclarecer o que você pode pensar sobre isso. Ele relata que um Arquidiácono de Lyon desistiu de seu cargo e se retirou para um lugar deserto para fazer penitência, e que morreu no mesmo dia e hora que São Bernardo. Após sua morte, ele apareceu ao seu bispo e disse-lhe: "Sabe, Monsenhor, que na mesma hora em que eu morri, 33.000 pessoas também morreram. Desse total, Bernard e eu fomos para o céu sem demora, três foram para o purgatório, e todos os outros caíram no Inferno."9


Sobre o Dom das Línguas. São Vicente Ferrer “embora falasse corretamente 7 ou 8 línguas, ao pregar, ser­via-se uni­camente do seu dialeto valenciano e dirigia-se nele à gente de todas as na­ções, e que todas as na­ções o compreendiam, tanto pela expressão do rosto, gesto e entono, como mesmo, pelo próprio entendi­mento, que a santidade do pregador tinha o condão de abrir. Assim o ates­tam, entre outras pessoas, vários senhores da Bretanha, como João Ho­dierne”.10

"Não pode duvidar-se que Deus lhe concedeu o Dom das Línguas. O prodigioso núme­ro de judeus, mouros, sarracenos, turcos e escravos, que arrebatou da infidelida­de, sem falar nos milhares de hereges, cismáticos e pecadores obstinados, que conver­teu na Espanha, França, Itá­lia, Alemanha, Países-Baixos e Inglaterra, prova concludente­mente que sem milagre não era possí­vel fazer-se entender de povos tão diferentes".11


Sobre a Vaidade na Vida Espiritual. Na vida de São Vicente Ferrer conta-se que em Toulouse se haviam organizado, para afastar graves flagelos, Procissões de Penitência e Cerimônias de Desagravo. Dessas Procis­sões vieram os pe­nitentes a aproveitar-se para se mostrarem nas suas paradas com trajes apro­priados, chegando em certa sociedade a introduzir-se o costume de se procurarem disciplinas com cabos de prata, a fim de se distin­guirem pelos instrumentos de Penitência, os ricos dos po­bres. Até onde se vai aninhar a vaidade!

A que escravidão não se vota quem se abandona a este espírito de vaidade! 'É costu­me assim. Então? O que se há de fazer?' Se é estúpido ou discordante, pouco importa. O que importa é o Mundo. Não vale a pena discutir.12


Sobre o Carnaval. “O carnaval é um tempo infelicíssimo, no qual os cristãos cometem pecados sobre pecados, e correm à rédea solta para a perdição”. (São Vicente)


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1.  Êx. 8, 19; 31, 18; Salm. 8, 3; Luc. 11, 20.

2.  “São Vicente Ferrer – Santo Prodigioso”, Cap. V, p. 18. Prefácio de Zora Seljam. Sel Editora, Rio de Janeiro, 1981.

3.  “São Vicente Ferrer – Santo Prodigioso”, ob. cit., Cap. V, p. 48.

4.  “São Vicente Ferrer – Santo Prodigioso”, ob. cit., Cap. V, pp. 29-30.

5.  A. Auffray, S.D.B., “Do, Bosco”, Cap. X – O Taumaturgo, p. 248. 2ª Edição, Livraria Editora Salesiana, São Paulo, 1955.

6.  “São Vicente Ferrer – Santo Prodigioso”, ob. cit., Cap. V, p. 122.

7.  Dr. D. Benjamín Martín Sánchez, Professor de Sagrada Escritura, “Los últimos tiempos” – Profecias públicas y privadas, pp. 52-54, 2ª edição, Ediciones Monte Casino, Zamora, 1971.

8.  São Leonardo de Porto-Maurício, O.F.M., “Tesouro Oculto – ou, As Excelências da Santa Missa”, conforme a edição romana de 1737, dedicada a S. S. o Papa Clemente XII.

9.  Este Sermão de São Leonardo de Porto-Maurício, foi pregado durante o reinado do Papa Bento XIV, que tanto amou o grande Missionário. Sermão disponível em: http://www.olrl.org/snt_docs/fewness.shtml

10.  “São Vicente Ferrer – Santo Prodigioso”, Sel Editora, Rio de Janeiro, pp. 44-45.

11.  Pe. Croiset, S.J., “Ano Cristão”, Vol. IV, pp. 75-80, 5 de Abril, Festa de São Vicente Ferrer; Tradução do Francês pelo Pe. Matos Soares, Porto, 1923.

12.  R. Pe. Raul Plus, S.J., “Cristo no Lar”, Liv. II, c, p. 207.


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