Blog Católico, para os Católicos

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"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

SAI À LUZ IMPRESSIONANTE COMPLEMENTO DA MENSAGEM DE FÁTIMA.

Estátua do Imaculado Coração de Maria,
conforme a descrição da Sua aparição à Irmã Lúcia.


Por em





Sob o título Novidades apocalípticas de Fátima, o jornalista italiano Antonio Socci informa sobre uma extraordinária aparição da Virgem Maria à Irmã Lúcia dos Santos, ocorrida em 1944, mas só conhecida recentemente. Trata-se de um complemento das cada vez mais atuais profecias de Fátima e, por uma providencial coincidência, sai à luz no preciso momento em que os acontecimentos mundiais previstos naquelas profecias parecem próximos de seu desenlace.

Como se conheceu a aparição

Pela importância do tema, procuramos a própria fonte dessa informação, um manuscrito dado a conhecer no ano passado, no qual a Irmã Lúcia narra a referida visão.

O documento foi incluído numa biografia da religiosa, escrita por suas irmãs de hábito com base nas suas cartas e no seu Diário espiritual, ainda inédito. Intitulada Um caminho sob o olhar de Maria, foi publicada no final de 2013 pelo Carmelo de Coimbra, onde a Irmã Lúcia viveu de 1948 até sua morte em 2005.(1)

Mas essa biografia de quase 500 páginas teve até agora uma difusão limitada, sem maior publicidade. Pelo contrário, o artigo de Antonio Socci, publicado no último dia 17 de agosto, permitiu que o relato da visão fosse conhecido pelo grande público e caísse rapidamente nas redes sociais.(2)

Os antecedentes da visão

A aparição relatada pela Irmã Lúcia [FOTO] ocorreu em janeiro de 1944, quando ainda era religiosa noconvento das Irmãs Doroteias em Tuy (Galícia). Dois anos antes, em dezembro de 1941, ela já havia escrito as duas primeiras partes do segredo de Fátima (a visão do inferno e os avisos e predições da Virgem), mas deixou pendente, por ordem de Nossa Senhora, a terceira parte.

O bispo de Leiria — a diocese de Fátima — a instava reiteradamente a redigir também esse “terceiro segredo”, mas como Nossa Senhora lhe havia mandado guardar reserva, todas as vezes que ela tentava fazê-lo, não conseguia. Sua perplexidade interior era muito grande: estando o mundo em plena II Guerra Mundial, teria chegado realmente o momento de escrevê-lo, como lhe pedia o seu Prelado?


O relato da Irmã Lúcia, passo a passo.

Nessas circunstâncias, por volta das 16 horas do dia 3 de janeiro de 1944 — relata a Irmã Lúcia —, enquanto rezava na capela do convento diante do tabernáculo, “pedi a Jesus que me fizesse conhecer qual era sua vontade”, e com o rosto entre as mãos, esperava alguma resposta: “Senti então, que uma mão amiga, carinhosa e maternal me toca no ombro, levanto o olhar e vejo a querida Mãe do Céu”.

Nossa Senhora lhe diz: “Não temas, Deus quis provar a tua obediência, Fé e humildade, está em paz e escreve o que te mandam, não porém o que te é dado entender do seu significado. E a instrui a colocar o que irá escrever em um envelope lacrado, anotando por fora deste “que só pode ser aberto em 1960”.

Em seguida — prossegue a Irmã Lúcia — “senti o espírito inundado por um mistério de luz que é Deus e N’Ele vi e ouvi, — A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, — Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente sem número que não se pode contar, é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. 

— O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora!’

“Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco de uma voz suave que dizia: — No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica. Na eternidade, o Céu!’

“Esta palavra Céu encheu a minha alma de paz e felicidade, de tal forma que quase sem me dar conta, fiquei repetindo por muito tempo: — O Céu! o Céu!”.

Alentada por essas maravilhosas palavras finais, a Irmã Lúcia teve forças para escrever o Terceiro Segredo, tal como Nossa Senhora lhe havia ordenado: “Apenas passou a maior força do sobrenatural, fui escrever e fi-lo sem dificuldade, no dia 3 de janeiro de 1944, de joelhos apoiada sobre a cama que me serviu de mesa. Ave Maria”. Assim conclui o relato da visão (Um caminho sob o olhar de Maria, p. 267).

Obviamente ela só escreveu o que lhe foi revelado em 13 de julho de 1917 — o Terceiro Segredo —, omitindo, conforme as instruções que acabara de receber da Mãe de Deus, qualquer referência a esta nova aparição.

Como interpretar essa visão?

O extraordinário dessa visão particular é que ela vem acompanhada de palavras que a interpretam, complementando e realçando assim a grandeza e a seriedade da própria Mensagem de Fátima.

Além de mostrar sua inefável bondade para com a Irmã Lúcia — a quem conforta com sua “mão amiga, carinhosa e maternal” e com expressões de apreço por sua obediência —, e de autorizá-la a escrever o Terceiro Segredo, Nossa Senhora a premia com esta visão e lhe faz “compreender seu significado”, embora advirta que não deve acrescentá-la ao escrito oficial: ela só pôde anotá-la em seu Diário pessoal.

A imagem que a Irmã Lúcia via em Deus — “a ponta da lança como uma chama que se desprende” — é notavelmente parecida com a espada de fogo que o Anjo empunhava na visão do Terceiro Segredo.(3) E essa chama, tocando o eixo da Terra, convulsiona de tal maneira toda a natureza, que até “cidades, vilas e aldeias com seus moradores são sepultadas”. O que, por sua vez, coincide com a predição anunciada na segunda parte do Segredo de que “várias nações serão aniquiladas” se os homens não atendessem aos pedidos de Nossa Senhora.

A esse cenário pavoroso se soma a “guerra destruidora”, que a Irmã Lúcia entende ter duas causas: “o ódio” e “a ambição”. Os atrozes massacres de cristãos no Oriente Médio em mãos dos islamitas do ISIS e congêneres, que revelam um ódio satânico (quase diríamos ódio em estado puro), e a mortífera insurreição impulsionada pela Rússia na Ucrânia, em que a ambição territorial se torna cada vez mais notória, já não são primícias dessa calamidade?

É digno de nota que, paralelamente à visão, foi dado à Irmã Lúcia entender que essas catástrofes são causadas pelo pecado que cobre a Terra, e têm por objeto a “purificação do mundo”. Após a purificação vem um grande triunfo universal da Igreja, representado pela voz que proclama “uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja”.

Note-se, a consonância desse desfecho com o triunfo do Imaculado Coração de Maria, anteriormente previsto em Fátima, e com as predições similares de Nossa Senhora em aparições como a de La Salette (1846), Akita (1973) e outras.

No limiar do desenlace de Fátima?

Além do que esta visão tem de terrível e grandioso, cabe ressaltar seu encaixe perfeito como peça-chave na contextura da Mensagem de Fátima — essa apaixonante equação profética cada vez mais próxima de resolver-se —, enriquecendo-a com importantes pormenores até agora ignorados.

É também muito significativo o fato de que a visão é dada a conhecer somente agora, 70 anos depois de ocorrida, quando ameaçadores focos de violência irrompem por todas as partes, e até o próprio Papa Francisco surpreende o mundo declarando que já “entramos na terceira guerra mundial”.(4)

De fato, a descrição da Irmã Lúcia não poderia chegar em momento mais oportuno: o contexto tão convulsionado em que o mundo se encontra permite que todos a entendam sem dificuldade, e por isso parece-nos providencial que seja revelada agora.

Sua divulgação poderá ajudar a compreender o castigo que virá se os homens não renunciarem à impiedade e à corrupção, e estimulá-los a “endireitar as suas veredas” (Mc 1,3) por meio da emenda de vida a que a Santíssima Virgem os instou em Fátima.

Assim se farão credores de uma misericórdia especial de Deus, na hora de um castigo cada vez mais provável. E esse poderá ser o maior benefício da celeste mensagem, que a todos nós deve fazer refletir.

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(*) Artigos relacionados: Fátima numa visão de conjunto (Catolicismo, Maio/1967), Lágrimas, milagroso aviso (Catolicismo, Julho/1997).
  1. Carmelo de Coimbra, Um caminho sob o olhar de Maria — Biografia da Irmã Maria Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado, O. C. D. Marco de Canaveses: Edições Carmelo, 2013, 495 páginas.
  2. Antonio Socci Novità apocalittiche da Fatima, “Libero”, Milão, 17-8-2014; disponível em http://www.antoniosocci.com/2014/08/novita-apocalittiche-da-fatima-lultimo-mistero-il-silenzio-delle-suore-ma-chi-tace/
  3. “… vimos ao lado esquerdo de Nossa Senhora, um pouco mais alto, um Anjo com uma espada de fogo na mão esquerda; ao cintilar, despedia chamas que parecia iam incendiar o mundo” (Congregação para a Doutrina da Fé, A Mensagem de Fátima, 26 de junho de 2000,http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20000626_message-fatima_sp.html).
  4. Il Papa: ‘La Terza guerra mondiale è già iniziata’, “La Repubblica”, Roma, 18-8-2014; www.repubblica.it/esteri/2014/08/18/news/papa_francesco_terza_guerra_mondiale_kurdistan-94038973/

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