Blog Católico, para os Católicos

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"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

NATAL: O DIA DA REALIZAÇÃO DAS PROMESSAS DO AMOR DE DEUS.



Promessas Divinas

Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua posteridade e a posteridade dela. Ela te pisará a cabeça, e tu armarás traições ao seu calcanhar.”1

Este povo que andava nas trevas, viu uma grande luz; aos que habitavam na região da sombra da morte nasceu-lhes o dia.

Porquanto, um Menino nasceu para nós, e um Filho nos foi dado e foi posto o Principado sobre o seu ombro; e será chamado Admirável, Conselheiro, Deus Forte, Pai do século futuro, Príncipe da Paz.

O seu Império se estenderá cada vez mais, e a paz não terá fim; sentar-se-á sobre seu Reino, para o firmar e fortalecer pelo direito e pela justiça, desde agora e para sempre; fará isto o zelo do Senhor dos Exércitos.”2

“… Então a glória do Senhor se manifestará, e todos os homens verão ao mesmo tempo o que a boca do Senhor falou...”3

Ouvi, pois, casa de Davi: … Pois por isso, o mesmo Senhor vos dará este sinal: Uma Virgem conceberá e dará à luz um Filho, e o seu nome será Emanuel.”4



Realizações das Promessas Divinas

E, (estando Isabel) no sexto mês, foi enviado por Deus o Anjo Gabriel a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma Virgem desposada com um varão, que se chamava José, da casa de Davi, e o nome da Virgem era Maria. E, entrando o Anjo onde Ela estava, disse-lhe: Deus te salve cheia de graça, o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres.

E Ela, tendo ouvido estas coisas, perturbou-se com as suas palavras, e discorria pensativa que saudação seria esta. E o Anjo disse-lhe: Não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus; eis que conceberás no teu ventre, e darás à luz um filho, e por-lhe-ás o nome de Jesus. Este será grande, e será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó; e o seu reino não terá fim.

E Maria disse ao Anjo: Como se fará isso, pois Eu não conheço varão? E, respondendo o Anjo, disse-lhe: O Espírito Santo descerá sobre ti, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. E, por isso mesmo, o Santo, que há de nascer de ti, será chamado Filho de Deus. Eis que também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na sua velhice; e este é o sexto mês da que se diz estéril; porque a Deus nada é impossível. Então disse Maria: Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra. E o Anjo afastou-se dela…

E, naqueles dias, saiu um edito de César Augusto, para que se fizesse o recenseamento de todo o mundo. Este primeiro recenseamento foi feito por Cirino, governador da Síria. E iam todos recensear-se, cada um à sua cidade. E José foi também da Galileia, da cidade de Nazaré, à Judeia, à cidade de Davi, que se se chamava Belém, porque era da casa da família de Davi, para se recensear juntamente, com Maria, sua esposa, que estava grávida.

E, estando ali, aconteceu completarem-se os dias em que devia dar à luz. E deu à luz o seu Filho Primogênito, e O enfaixou, e reclinou numa manjedoura; porque não havia lugar para eles na estalagem.

Ora, naquela mesma região, havia uns pastores que velavam e faziam de noite a guarda ao seu rebanho. E eis que apareceu junto deles um Anjo do Senhor, e a claridade de Deus os cercou, e tiveram grande temor. Porém, o Anjo disse-lhes: Não temais; porque eis que vos anuncio uma grande alegria, que terá todo o povo. Nasceu-vos na cidade de Davi um Salvador, que é o Cristo Senhor. E eis o (que vos servirá de) sinal: Encontrareis um Menino envolto em panos, e deitado numa manjedoura. E, subitamente, apareceu com o Anjo uma multidão da milícia celeste louvando a Deus, e dizendo: Glória a Deus no mais alto dos Céus, e paz na terra aos homens, (objeto) da boa vontade (de Deus).5




1ª Meditação6

Jesus nascendo mostra-se nosso Salvador

Havia quatro mil anos que o mundo esperava um Salvador; os Patriarcas e os Profetas O chamavam com os seus suspiros e as suas lágrimas: porque, se não viesse, estaríamos todos perdidos. Ele desce finalmente ao presépio, onde o seu primeiro cuidado é salvar-nos, satisfazendo pelos nossos pecados7. Se do seu berço eleva as suas mãozinhas ao Céu, é para aplacar a justiça de seu Pai; se verte lágrimas, é para lavar as nossas máculas e extinguir o fogo da ira celeste; se solta vagidos, é para chamar sobre nós a misericórdia divina. A sua voz é ouvida. Ó espetáculo admirável! Jesus está no presépio satisfazendo por nós; e Deus está em Jesus aceitando esta satisfação. Jesus está no presépio, pobre e humilhado; e Deus está em Jesus aceitando essas humilhações e pobreza em expiação da nossa soberba e do nosso amor das riquezas. Jesus está no presépio, padecente, manso, obediente, e Deus está em Jesus aceitando esse padecimento, essa mansidão, essa obediência, em expiação dos nossos prazeres, das nossas impaciências e das nossas revoltas8. É assim que, desde a sua entrada no mundo, o Homem-Deus se apressa em sofrer e fazer penitência em nosso lugar. Ó primeiras lágrimas que o meu Salvador derramou sobre os meus pecados, eu adoro-vos e venero-vos; primeiros grito que Ele fez ouvir por mim a seu Pai, como preludio desse grande grito, pelo qual devia, ao morrer, consumar o seu Sacrifício e a nossa Redenção, oxalá retumbeis até ao fundo do meu coração, o enterneçais, o comovais, e me façais tomar a minha salvação mais a sério!




2ª Meditação9

Jesus nascendo mostra-se nosso Mestre10

Os mais sábios filósofos de Atenas e de Roma não fazem mais do que gaguejar ao pé desse divino Menino, e as suas mais doutas lições empalidecem na presença do presépio. Ali Jesus prega a sabedoria não com palavras, mas com fatos11. Ele que podia obter todos os gozos da vida, alimenta-se das suas lágrimas, dorme no chão, treme com frio, e entrega aos rigores da estação o seu Corpo delicado, tão sensível às impressões da dor, principalmente nesta idade. É assim que nos ensina a não lisonjearmos os nossos sentidos, a não buscar as nossas comodidades, a nossa sensualidade, os nossos gostos, e a não sermos impacientes nos incômodos. Ele que, Senhor do Céu e da terra, podia nascer no seio da opulência, nasce na extrema pobreza, nos embaraços de uma viagem, em que os mais cautelosos carecem de muitas coisas, no meio da noite, em um presépio abandonado. É assim que Ele nos ensina a não sermos tão ávidos das riquezas, a arrancar do nosso coração a paixão de acumular, princípio de todas as injustiças. É assim que Ele, o Rei da glória, baixa ao mais ínfimo grau da humilhação, parece ter dificuldade em achar um lugar bastantemente desprezível para fazer a sua entrada no mundo: desce a uma estrebaria meio arruinada, que encontra no seu caminho. É assim que Ele nos ensina a não cedermos à paixão da honra e da estimação, ao desejo de nos fazermos conhecidos, e a aceitarmos o abandono e o desprezo, quando se apresentarem. Ó Jesus, quão admiráveis são as vossas lições! Quem poderia, diante de vosso presépio, desejar ainda prazeres, riquezas e glória!



3ª Meditação12

Jesus nascendo mostra-se o enlevo do nosso coração13

Quando contemplo, dizia São Bernardo, o Filho de Deus no seio de seu Pai, sinto-me penetrado de respeito, e tremo de assombro diante da sua incomparável Majestade; mas, quando O vejo no presépio, não posso já temê-lO: não posso senão amá-lO14. Amo-O ocultando essa Majestade, que assombra, encobrindo essa glória, que surpreende, abaixando essa elevação, que espanta, para não descobrir senão o amor e a bondade, que atraem. É um Menino recém-nascido; quem O temeria15? Basta que nos aproximemos d'Ele para O amarmos, para nos enternecermos16. Se as lágrimas de um menino abandonado, ainda que fosse para nós um estranho, um desconhecido, nos comoveriam; quanto mais não devemos comover-nos, vendo este Menino Deus, terna Vítima, que padece e chora em nosso lugar, que estende amorosamente para nós as suas mãozinhas, a fim de nos pedir o nosso coração e nos dizer com a sua vista, na falta da palavra: Meu filho, dá-Me o teu coração17. Quem ousaria, com a sua covardia e tibieza, entristecer este divino Menino, e arrancar dos seus inocentes olhos novas lágrimas? Ah! Vamos antes ao altar recebê-lO com grande amor, apertá-lO ao nosso peito, pedir-lhe que venha nascer em nós e fazer do nosso coração o seu berço. Do altar como do presépio pode-se dizer: Em sua pequenez, quanto é amável18! E, todavia, como temos nós O amado até agora? Como O amamos ainda? Ó meu coração, ama, pois, finalmente, um Deus tão amável; não respires já senão amor para com o Deus do presépio; e inaugure para ti, a grande Festa do Natal, uma vida toda de amor.





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1.  Gênesis 3, 15.

2.  Isaías 9, 1-7.

3.  Isaías 40, 1-8.

4.  Isaías 7, 12-14.

5.  Lucas 1, 26-38; 2, 1-14.

6.  M. Hamon, “Meditações para todos os dias do ano”, Tomo 1º, 25 de Dezembro, pp. 118-119; traduzidas da terceira edição francesa por Francisco Luiz de Seabra, Pároco de Cácia, Livraria Lello & Irmão, Editores, Porto-Lisboa, 1940.

7.  Natus est vobis hodie Salvator (Luc. II, 11).

8.  Deus erat in Christo mundum reconcilians sibi (II Cor., V, 19).

9.  M. Hamon, ob. cit., pp. 119-120.

10.  Apparuit gratia Dei… erudiens nos (Tit. II, 11-12).

11.  Ipsa infatilia membra clamant (S. Bern., de Nativ.).

12.  M. Hamon, ob. cit., pp. 120-121.

13.  Benignitas et humilitas apparuit Salvatoris nostri Dei (Tit. III, 4).

14.  Magnus Dominus et laudabilis nimis; parvulus Dominus et amabilis nimis (S. Bern., de Nativ.).

15.  Nolite timere (Luc., II, 10).

16.  Parvulus Dominus et amabilis nimis (S. Bern., de Nativ.).

17.  Praebe filii mi, cor tuum mihi (Prov. XXIII, 26).

18.  Parvulus Dominus et amabilis nimis.

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