Blog Católico, para os Católicos

BLOG CATÓLICO, PARA OS CATÓLICOS.

"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Em Louvor da Verdade


Ponho aqui umas trovas em louvor da verdade. Perdoe-se o que a musa não tem de florígera, pelo que tem de frutuosa.


A VERDADE

Qual é aquela formosura,
Que vestir-se não procura
Por maior honestidade?
A verdade.

Que tal coisa existe no mundo,
Tão sincera, clara e igual,
Que a Deus e aos homens agrade?
A verdade.

O que aprende o Sábio?
O que esconde o peito traidor?
E ao nobre, que o rende tão por vontade?
A verdade.

Quem fez amável e grato,
Ainda que mesmo aos bárbaros,
O trato da humana sociedade?
A verdade.

O que receia o delinquente,
Se o seu crime não é patente
À luz da publicidade?
A verdade.

Quem da oprimida inocência,
Com dolo, ou com violência,
Haverá de se apiedar?
A verdade.

Qual é a vítima abatida
Do hipócrita e do perjuro,
Da traição e da impiedade?
A verdade.

Combatidos da tormenta,
Que âncora forte sustenta,
Os corações em igualdade?
A verdade.

E que alma tem a história,
Que a faz, nas asas da glória,
Passar de idade em idade?
A verdade.

E de que ouro se lavra
Tão fino a real palavra,
Que prova na adversidade?
A verdade.

Ambas as tábuas da lei,
Que eu mal cumpro, e bem sei,
Que resumem com brevidade?
A verdade.

Virgem e Mãe! Deus e menino!
Deus na Cruz! Deus Uno e Trino!
Quem há de persuadir à crê-lO?
A verdade.

E que lâmpada acesa,
Ilustra para que se creia
Na Cruz a gentilidade?
A verdade.

Nos corações que são seus,
O que é que escreve o dedo de Deus
Com suma velocidade?
A verdade.

Quem certifica ao Profeta,
Que ameace ou prometa,
Com infalível claridade?
A verdade.

Com que vence o Mártir as fúrias,
O ferro, o fogo, a afronta e as injúrias,
Em paz e serenidade?
A verdade.

E a que saiu do deserto
Voz clamante, índice certo,
Que demonstrou na cidade?
A verdade.

Com que armas somente num dia,
Três mil corações rendia,
De Cefas a atividade?
A verdade.

Quem poliu dentro de um instante,
De Saulo o bruto diamante,
Para ser sol da Cristandade?
A verdade.

Sob perguntas e desacatos,
De Anás, Herodes e Pilatos,
Quem foi que suportou com humildade?
AquEle que é a Verdade.

Quem é que pode na causa extrema,
Aparecer sem que tema
De Cristo a severidade?
Somente a verdade.

E quem é que no Céu Empíreo
Dá a tantos milhões de Santos,
Eterna saciedade?
A verdade.

Oh! Visão tão admirável!
Que eu nunca me canse,
De amar no teu alcance,
Por graça e liberdade,
Adorando-te sempre
Em espírito e verdade.



Fonte: Ven. Pe. Manoel Bernardes, Oratoriano, “Nova Floresta”, Vol. III, Título IV: “Competência, Emulação”, Cap. XLVI, pp. 192-194. Livraria Lello & Irmão – Editores, Porto, 1949.

O PEQUENO GIGANTE SÃO LUÍS ORIONE.

S. Luís Orione, no Santuário de N.S. do Bom Conselho, em Genazzano.


Mesmo naqueles últimos anos, consumido por viagens e sobrecarregado de dívidas, Dom Bosco não se afastou jamais, dos seus jovens. Vê-los, ouvi-los, dar dez passos em sua companhia, era coisa que lhe restituía a saúde mesmo após dias massacrantes.

Em outubro de 1886, aceitara-se um menino de 14 anos de Pontecurone. Chamava-se Luís Orione. Era filho de um pobre calceteiro. Ajoelhara-se também ele junto ao papai, horas e horas, com os joelhos na areia úmida, a colocar pedras, uma a uma, e fincá-las no solo a golpes de martelo. Quisera fazer-se frade em Voghera, mas enfermara-se e, por isso, obrigado se viu em retornar à casa. Tinham-no aceitado os salesianos de Valdocco.

Luizinho ficou logo fascinado, cheio de encanto por Dom Bosco. Quando desce ao pátio (“Cada vez mais raramente nos últimos tempos”, recorda), os jovens, a dezenas, a centenas, rodeiam-no, disputam os lugares mais próximos, contentes de receberem dele ao menos uma palavra.

Luizinho avança também, em meio aos outros, o mais que pode. Dom Bosco mira-o, sorrindo, e pergunta-lhe se a lua na sua aldeia é grande como em Turim e quando percebe que está rindo, diz-lhe brincando: “T’ses prope ‘n fa fiôché” (És mesmo um “fa nevicare”, um simplório). Tem um grande desejo, o Luizinho Orione: queria confessar-se com Dom Bosco. Mas como fazer?

Dom Bosco está no extremo de suas forças. Confessa somente alguns salesianos e os alunos da quinta classe do ginásio, que se preparam para entrar no noviciado. De modo quase inexplicável obtém esse singularíssimo privilégio. Precisa preparar-se seriamente.

Narrou o próprio P. Orione: “No exame de consciência que fiz, locupletei três pequenos cadernos”. A fim de não deixar escapar nada, consultara alguns formulários. Copiou tudo, acusou-se de tudo. Só a uma pergunta respondeu negativamente: à interrogação: cometeu assassínio?”. “Oh, isso, não!” – escreveu. Depois, com os cadernos no bolso, uma mão no peito, olhos baixos, tomou lugar na fila com os outros, aguardando a sua vez. Tremia de emoção.

Que dirá Dom Bosco quando ler todos estes pecados? – e com a mão apalpava os cadernos. Chegou a sua vez. Ajoelhou-se. Dom Bosco o contemplou, sorrindo.

Dá-me os teus pecados.

O rapaz tirou do bolso o primeiro caderno. Dom Bosco o tomou, pareceu sopesá-lo um átimo, depois o fez em pedaços.

Dá-me os outros.

Tiveram a mesma sorte. O rapaz ficou a olhá-lo, desorientado.

Agora a confissão está feita – disse Dom Bosco. – Não penses mais em tudo o que escreveste.

E lhe sorriu. Luizinho não esquecerá nunca mais aquele sorriso. Depois daquela confissão, ainda fez outras. Um dia Dom Bosco o olhou firme nos olhos:

Lembra-te de que nós dois seremos sempre amigos.

Luís Orione não se esqueceu daquela promessa. Quando souber que Dom Bosco está em fim de vida, oferecerá a Deus a sua em troca. Quando se tornar pai de uma Congregação com oratórios e casas para rapazes paupérrimos, dirá, pensando em Dom Bosco:

Seria capaz de caminhar sobre brasas bem acesas a fim de vê-lo ainda uma vez e demonstrar-lhe minha gratidão.

Dirá dos três anos passados em Valdocco: “a estação feliz da minha vida”.1

Anos mais tarde, em 1899, funda a Pequena Obra da Divina Providência. Em 1915, funda a Congregação das Pequenas Irmãs da Caridade.

Foi beatificado em 1980 e Canonizado em 2004 por São João Paulo II.



São Luís Orione
aos Padres Musicistas

São Luís Orione, depois de uma semana rezando, escreveu esta carta sobre o Canto Oficial da Igreja, e que os Sacerdotes deveriam meditá-la com seriedade:

O Canto Gregoriano é o Canto da Igreja… Repito: pouco importa que os filhos da Divina Providência saibam música, o que importa muitíssimo é que saibam o Canto Gregoriano… Tenho conhecimento e conheço alguns, a que o estudo de música tem feito esmorecer e sair da reta estrada, e dos que apostatam do Sacerdócio ou da Vida Religiosa, metade em média, são amantes da música e dados extraordinariamente à música. Raros são os Sacerdotes musicistas de verdadeiro espírito: frequentemente se tornam frívolos, vaidosos, exaltados, entibiam na piedade, faltam à seriedade, tomam um modo de agir secular e mundano, e fazem pior do que os leigos, vão levados pela música, e por todo o gênero de música até perderem-se… Se se executar o Canto Gregoriano com a conveniente distinção de vozes e dos vários coros, nada deixará a invejar à música, porque o Canto Gregoriano até conseguirá maior fruto espiritual para as almas… o Superior vigie sempre para que a música não enfraqueça o espírito de piedade nem a Vida Religiosa, e veja que não se estudem óperas ou autores profanos...”.2


___________________________

1.  Terésio Bosco, “Dom Bosco - Uma Biografia Nova”, pp. 469-470. Editora Salesiana Dom Bosco, São Paulo/SP, 1983.

2.  Carta a D. Cremaschi, de 02/10/1931.

Gloriosa Ordem do Carmo.



Um Encontro Profético

Certo dia, que já vai longe, andando pelas ruas de Roma, encontraram-se três insignes homens de Deus. Um era Frei Domingos de Gusmão, que recrutava membros para a Ordem que fundara, a dos Pregadores, mais tarde conhecida como dos “dominicanos”. Outro era o Irmão Francisco de Assis, o Povorello, que havia pouco reunira alguns homens para servir ao que chamava a Dama Pobreza. O terceiro, Frei Ângelo, tinha vindo de longe, do Monte Carmelo, na Palestina, chamado a Roma como grande pregador que era. Os três, iluminados pelo Divino Espírito Santo, reconheceram-se mutuamente, e no decurso da conversa fizeram muitas profecias. Santo Ângelo, por exemplo, predisse os estigmas que seriam concedidos por Deus a São Francisco. E São Domingos profetizou:

Um dia, Irmão Ângelo, a Santíssima Virgem dará à tua Ordem do Carmo uma devoção que será conhecida pelo nome de Escapulário Castanho, e dará à minha Ordem, dos Pregadores, uma devoção que se chamará Rosário. E um dia Ela salvará o mundo por meio do Rosário e do Escapulário”.


Fonte: Boletim “Flos Carmeli”, Julho de 2009, da V.O.T. de Nossa Senhora do Monte Carmelo, do Sodalício de Campos dos Goytacazes/RJ.

SÃO PIO DE PIETRELCINA E A SANTA MISSA.



Em 1974, foi publicada uma obra em italiano, intitulada “Assim falou Padre Pio”,1 com o Imprimatur de D. Fanton, Bispo Auxiliar de Vicenza. No presente trabalho, extraímos alguns trechos em que o Padre Pio falava da Santa Missa:


Padre, o sr. ama o Sacrifício da Missa?
Sim, porque ela regenera o mundo.

Que glória dá a Deus a Missa?
Uma glória infinita.

Que devemos fazer durante a Missa?
Compadecer-nos e amar.

Padre, como devemos assistir à Santa Missa?
Como assistiram a Santíssima Virgem e as piedosas mulheres. Como assistiu São João Evangelista ao Sacrifício Eucarístico e ao Sacrifício cruento da Cruz.

Padre, que benefícios recebemos ao assistir à Santa Missa?
Não se podem contar. Vê-lo-ás no Céu. Quando assistires à Santa Missa, renova a tua fé e medita na Vítima que se imola por ti à Divina Justiça, para aplacá-lA e torná-lA propícia. Não te afastes do altar sem derramar lágrimas de dor e de amor a Jesus, crucificado por tua salvação. A Virgem Dolorosa te acompanhará e será tua doce inspiração.

Padre, que é sua Missa?
Uma união sagrada com a Paixão de Jesus. Minha responsabilidade é única no mundo. (Dizia chorando)

Que devo descobrir na sua Santa Missa?
Todo o Calvário.

Padre, diga-me tudo o que o senhor sofre durante a Santa Missa.
Sofro tudo o que Jesus sofreu na Sua Paixão, embora sem proporção, só enquanto pode fazê-lo uma criatura humana. E isto, apesar de cada uma de minhas faltas e só por Sua bondade.

Padre, durante o Sacrifício Divino, o senhor carrega nossos pecados?
Não posso deixar de fazê-lo, já que é uma parte do Santo Sacrifício.

O senhor considera a si mesmo como um pecador?
Não o sei, porém, temo que assim seja.

E já vi o senhor tremer ao subir os degraus do Altar. Por que? Pelo que tens de sofrer?
Não pelo que tenho de sofrer, mas, pelo que tenho de oferecer.

Em que momento da Missa o senhor sofre mais?
Na Consagração e na Comunhão.

Padre, esta manhã na Missa, ao ler a história de Esaú, que vendeu os direitos de sua primogenitura, seus olhos se encheram de lágrimas.
Parece-te pouco desprezar o dom de Deus!?

Por quê, ao ler o Evangelho, o senhor chorou quando leu estas palavras: “Quem come Minha Carne e bebe o Meu Sangue...”?
Chora comigo de ternura!

Padre, por quê o senhor chora quase sempre quando lê o Evangelho na Missa?
A nós, parece-nos que não têm importância que um Deus fale às Suas criaturas e elas O contradigam e continuamente O ofendam com sua ingratidão e incredulidade.

Sua Missa, Padre, é um Sacrifício cruento?
Herege!

Perdão, Padre, quis dizer que na Missa o Sacrifício de Jesus não é cruento, mas a sua participação em toda a Paixão o é. Engano-me?
Não, nisso não te enganas. Creio que tens toda a razão.

Quem lhe limpa o sangue durante a Missa?
Ninguém.

Padre, por quê o senhor chora no Ofertório?
Queres saber o segredo? Pois bem: porque é o momento em que a alma se separa das coisas profanas.

Durante sua Missa, Padre, o povo faz um pouco de barulho…
Se estivesses no Calvário, não escutarias gritos, blasfêmias, ruídos e ameaças? Havia um alvoroço enorme.

Não o distraem os ruídos?
Em nada.

Padre, por quê (o senhor) sofre tanto na Consagração?
Não sejas maldoso… (Não quero que me perguntes isso…)

Padre, diga-me: por quê (o senhor) sofre tanto na Consagração?
Porque nesse momento se produz realmente uma nova e admirável destruição e criação.

Padre, por quê (o senhor) chora tanto no Altar e que significam as palavras que pronuncia na Elevação? Pergunto por curiosidade, mas também, porque quero repeti-las com o senhor.
Os segredos do Rei Supremo não podem revelar-se sem profaná-los. Perguntas-me por quê choro, mas eu não queria derramar essas pobres lagrimazinhas, mas torrentes de lágrimas. Não meditas neste grandioso Mistério?

Padre, o senhor sofre, durante a Missa, a amargura do fel?
Sim, muito frequentemente…

Padre, como pode estar-se de pé no Altar?
Como estava Jesus na Cruz.

No Altar, o senhor está cravado na Cruz, como Jesus no Calvário?
E ainda me perguntas?

Como se acha o senhor? (No Altar)
Como Jesus no Calvário.

Padre, os carrascos deitaram a Cruz no chão para pregarem os Cravos em Jesus?
Evidentemente.

Ao senhor, também lhos pregam?
E de que maneira!

Também deitam a Cruz para o senhor?
Sim, mas não devemos ter medo.

Padre, durante a Missa, o senhor pronuncia as Sete Palavras que Jesus disse na Cruz?
Sim, indignamente, mas também As pronuncio.

E a quem diz: “Mulher, eis aí teu filho”?
Digo para Ela: “Eis aqui os filhos de teu Filho”.

O senhor sofre a sede e o abandono de Jesus?
Sim.

Em que momento?
Depois da Consagração.

Até que momento?
Costuma ser até a Comunhão.

O senhor diz que tem vergonha de dizer: “Procurei quem Me consolasse e não achei”. Por quê?
Porque nossos sofrimentos de verdadeiros culpados, não são nada em comparação com os de Jesus.

Diante de quem (o senhor) sente vergonha?
Diante de Deus e da minha consciência.

Os Anjos do Senhor o reconfortam no Altar em que o senhor se imola?
Pois… não o sinto.

Se não lhe vem o consolo até a alma durante o Santo Sacrifício, e o senhor sofre, com Jesus, o abandono total, nossa presença não serve de nada.
A utilidade é para vós. Por acaso foi inútil a presença da Virgem Dolorosa, de São João e das piedosas mulheres aos pés de Jesus agonizante?

Que é a Sagrada Comunhão?
É toda uma misericórdia interior e exterior, todo um abraço. Pede a Jesus que se deixe sentir sensivelmente.

Quando Jesus vem, visita somente a alma?
O ser inteiro.

Que faz Jesus na Comunhão?
Deleita-se na Sua criatura.

Quando (o senhor) se une a Jesus na Santa Comunhão, que quer (que) peçamos a Deus para o senhor?
Que eu seja outro Jesus, todo Jesus e sempre Jesus.

O senhor sofre também na Comunhão?
É o ponto culminante.

Depois da Comunhão, continuam seus sofrimentos?
Sim, mas não sofrimentos de amor.

A quem se dirigiu o último olhar de Jesus agonizante?
À Sua Mãe.




______________________

1.  S. Giovanni Rotondo, Foggia, Itália.

Redes Sociais

Continue Acessando

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...