Respostas
Contrárias
à
Revelação
"O primeiro dom que se manifestou foi o de línguas. Em Pentecostes,
os discípulos, junto com Maria, ficaram cheios do Espírito
Santo e começaram a
orar, louvar, a cantar numa língua nova, a língua do Espírito.
Alguns interpretaram o acontecimento e disseram: ‘Eles louvam
a Deus, estão cantando as glórias de Deus, e nós estamos
entendendo com o coração’. Outros estavam ali como
curiosos, brincando, zombando, dizendo que os discípulos
estavam bêbados. Pedro explicou: ‘Não estamos bêbados;
pelo contrário, está se cumprindo a profecia de Joel’.
O primeiro dom criou
confusão”. (R. Pe. Jonas Abib, “Aspirai aos Dons Espirituais”, Cap. V, P. 53; 7ª Edição, janeiro de 2004)
► “Frequentemente
menciona-se hoje o falar em línguas, ou xenoglossia ... Em
realidade, amiudadas vezes, a xenoglossia tem sido como a
‘isca’ que tem levado muitas pessoas para os grupos de
oração.
Ainda que em numerosa
literatura pentecostal se cite este Carisma como um verdadeiro
falar noutros idiomas, nós discordamos dessa opinião, baseados
na análise dos textos bíblicos e em muitos comentários elaborados
ao largo da História da Igreja. Naquilo em que nós cremos é
na oração em línguas...
O primeiro texto
que se costuma mencionar encontra-se no Livro dos ‘Atos dos
Apóstolos’, e corresponde aos 13 primeiros versículos
do Capitulo Segundo... Há dois episódios no Pentecostes:
louvor em línguas e pregação de Pedro. Não
se trata no primeiro do fato de pregar em línguas,
pois, antes que os judeus acorressem já os Apóstolos estavam
falando noutras línguas (At. 2, 4)...
A História da
Igreja Primitiva não menciona em nenhum capítulo, fora do
texto que agora estamos analisando, que os Apóstolos tivessem
desfrutado do Carisma da Xenoglossia ... Em toda a História da
Igreja, muitos pensaram que, neste Segundo Capítulo dos
Atos, se trata de falar verdadeiras línguas... Outros exegetas,
atualmente a grande maioria, identificam o que sucedeu no Pentecostes
com a ‘Glossolalia’ ou oração em línguas...
Alfred Wilkenhauser, por exemplo, no seu livro sobre os
Atos dos Apóstolos, fala assim:
‘Não se trata
do uso de diversas línguas efetivamente faladas (Grego,
Latim, Copta, etc.),
desconhecidas até então pelos Discípulos e aprendidas no momento,
mas de um modo de falar em atitude extática que brota da alma
impregnada do Espírito Santo; trata-se de um modo de falar que não
se serve das formas correntes da linguagem. Este linguajar que
eles empregam é algo novo, obra do Espírito Santo, que não emprega
palavras nem frases próprias de uma linguagem humana normal.
Contudo, o Cristianismo Primitivo via neste modo de falar
não o tartamudeio incerto de um extático que, até certo
ponto, perde a
capacidade de
elocução, mas antes uma linguagem para além do humano,
celestial, que busca e logra exprimir algo; uma linguagem
que, é certo, só compreendem aqueles a quem o Espírito lhes
concede tal dom’ (Alfred
Wilkenhauser, “Os Atos dos Apóstolos”, Herder, Barcelona,
pp. 59-62, 1967).
A opinião do
teólogo holandês Piet Schoonenberg é semelhante (Piet
Schoonenberg, em Revista “Concilium”, edição em honra de
Eduardo Schillebeeckx, Ed. Cristiandad, Madrid, 1974)...
De tudo quanto
fica dito, parece que podemos concluir que o Carisma da Xenoglosia
não se deu na História da Igreja, ou pelo menos não se
comprovou sua existência. Quanto muito se pode admitir que certos
textos de valor duvidoso lhe fazem referência, embora sem
suficiente claridade. Nos Atos dos Apóstolos faz-se alusão
a um Carisma de ‘falar em línguas’, mas parece ser de
índole diferente da Xenoglosia. Por isso, o denominamos
‘Glossolalia’ ou ‘Orar em línguas’... A Glossolalia
de que falam os Atos serviu na Literatura Cristã Primitiva e
Medieval, não para ser estudada em si mesma, mas para fazer
refletir sobre algumas ideias eclesiais” (R.
Pe. Diego Jaramillo Cuartas, em “O Dom das Línguas”, da Coleção
“Novo Pentecostes”, Nº 4, Part. III, PP. 35-39, 41, 61, 3ª
Edição, Ed. Loyola, 1979).
Respostas
dos
Ensinamentos
Tradicionais
da
Igreja
Católica
Não
somente falaram, como também o foi ensinado que falaram, e isto
desde a era apostólica até os nossos dias, e o continuará a sê-lo
até o fim do mundo; pois assim o foi revelado e ensinado pelo
Divino Espírito Santo à Sua Igreja. Vejamos alguns poucos exemplos
incontroversos:
► Sagrada
Escritura: “E
quando se completaram os dias de Pentecostes, estavam todos
juntos num mesmo lugar; e, de repente, veio do Céu um estrondo, como
de vento que soprava impetuoso, e encheu toda a casa onde
estavam sentados. E apareceu-lhes repartidas umas como
línguas de fogo, e pousaram (uma) sobre cada um deles. E foram
todos cheios do Espírito Santo, e começaram
a falar em várias línguas, conforme o Espírito Santo
lhes concedia que falassem...” (At.
2, 1-18).
► Diário da
Peregrina espanhola Etéria:
“Tendo chegado a terceira hora, já todos estão em Sião,
onde apenas chegam, se lê a passagem dos Atos dos Apóstolos quando
desceu o Espírito para
que compreendessem todas as línguas faladas” (“Peregrinação
de Etéria”, 43, 3).
► Santo
Ireneu: “Em
seguida, depois que o Espírito Santo desceu sobre os Discípulos
e como todos profetizassem e falassem línguas diversas...” (“Contra
as Heresias”, Liv. III, Part. II, Art. 12, 1). “Todos
os Discípulos louvavam a Deus em todas as línguas...” (“Adv.
Haer”., 3, 17, 1-3).
► Tertuliano
(quando era ainda
católico):
“Eles (os
Apóstolos) receberam
a força prometida do Espírito Santo para realizarem milagres e
falarem as várias línguas...” (“Da
Prescrição contra os Hereges – A Regra de Fé”).
► Santo
Ambrósio: “...
Queres saber por que o Espírito desceu? Ouviste que Ele desceu
como uma pomba(no Batismo de Nosso Senhor). Por que como pomba? Para
que os incrédulos fossem chamados à Fé. No princípio,
devia haver um sinal; em seguida era necessário que houvesse
perfeição.
Escuta outra coisa.
Depois da morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, os Apóstolos estavam
reunidos e oravam no dia de Pentecostes. De repente, ouve um
grande ruído, como se um vento soprasse fortemente e foram
vistas como línguas de fogo espalhadas (At. 2, 1-3). O que
significa isso, senão a descida do Espírito Santo, que
quis se manifestar corporalmente por um sinal, espiritualmente
pelo Sacramento? Portanto, o seu Advento teve um testemunho
manifesto; a nós, já foi oferecido o privilégio da Fé,
enquanto no princípio eram feitos sinais
para os incrédulos;
a nós, que já estamos na plenitude da Igreja, a verdade é
alcançada não pelo sinal, mas pela Fé” (“Sobre os
Sacramentos”, Liv. II, NN. 14-15).
► Santo
Agostinho: “...
Depois, durante 40 dias, conviveu na terra com os Discípulos e
perante seus olhos subiu aos Céus; 10 dias mais tarde enviou,
segundo prometera, o Espírito, cuja vinda sobre os fiéis
se manifesta por este
sinal soberano e soberanamente necessário: cada um deles fala
as línguas de todos os povos, figurando, assim, a futura
Unidade da Igreja Católica, que se espalha por todas as
nações e fala todas as línguas” (“A
Cidade de Deus contra os Pagãos”, Part. II, Liv. XVIII, Cap.
XLIX).
► “No
princípio existia a Igreja numa única nação e nela falava as
línguas de todas. Sinal do que haveria de acontecer: que, uma vez
espalhada por todas as nações, chegaria a falar as
línguas de todas elas” (“Tratados
sobre o Evangelho de São João”, 32, 7; em Obras Completas de
Santo Agostinho, Tom. XIII, BAC, Madrid, P. 755, 1955).
► “A Igreja
recebeu o Espírito Santo. Contava
com poucos membros, mas já falava as línguas de todo o
mundo. O significado deste fenômeno é o seguinte: aquela pequena
Igreja nascente, que falava todos os idiomas, era figura
inequívoca da grande Igreja de hoje, desde o ocaso já
difundida, que fala todas as línguas. Agora é o cumprimento
daquela promessa” (“Sermão
267, 3”; em Obras Completas de Santo Agostinho, Tom. VII, BAC,
Madrid, pp. 457-459, 1950).
► “Quando
desceu o Espírito Santo sobre os Discípulos, estes falaram as
línguas de todos e por todos foram
entendidos” (“Enarraciones
sobre los Salmos”, Tom. II, 54, BAC, Madrid, p. 344, 1965).
► Um Bispo
Africano do séc. VI: “Aquele
vento não inflou, senão que alimentou; aquele fogo não queimou,
senão que excitou. Cumpriu-se o que muito antes se tinha
profetizado: não há discursos e palavras cuja voz deixe de ser
ouvida (Salm. 18, 4). Para que depois, ao iniciar-se a
pregação do Evangelho, se cumprisse o que segue: O seu
pregão sai pela terra inteira e as suas palavras chegam aos confins
do mundo (Salm. 18, 5). Que
outra coisa profetiza o Espírito Santo... senão que todos
teriam de crer no Evangelho, de forma que a princípio cada um
dos fiéis, e depois a Igreja inteira, falasse todas as línguas?
Que dizem a isto os
que não querem incorporar-se à Sociedade Cristã que frutifica e
cresce por toda a parte? Podem acaso negar que vem também
agora o Espírito Santo sobre os Cristãos? Por
que é que ninguém fala as línguas de todas as gentes (indício da
vinda de então), senão porque agora se cumpre o que então
era apenas significado? Naquela ocasião um só fiel falava
todas as línguas e agora a Comunidade dos fiéis as falam também.
Assim, portanto, hoje também são nossas todas as línguas, porque
todos somos Membros do Corpo que as possui” (“Sermão
269, 1”, atribuído por muito tempo a Santo Agostinho; PL. 38,
1234).
► “Porque
assim como então, ao receber o Espírito Santo, um só homem
falava as línguas e todos, assim agora, fala todas as
línguas a mesma Unidade à qual pertenceis, e na qual
recebeis o Espírito Santo” (“Sermão
271”; PL. 38, 1245).
► São Leão
Magno: “Atesta a
História dos Apóstolos: ‘Ao chegar o dia de Pentecostes,
achavam-se todos eles reunidos no mesmo lugar, e veio
subitamente do Céu um ruído semelhante a um sopro de
vento impetuoso, que encheu toda a casa onde eles habitavam. E
apareceram-lhes línguas divididas à maneira de fogo, e
repousou uma sobre cada um deles; e ficaram todos eles cheios do
Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, segundo
o Espírito Santo lhes concedia que se exprimissem’ (At.
2, 1-4).
Como é veloz a
Palavra da Sabedoria! Quão depressa se aprende o que é
ensinado quando Deus é o Mestre! Não foi preciso haver
tradução para ser entendida, nem prática para ser
utilizada, nem tempo para ser estudada. O Espírito da Verdade
soprou onde quis (S.
Jo. 3, 8), e as
línguas próprias de cada povo, tornaram-se comuns, nos
lábios da Igreja.
Foi nesse dia, pois, que começou
a ressoar a trombeta da pregação evangélica; desde então
houve a chuva de Carismas e rios de Bênçãos a irrigarem o deserto
e a terra árida porque a fim de renovar a face da terra ‘o
Espírito de Deus sobre as águas adejava’ (Gên. 1, 2) e para
dissipar as antigas trevas coruscaram os fulgores de uma
nova luz, quando pelo esplendor das línguas brilhantes, foi
concebido o Verbo luminoso do Senhor, Palavra de fogo, possuidora
de eficácia para iluminar e de força para queimar,
despertando o entendimento e consumindo o pecado...
Alegrem-se os corações de todos os fiéis, porque no mundo inteiro
é louvado e confessado por todas as línguas o Deus Único,
Pai, Filho e Espírito Santo...” (“1º Sermão de Pentecostes
– LXXV Sermão”).
► “Quando os 12
Apóstolos, depois de terem recebido, por ação do Espírito Santo,
o Dom de falar as
línguas de todos,
distribuíram entre si as partes da terra para ensinarem ao
mundo o Evangelho...” (São Leão Magno, “Sermão no
Natalício dos Apóstolos S. Pedro e S. Paulo – Sermão
LXXXII”).
► São Cirilo
de Jerusalém:
“Galileus, Pedro e
André falavam persa ou medo, João e os demais Apóstolos
falavam em todos os idiomas aos Gentios...
Que mestre é tão experiente que, de uma só vez, ensine a
todos os seus ouvintes o que ignoram? Tantos anos gastos no
estudo da gramática e das artes só lhes permitiriam falar grego
corretamente, ainda que nem todos o falem com perfeição; se
por acaso o retórico ensina a bela linguagem, o gramático não
o consegue; saber o alfabeto não é conhecer a filosofia.
O Espírito
ensina ao mesmo tempo numerosas línguas, que nunca aquelas gentes
tinham aprendido. Que força enorme! Que poder Divino! Que
comparação entre a ignorância daqueles e a força ativa das
línguas, universal, diversificada, desusada,
improvisada” (“Catéchèses
Baptismales et Mystagogiques”; ed. Du Soleil Levant, Namur, p.
402, 1962).
► Santo Tomás
de Aquino: “...
E também por este motivo, quando foi necessário que
poucos homens pregassem a Verdade da Fé a muitos povos, alguns
foram divinamente instruídos para ‘falarem várias línguas’,
como está dito: ‘Todos foram cheios do Espírito Santo e começaram
a falar várias línguas, segundo o Espírito Santo lhes
dava’ (At.
2, 4)” (“Suma
Contra os Gentios”, Vol. II, Liv. III, Cap. CLIV, N. 3261 – trad.
Portuguesa por Alexandre Corrêa).
► Santo Tomás
escreveu assim, ao comentar a Carta aos Coríntios: “O
que se chama aqui ‘língua’ quer o Apóstolo que se compreenda
como idioma desconhecido e não traduzido; como se, em
alemão, falasse a um francês e não se traduzisse, isto
chama-se ‘língua’”.
► São
Gregório Magno:
“Pensemos quem
encontrou os nossos Santos Pregadores e quem os fez.
Efetivamente, aqueles que por medo dos judeus estavam reunidos
numa casa fechada, cada qual conhecia a língua própria de
seu país e, no entanto, nem nessa mesma língua que lhes era
conhecida, se atreviam a falar publicamente de Cristo; veio o
Espírito Santo e lhes ensinou a falar diversas línguas e
reanimou a valentia de suas almas e os que antes temiam falar de
Cristo ainda mesmo em seu próprio idioma, começaram logo
a falar Dele até nas línguas desconhecidas...” (“Homilias
sobre os Evangelhos”, Liv. II, 9 (30, 9), p. 690, Hom. Sobre
São João; Obras Completas, BAC, Madrid, 1958).
► Luís de
Granada: “Desceu o
Espírito em forma de um vento forte e em fugazes línguas de
fogo, pousando sobre as cabeças de seus Discípulos. E foi tão
intensa a claridade e o amor, a suavidade e o conhecimento
que ali receberam de Deus, que não se puderam conter sem
sair a público e proclamar em altas vozes e
em todas as línguas,
as grandezas e maravilhas do Senhor... Parece que se
naquela oportunidade não tivessem proferido estas vozes,
estourariam e se fariam em pedaços, como os odres novos quando
fervem com o vinho novo” (“De la Vida Gloriosa de Nuestro
Salvador”, Liv. 3, Cap. 42, BAC, Madrid, pp. 889-890, 1952).
► São João
Bosco: “Haviam
passado 50 dias após a Ressurreição do Senhor e precisamente
naquele dia celebrava-se a Festa de Pentecostes, quando os Apóstolos
e os Discípulos estavam ainda no Cenáculo, reunidos em oração.
Pelas nove horas da manhã, de repente ouviu-se um ruído, como
de vento impetuoso. Ao mesmo tempo, apareceram umas pequenas
chamas, como línguas de fogo, as quais visivelmente foram
colocar-se sobre a cabeça de cada um dos que estavam naquele Santo
lugar. Todos ficaram cheios dos Dons do Espírito Santo, de tal
forma que começaram
a falar muitas línguas que antes desconheciam” (“História
Sagrada”, 7ª Época, Cap. XI; cfr. “História
Eclesiástica”, 1ª Época, Cap. III).
► Santo
Antônio de Pádua:
“’E foram todos cheios do Espírito Santo, e começaram
a falar várias línguas, conforme o Espírito Santo lhes
concedia que falassem’ (At. 2, 4). Eis o sinal da plenitude. O
vaso cheio transborda; o fogo não pode ocultar-se. Falavam
em todas as línguas; ou então, exprimindo-se na própria
língua, a hebraica, eram entendidos por todos como se falassem nas
línguas de cada um dos ouvintes...
Nota que se observam aqui quatro coisas. Primeiro, o fim da
quinquagésima, ao começar-se: ‘Quando se completaram’
etc. Segundo, a inspiração do Espírito Santo, ao ajuntar-se:
‘E de repente veio do Céu um estrondo’ etc. Terceiro, o
aparecimento de línguas de fogo: ‘E apareceram-lhes
repartidas umas como línguas de fogo’. Quarto,
a fala dos Apóstolos em todas as línguas: ‘E encheram-se
todos do Espírito Santo’ etc.” (“Obras
Completas – Sermões Dominicais e Festivos”, Vol. I, I –
II, “Sermão do Domingo de Pentecostes”, Porto, 1987).
► D. Antônio
de Macedo Costa: “...
E ficaram todos cheios do Espírito Santo, e começaram a
falar várias línguas...” (“Resumo da História Bíblica –
História do Novo Testamento”, Part. II, N. 98, 1873).
► Mons. E. E.
Cauly: “... Era a
terceira hora do dia; de repente, ouviu-se o ruído de um vento
impetuoso que encheu a casa, e viram-se, no mesmo tempo, línguas de
fogo que descansavam sobre cada um dos Apóstolos. Logo, todos
foram cheios do Espírito Santo e entraram a falar diversas
línguas. Este favor extraordinário era o sinal exterior das
muitas e preciosas
Graças interiores que lhes tinham sido deparadas... De agora em
diante o Espírito Santo há de realizar as mesmas
maravilhas invisíveis, porém reais, na alma dos cristãos que
receberem da mão dos Apóstolos ou dos seus Sucessores a
Graça da Confirmação” (“Curso
de Instrução Religiosa – História da Religião e da Igreja”,
Part. II, Cap. I, Art. I, I – II).
► R. Pe.
Berthe, C.Ss.R.: “...
enquanto as 120 pessoas reunidas no Cenáculo estavam
orando com a Virgem Maria, de súbito caiu um grande pé como de
vento violento que com grande ruído encheu toda a sala onde estavam
sentados; apareceram depois línguas de fogo, semelhantes a chamas
ardentes, que se dividiram em breve para ir pousar sobre
cada um dos membros da Assembleia. Sob aquele emblema do fogo,
vinha o Espírito Santo comunicar-lhes todos os Dons do Céu, a
inteligência para interpretarem as Escrituras, a força para
arrostarem com os seus inimigos e
o Dom das Línguas para ensinarem a todos os povos.
Transformados num momento, com aquela efusão miraculosa da
Graça, começaram
para logo os Apóstolos a formular em diversas línguas os
pensamentos que o Espírito Santo lhes ditava no coração” (“Jesus
Cristo – Sua Vida, Sua Paixão, Seu Triunfo”, Liv. VIII, Cap. V).
► R. Pe.
Teodoro Ratisbonne:
“... O Espírito Santo, que instantaneamente
transformou os Apóstolos, produz nas almas cristãs,
gradualmente,
transformação análoga... Encarregados de ensinar o
Evangelho a todas as nações da terra, receberam
os Apóstolos, com o Dom das Línguas, todas as outras Graças
necessárias ao desempenho de sua Missão Divina...
O Espírito Santo, que desceu sobre os Apóstolos no dia de
Pentecostes, dá-se às almas fiéis pelo Sacramento da
Confirmação...” (“Migalhas Evangélicas”, pp. 230-235).
► Mons. José
Quinderé: “... Os
Apóstolos, na incontida ânsia de comunicarem o fogo que os
abrasava, aparecem ao povo ali reunido. Foi grande o pasmo que causou
verem-se pobres pescadores ignorantes, que mal falavam a própria
língua, pregarem Jesus Cristo com tal intrepidez e unção que
a todos comoveu. E
a admiração tocou ao auge quando cada um notou que, sendo todos
de procedência diversa e diferentes os idiomas que falavam,
compreendiam a Pedro, cuja língua nativa não combinava com a
de nenhum dos presentes...” (“Palavra
de Vida Eterna”, Sermão sobre a vinda do Espírito Santo).
► Luís
Augusto Rebello da Silva:
“... Logo se lhes infundiu a virtude do Espírito Santo,
e começaram a
falar diversas línguas, Dom que por Ele lhes era concedido...
escutando entendia na sua própria língua quanto pregavam
os Apóstolos. Atônitos e olhando exclamavam uns para os outros:
‘Não são estes galileus? Como falam, pois, na língua em que (nós)
nos criamos? ... ouvimos, e entendemos nos idiomas da nossa
pátria os louvores e maravilhas de Deus, atestados por
eles. O que significa isto?’” (“Fastos
da Igreja – Vida de Jesus Cristo”, Liv. IV, Part. II, Cap. IV).
► Ven. Pe.
Manuel Bernardes, Orator.:
“... Acha-te presente em espírito no Cenáculo, que era a
Mística Arca de Noé, onde estavam então guardadas as Sementes
da Religião Cristã, que se haviam de difundir pelo mundo
universo. Vê
como todos aqueles corações, cada qual conforme a sua medida,
ficaram cheios do Dom Celestial, e começaram a brotar pelas
línguas os pregões das grandezas de Deus...” (“Luz
e Calor”, Part. II, Medit. XXXI, Pont. III).
► R. Pe.
Leonardo Goffiné, Premonst.:
“... Cabe aqui notar
que, em ponto de línguas, dava-se duplo milagre nos Apóstolos;
o primeiro, que falavam cada qual a sua língua, fosse
grego ou persa, ou romano, etc.; o segundo, que todos os
entendiam quando falavam a todos em geral, ainda que só usassem
então da sua própria língua...” (“Goffiné
– Manual do Cristão”, Sermão da Dominga de Pentecostes).
► Dr. João
Alzog: “... O
Espírito Santo desce sobre os Apóstolos e todos os Discípulos
reunidos (At. 2, 4), sob
a forma de línguas de fogo, símbolo do Dom das Línguas, que lhes é
concedido, que também
não é senão um sinal do fogo divino que os purifica, aquece e
anima. Desde esse
momento falam a todos os homens, que a Solenidade trouxera
a Jerusalém, e são de todos milagrosamente
compreendidos” (“História
Universal da Igreja”, Tom. I, 1º Período, Part. I, Cap. II,
Art. XLIII).
► R. Pe. Fr.
Manuel da Madre de Deus, O.C.D.:
“... Saindo logo para fora da casa onde estavam, sem medo
algum levantam sua voz contra os judeus que tinham crucificado
o Messias prometido, Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro
Homem, que os tinha vindo remir do pecado. Eles sendo
pescadores tão grosseiros e ignorantes, que nem ainda sabiam
ler, citam a Sagrada Escritura, apontam muitas das suas
profecias, formam discursos lógicos e admiráveis, e de
tal modo e com tantos milagres, que estando então em Jerusalém uma
grande multidão de povo de muitas partes do mundo, todas
as pessoas de diferentes línguas os ouviam e
entendiam...” (“Práticas
Mandamentais ou Reflexões Morais sobre os Mandamentos da
Lei de Deus e os Abusos que lhe são opostos”, Prát. X – sobre a
Vinda do Espírito Santo).
► R. Pe. Pedro
Cerruti, S.J.: “...
as línguas de fogo, que descansaram sobre cada um dos
presentes; - o Dom das Línguas: ‘começaram a falar em várias
línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que
falassem’ (At.
2,4), de modo
que a multidão... cada um estava atônito e admirado,
ouvindo-os falar a sua própria língua de origem (At.
2, 6-11)... Foi
uma tempestade, que infundiu de repente nos Apóstolos a
capacidade de falarem as várias línguas dos ouvintes? Se
fosse um conhecimento natural, como se explica toda
aquela admiração da
multidão
presente?” (“Síntese
da Teologia Católica – O Cristianismo em sua Origem
Histórica e Divina”, Tom. II, Part. II, Cap. III, Art. VI, Tese
XVI, n. 356, a. 1).
► RR. PP.
Pablo Arce e Ricardo Sada, Opus Dei: “No
dia de Pentecostes, os Apóstolos receberam o Espírito
Santo e começaram a
pregar em diferentes línguas” (“Curso
de Teologia Dogmática”, Part. XIV, Cap. III, Art. I).
► R. Pe. Luís
Bronchain, C.Ss.R.:
“Apenas os Apóstolos receberam o Espírito Santo,
conheceram todos os Mistérios a revelar ao mundo. Ignorantes
até então, encheram-se da ciência das Escrituras e
falaram diversas línguas sem as haver aprendido.
A Lei da Graça ficou como que inscrita em seus corações;
amavam-na e sentiam-se constrangidos a observá-la. O ardor da
Caridade tornou-os capazes de sacrificar mil vidas para a glória e o
serviço do caro Mestre. Daí o zelo da salvação das almas, que
os dispersava para todos os países” (“Meditações para
todos os dias do ano”, Tom. II, Cap. “Domingo de Pentecostes”,
Art. 2º).
► R. Pe.
Robaldo, S.S.P.:
“Cada um ouvia-os
falar na sua própria língua: −
O Espírito Santo desceu sobre eles e encheu suas almas.
Cada um dos presentes, individualmente, falava as línguas
de todos os povos. Este fato de um homem só que fala línguas
de muitos, além de ser uma Graça Extraordinária, para tornar
fácil e rápida a pregação do Evangelho, era também símbolo
de que a Igreja devia chegar a todos os povos e uni-los numa só Fé,
sob um só Pastor, o escolhido por Jesus Cristo, isto é, S. Pedro e
seus Sucessores, os Sumos Pontífices. Semelhante fato não se
viu nunca no início das outras religiões e das outras igrejas
fundadas por homens. Após o Dilúvio, a soberba impiedade
dos homens mereceu a confusão da única linguagem falada; mas a
humilde piedade dos fiéis mereceu reunir as línguas primeiro
numa só pessoa e depois na Igreja Católica, que fala agora
todas as línguas do mundo (S.
Agostinho)” (“O
Evangelho da Juventude”).
► J.C.M.
Colombo, Barnab.: “Queixas-te, acaso, que o mesmo Espírito
Santo não mais produza os efeitos visíveis de Pentecostes?
Entretanto, se rareiam os Dons exteriores menos
necessários, sempre persistem os Dons interiores mais
fecundos” (“As
Epístolas Dominicais – Domingo de Pentecostes”).
► João
Leopoldo Sarto: “Dez
dias depois, na Festa de Pentecostes, pela manhã ouviu-se
um ruído como de vento muito forte, e sobre as cabeças das
pessoas reunidas na sala apareceram línguas de fogo. No
mesmo instante puseram-se todos a falar línguas estrangeiras.
Ao mesmo tempo compreenderam que o Reino de Deus se estabelece
não como os reinos da terra mas nas almas pela Graça... Em muitas
outras ocasiões, também foi evidente a ação do Espírito
Santo, não só nas decisões de São Pedro e dos Apóstolos quando
cuidavam de organizar a Igreja, como em pessoas que os
ajudavam e que, como eles, recebiam vários Dons
Extraordinários: falar línguas estrangeiras sem as ter
aprendido,
anunciar acontecimentos futuros, fazer milagres, e sobretudo o
zelo no apostolado e a coragem para enfrentar as
perseguições e a morte. Todos estes prodígios eram necessários
para provar aos judeus e aos pagãos que a nova Doutrina vinha
realmente de Deus... Quanto
às pessoas, não são mais necessárias as manifestações
milagrosas,
e o Espírito Santo vem de modo invisível, primeiro no Batismo
e na Crisma ou Confirmação...” (“Quero viver a verdadeira
Vida”, Part. III, Cap. 39).
► Mons. Ronald
Knox: “...E
se vos aproximásseis, reconheceríeis Pedro a falar a
língua da Capadócia, ou Tomé a falar fluentemente o idioma dos
Partos, ou Mateus a repetir trechos do seu Evangelho no dialeto
dos Berberes do Norte da África. E o contágio do seu
exemplo alastrou-se. As pessoas repetiam o que ouviam, quase sem o
entenderem, numa autêntica Babilônia de línguas
estranhas. Desse tohu
e bohu de nacionalidades, aquela resposta do Espírito
Santo surgia, uma vez mais, em desejos de amor por Aquele Deus
que tinha feito com que todas as nações habitassem a face da
terra. Que significou tudo aquilo? Significou, falando de um
modo geral que, naquele dia, nasceu a Igreja Católica” (ob. cit.,
Cap. XVIII).
► S.S. o Papa
João Paulo II: “No
dia de Pentecostes, ... sobre os Apóstolos congregados no
Cenáculo em oração, juntamente com Maria, Mãe de Jesus, desceu o
Espírito Santo prometido, como lemos nos Atos dos Apóstolos:
‘Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar
em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que se
exprimissem’ (2, 4), ‘reconduzindo, desse modo, à Unidade as
raças dispersas e oferecendo ao Pai as primícias de todas as
nações’ (cfr. S. Irineu, “Adversus Haereses”, III, 17, 2;
SC 211, pp. 330-332)” ( Carta Encíclica “Dominum et
Vivificantem”, Part. II, n. 30; de 18-05-1986 ).
► D. Helder
Câmara: “Oh!
Pedro, teu primeiro sermão ouvido por homens de línguas
muito diversas, foi
traduzido miraculosamente por Deus na língua própria de cada um de
seus ouvintes (At.
2, 8).
Não sei se é mais fácil ou mais difícil o milagre que eu desejo.
Que eu saiba falar os mil dialetos modernos, os patuás sem
conta que surgiram entre os homens de letras. E que falando
como os de hoje falam consiga traduzir não só a Palavra Eterna, o
Verbo Divino e Imortal!” (R. Pe. Helder Câmara, “Em torno
da Psicologia da Fé”, excerto da Revista “A Ordem”;
cfr. Revista do Clero, Anno XIX, outubro de 1938, nº 10).
► “Os Apóstolos
recebem o Espírito Santo no Pentecostes e anunciam
'as maravilhas de Deus' ( At. 2, 11)” (Compêndio do Catecismo
da Igreja Católica, 2ª Parte, 2ª Seção, Questão 265, pp.
91/92, ed. Loyola, 2005).
► "Antiga
Tradição narra que essas chamas se difundiram antes sobre a cabeça
de Maria para daí fragmentar-se −
em forma de línguas −
sobre os Apóstolos e Discípulos" (R.
Pe. R. Plus, "Maria em nossa História Divina", p.
107, Lisboa, 1948).
► "Só os
Discípulos as viram
(as línguas de fogo) −
como enorme globo de fogo −
chamas luminosas −
que se repartiam −
sobre cada uma das pessoas presentes" (R.
Pe. Alfred Barth, "Enciclopédia Catequética", Vol.
I, Part. I, Liç. XXXIX).
► “Fueron
elegidos los primeros discípulos de Cristo para que recorriesen
el mundo predicando la fe en El, según aquello que leemos en
San Mateo: 'Id y enseñad a todas las gentes' (28, 19). Ahora
bien, no era razonable que quienes eran enviados para instruir a
otros, necesitaran ser por éstos instruídos sobre cómo habían
de entender lo que por otros se les decía. Sobre todo, que
estos enviados eran de uma sola nación, a saber, judíos,
conforme lo que había predicho Isaías: 'Vendrá un día en que
saidrán con ímpetu de jacob y llenará su descendencia
toda la tierra' (27, 6). Eran, además, los enviados pobres y sin
poder, los cuales no era fácil que encontrasen al princípio quienes
interpretasen fielmente sus palabras o les declarasen las de
otros, máxime siendo enviados a gentes infieles. Por esta
razón, fué necesario que Dios proveyese a esta necesidad
mediante el don de lenguas, a fin de que, como se había
introducido la diversidad de las lenguas cuando los hombres
comenzaron a darse a la idolatría, así se diese el remedio a esta
diversidad cuando habían de ser reducidas al culto de un solo dios.
De ambas maneras pudo suceder, a saber, que, hablando uma sola
lengua, fuesen de todos entendidos o que ellos hablasen las
lenguas de todos. Y era esto lo más conveniente, porque tocaba
a la perfección de la ciencia de aquellos que así no sólo podían
hablar, sino entender lo que otros les decían. Si todos
entendiesen la única lengua de los predicadores, esto
sería, o por la ciencia de los oyentes, que podían entender a
los que hablaban, o sería uma ilusión, pues percibían
con sus oídos palabras muy distintas de aquellas que proferían
los que les hablaban. Por esto dice la Glosa que 'fué mayor milagro
que ellos hablasen las lenguas de todos' (1. c. not. 2). Y San
Pablo dice: 'Doy gracias a Dios de que hablo las lenguas de todos
vosotros' (I Cor. 14, 18)” (São Tomás de Aquino, “Suma
Teológica”, 2-2 q. 176 a. 1; BAC, Madrid).
E
por fim, cantemos com toda a Igreja:
►
“... Já todos
falam línguas
de
todas as nações,
que
embriaguez presumem
as
santas efusões...”
(Ofício
Divino – Liturgia das Horas: segundo o Rito Romano,
Liv.
II, “Hino de Laudes do Domingo de Pentecostes”, p. 928, 1995).
Eis
alguns fragmentos de Doutrina Católica no Protestantismo:
“No dia de
Pentecostes, os discípulos falaram línguas. A multidão
entendeu o que eles diziam. Cada um do povo os entendia
falando na sua própria língua. Ali eram idiomas ou dialetos
conhecidos...
Qualquer que seja a interpretação dada às línguas de
Corinto, não se pode negar que Paulo exige ordem, o
que parece não acontecer nesses movimentos modernos... Este
capítulo 14 que muitos adotam como modelo para um dom de
línguas hoje, na
realidade é uma restrição ao uso dessas línguas, e
uma colação delas em oposição inferior a outros dons”. (Revista de Jovens e Adultos da Convenção Batista Fluminense, “Palavra & Vida”, Lição 12, p. 73, Janeiro-Fevereiro-Março de 2005)
___________________
Fonte: Acessar o ensaio "Elucidário sobre o Dom das Línguas" no link "Meus Documentos - Lista de Livros".
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