"Se o Filho de Deus é castigado tão severamente por pecados alheios, como o serão os ímpios pelos pecados próprios? Se assim é tratada a suma inocência, mansidão e humildade, como será tratada a nossa soberba, ira, obstinação e insolência? Se tanto pesa a mão de Deus sobre os ombros do Filho, que zela por sua honra, como pesará sobre os inimigos que a desprezam? É possível que houve espinhos para a Cabeça da Segunda Pessoa da Santíssima Trindade; houve fel para a Boca donde procedem as palavras de vida eterna; houve pregos para as Mãos que fabricaram os Céus e a terra; houve salivas (cuspes) para o Rosto de cuja luz e formosura vivem os Anjos? Que tormentos, que opróbrios, que amarguras, que confusão haverá para os escravos do Diabo e tristes vítimas da perdição eterna? Ó, TEMAMOS, pecadores, temamos o cálice da ira de Deus, que amarga muito, e se dele bebeu Cristo grande parte, até as fezes, todavia, ficaram guardadas para os pecadores obstinados: 'Verum tamen fex ejus non est exinanita; bibent omnes paccatores terrae'."
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Fonte: Ven. Fr. Manoel Bernardez, Oratoriano, "Sermões e Práticas", Segunda Parte, II-152/153, Prática da Dominga Segunda da Quaresma. 1733.
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