Blog Católico, para os Católicos

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"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O Dom das Línguas Manifesta-se por Algaravia?




Respostas dos Erros Modernos


► “Quando oro em línguas, balbucio; linguisticamente, digo ou canto uma Algaravia. O significado não reside nos sons, como se fossem palavras que representam conceitos. O significado da oração em línguas reside no coração, porque a oração em línguas é não-conceptual (incompreensível). Os sons não são palavras; não possuem significado conceptual (compreensível). São apenas sílabas sem sentido. Orar em línguas é orar não-conceptualmente (incompreensivelmente), apenas vocalizando (cantando sem pronunciar as letras do canto nem as notas da música). É um ruído de Contemplação” (R. Pe. Robert Faricy, S.J.).


► “Não entendemos o que dizemos… normalmente as pessoas não compreendem o significado das palavras ou sílabas que dizem quando oram em línguas (por isso S. Paulo as chama de ‘gemidos inefáveis’). Isto pode acontecer em um louvor comunitário ou na oração pessoal, ou ainda quando se impõe as mãos sobre alguém e se intercede por ele em línguas, como mandou Jesus em Mc. 16, 17 ... A coisa mais importante não é ‘saber acerca do Dom de Línguas’, mas vivê-lo! ... o respeito humano e o racionalismo são as maiores barreiras para abrir-se ao Dom... No Dom de Línguas não entendemos o que dizemos...” (Emmir Nogueira - Comuni­dade Católica Shalom/Ce, “Estudos Bíbli­cos – Enchei-vos: Se­minário de Vida no Espírito”).


► “Uma pessoa que ora em línguas não entende o que fala, sua mente em nada contribui (I Cor. 14, 4), mas, não obstante, ele é pessoalmente edificado por orar em línguas, pois o ‘Espírito está em oração’ (I Cor. 14, 4)... Orar em línguas é orar língua desconhecida. Língua moderna? Creio que só em alguns casos o seja... Já em 1973, ouvi uma vez um Padre da Renovação, que declarava: ‘Não importa o que digam os Teólogos ou Estudiosos das Escrituras sobre At. 2, 4’... Línguas, é o discurso não-vernáculo do Espírito Santo que permanece sob o controle da pessoa. A pessoa sempre detém o controle... O intelecto como tal não é utilizado... Oração: ‘Senhor, não compreendo o que eu próprio estou dizendo, mas creio que provém do Espírito Santo. O Espírito me fala e eu repito as palavras, sem me importar com o que sinto... Ajudai-me, Senhor, a ceder cada vez mais ao Espírito. Vinde, Senhor Jesus, vinde’...” (R. Pe. Robert DeGrandis, S.S.J., "The Gift Of Tongues").


► “O verdadeiro efeito das línguas não está meramente na verbalização das palavras, mas nos profundos efeitos do Espírito, no interior daqueles que rezam em línguas”(R. Pe. Vicent M. Walsh).


► “A coisa mais importante não é ‘saber acerca do Dom de Línguas’, mas vivê-lo! ... Não há como compreendê-lo com nossos pensamentos humanos e se aprouve a Deus dá-los aos Apóstolos e a Maria, sua Mãe, em Pentecostes e, daí a toda sua Igreja até os dias de hoje, não nos cabe questionar a sua maneira de agir e edificar as almas, mas ceder à sua vontade. Como realidade mística, espiritual, o Dom de Línguas será entendido com entendimento espiritual, pelo Espírito de Deus e não com entendimento humano, sem a iluminação do Espírito de Deus... Tantas coisas acontecem por trás de palavras inexplicáveis e às vezes tão tolas e infantis diante do nosso muito conhecimento e razão...”(Secretaria Paulo Apóstolo – RCC, "Carismas", Liv. 3, da Coleção "Paulo Apóstolo").


“Se eu não acreditar em um Deus vivo e agente, se não acreditar em seu Filho, no Espírito, e nos Dons que o Espírito traz, como terei coragem de pronunciar tais sons estranhos? Rezo em línguas porque Deus me chama para isto, embora entre em choque com toda sabedoria humana... Através do Dom de Línguas, palavras misteriosas, que não são minhas, palavras escolhidas e formuladas pelo Espírito Santo, dão a Jesus o louvor que Ele merece, e do qual eu mesmo sou incapaz. O Espírito Santo em mim louva a Jesus, e enquanto o faz, estou livre da necessidade de desenvolver pensamentos e formular sua expressão em palavras. Há um balbuciar e um murmúrio de sons espontâneos que eu sei que estão dando glória a Cristo. Porque eles não precisam de minha direção, estou livre para viver a proximidade de Jesus e a realidade da ação de Deus dentro de mim...” (R. Pe. Tomás Forrest, O Carisma das Línguas”; extraído da obra “O Dom das Línguas”, da Cole­ção “O Novo Pentecostes”, nº 4, da Ed. Loyola, 3ª edição, 1979).


“Paulo ensina que quem escuta a oração em línguas não fica edificado, porque nada compreende (cfr. I Cor. 14, 16-17). Não existe uma explicação plenamente satisfatória ante o fato de que as línguas não sejam entendidas pelos que oram. Mas estamos ante um fenômeno que um dia talvez cheguemos a desvendar... Mais que qualquer outra coisa temos que estudá-lo... Quem domina sua língua entrega-se a Deus totalmente, sem se preocupar com os sons linguísticos que emite, e sem investigar se pertencem ou não a uma família de idiomas que, em determinada época ou lugar, tenham os homens utilizado. A principal preocupação não deve ser o som emitido mas sim o louvor... Para isso, uma colaboração elementar que deve o orante dar é abrir os lábios, e segundo muitos aconselham, pronunciar sílabas, sem se preocupar demasiado com seu significado. É possível que a princípio pareça um balbucio infantil, espontâneo, mas pouco a pouco assemelha-se a uma linguagem; ao princípio chega gota a gota, mas depois flui como um rio... Também o Islã propôs ‘esquecer inclusive o louvor que Deus nos põe nos lábios, para adorar no coração aquele que eles louvam’. Igualmente outras religiões tem praticado este método de entrega total a Deus. Nisto os místicos orientais avançaram mais do que nós, os ocidentais, que somos conceituais, bitolados e rígidos. E assim tem insistido mais do que nas palavras faladas, na repetição de sílabas e balbucios sagrados... Aceitando o Carisma das Línguas os cristãos fazem a Deus a oferta do seu próprio falar... Nas reuniões carismáticas é frequente ouvir o canto das línguas, talvez porque durante séculos somente houve silêncio” (R. Pe. Diego Jaramillo Cuartas, O Carisma das Línguas”; extraído da obra “O Dom das Línguas”, da Cole­ção “O Pentecostes”, nº 4, da Ed. Loyola, 3ª edição).


“Que acontece no dom de línguas? Quem entra em ação não é a nossa inteligência. Movimentamos as cordas vocais, soltamos o ar, mexemos a língua, a boca, e produzimos som; mas o conteúdo vem do Espírito Santo. Da minha inteligência? Não! Da inteligência do Espírito Santo… gemidos que não podem ser entendidos, a não ser quando Deus dá a interpretação… a oração em línguas é infalível. Com ela, você intercede primeiro por si mesmo: louva, agradece, bendiz, mesmo sem estar entendendo o que fala… Quando oramos em línguas, não temos o gozo dos sentidos, da nossa sensibilidade, da nossa inteligência… Não é mesmo para os homens entenderem. A Palavra é clara: é para falar a Deus… Então, dos nossos lábios brotam sons; não da inteligência, mas do Espírito. E nem nós os entendemos” (R. Pe. Jonas Abib, "Aspirais aos Dons Espirituais", Cap. V, pp. 55-57, 59; 7ª Edição, janeiro de 2004).


“Acreditamos que há dois aspectos da variedade de línguas: As línguas estranhas aos homens em geral, que são aquelas proferidas pelos anjos e totalmente estranhas aos homens na terra, e da qual o apóstolo Paulo afirma: ‘Pois quem fala em outra língua, não fala a homens, senão a Deus, visto que ninguém o entende, e em espírito fala mistérios’ (I Cor. 14, 2); as línguas estranhas à própria pessoa que fala e geralmente estranha às que a ouve, como por exemplo: um dialeto ou mesmo uma língua humana; porém, totalmente estranha aos ouvintes, inclusive à própria pessoa. Sobre este tipo de língua, o apóstolo Paulo diz: ‘Eu quisera que vós todos falásseis em outras línguas; muito mais, porém, que profetizásseis; pois quem profetiza é superior ao que fala em outras línguas, salvo se as interpretar para que a Igreja receba edificação’ (I Cor. 14, 5)... Quando o cristão está falando em língua, sua mente, seu intelecto e poder de compreensão permanecem completamente inativos, apenas num ponto é que a vontade humana desempenha seu papel: é no ato de concordar em participar desta experiência com o Espírito de Deus... Quer dizer, quando há comunhão com o Espírito de Deus, tudo é possível, e, por isso, nós devemos estar totalmente abertos para permitir que o Espírito do Senhor tenha plena liberdade para falar, interpretar, executar; enfim, fazer tudo o que Ele deseja para a edificação do Corpo de Cristo e sobretudo para a sua própria glorificação...” (Pr. Edir Macedo, "O Espírito Santo", Coleção "Reino de Deus", pp. 109 - 110, 112; 4ª Edição).


“Paulo aqui (I Cor. 14, 2) declara que o homem que fala em língua desconhecida, fala a Deus. Muitas pessoas ficam a perguntar a si mesmas qual o propósito de Deus em falar-se em línguas estranhas. Uma razão bastante suficiente, mesmo se fosse a única, está em que aquele que assim o faz, fala a Deus. No momento da conversão fala-nos Deus em nossa própria língua, e diz: ‘Meu filho, és agora membro da Minha família’. Quando, porém, somos batizados no Santo Espírito, podemos, por assim dizer, falar a Deus em sua própria língua – língua essa que ninguém entende senão Ele... A manifestação desses Dons serve para confirmar o povo de Deus e para ajudá-lo a preparar-se para a Vinda de Cristo” (Pr. Gordon Lindsay, "Vida com Jesus", da Coleção "Reino de Deus, pp. 153, 155; 4ª Edição).


♣ Obs: Até aqui, o leitor já deve ter notado a analogia existente entre a doutrina das Seitas da linha Pentecostal e a ensinada e praticada na Renovação Carismática, constituindo por isso, num vergonhoso escândalo para a Igreja Católica e para os seus fiéis.


Respostas dos Ensinamentos Tradicionais da Igreja Católica

Esta é uma Heresia, não dos tempos modernos, mas do III século da era cristã. Ela só foi renovada pelas Seitas Protestantes da linha Pentecostal. Muitas denominações protestantes, principalmente as mais antigas, veem no Pentecostalismo uma obra do Diabo. Vejamos de onde nasceu este erro:


► “... os espíritos malignos, porém, querendo corromper as Verdades da Fé, assim como abusam de obras miraculosas para induzirem ao erro e enfraquecerem o Testemunho da Verdadeira Fé (não operando, no entanto, Milagres verdadeiros, mas coisas parecidas com Milagres...), também abusam do prenúncio profético (na verdade não profetizando), mas prenunciando coisas ocultas aos homens na ordem das causas, dando a impressão de preverem o futuro em si mesmo... Não é ilustrando a mente que predizem as coisas que prenunciam, como acontece na Revelação Divina, pois a intenção deles não é levar a mente humana ao conhecimento da Verdade, mas, antes, afastá-la da Verdade... É, outrossim, refutado o erro de Priscila e Montano, que diziam que os Profetas, como os possessos, não compreendiam o que falavam, e isto não está de acordo com a Revelação Divina, pois a mente dos Profetas é, antes de tudo, iluminada... a mente do Profeta que é iluminada por nova luz em cada Revelação; e, também, em cada obra miraculosa deve haver nova eficácia da Virtude Divina” (S. Tomás de Aquino, “Suma Contra os Gentios”, Vol. II, Liv. III, Part. III, Cap. CLIV, nn. 3263-3269, 3277c, 3279).


► “Quanto maiores as Graças, maior o entendimento” (S. Teresa d’Ávila, “Livro da Vida”, Cap. XV, nº 14).


"O Espírito Santo esclarece o intelecto recolhido, e na proporção de seu recolhimento. Ora, essa potência não pode achar melhor recolhimento do que na Fé; portanto, somente na Fé receberá a iluminação do Espírito de Deus. Quanto mais pura e perfeita está a alma na Fé, mais Caridade infusa de Deus possui; e quanto mais Caridade tiver, mais a ilustrará o Espírito Divino concedendo-lhe seus Dons; porque é a Caridade causa e meio para a comunicação dos Dons Divinos... e a luz da Fé comunica à alma toda a sabedoria de Deus em geral, isto é, o próprio Filho de Deus que se comunica à alma na pura Fé" (São João da Cruz, "Subida do Monte Carmelo", Liv. II, Cap. XXIX, n. 6).


► "Ordinariamente, Deus acompanha as Suas revelações de um conhecimento íntimo e minucioso do que elas significam. Mas nisso não me atrevo a falar, pois temo haver aí, o que me parece muito fácil, engano da própria imaginação. A Jacinta parecia ter este conhecimento em grau bastante elevado" (Irmã Maria Lúcia de Jesus, R.S.D., "Terceira Memória", de 31/8/1941; coligido da obra "Memórias e Cartas da Irmã Lúcia", p. 235, Porto, 1973).


► “Pentecostal – Mas no tempo de Cristo e depois, sobre os batizados vinha o Espírito Santo e eles falavam diversas línguas e curavam os enfermos. Nós falamos diversas línguas sem as termos aprendido e fazemos curas maravilhosas.

Católico – Vinha o Espírito Santo sobre os que formavam a Religião Católica daquele tempo, pois eles a trouxeram de lá. Os que falavam diversas línguas recebendo o Espírito Santo, era em línguas inteligíveis, línguas vivas. Todos os entendiam nas suas línguas. E o que acontece em vossas ironicamente chamadas 'Assembléias de Deus' é uma verdadeira 'macumba'. Batendo o Espírito Santo (?) nalgum freguês, rola este pelo chão, escabujando como um possesso e vai soltando uns grunhidos ininteligíveis a que chamam impropriamente línguas” (Mons. Ricardo D. Liberali, “Horas de Combate – ou Vademecum Apologético para uso dos Leigos”, Part. 3ª, Cap. 16, pp. 160/164, 4ª ed., Paulinas, 1947).


► “Há grande risco de a pessoa confundir euforia com glossolalia; a pessoa pode falar seu 'blá – blá – blá ' e atribuí-lo ao Espírito Santo” (D. Estêvão T. Bittencourt, O.S.B., “Cartas-Respostas”, datadas de 12/12/02 e 29/12/02).


► “Acham-se em condições de exaltação doentia... os casos em que todo um imenso auditório se põe, debaixo de insinuante exortação de um coordenador, a ‘orar em línguas’, num como explodir de Algaravia” (D. Estêvão Tavares Bittencourt, O.S.B., “Pergunte e Responderemos”, nº 374/1993).


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Fonte: Acessar o ensaio "Elucidário sobre o Dom das Línguas" no link "Meus Documentos - Lista de Livros".

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