Respostas
das
Autoridades
da
Igreja
Católica
Documento de Puebla assim se expressou: “Os Carismas nunca
estiveram ausentes da Igreja... Contudo, esta
Renovação (espiritual)
exige dos Pastores bom senso, orientação e discernimento, para
que se evitem exageros e desvios perigosos” (nº
207).
► Por isso, com
razão observou o Cardeal Joseph Ratzinger: “Como toda realidade
humana, também a
Renovação Carismática fica exposta a equívocos, a
mal-entendidos e exageros” (citado
em “A Renovação Espiritual Católica Carismática”, Ed.
Loyola, p. 31).
► O Papa João
Paulo II, na sua Exortação sobre “Catequese Hoje”, falando
de Grupos de Oração como focos importantes de catequese,
chamava a atenção dos respectivos dirigentes: “Nunca
permitais, custe o que custar, que a esses Grupos falte um
estudo sério da Doutrina Cristã. Sem isto, eles correriam
o risco – e tal perigo infelizmente tem-se verificado muitas vezes
– de decepcionar a própria Igreja” (N.
47).
► O desvio
fundamental que leva a presumir saber muito, suscita outras
graves consequências, apontadas pelos Bispos latino-americanos
reunidos em La Ceja (Colômbia) em setembro de 1987: “Concentrar-se
unicamente em determinados Carismas, não valorizar devidamente
a riqueza Sacramental, interpretar as Sagradas Escrituras
segundo um critério Fundamentalista, que, em algumas ocasiões,
desconhece o devido entendimento dado pelo Magistério Hierárquico,
menosprezar a verdadeira Devoção Mariana e aceitar critérios e
afirmações Protestantes equivocados” (cit.
em “A Renovação Espiritual Católica Carismática”,
p. 33).
► Os Bispos da
Província Eclesiástica de Aparecida arrolaram ainda outros desvios:
“Muitas pessoas
buscam na Renovação Carismática uma experiência exagerada de
Deus e de seus Dons. Há os que se angustiam e desesperam por
não conseguirem os Carismas que almejam com sofreguidão.
Sentem-se inferiorizados diante da ausência dos Sinais que
aguardam, diante do silêncio de Deus... Convém saber que os
Dons de Deus, os Carismas se destinam, antes de tudo, ao
bem comum da Comunidade, e Ele os distribui quando, como,
onde e a quem quiser. Ninguém presuma obter os Dons de Deus em
proveito próprio e como se fossem uma conquista. Este ponto deve
ficar bem esclarecido” (“Renovação
Carismática – Orientações e Normas Pastorais dos Bispos da
Província Eclesiástica de Aparecida”, pp. 7 ss.).
► O Concílio
Vaticano II ensina que, os
verdadeiros “Carismáticos” devem estar submissos as
Autoridades da Igreja Católica
(Const. Dogmát. “Lumen Gentium”, nº 14). “Os
Dons extraordinários, não devem ser temerariamente
pedidos, nem deles devem presunçosamente ser esperados frutos
de obras apostólicas” (Const.
Dogmát. “Lumen Gentium”, nº 33). “O
juízo sobre sua autenticidade e seu ordenado exercício compete
aos que governam a Igreja” (L.
G.). Os Bispos é quem
devem reconhecê-los pelo senso da Fé
(L. G., nº 75; Decret. “Presbyterorum Ordinis”, nº 1170). “Da
aceitação destes Carismas, nasce o direito e o
dever de exercê-los para o bem dos homens e a edificação da
Igreja, dentro da Igreja e do mundo, na liberdade do Espírito
Santo, que ‘sopra onde quer’ (S.
Jo. 3, 8),
‘distribuindo-os um por um, conforme quer’ (I
Cor. 12, 11),
na comunhão com os irmãos em Cristo, sobretudo, com seus
Pastores” (Decreto
“Apostolicam Actuositatem”, nº 1339).
► Diante destas
Normas do Concílio, a Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB) adverte: “...
Como é difícil discernir, na prática, entre inspiração do
Espírito Santo e os apelos do animador do grupo reunido, não
se incentive a chamada Oração em Línguas e nunca se fale em
Línguas sem que haja intérprete... As orientações aqui
oferecidas são a expressão da solicitude pastoral com que o
Episcopado Brasileiro acompanha a RCC e ... sua preocupação
com os desvios ocorridos, que são prejudiciais para a RCC e
para toda a Igreja” (Documentos
da CNBB – 53, “Orientações Pastorais sobre a
Renovação Carismática Católica”, nn. 62 e 69).
► “No dia 3 de
setembro de 1969, falando dos Carismáticos em geral, incluídos
os arautos de reformas sociais, o Papa Paulo VI chamou a atenção
para fenômenos que ‘não somente estão em contradição
com o Direito Canônico, mas ferem o âmago do culto Católico, pois
vemos que se emancipam das estruturas institucionais da Igreja
autêntica, real e humana, na falaciosa esperança de instaurar
um Cristianismo livre, puramente
carismático, mas, na
realidade, amorfo, esvaecente, exposto a todas as correntes da
paixão e da moda’. Uma semana depois, voltou a falar do
‘recurso a ideologias arbitrárias, à
suposição gratuita de fatos carismáticos, a
fim de preencher o vazio interior aberto pela perda da confiança
em Deus e nas Diretrizes da Igreja’.
Aos 24 de setembro
de 1969, Paulo VI tornou ao assunto: ‘Ao falar da Igreja de nossos
dias, muitos se dizem
inspirados por espírito profético. Proferem afirmações
arriscadas e, às vezes, inadimissíveis;
referem-se ao Espírito
Santo como se o Divino Paráclito estivesse sempre a serviço
deles. Alguns o
fazem, infelizmente com a intenção, não confessada, de se
emancipar do Magistério da Igreja, que goza da assistência do
Espírito Santo. Deus
permita, não cause grandes danos, a presunção dessas pessoas,
que consiste em fazer do seu juízo ou da sua experiência
pessoal a regra ou o critério de doutrina religiosa.
Queira Deus impedir
que se deixem iludir as pessoas de boa vontade, ao considerarem
essas opiniões particulares como Dons Carismáticos e
inspiração profética’.
Aos 26 de outubro
de 1974, Paulo VI aludia às comunidades carismáticas
propriamente ditas: ‘Notamos com satisfação que aspiram a
ser movidas pelo Espírito Santo. Mas
essa aspiração seria frustrada se a sua vida eclesial na unidade
do Único Corpo de Cristo se apagasse ou se emancipasse da
legítima Autoridade; ou se se entregasse a inspirações
arbitrárias’.
No Discurso de 23
de novembro de 1981, o Santo Padre, o Papa João Paulo II disse: ‘Não
faltam riscos. Sabeis quais são: por exemplo, a exagerada
importância atribuída à experiência sentimental do Divino; a
procura imoderada do ‘espetacular’ e do ‘extraordinário’;
o gosto das interpretações precipitadas e errôneas da
Escritura; o fechamento sobre si mesmo e a fuga dos compromissos
apostólicos; o narcisismo, que isola e fecha sobre si. Estes e
outros riscos se apresentam na vossa caminhada, e não somente na
vossa...
Deste propósito
decorrerá a verdadeira renovação da Igreja almejada pelo
Concílio Vaticano II. Vós vos esforçareis por incrementá-la
mediante a Oração, o Testemunho e o Serviço. Com efeito, a
Exortação Apostólica ‘Catechesi Tradendae’ o lembra:
‘A renovação no
Espírito será autêntica e produzirá frutos copiosos na
Igreja, menos por suscitar Carismas Extraordinários do que
por levar o maior número possível de fiéis, na sua existência
cotidiana, a um esforço humilde, paciente e perseverante
para conhecer e testemunhar cada vez melhor o Mistério de
Cristo’ (Hilário
Campion, ex-carismático)” (Textos extraídos de “Pergunte e
Responderemos”, nº 282/1985).
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Fonte: Acessar o ensaio "Elucidário sobre o Dom das Línguas" link "Meus Documentos - Lista de Livros".
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