maio 13th, 2012
Depois de uma decisão do Supremo Tribunal Federal do Brasil determinando que bebês que sofrem do defeito de nascença conhecido como anencefalia não são “legalmente” vivos
e, portanto, podem ser abortados com total liberdade, médicos
brasileiros estão explicando para os meios de comunicação como tais
bebês realmente serão mortos sob o novo regime legal.
Numa recente entrevista para Veja,
a revista noticiosa mais popular do Brasil, o vice-presidente do
Conselho Federal de Medicina, Dr. Carlos Vital, explicou que os médicos
terão duas escolhas: “curetagem” ou “aspiração”.
Abortos de bebês anencefálicos serão realizados no segundo ou terceiro trimestre.Um
aborto de curetagem usa uma faca especial para cortar a criança em
pedaços, e então raspar seu corpo e placenta da parede uterina. Um
aborto de aspiração usa forte sucção para despedaçar a criança, e de
modo semelhante a separa de sua mãe.
De acordo com os médicos, se
esses métodos são inadequados em abortos de gravidez mais avançada, o
método de dilatação e evacuação seria exigido, envolvendo uma pinça que é
usada para despedaçar o corpo maior do bebê.
O Dr. Vital disse para Veja que abortos em crianças anencefálicas poderiam ser realizados até o nono mês de gravidez.
O Dr. Vital acrescentou que tais abortos exigirão um comitê de médicos para apurar os “critérios adequados para diagnóstico” de anencefalia, um problema físico cuja definição exata não tem o consenso dos médicos.Os
bebês anencefálicos não desenvolvem a parte superior da cabeça,
inclusive o crânio e a parte de superior do cérebro. A maioria morre no
útero ou logo após o nascimento, embora alguns tenham vivido alguns
dias, meses e até anos com o problema.
Ainda que os profissionais
médicos muitas vezes afirmem que tais crianças não estão conscientes de
seu ambiente e sejam incapazes de sofrer, pais de bebês anencefálicos
relatam que seus filhos mostram sinais de consciência e parecem reagir
de modo muito específico a seu ambiente. Alguns
médicos utilizam a teoria de que o tronco cerebral de tais bebês tem a
capacidade de se adaptar às necessidades de consciência rudimentar, um
fenômeno conhecido como “neuroplasticidade”.
Nos Estados Unidos, um número aproximado de 95 por cento dos bebês anencefálicos são mortos dentro do útero de suas mães.
Numa declaração pública sobre a
decisão do Supremo Tribunal Federal, o ativista pró-vida brasileiro Pe.
Luis Lodi da Cruz chamou o veredicto de “monstruoso” e comentou que, de
acordo com o ministro do STF que presidiu o caso, o aborto de uma
criança anencefálica “É um procedimento semelhante à remoção de um
cadáver”.
“Paradoxalmente,
Marco Aurélio admite que o anencéfalo morre depois de um período
pequeno de tempo. Ora, como ele pode morrer se já está morto?” perguntou o Pe. Lodi.
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