Blog Católico, para os Católicos

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"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Qual o conteúdo da carta de Einstein para o filósofo Eric Gutkind, De 3/1/1954?


Albert Einstein


"... Eu li uma grande parte do seu livro nos últimos dias, e agradeço muito por tê-lo man­dado. O que me chamou especialmente a atenção foi isso. Com respeito à atitude de fato em relação à vida e em relação à comunidade humana nós temos muito em comum.

... A palavra Deus é para mim, nada mais do que a expressão e produto da fraqueza hu­mana, a Bíblia é uma coleção de lendas honoráveis mas ainda assim primitivas que são, do mesmo modo, muito infantis. Nenhuma interpretação, não importa quão sutil seja, pode (para mim) mudar isso. Estas interpretações utilizadas são altamente influenciadas de acordo com sua natureza e tem quase nada a ver com o texto original. Para mim a reli­gião judaica, como todas as outras religiões, é uma encarnação das superstições mais in­fantis. E o povo judeu ao qual eu felizmente pertenço e com a mentalidade do qual eu te­nho uma profunda afinidade não tem, para mim, qualquer qualidade diferente dos outros povos. De acordo com minha experiência, eles também não são melhores do que outros grupos humanos, embora sejam protegidos dos piores cânceres por falta de poder. De ou­tra forma, eu não posso ver qualquer coisa "escolhida" a seu respeito.

No geral, eu acho doloroso que você clame uma posição privilegiada e tente defender esta ideia através de dois muros de orgulho, um externo como um homem e um interno como um judeu. Como um homem você demanda, de certa forma, uma dispensa da casua­lidade de outra forma aceita, e como um judeu o privilégio do monoteísmo. Mas uma casualidade limitada não é mais, de forma alguma, uma casualidade, como nosso maravilhoso Spinoza reconheceu incisivamente, provavelmente o primeiro a fazê-lo. E as interpretações anímicas das religiões da natureza não são, em princípio, anuladas pela monopolização. Com tais muros nós só podemos alcançar uma certa auto-ilusão, mas nossos esforços morais não são melhorados por eles. Pelo contrário.

Agora que eu abertamente expus nossas diferenças em relação às convicções intelectu­ais, é ainda claro para mim que nós somos bem próximos no que se refere às coisas es­senciais, ou seja, na nossa avaliação do comportamento humano. O que nos separa são somente proposições intelectuais e racionalizações na linguagem de Freud. Desta forma, eu acho que iriamos nos entender muito bem se falássemos de coisas concretas. Com agradecimentos amigáveis e os melhores desejos.

Seu,

A. Einstein"



O cientista, que recebia aulas particulares de judaísmo em casa, declinou o convite do então recém-formado Estado de Israel para ser o segundo presidente do país.

Na carta, ele também fala que não acredita que os judeus sejam o "povo escolhido".





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