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"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

A Falsidade do Islamismo Segundo o Pe. Júlio Maria


Por um instante deixemos de lado, a vida, os ensinamentos e a propagação da religião de Maomé, para entrar no julgamento sereno da sua doutrina, estudando-a, por parte de seu autor, conforme os princípios de uma dedução inteligente e lógica.

Há várias religiões, porém, só há uma religião verdadeira, porque havendo um só Deus, só pode haver um modo certo de servir a este Deus.

Como descobrir a religião verdadeira no meio das numerosas seitas que se dizem possuidoras da verdade?

É simples e ao alcance de todos.

1. Deus é o Criador e o Senhor do homem. Consiste a religião nas relações entre Deus e o homem e tais relações nasceram no ato mesmo da criação do homem.

Foi naquele momento sublime que, dando a vida ao homem, Deus se tornou seu pai e o homem se tornou filho de Deus.

Aquele que dá a vida, chama-se pai e aquele que recebe a vida chama-se filho.

Logo, a religião verdadeira deve ter nascido no próprio berço da humanidade, junto ao primeiro homem.

2. A religião verdadeira, sendo obra do pai para com o filho, deve necessariamente adaptar-se a todas as faculdades do homem: deve ser luz para a inteligência, amor para o coração, força para a vontade, conduzindo o homem ao seu supremo destino, que é a felicidade eterna.

3. Sendo Deus a própria verdade, a religião, feita por ele, deve ser coerente e imutável, excluindo absolutamente toda contradição e toda mudança sucessiva.

Eis três princípios que nos permitem, sem receio de erros, descobrir a religião verdadeira.


Apliquemos agora estes três princípios ao Islamismo, e veremos logo destacar-se a sua falsidade, por não satisfazer a nenhum destes requisitos, absolutamente exigidos.

O Islamismo não nasceu no berço da humanidade, mas proveio dos ensinamentos de Maomé, que o imaginou, codificou e legou aos homens, não no começo da humanidade, mas sim, no ano 612, em Meca, organizando-o no ano 622 em Medina, onde o pseudo-profeta fixou o centro da sua reforma.

Antes desta época, não existia nem Alcorão, nem lei maometana. Começou neste ponto, e não pode passar além.

O reformador atribui a sua doutrina ao Arcanjo Gabriel. Nada, porém, tem ele com este Arcanjo, pois a religião deve ser revelada pelo próprio Deus, e não pelos Anjos que, sendo eles também servos de Deus, nenhum poder possuem para estabelecer uma religião divina.

O Islamismo não pode descer além de Maomé, e nenhuma relação, nenhuma ligação possui com a religião fundada por Deus, transmitida por Moisés e os Patriarcas, até chegar a Jesus Cristo, que realizou em sua pessoa, todas as profecias, e encerrou pelo Apóstolo São João, o ciclo das revelações divinas autênticas.

Não chegando até Deus a religião de Maomé, não é uma religião divina. É obra de seu fundador, uma religião humana, em contradição com a religião divina.

Logo, é uma religião falsa.


A religião verdadeira deve adaptar-se às faculdades do homem, isto é, deve ser luz, amor e força e conduzir o homem ao seu destino eterno.

Como vimos, o islamismo não realiza nenhum destes requisitos.

Não é luz.

O islamismo em nada contribuiu para o desenvolto do espírito humano. Pelo contrário, materializa o espírito, fecha-lhe o horizonte de uma vida pura, santa, abnegada, que termina na felicidade divina, e não numa felicidade material como ensina o Alcorão.

O céu do islamismo oferece o vício como suprema recompensa da virtude: até haverá palácios, riquezas, prazeres, mulheres e tudo o que a miséria humana pode sonhar para conhecer a si mesma e satisfazer os seus instintos humanos.

Não é amor.

O amor divino não figura no Alcorão, nele existe o medo, o terror, até a admiração das grandezas e do poder de Deus, nunca o amor. O amor espiritual, santo, sobrenatural é desconhecido na lei do pseudo-profeta. Nele figura somente a volúpia do prazer, da sensualidade, embrutecido, aniquilando, deste modo, o amor puro, o amor ideal que Deus semeou no coração humano. Para o maometano, amar é gozar. Para o homem espiritual, amar é dar. Para o islamismo o amor está no prazer; para o Cristianismo, o amor está em agradar aquele a quem se ama.

Não é força.

É uma violência de guerra, de luta, de conquista pelo fanatismo da dominação, porém, não é força de vontade pelo bem, pela virtude, pela grandeza espiritual do homem, pelo seu aperfeiçoamento, pela realização de um ideal superior.

Tudo é materializado. O espiritual, a santidade, é um ideal desconhecido para o islam.

Só conhece a força bruta da guerra. Ignora a força construtora da vontade, na virtude.

E depois, não conduz à salvação eterna. Esta salvação é a virtude, a santidade, o heroísmo espiritual, a abnegação própria, o desprezo dos bens passageiros do mundo.

Tudo isto não existe no islamismo. Logo, é uma religião falsa.


O terceiro requisito, é a coerência e a imutabilidade, partes essenciais da doutrina divina.

Aqui, mais ainda do que nos pontos precedentes, a religião de Maomé está fora de toda apreciação.

Facilmente, parece que o islamismo podia evitar toda aparência de contradição, pois, tomou como bagagem intelectual, apenas três dogmas simples e claros, emprestados à Filosofia: – a Unidade de Deus, a Imortalidade da Alma e a Sanção na eternidade, do bem e do mal.

Infelizmente, Maomé fez o seu comentário e as aplicações da sua doutrina, e neles semeou as contradições, a mãos cheias.

Ele se apresenta como continuador de Jesus Cristo e o selo do profetas.1

Ora, Jesus declarou que não seria continuado nem completado por ninguém e que a sua Igreja (doutrina) permaneceria até a consumação dos séculos, até ao dia do Juízo Geral.2

De outra parte, salta aos olhos que a obra de Maomé, pela sua moral, sua doutrinal social e religiosa, não é um progresso, mas um imenso recuo na doutrina de Jesus Cristo, como vemos claramente na exposição dos capítulos anteriores deste estudo.

E o próprio Alcorão, o livro sagrado do Islã, quantas incoerências não apresenta!

O pseudo-profeta o compôs, ou o fez compor do começo até ao fim, tendo que ser coerente consigo mesmo. Não soube, porém, fazê-lo e ele mesmo o percebia.

Para se tirar do embaraço, atribuía a São Gabriel esta frase tão admirável de incoerências e contradição, como é ofensiva e blasfema a Deus: “Se omitimos um versículo do Alcorão, ou se apagamos a sua lembrança de teu coração, nós te trazemos outro melhor ou semelhante”.

Eis Deus que se corrige a si mesmo, que se completa, que se aperfeiçoa.

Como consequência, os teólogos muçulmanos retiraram do Alcorão um certo número de passagens, visivelmente esquecidas. Umas foram ab-rogadas quanto à letra e ao estudo; não contam mais. São lapsos divinos, distrações de Deus, falta de memória de Deus. Outras passagens foram ab-rogadas quanto à letra, porém, foram substituídas, quanto ao sentido, por outras semelhantes.

Outras ainda foram completamente riscadas e canceladas: eram ignorâncias divinas. Outras, enfim, ficaram no livro, mas ab-rogadas, quanto ao sentido, constituindo (notem bem isso) as contradições oficialmente reconhecidas e conservadas…

Há no Alcorão, 207 versículos que sempre figuram no texto, mas que são ab-rogados por 93 outros.

O quinto versículo da Sura 9 ab-roga, ele só, 124 outros. As revelações ab-rogadas foram substituídas por melhores ou mais cômodas, as quais, à medida das necessidades, permitiram a Maomé violar suas próprias leis sobre o Matrimônio, de continuar em nome de Alá (Deus) os seus saques, roubos, assassínios e tráficos vergonhosos.3

O próprio profeta se envergonha destas contradições e crimes e confessa, no Alcorão, a enormidade de seu crime.

Bossuet havia formulado este princípio seguro: “O que muda é falso: a verdade não muda”.

O Islamismo mudou, se contradiz, se corrige; logo, ele é falso.

Paremos aqui; é o bastante para uma pessoa sincera, leal, à procura da verdade, verificar que o Islamismo é uma religião falsa, não é a religião divina, a única religião verdadeira.

Onde está esta religião? Já o dissemos: É a religião de Jesus Cristo, conservada intacta no ensino da Igreja Católica, Apostólica, Romana.

Só a religião católica se apoia no berço da humanidade, só ela se adapta perfeitamente às necessidades do homem; só ela é coerente em seu ensino e imutável em sua doutrina; só ela tem as promessas da vida eterna e a certeza da existência perpétua.



Fonte: Rev. Pe. Júlio Maria, S.D.N., “São Gabriel, Maomé e o Islamismo”, Cap. XII, pp. 153-159; 1ª Edição, Editora “O Lutador”, Manhumirim – MG, 1954.



1Cap. III do Alcorão – V. 77; Cap. IV – V. 161; Cap. XXXIII – V. 40.
2Mat. 28, 19 – 17, 17 – XXIV, 24.
3Alcorão C. 33-V. 28-53-66, 1 – 2 etc.

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