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"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

sábado, 1 de dezembro de 2018

CÂNTICO DOS LOUVORES DA MÃE ADMIRÁVEL, MARIA SANTÍSSIMA, SENHORA NOSSA.

Quadro Milagroso de Nossa Senhora do Bom Conselho, de Genazzano, Itália.


Louvai obras do Senhor a Senhora: porque Ela é a mais nobre, a mais excelente e perfeita obra do Senhor.

Louvai Sol e Lua a Senhora: porque a Senhora é escolhida como Sol e formosa como a Lua.

Louvai estrelas do Firmamento a Senhora: porque Ela é a radiante Estrela, que guia os navegantes do mar deste século.

Louvai nuvens do Senhor a Senhora: porque Ela é a Nuvem leve, em que desceu a nós o Verbo de Deus humanado.

Louvai orvalhos da manhã a Senhora: porque Ela é o Velo de Gedeão, que embebeu o celeste orvalho do Divino Verbo.

Louvai neves e geadas a Senhora: porque o candor de Sua pureza, é o refrigério dos incentivos de nossa carne.

Louvai raios e relâmpagos a Senhora: porque Ela é o resplendor claríssimo e eficacíssimo da luz da Divina Graça.

Louvai todas as fontes e mares do Senhor a Senhora: porque a Senhora é Fonte fechada com o selo de Deus, é o Poço de águas-vivas e o Mar de todas as Graças juntas.

Louvai plantas e flores do campo a Senhora: porque Ela é a Rosa de Jericó, o Lírio entre espinhos, a Palma de Cades, o Cedro do Líbano, a Árvore da Vida, que nos produziu o Fruto felicíssimo da vida eterna.

Louvai montes do Senhor a Senhora: porque a Senhora é o Monte Santo de Sião, onde se fundou o Templo Vivo da Humanidade de Cristo.

Louvai meninos inocentes a Senhora: porque de Seu intacto ventre se dignou Deus nascer Menino, para nos restituir à primeira inocência.

Louvai Sacerdotes do Senhor a Senhora: pois Ela foi a grande Sacerdotisa, que em Suas mãos tomou e ofereceu a Hóstia Viva e perene Sacrifício, que tira os pecados do mundo.

Louvai Profetas do Senhor a Senhora: porque Ela é a profetizada Profetisa, a quem chegou o Espírito Santo com Sua sombra, para conceber o Rei que tem por nome Apressa-te a vencer e despojar teus inimigos.

Louvai Mártires do Senhor a Senhora: porque Ela foi mais que Mártir, não só de Cristo, como vós o foste; mas no mesmo Cristo, cuja Cruz a crucificava.

Louvai Virgens do Senhor a MARIA: porque MARIA é da Virgindade a forma, a glória e o Magistério: inteira sem esterilidade, fértil sem lavoura e grávida sem gravame (prejuízo).

Todos os Santos, todos os Espíritos Bem-aventurados, todas as Criaturas do Céu e da terra, louvem, exaltem e magnifiquem a MARIA: porque MARIA é a digníssima Rainha e, absoluta Senhora dos Anjos e de todas as criaturas.

Glória a Deus Pai, de quem MARIA é Filha primogênita; glória a Deus Filho, de quem MARIA é Mãe verdadeira; glória a Deus Espírito Santo, de quem MARIA é Esposa escolhida; glória à Beatíssima TRINDADE, de quem MARIA é Sacrário animado. Agora, e sempre, e pelos séculos dos séculos. Amém.





Oh, quem me dera ter estampada no fundo íntimo de minha alma, alguma imagem, alguma sombra ou vestígio da excelentíssima formosura desta grande Senhora! Oh, se por graciosa dignação da mesma Senhora, me acontecesse a ventura de lograr, ao menos por um abrir e fechar de olhos, Sua amabilíssima presença! Ou de ouvir o metal suavíssimo de Sua voz! Ou de ver o ar e majestade dos formosíssimos passos desta Filha do Príncipe! Gloriosíssimo Arcanjo São Gabriel, a quem coube a dita de ser Embaixador do Altíssimo a esta soberana e puríssima Donzela, e Paraninfo dos Desposórios entre o Verbo de Deus e a Natureza humana: dai-me (vos rogo pelo singular amor e reverência, que a esta Senhora tendes), dai-me a sentir e estimar dentro de minha alma, alguma partezinha do muito que conheceis de Suas perfeições, graças e excelências. Quando entrastes em Nazaré, no Seu aposento, e A saudastes por cheia de graça, dizei-me, admirou-vos Sua modéstia? Acendeu-vos Sua caridade? Recendeu-vos Sua pureza? Agradou-vos Sua turbação humilde? Sua prudência, Sua fé, e Sua obediência suspenderam-vos? Aqueles séculos imensos de virtude em quatorze anos de idade, por ventura não estavam graciosíssimos e poderosos para atrair a Si toda a Beatíssima Trindade? Que sentiu (dizei-me) Sua bendita Alma, quando conheceu que era escolhida para verdadeira Mãe de Seu Criador; e isto sem dispêndio de Sua virginal inteireza? Oh, maravilhas inefáveis do Altíssimo! Oh, Obra digna do braço do Onipotente! Se este Senhor é admirável em Seus Santos; na que é Rainha e Senhora de Todos os Santos, quanto será admirável? Ó MARIA Santíssima, dulcíssima, preciosíssima, piedosíssima. Mãe de meu Senhor Jesus Cristo, honra do Gênero Humano, glória, refúgio e amparo certo de toda a Igreja Católica; a Vós aponto as setas do meu arco; porque a Vós dirijo as ânsias e desejos de meu coração. Desejo servi-Vos, desejo imitar-Vos, desejo ser agradecido aos inumeráveis benefícios, que por Vossa mão tenho recebido de Vosso benditíssimo Filho: desejo, e de todo o meu coração o desejo, ver-Vos e louvar-Vos. Oh, que dita; oh, que extraordinária felicidade seria a minha, se a graça de Vosso Filho e meu Senhor Jesus Cristo, me fizesse digno de seguir de algum modo Vossos acertados caminhos, e copiar em minha alma, alguma, ainda que leve, sombra de Vossas excelentíssimas virtudes! Oh, se o servo pudesse ser agradável e aceito aos olhos de Sua Senhora! E, oh, se os piedosos e puríssimos olhos de minha Senhora, se me descobrissem ao menos por um ligeiro instante, dispensando Sua dignação com minha indignidade!


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Fonte: Ven. Pe. Manoel Bernardez, Oratoriano, “Luz e Calor”, 2ª Parte, Opúsculo IV, Solilóquio XXII, Pontos 402-403, pp. 453-455; Nova Edição, Lisboa, 1871.

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