Orações e Meditações Extraídas dos Escritos
de Santo Afonso Maria de Ligório,
por Pe. Saint-Omer, CSSR.
V. Vinde, ó Deus, em meu auxílio.
R. Apressai-Vos, Senhor, em me socorrer.
V. Glória ao Pai, e ao Filho e ao Espírito Santo.
R. Assim como era no princípio, agora e sempre e por todos os séculos dos séculos. Amém.
Oração a Jesus em Vésperas de Nascer1
Unamo-nos a Maria e José, e acompanhemos com eles o Rei do Céu, que vai nascer numa gruta, e fazer a sua primeira aparição no mundo como um menino, e tão pobre e desamparado como nenhum outro nasceu entre os homens.
Querido Redentor meu, os Anjos do Céu em multidão Vos acompanham nesta viagem, bem o sei: mas, entre os habitantes da terra, quais são os que Vos seguem? Convosco vejo só José e Maria. Permiti, meu Jesus, que me una a eles para Vos seguir. Ah! Muito ingrato tenho sido contra Vós. Agora compreendo a grandeza da minha falta: do Céu Vós descestes para fazer-me companhia na terra, e eu tantas vezes levei a ingratidão até o ponto de Vos deixar e ofender. Ó meu divino Senhor, quando penso que, para seguir as minhas más inclinações, afastei-me de Vós, renunciei muitas vezes a vossa amizade, gostaria de morrer de dor. Mas, viestes para me perdoar; perdoai-me, pois, agora que me arrependo de toda a minha alma de Vos ter desprezado e abandonado; resolvido estou e espero, com a vossa graça, não me alongar nem arredar-me de Vós, ó meu único amor! Sim, a minha alma está cativa de amor por Vós, ó amável Deus-Menino.
Amo-Vos, meu doce Salvador, e pois viestes a terra para me salvar e comunicar as vossas graças, eis a única que Vos imploro: fazei que eu não me separe mais de Vós; cativai-me, ligando-me estreitamente a Vós pelas suaves cadeias do vosso santo amor. Ah! Meu Redentor e meu Deus, quem poderia ainda Vos deixar e viver sem Vós, privado da vossa graça? Ó Maria, venho fazer-Vos companhia na vossa viagem a Belém; do vosso lado, ó minha Mãe, não cesseis de me ajudar na viagem que faço para a eternidade; assisti-me sempre, mas sobretudo, no fim da minha vida, quando chegar àquele último instante que há de decidir se serei, ou sempre conVosco para amar a Jesus no Céu, ou sempre longe de Vós para odiar a Jesus no Inferno. Ó minha Rainha, salvai-me pela vossa intercessão. Vós sois a minha esperança; de Vós espero tudo. 2 Amém.
1º Dia3
Vamos a Belém: aí acharemos
o Coração de Jesus Menino que se revela à nossa fé.
Para contemplar com amor e ternura o nascimento de Jesus Cristo, devemos pedir ao Senhor o dom de uma fé viva. Se entrarmos sem fé na gruta de Belém, teremos apenas sentimentos de piedade. Aqui a fé deve ser nosso guia e nosso archote: com ela veremos e admiraremos; esperaremos e seremos cumulados de bens; amaremos e nosso coração dilatar-se-á. 4 A fé nos conduzirá à confiança, a confiança ao amor, e o amor nos introduzirá no Coração de Jesus.
Todo Mistério exige nossa fé, mas principalmente o Mistério da Encarnação; porque, admitido este, todos os outros tornam-se críveis pela palavra mesma do Verbo Encarnado.
Entremos na gruta, mas entremos esclarecidos pela viva luz da fé; sem ela que veríamos? Um nascimento em tudo ordinário. Mas com a fé veremos este Menino novo que Deus devia criar,5 tendo um Coração novo, delícias do Paraíso, objeto dos afetos e complacências do Pai celeste.
O homem privado da fé não veria no presépio senão um menino como qualquer outro; o cristão vê ali o Verbo feito carne,6 tendo um Coração de carne como o nosso, mas animado pelo amor eterno que o fez descer sobre a terra para atrair o homem para Deus; vê ali o Filho único de Deus, igual a seu Pai, eterno como seu Pai, Onipotente como seu Pai, imenso, sábio, feliz, Soberano Senhor do Céu e da terra, dos Anjos e dos homens, mas que, para dar seu Coração ao homem e para o resgatar, abateu-se até tomar a forma de servo, revestindo-se de carne humana. Ah, se a fé não nos desse certeza disto, quem creria em tal prodígio!
Sem o olho da fé, não veríamos neste berço de palha senão um menino estranho, que nada tem de comum conosco; mas tendo a fé por guia, veremos n’Ele um irmão muito amado. Ó homem, considera este prodígio, exclama Santo Agostinho, eis que teu Deus tornou-se teu irmão! Ele se fez filho de Adão como tu; não dedignou-se de tomar olhos, mãos, pés, enfim, um Coração de carne, semelhantes aos teus. Ó excesso de amor divino! Estando mortas para a graça todas as almas às quais impossível era renascer por suas próprias forças para a vida, o Filho de Deus, movido pelas entranhas de sua misericórdia, desceu do Céu para ressuscitá-las. Mas, Senhor, pergunta Jó, que é o homem, este ser desprezível, tão ingrato para conVosco: que é o homem para que o torneis tão grande, honrando-o e amando-o deste modo? 7 Dizei-me, ó meu Deus, que Vos importam a salvação e a felicidade do homem? Por que lhe sois tão apegado, que vosso Coração não parece ocupado senão em o amar e o tornar feliz?
Sem a fé, que veríamos ainda em Belém? Um menino que não tem uso algum de suas faculdades, incapaz de nos conhecer e amar. Mas, que nos diz a fé? Ela nos diz que Jesus, desde o primeiro instante de sua vida, teve o perfeito uso da razão, o espírito dotado de inteligência divina para nos conhecer, e o Coração cheio de amor divino para nos amar. Assim, as lágrimas de Jesus Menino foram muito diferentes das dos outros meninos: estes choram de dor, ao passo que Jesus chorava de compaixão e amor para conosco. Assim também, ao sugar leite dos seios de Maria, fazia-o para nutrir o Corpo que Ele queria nos dar em sustento na Santa Comunhão; então, Ele pensava em converter esse leite em seu Sangue para O derramar na sua morte e oferecê-Lo como preço de nossa Redenção. Ó Deus amantíssimo, Vós pensáveis então em mim, como em mim havíeis pensado desde toda a eternidade.
Sem a fé, enfim, Jesus seria para nós o que Ele é, ai, para muitos, um Deus desconhecido. Entremos então na gruta com fé viva, e vejamos na lapinha, sobre uma pouca de palha, este pequeno Menino que chora. Ah, como Ele é belo! Que amor inspira! Seus olhos lançam dardos de fogo nos corações daqueles que O desejam; seus vagidos são chamas que penetram os corações que O amam! O presépio, a palha, tudo nos clama: Amor ao Deus-Menino que nos traz seu Coração!
Prática: Do fundo do meu coração direi: Creio firmemente que o Filho de Deus se fez homem, que o Evangelho é sua palavra, que a Igreja é sua Obra, que o Papa é seu Vigário infalível. Creio, pois, tudo o que a Igreja manda crer; rejeito tudo o que Ela reprova.
Afetos e Orações: Terno e amável Menino, embora eu Vos veja tão pobre nesta palha, reconheço-Vos e adoro-Vos como meu Senhor e meu Criador. Compreendo o que Vos reduziu a tão miserável estado: é vosso Coração, é vosso amor para comigo. Ó meu Jesus, quando, após isto, penso no modo pelo qual Vos tratei no passado, nas injúrias que Vos fiz, espanto-me de que tenhais podido suportar-me. Ah! Malditos pecados, que tendes feito? Enchestes de amargura o Coração de um tão bom Senhor! Por piedade, caro Salvador meu, pelos padecimentos que sofrestes e pelas lágrimas que derramastes no presépio de Belém, dai-me tão grande dor, que me faça chorar toda a minha vida os desgostos que Vos causei. Abrasai-me de um amor para conVosco, mas de amor tal que compense todos os meus crimes contra Vós. Eu Vos amo, terno Salvador meu, eu Vos amo, ó Deus feito menino por mim! Eu Vos amo, meu amor, minha vida, meu tudo! Prometo-Vos não amar de agora em diante senão a Vós. Ajudai-me com vossa graça, sem a qual nada posso. Ó Maria, minha esperança, do Coração de vosso divino Filho alcançai-me tudo o que quereis: rogai-Lhe que me conceda seu Santo Amor. Minha Mãe, atendei-me. Amém.
Oração Jaculatória: Divino Menino Jesus, tende compaixão de nós e nascei em nossos corações. 1 Pai Nosso, 1 Ave Maria e 1 Glória ao Pai.
Exemplo
Grande movimento para a Igreja Católica se opera entre os muçulmanos da Síria desde 1868. Num dos arredores de Damasco, um certo Abd-el-Rarim-Matar tinha costume de reunir seus discípulos, em número de sessenta a setenta, e passar com eles uma parte das noites em oração diante do trono da graça, pedindo para serem esclarecidos. Estas súplicas enterneceram o Coração de Jesus. Depois de terem perseverado algum tempo nesta nova estrada, alguns entre eles começaram a ser abalados na sua falsa crença e a serem atormentados por dúvidas. Dois anos se passaram neste estado de ansiedade, sem que nenhum suspeitasse dos outros as torturas que afligiam as consciências de todos. Enfim, receberam numa visão a segurança, que a Religião de Jesus Cristo lhes daria a paz que buscavam. Todavia, tal era o medo que tinham de ser traídos, que nenhum deles ousou confiar o segredo a seu vizinho. Uma noite, mais ou menos quarenta e dois entre eles reuniram-se, como de costume, para orar, e, após prolongados exercícios de devoção, adormeceram; então Nosso Senhor se dignou aparecer a cada um deles em particular. Todos acordaram ao mesmo tempo, espantados e agitados, e um deles animando-se, contou aos outros a visão que tivera. Um por um foi dizendo então: Eu também vi! Tão consolados e confortados foram por Cristo que, determinados a seguir sua Lei, ansiavam, cheios de imensa alegria, sair logo pelas ruas proclamando a Divindade de Jesus. Foi necessário recordar-lhes que com isto só conseguiriam exacerbar os ânimos dos judeus, os quais os matariam, ficando por isto a cidade privada de toda a esperança de converter-se a exemplo deles. Precisavam estes novos cristãos de um diretor para sustentar seus passos vacilantes no novo caminho em que tinham entrado, e rogavam a Deus para que, na sua misericórdia, se dignasse lhes enviar quem lhes satisfizesse os desejos. Uma noite, após seus exercícios ordinários de devoção, adormeceram e viram-se transportados em sonho a uma igreja cristã, onde um velho de barbas brancas, vestido de sarja escura e tendo uma vela acesa na mão, passou diante deles sorrindo com benevolência e repetindo-lhes estas palavras: Aqueles que buscam a verdade sigam-me. Acordando, contaram o sonho uns aos outros, e combinaram pôr-se à procura do personagem que lhes aparecera. Durante três meses andaram nesta diligência pela cidade e arredores, sem cessarem de orar. Certo dia aconteceu, que um dos neófitos entrou casualmente no convento dos Padres da Terra Santa, situado ao nordeste da cidade de Damasco. Quão grande foi sua surpresa ao reconhecer na pessoa do Superior, Padre Manoel Forner, o personagem que lhe havia aparecido em sonho! Todos lhe testemunharam o desejo de receber o Batismo. Depois da experiência recomendada pela prudência, o Padre Forner acedeu ao seu pedido. No fim de algum tempo, o número dos neófitos ascendia a 250. Também a atenção dos muçulmanos não tardou a ser atraída para eles. Os ulemas de Damasco ficaram consternados, e finalmente, numa reunião, resolveram matar os neófitos. Quatorze deles foram retidos na prisão durante três meses; depois, a exigência do cônsul da Rússia, foram postos provisoriamente em liberdade. Mas doze foram novamente capturados e transportados para uma das fortalezas de Dardanelos, ao mesmo tempo que seus filhos e mulheres morriam de fome em Damasco. Enfim, foram desembarcados na costa da Barbária, de onde foram desterrados em Murzuk. Mas estas severidades, longe de abafarem o movimento, não fizeram senão dar-lhe mais força, e hoje existem, segundo afirmam, só na cidade de Damasco, mais de cinco mil neófitos. 8
Louvores ao Menino Jesus9
Vinde já, meu Deus-Menino,
Nascei no meu coração,
Tomai dele inteira posse,
Tomai-o da vossa mão.
Vinde, meu rico Infante,
Vinde, não Vos detenhais,
A minha alma Vos espera,
Já não pode esperar mais.
Do Varão nasceu a vara,
Da vara nasceu a flor,
Da flor nasceu Maria,
De Maria o Redentor.
Os Anjos primeiro pegam
No Menino-Deus nascido,
Não O deixam cair no chão,
Em seus braços é detido.
A Virgem então O adora,
Nos seus braços O recebe,
Como Mãe lhe beija a face,
Mais alva que a pura neve.
Foi nascer a uma gruta
O Grande Rei das Nações,
Para render a frieza
De nossos corações.
Pastorinhos do deserto,
Correi todos, ide ver
A pobreza da lapinha
Onde Cristo quis nascer.
Pastorinhos do deserto,
Correi todos a Belém,
Adorar o Deus-Menino,
Nos braços da Virgem-Mãe.
Nos braços da Virgem-Mãe,
Chora o vosso coração,
Por saber que há de passar
Tão dolorosa Paixão.
Ladainha em Honra do
Divino Menino Jesus10
Senhor, tende compaixão de nós.
Jesus Cristo, tende compaixão de nós.
Senhor, tende compaixão de nós.
Senhor, ouvi-nos.
Divino Menino Jesus, escutai-nos.
Pai celeste, que sois Deus, tende compaixão de nós.
Filho Redentor do mundo, que sois Deus, tende compaixão de nós.
Espírito Santo, que sois Deus, tende compaixão de nós.
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende compaixão de nós.
Jesus, Filho do Deus Vivo, tende compaixão de nós.
Jesus, num estábulo nascido de Maria Virgem, tende compaixão de nós.
Jesus, adorado pelos pastores e pelos Sábios do Oriente, tende compaixão de nós.
Jesus, circuncidado ao oitavo dia e chamado Jesus, tende compaixão de nós.
Jesus, oferecido no Templo a vosso Divino Pai, tende compaixão de nós.
Jesus, fugindo para o Egito com Maria e José, tende compaixão de nós.
Jesus, que voltastes do Egito com Maria e José, tende compaixão de nós.
Jesus, na idade de 12 anos levado ao Templo por vossos pais, tende compaixão de nós.
Jesus, perdido de vossos pais e por eles procurado com ânsia durante três dias, tende compaixão de nós.
Jesus, encontrado com alegria no Templo, tende compaixão de nós.
Jesus, submisso e obediente aos vossos pais, tende compaixão de nós.
Sede-nos propício, tende compaixão de nós, Menino Jesus.
Sede-nos misericordioso, escutai-nos, Menino Jesus.
Dos desvarios da nossa juventude, livrai-nos, Menino Jesus.
Do número dos filhos de Satanás, que perdem as almas dos inocentes, livrai-nos, Menino Jesus.
Dos criminosos desejos da nossa idade, livrai-nos, Menino Jesus.
Dos perigos de pecar, livrai-nos, Menino Jesus.
Da perda da santa pureza, livrai-nos, Menino Jesus.
Pelo vosso misterioso Nascimento, livrai-nos, Menino Jesus.
Pelas vossas lágrimas e gemidos, livrai-nos, Menino Jesus.
Pelo vosso santo porte com vossos pais, livrai-nos, Menino Jesus.
Pela vossa Apresentação no Templo, livrai-nos, Menino Jesus.
Nós que fomos filhos da ira, Vos rogamos nos escuteis.
Para que nos dias da nossa juventude nos lembremos do nosso Salvador, Vos rogamos nos escuteis.
Para que acostumemos desde a juventude nossos corações à virtude e ao bem, Vos rogamos nos escuteis.
Para que em todas as nossas ações demos bom exemplo ao próximo, Vos rogamos nos escuteis.
Para que não abandonemos na velhice o caminho da virtude que tomamos na juventude, Vos rogamos nos escuteis.
Para que sejamos recebidos um dia no número dos filhos de Deus, Vos rogamos nos escuteis.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Menino Jesus.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos, Menino Jesus.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós, Menino Jesus.
Menino Jesus, ouvi-nos.
Menino Jesus, escutai-nos.
Pai Nosso, que estais nos Céus…
V. O Verbo se fez carne. Aleluia.
R. E habitou entre nós. Aleluia.
Oremos: Amado Salvador, Jesus Cristo, que, por amor dos homens e de mim, encarnastes e Vos fizestes um fraco e pobre menino, adoro-Vos e amo-Vos. Concedei-me que ponha sempre em Vós a minha alegria; que Vos siga sempre; que eu seja bom, piedoso, obediente, zeloso, e Vos imite em tudo, a Vós que viveis e reinais com Deus Pai, e o Espírito Santo por toda a eternidade. Amém.
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1. “As Mais Belas Orações de Santo Afonso de Ligório”, pelo Pe. Saint-Omer, CSSR, 4ª Parte, Art. 2, § 1, pp. 473-474. Imprimé par les Etablissements Casterman, S.A. Tournai/Belgium, 1921.
2. Obras Ascéticas, Iv. 24 Dez.
3. “O Sagrado Coração de Jesus”, segundo Santo Afonso de Ligório, pelo Pe. Saint-Omer, CSSR, 1ª Parte, 4º Dia, pp. 30-36. 5ª Edição, Typographia de Frederico Pustet, Impressor da Santa Sé, Ratisbona/Alemanha, 1926.
4. Is. 60, 5.
5. Jer. 31, 32.
6. Jo. 1, 14.
7. Jó 7, 17.
8. Tablet, 1871.
9. “Cartilha ou Compêndio da Doutrina Cristã, Ordenada por Perguntas e Respostas”, pelo Pe. Antônio José de Mesquita Pimentel, Cap. “Devoção”, pp. 228-229. 18ª Edição, Livraria Chardron, de Lello & Irmão, Ltda, Porto, 1872.
10. “Livro de Missa para a Juventude”, compilado por um Padre do Espírito Santo, pp. 114-118. 6ª Edição, Casa Cruz, Rio de Janeiro, 1898.
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