Blog Católico, para os Católicos

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"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

São Paulo VI Contra a Banalização Religiosa.


Contra o Conformismo

ao Espírito do Mundo.


Após o Concílio, a Igreja vive numa sociedade à qual deseja transmitir sua mensagem de Salvação,1 e da qual sofre, talvez mais do nunca, uma pressão de profanidade, de secularização e amoralidade.

Por um lado, a Igreja proclama sua vocação à santidade, renova sua promessa missionária, declarando-se pobre e peregrina, a caminho das metas superiores e escatológicas do Reino de Deus. Por outro, em muitos setores procura assimilar-se às formas e aos usos do mundo leigo. Despe-se de sua veste diferenciada e sagrada. Quer sentir-se humana e terrena, e tende a deixar-se absorver pela mentalidade do ambiente social e temporal. Quase tem respeito humano de ser de algum modo diferente e de estar obrigada a um modo de ser e de pensar que não é o do mundo. Sofre as mudanças e degradações deste mesmo mundo, com um zelo conformista e quase vanguardista, que não se sabe mesmo como pode ser chamado cristão e muito menos apostólico. Não há quem não veja este estado de coisas, na demagogia e violência revolucionária, na banalização religiosa, especialmente no consentimento à licenciosidade da Moda indecente, da sexualidade passional e da difusão pornográfica, contra as quais ninguém reage.

Nesta ambígua situação que deve fazer a Igreja? De que tem necessidade o povo cristão, para conservar-se como tal e para exercitar sua função de luz e sal da terra, de animador espiritual e moral do tempo, no qual a Providência lhe destinou viver?

A resposta não é fácil sem simples. Mas, podemos encontra-la numa fórmula antiga e nova, rica de imenso significado. Ei-la: Hoje a Igreja, isto é, o Povo de Deus, ou melhor, cada fiel, deve repetir a si mesmo a palavra de São Leão Magno: “Agnosce, o christiane, dignitatem tuam”.2 Cristão, toma consciência de tua dignidade, tu que és convidado a participar da natureza Divina.3 Não queiras decair na baixeza da antiga conduta. Lembra-te de que Cabeça e de que Corpo Místico és membro. Recorda o fato de tua libertação do poder das trevas e de tua transferência para a luz e para o Reino de Deus.

Sim, é necessário que todo cristão tenha consciência viva e operante da própria dignidade, daquilo que se tornou pela regeneração misteriosa, maravilhosa e real do Batismo. Fala-se tanto da dignidade da pessoa humana no plano natural. É já algo de altíssimo e muito digno. Deveria fazer com que evitássemos as degradações animais, bárbaras e infra-humanas, às quais tão facilmente cede nossa civilização, que não mais, ou que não é ainda digna deste nome.

Pois bem, no nível sobrenatural esta dignidade foi extraordinariamente superada. Lembremos as palavras lapidares do Prólogo de São João: “A todos aqueles que O receberam, aos que creem no seu Nome, deu-Lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. Estes não nasceram do sangue nem da vontade da carne nem da vontade do homem, mas sim de Deus”.4


Fonte: São Paulo VI, Audiência Geral de 1 de Outubro de 1969, Sedoc, Dez. 69, p. 676.


___________________

1.  Gaudium et Spes, 1.

2.  Serm. I, de Nativ., PL 54, col. 192.

3.  2 Ped. 1, 4.

4.  Jo. 1, 12-13.


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