Blog Católico, para os Católicos

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"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

terça-feira, 3 de maio de 2022

Novena em Honra a Nossa Senhora do Rosário de Fátima - FATOS HISTÓRICOS.


FATOS HISTÓRICOS

Maria Auxílio dos Cristãos:1 O povo cristão implora as graças por intermédio de Maria não só individualmente, mas nos grandes momentos da história; povos e nações inteiras recorrem a Nossa Senhora para pedir seu auxílio no meio de graves calamidades.

A península Ibérica foi invadida, no século VII, pelos árabes muçulmanos, ameaçando a Europa recém-convertida ao Cristianismo. Os povos ibéricos, espanhóis e portugueses, lutaram durante nove séculos até realizar a tão almejada reconquista. No início dessas lutas, em 722, Pelayo venceu os muçulmanos em Covadonga, invocando a Virgem Santa Maria, porque Ela é a Mãe da piedade e misericórdia. Quando, no século XV, se realizou a total libertação da Espanha, pelas batalhas em que se levaram as bandeiras com a imagem da Virgem Maria, construiu-se, em ação de graças, em Toledo, a igreja da Virgem da Vitória.

No século XV, os muçulmanos avançaram do Oriente contra a Europa, e, em 1453, derrubaram o império cristão de Bizâncio. Naquele perigo, o Papa convocou o povo cristão da Europa para uma Cruzada de defesa e, em 1456, em Belgrado, os cruzados, dirigidos pelo herói João Hunyadi e São João Capistrano, infligiram grave derrota aos turcos, invocando os nomes de Jesus e Maria.

No século XVI, foi ameaçador o domínio do Mediterrâneo pela força naval dos turcos. O Papa São Pio V conseguiu unir a Espanha com Veneza, sob o comando de João da Áustria, e, em 1571, no estreito de Lepanto, destruiu-se totalmente a força naval da Turquia. Durante a batalha, o Papa rezava, com toda sua corte, o rosário de Nossa Senhora. Depois da vitória, São Pio V mandou incluir na Ladainha Lauretana a invocação: Auxílio dos Cristãos.

Em 1683, as tropas turcas atacaram Viena, querendo penetrar na Europa cristã. O exército reunido dos países cristãos venceu os agressores com a bravura do rei da Polônia, João Sobieski. Depois da brilhante vitória, iniciou-se a libertação da Hungria da opressão muçulmana de 150 anos. Em gratidão pelo auxílio de Nossa Senhora, o Papa Inocêncio XI instituiu a festa do Santíssimo nome de Maria, no dia 12 de Setembro.

Napoleão Bonaparte deportou o Papa Pio VII de Roma, que ficou prisioneiro na França entre 1809 e 1814. Tendo experimentado o poderoso auxílio da Mãe de Deus, quando recuperou a liberdade, Pio VII decretou a celebração da festa com o título Auxílio dos Cristãos, no dia 24 de maio do ano litúrgico.

Em nosso século, atribulado por duas grandes guerras, o Papa Pio XII consagrou, a pedido de Nossa Senhora de Fátima, a humanidade inteira ao Coração Imaculado de Maria. Essa consagração foi renovada também pelo Santo Padre João Paulo II.

O culto de Maria sob essa invocação. Os fiéis passaram a depositar sua confiança no auxílio de Nossa Senhora, pois, instruídos pelos símbolos veterotestamentários de socorro ao povo ameaçado (Judite e Ester), os cristãos tinham a certeza de que a Virgem Maria ajudaria o povo em todas as suas necessidades. Não foram os Evangelhos que tinham inspirado essa confiança pelo episódio da visitação a Isabel, pelas Bodas de Caná e por sua caridade misericordiosa debaixo da Cruz?

O Papa Pio IX exaltou a figura de Maria quando promulgou o dogma da Imaculada Conceição2 com estas palavras: “Maria é fidelíssima auxiliadora e poderosíssima Mediadora e Reconciliadora de toda a terra junto a seu Filho Unigênito. É glória e ornamento, como também defesa firmíssima, e sempre venceu todas as heresias e libertou os povos e nações das máximas calamidades e perigos de todo gênero”.

A invocação Auxílio dos Cristãos, é a forma pública e social da mediação que a Santíssima Virgem exerce não só a favor de pessoas, instituições e países, mas também para o bem de toda a Igreja Católica e do Vigário de Cristo, o Papa, principalmente nos momentos mais trágicos da humanidade e nos períodos mais perturbados da Santa Igreja.

Na época em que a Igreja foi duramente atacada em suas instituições, sua doutrina e disciplina e, principalmente, na pessoa do Santo Padre, São João Bosco3 colocou a invocação Auxílio dos Cristãos, sob o título de Nossa Senhora Auxiliadora, no centro da espiritualidade de suas Congregações recém-fundadas. São João Bosco escolheu esse título de Maria, porque os novos tempos se tornaram tão difíceis, que a Igreja necessita da ajuda especial de Maria para defender e conservar a fé cristã.

A devoção salesiana a Nossa Senhora Auxiliadora reflete o profundo espírito católico devotado à Igreja Romana e ao Santo Padre. As duas Congregações religiosas de Dom Bosco são, pelo mundo todo, zelosas promotoras da devoção a Nossa Senhora Auxiliadora.

No século XIII um perigo terrível ameaçava a Igreja Católica, sobretudo no sul da França: os hereges albigenses, mais perigosos que os próprios mouros, segundo declarou o Papa de então Inocêncio II.

Os cristãos organizam-se em Cruzadas para defesa da fé. Apesar disso, a sorte era-lhe desfavorável. Aparece São Domingos, que propaga e espalha o terço, e logo, a vitória sorri aos cristãos.

A 12 de Setembro de 1213 trava-se a célebre batalha de Muret, perto de Toulouse, em que 2.000 soldados cristãos derrotam o exército albigense de 100.00 homens, comandados por Raimundo de Tolosa e pelo rei Pedro de Aragão. Um contra 50!

Quem alcançou tão estrepitosa vitória, golpe decisivo na heresia albigense?

Que o diga o comandante do exército cristão, Simão de Monforte, que a atribuiu a Nossa Senhora do Rosário. Ali mesmo, mandou erguer, em ação de graças, uma capela sob a invocação da Senhora do Rosário.

Por isso, com razão escreveu o Papa Pio XI, a 29 de Setembro de 1937:

Desejamos vivamente que, durante o próximo mês de Outubro, o Santo Rosário seja rezado com devoção mais ardente por todos os cristãos… Que Aquela que vitoriosamente afastou das fronteiras dos povos cristãos a terrível Seita dos Albigenses, invocada e suplicada agora por nós, dissipe os novos erros, em particular os dos Comunistas, os quais por muitas razões e pelas suas numerosas perversidades recordam aquelas antigas heresias. E assim como no tempo das Cruzadas se elevava na Europa inteira, em todos os povos, uma súplica única, que também hoje, no mundo inteiro, nas metrópoles, nas cidades, vilas e aldeias, todos unidos pelo coração e pelo mesmo esforço, procurem com incessantes orações obter da poderosa Mãe de Deus, que sejam dissipados os destrutores da civilização cristã e humana, e que sobre as nações fatigadas e inquietas resplandeça a verdadeira paz”.4



FATOS RECENTES5


A Áustria

Na Europa central há um só pequeno país inteiramente livre – A Áustria. Fato mais maravilhoso ainda se considerarmos que a Áustria foi ocupada pelos russos em 1945, no final da II Guerra Mundial. E em 1954 declarava solenemente um dos chefes da Rússia: “Aquilo que nós um dia dominamos, nunca mais o perdemos”.

Por que perderam então a Áustria que dominavam? Por que deixaram livre, sem guerra, sem uso da força uma nação tão pequena e desarmada?

A resposta está no Terço Reparador, rezado no espírito da Mensagem de Fátima.

A Áustria tem 10 milhões de habitantes e um milhão deles, com o Primeiro-Ministro à frente, o Chanceler Dr. Figl, comprometeu-se a rezar todos os dias o terço. A 13 de Maio de 1955, aniversário da primeira aparição de Nossa Senhora em Fátima, os ocupantes retiraram-se e os austríacos viram a sua pátria livre e independente.

Teresa Neuman,6 que tinha no seu corpo as Chagas de Cristo e que durante dezenas de anos se alimentou somente com a Comunhão,7 disse pouco antes de morrer:

Com certeza, com certeza foram as orações e os muitos terços do povo da Áustria, que lhe mereceram a libertação”.

Todo o mundo se admirou e ainda hoje não compreende como é que este país ficou livre depois de esmagado durante 10 anos.

A resposta deu-a em Setembro de 1972, um Bispo da Áustria falando diante de todo o Episcopado a mais de 30 mil pessoas, na comemoração das Bodas de Prata da fundação da Obra do “Terço Reparador”:

Como em 1955 a Áustria foi libertada do jugo comunista pela fervorosa prece do Rosário, do mesmo modo e com igual arma, o mundo ficará livre dos atuais assaltos do Demônio e dos sequazes”.

Quer dizer, se rezarmos o terço, Nossa Senhora conceder-nos-á a verdadeira liberdade e paz.



O Brasil

Em 1964, o Brasil encontrava-se num momento perigosíssimo. Escreve uma revista alemã:

A comunização do Brasil estava iminente. Foi porém, frustrada, graças ao terço. Eis como as coisas se passaram:

Toda a vida pública fora declaradamente orientada para o marxismo pelas entidades oficiais, tanto na Política como na Economia, como na Instrução. O pior que se pode imaginar! Os erros do marxismo chegaram a introduzir-se no Clero… No Clero novo há, por vezes, muitas confusões de ordem ideológica… A ele cabe a responsabilidade de os marxistas terem tomado nas suas mãos a direção dos movimentos católicos juvenis.

Mas o povo conservou-se são. E o povo sublevou-se e começou a rezar o terço. Primeiro, as mulheres simples e piedosas, sozinhas. Depois, os homens e a juventude… A televisão captou e transmitiu a cena de mulheres, de terço na mão, a afugentar os comunistas…

Foi assim que o Brasil se salvou… à última hora, graças à reza do terço”.

Em Julho de 1964, veio a Fátima o Promotor das Congregações Marianas no Brasil, o Padre Valério Alberton,8 para agradecer à Santíssima Virgem a libertação da sua Pátria. Eis o que ele disse e escreveu:

Vencemos, graças a Nossa Senhora do Rosário. Foi a Mensagem de Fátima, vivida no Brasil, que nos libertou a tempo…

Era muito grave a situação do meu país. Todos os setores da atividade humana estavam minados. As posições-chave encontravam-se nas mãos dos comunistas notórios ou pró-comunistas. Os sindicatos, eram, na maioria, manobrados por eles.

Greves contínuas, algumas de caráter político, levavam a agitação a toda a parte. Também as Universidades foram penetradas… Eu mesmo constatei a gravidade da situação, porque viajei de Novembro (1963) a Março (1964), por todas as capitais do Brasil e estive em contato com os meios Universitários. Em meados de Março terminei a minha ‘volta’ com esta conclusão: ‘É um fato, que a Igreja perdeu o Mundo Universitário’.

A penetração era profunda nas Faculdades católicas. Até nos nossos colégios descobrimos células… Nem as Associações Católicas escaparam.

Só restava uma esperança: a devoção à Santíssima Virgem.

Os apelos reiterados e instantes à Oração e à Penitência, segundo o espírito de Fátima, reavivaram a Fé, que transporta montanhas e o impossível aconteceu; o milagre de uma guerra ganha sem uma gota de sangue, apesar de o Alto Comando Contra-revolucionário prever pelos menos três meses de luta encarniçada. Uma força inexplicável, humanamente falando, fez desmoronar, como por encanto, tal como um castelo de cartas, todo o dispositivo militar armado tão pacientemente e tão diabolicamente edificado… durante vários anos.

A evidência da graça era tal, que todos se convenceram, depois de uma vitória espetacular, e tão sem paralelo na História da Humanidade, de que ela não tem explicação humana. E, na verdade, os chefes militares e civis da Contra-revolução foram quase unânimes em atribuir a vitória a uma graça especial da Santíssima Virgem e muitos deles citam o Rosário como tendo sido a arma decisiva”.9

Perante o perigo, as Associações Católicas puseram a sua atividade ao serviço da Santíssima Virgem, 200.00 homens e rapazes inscritos nas 2.700 Congregações Marianas formaram um verdadeiro exército pacífico na luta pela liberdade.

As mulheres não ficaram atrás. Foram elas que levaram ao fracasso a Revolução Marxista de 1964, pela sua coragem e pela Fé e confiança, depositadas em Nossa Senhora. Foram elas e as crianças que distribuíram milhares de impressos com esta súplica: “Mãe de Deus, protegei-nos, defendei-nos e poupai-nos aos sofrimentos…”.

Atravessaram as ruas a rezar o terço e a entoar cânticos religiosos. Em 17 de Março de 1964 organizaram a “Marcha da Família pela Liberdade, com a ajuda de Deus”.

Todas as semanas, o Cardeal do Rio de Janeiro, alertava os católicos pedindo-lhes penitência, segundo o espírito de Fátima, para que Deus tivesse compaixão deles, por intercessão de Nossa Senhora.

No dia 31 de Março de 1964 sem guerra, sem luta, sem derramamento de sangue, raiou a hora da liberdade, da tranquilidade e da paz.


______________________

1.  Veremundo Thoth, “Louvores à Virgem Maria ou Reflexões sobre a Ladainha de Nossa Senhora”, Cap. 38, pp. 103-105. AM edições, São Paulo/SP, 1993.

2.  Bula Ineffabilis Deus, 1854.

3.  1815-1888.

4.  Carta Encíclica “Ingravescentibus malis”, de 29 de Setembro de 1937.

5.  Rev. Pe. Fernando Leite, “Se Fizerem o que Eu vos disser, terão paz”, pp. 3-10. 12ª Edição, Secretariado Nacional do Apostolado da Oração, Braga, 1981.

6.  Estigmatizada alemã.

7.  Eucarística.

8.  Padre Jesuíta.

9.  “Voz de Fátima”, Outubro de 1964.


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