Blog Católico, para os Católicos

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"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

segunda-feira, 27 de junho de 2022

Nosso coração deve estar puro principalmente do Pecado Grave, que é o Mal Supremo.


1. Jesus. Acautela-te, meu filho, para que não haja em teu coração pecado mortal.

Como podes ou ousas amar ou hospedar em teu coração o Inimigo figadal que, uma vez admitido, indubitavelmente te fará escravo do Inferno, o mais miserável dos homens, mais vil que os próprios seres irracionais?

Muitos dizem: “Oh! Quantos males devastam a terra!” Contudo, há um só mal: o pecado. E fora dele não há outro mal.

Evita o pecado, e tudo o que te acontecer contribuirá para o teu bem.

2. É para admirar que um ser racional espontaneamente cometa o pecado, o qual, por natureza, é tão indigno e abominável que, mesmo se não houvesse Céu nem Inferno, deveria ser evitado por causa da sua fealdade intrínseca. Se considerares a infinita dignidade do ofendido e a imensa baixeza do ofensor, verás que o pecado é um mal em certo modo infinito.

Quem peca mortalmente ataca o próprio Deus e, se possível fosse, o destruiria. Pois não falta ao pecador a vontade de aniquilar o Deus do Céu e da terra.

3. Tão grande mal é o pecado que, para exterminar este monstro infernal e satisfazer à justiça divina, eu, Filho do Altíssimo, desci do trono da Minha Majestade. Fazendo-Me homem, sofri durante a vida contínuo martírio e finalmente expirei na Cruz, consumido de dores.

Homem infeliz! Como te apraz cometer o que tantos sofrimentos Me custou? Como queres, por um prazer momentâneo, renovar todos os Meus trabalhos, dores e morte acerbíssima?

Pelo pecado mortal, tornas-te réu de crime muito mais grave do que o dos judeus, Meus carrascos. Se estes Me houvessem reconhecido como o Senhor de eterna glória, nunca Me teriam condenado à morte. Tu, porém, conheces quem Sou e qual a Minha dignidade, pelos benefícios de Mim recebidos.

4. Não foi só por amor que, além de te haver criado, remido e conservado, sempre, qual o mais terno dos pais, te protegi, vigiei e afaguei?

Tudo o que és e tens, Eu te dei, e, acima de todos os dons, prodigalizei-Me a ti. E é assim que Me retribuis todos esses benefícios?

O animal irracional mostra-se grato pelo bocado de alimento que lhe atiras. Tu, porém, persegues-Me até a morte, embora te haja Eu concedido bens infinitos.

Considera atentamente o que deves pensar a teu respeito.

5. Ó filho da Minha eterna dileção, a quem amei mais que a própria vida, não tornes a pecar!

Se Me amas a Mim e mesmo se te amas a ti verdadeiramente, foge do pecado.

Quando cometes pecado grave, morres à vida sobrenatural, perdes todos os méritos adquiridos, anulas o direito à celeste herança, tornas-te co-herdeiro dos espíritos infernais, antepões a desgraça à Bem-aventurança, o Inferno ao Céu, o Demônio a Mim.

Medita nisso, meu filho, para aprenderes cabalmente, segundo a capacidade da tua inteligência humana, quão grande é a malícia do pecado. Destarte evitarás o único mal que te pode tornar eternamente infeliz.

6. Discípulo. Ó minha alma! O pecado, eis o mal supremo que desonra o homem, colocando-o abaixo dos irracionais, fecha as portas do Céu e abre os abismos do Inferno! Ó monstro abominável, mil vezes mais horrendo que o próprio Demônio! Ó meu Deus, sou obrigado a confessar, coberto de vergonha, que me tornei vil escravo do pecado. Com suma loucura, ingratidão e malícia, insultei frequentemente, pelo pecado, Vossa tremenda Majestade, que os próprios Anjos adoram cheios de temor.

Sinto-me profundamente confuso por me ter tornado mais vil que os seres irracionais, cometendo a iniquidade que a própria razão reprova, e abusando quer de todas as faculdades da alma, quer dos sentidos do corpo.

7. Ó Senhor Deus! Gravastes em mim Vossa amável imagem, e eu deformei-a, cobrindo-a com a hedionda efígie do Demônio, e de muitos modos tornei-me ainda mais horrível do que ele.

Pecou o Demônio por orgulho, quando nenhum castigo precedente o escarmentara. Eu, porém, conhecendo a pena do pecado, por desprezo pequei. Ele, só uma vez, esteve em estado de inocência, enquanto eu inúmeras vezes a recuperei. Ele se rebelou contra seu Criador, e eu contra o meu Redentor.

Mísero pecador, por um nada ou coisa mais vil que o nada, rejeitei espontaneamente a Vossa amizade, a feliz paz da alma, o direito à eterna Bem-aventurança. Entreguei-me como infortunado escravo ao Demônio, compartilhando desde agora sua desgraça e destinado a participar um dia dos seus eternos tormentos, se não me arrepender e encontrar misericórdia no Vosso Coração.

8. Na verdade, Senhor Jesus, não sou digno desta misericórdia, da qual tantas vezes abusei. Não sou digno de Vos servir, já que me escravizei ao Demônio. Se quiserdes tratar-me como mereci, minha morada será o Inferno.

Porém, ó Deus, meu Salvador, infinita é a misericórdia do Vosso Coração, como o provam meus próprios pecados; pois, se não fosse infinita, jamais teria suportado o mal infinito dos meus pecados. Ó Jesus, tende piedade de mim, segundo a Vossa grande misericórdia. Com instância peço indulgência e espero que perdoeis a este mísero pecador. Pesa-me sinceramente dos pecados cometidos e proponho firmemente servir-Vos de agora em diante com fidelidade e amar-Vos com fervor. Amém.


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Fonte: Rev. Pe. Pedro Arnoudt, S.J., “A Jesus os Corações ou Imitação do Sagrado Coração de Jesus”, 1ª Parte, Cap. VII, pp. 40-43; Editora Vozes Ltda, Petrópolis-RJ, 1941.


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