Blog Católico, para os Católicos

BLOG CATÓLICO, PARA OS CATÓLICOS.

"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

domingo, 9 de julho de 2023

A CONDUTA DO BOM TERCEIRO CARMELITA, PARA CONSIGO, PARA COM SUA ORDEM E PARA COM A SOCIEDADE.

(Beatos Dionísio e Redento, Mártires Carmelitas)


O bom Terceiro é o Católico perfeito que, vivendo no mundo, procura um meio mais seguro de seguir as pegadas do Divino Mestre, recebendo uma investidura que lhe dá o caráter de seu discípulo. O bom Terceiro cumpre, escrupulosamente, os Mandamentos da Lei de Deus e, portanto, os seus deveres para com a sua Ordem e para com a sociedade, que ele procura edificar por meio de uma vida, exemplarmente cristã.

O bom Terceiro é aquele que sabe que, neste mundo, nada há tão belo como a aliança da razão humana e da fé, da ciência terrestre e da ciência divina, da vida sobrenatural intensa, e da mais ativa vida exterior, inteiramente consagrada ao bem. Com essa integridade, o Terceiro torna-se um forte; toma, sobre os outros entes, uma força cujo alcance não podemos calcular, trabalha, unicamente, pelo seu exemplo, simplesmente sem premeditação alguma, talvez, no meio em que Deus o colocou, devido a circunstâncias determinadas pela Providência; é o apóstolo, em toda a sublimidade e beleza dessa palavra, em toda a sua força também.

Diante da tentação, da dúvida da fraqueza, o bom Terceiro não discute, não hesita, não dá forças ao Inimigo, antes, atira-se de olhos fechados no seio de Deus, implorando esse Espírito que é Amor e Vida, e que nunca recusa esclarecer aqueles que O invocam, por uma oração fervorosa.

O bom Terceiro sabe que a vida racional e a vida sobrenatural não se alimentam nas mesmas fontes, pois a alma vive pela oração, assim como a inteligência pelos alimentos, e o corpo pelas substâncias materiais.

A alma definha quando lhe falta o calor divino, assim como o corpo morre por falta de alimento, e o espírito por falta de cultura.

A oração é a respiração da alma em deus, e o bom Terceiro que sabe isso, faz da oração a couraça com que reveste sua alma para os combates da vida.

O bom Terceiro sabe que o melhor meio de fazer os seus semelhantes apreciarem e amarem o Catolicismo, é mostrar-lhes, simplesmente, com seu exemplo o que é um católico.

O bom Terceiro é aquele que sabe provar ao mundo, que se pode ser um sábio, um homem instruído, um homem de posição eminente, na sociedade, e, ao mesmo tempo, um humilde e fervoroso cristão. Para uma pessoa de boa vontade, há sempre uma ou mais horas vagas para o serviço de Deus, que é o de sua própria salvação.

A divisa do bom Terceiro, é: “Ora et Labora – Orar e Trabalhar”.

O bom Terceiro é fiel à sua oração da manhã, da noite, e ao leal exame de sua consciência.

O bom Terceiro procura levar uma vida, verdadeiramente cristã, organizando sua existência de modo a se ocupar antes de tudo, com as coisas mais importantes. Ora, nada há de mais importante na vida de um verdadeiro Terceiro, que ama e respeita o seu hábito, do que o tempo dado a Deus. Esse tempo está compreendido mesmo em suas ocupações, porque, trabalhando, o verdadeiro católico está sempre em colóquio com Deus.

Pela manhã, dando graças à Deus pelo repouso que lhe concedeu durante a noite, o bom Terceiro oferece os seus atos, os seus pensamentos, as suas palavras e todo o tesouro de sofrimentos, que são uma fonte de graças para a sua alma, a esse mesmo Deus de quem ele é o mais valoroso soldado. Um quarto de hora assim empregado, oferecendo o dom das indulgências do dia em intenção das Almas do Purgatório, ei-lo preparado para ir a Igreja fazer a sua visita ao Seu Bom Amigo, o Seu Pai, ao Bom Jesus, que tudo tem feito por ele, e a Quem ele revela todas as suas alegrias, todas as suas tristezas, as tentações que o assaltam, as suas dúvidas, os seus projetos e as suas esperanças.

Na sua viagem para a Igreja, o bom Terceiro, vai lendo o seu Ofício, até o instante em que possa receber a Santa Comunhão, que é o alimento que lhe reanima a alma, quase sempre abatida pelas lutas da vida. Mais do que outrem, o bom Terceiro, compreende os efeitos profundos desse Sacramento do amor e da vida que Ele comunica à sua alma.

Durante o dia, o bom Terceiro procura um quarto de hora, para fazer uma meditação, que é a base da vida cristã. O bom Terceiro faz em voz alta, antes e depois de suas refeições, rodeado de sua família, todos de pé, a sua oração, pedindo bênção e dando graças a Deus. Aliás, isto é um dever do bom cristão.

O bom Terceiro sabe, que a penitência é obrigatória para todos, imposta por Nosso Senhor e pela Igreja: – Jejum, Abstinência e Sacrifício. A penitência é a base da vida espiritual, e a sua manifestação é a mortificação. O bom Terceiro mortifica a alma, em seu orgulho e egoísmo, lutando contra o amor-próprio e a irascibilidade do seu gênio; fazendo todo o esforço para cumprir os seus votos de humildade e obediência. Mortifica o corpo, pelas privações de todos esses prazeres mundanos, que não lhe dão felicidade, sem um ressaibo amargo. O bom Terceiro é amável, meigo, sossegado, caridoso, manso e humilde, modesto e alegre. A humildade é a fortaleza da alma verdadeiramente cristã, da alma do bom Terceiro, que Deus cumulou de graças. O bom Terceiro só se dá ao mundo e às coisas exteriores, quando se trata de um dever de estado ou de caridade, no mais, ele se desprende de tudo que estorva a marcha de sua alma para o Céu. O bom Terceiro põe o corpo na dependência da alma, e esta na dependência de Deus.

O bom Terceiro é obediente a seus Superiores, não discute as suas ordens, em matéria religiosa, o que constitui a obediência da alma unida à vontade divina. O bom Terceiro ama a pobreza, não fazendo a vã ostentação de seus bens, pela vaidade das ricas indumentárias e joias que, preciosas na terra, são um grande entrave para seguir a Jesus, que amou a pobreza, do Presépio ao Calvário. O bom Terceiro não se cansa de orar: – ora em espírito de humildade, em espírito de caridade e em espírito de reparação. Em espírito de humildade, pelo seu orgulho e pela sua vaidade. Em espírito de caridade, pelo próximo e pelas Almas do Purgatório. Em espírito de reparação, por aqueles que abandonam à Jesus e à Sua Igreja.

Sendo assim, o bom Terceiro é digno de si próprio, e vive em paz com a sua consciência; é um exemplo para a sociedade, que vê nele um homem de bem e de sã moral, em quem pode depositar inteira confiança; é, finalmente, um exemplo para a sua Ordem, que ele edifica pela fiel observância dos seus votos; pelo escrupuloso cumprimento do dever e, sobretudo, pelo amor a essa mesma Ordem, cuja história ele procura conhecer para melhor servi-la.


AVE CARMELO! AVE MARIA!


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