BLOG CATÓLICO PARA OS CATÓLICOS.

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"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

SÃO JOSÉ MODELO DA VIDA OCULTA E INTERIOR.

 

Muito a propósito, o glorioso Patriarca é chamado o Santo de vida oculta e interior, porque, não realizando aos olhos do mundo nada de extraordinário, passando obscuro e despercebido, no interior, onde só foi verdadeiramente grande e singular, é impenetrável ao olhar humano.

A juventude do Santo, só nos é dado conhecê-la mediante conjecturas. O resto de sua vida, passou em maior parte, na pequena cidade de Nazaré, desconhecida e oculta a ponto de se pensar que dali nada podia sair de bom. Nessa cidade, não teve nenhum encargo que o tornasse célebre: exerceu sempre a arte da carpintaria, na qual até hoje ninguém conquistou celebridade. Os Profetas e os Apóstolos resplandeceram pela pregação de Jesus cristo; São José, ao contrário, por toda a vida, teve de ocultar a Divindade do Senhor, e depois diluir-se como uma sombra.

Essas palavras exprimem toda a grandeza do Santo, seja porque era na terra a sombra do Divino Pai, seja também porque, como tal, escondia o milagre da Virgindade pelo qual sua Esposa se tornou Mãe de Deus, e a Divindade do Filho que Ela dera à luz. Foi um homem verdadeiramente admirável, que correspondeu de modo perfeito à sua difícil vocação.

Quanto poderia ter dito sobre as grandezas de Maria, objeto de muitas profecias e da esperança do mundo! Em sua casa habitava o Messias, o “desejado das nações”, e São José nunca disse nada: quis sempre conservar-se oculto.

Vieram os dias gloriosos e cheios de milagres para Jesus, mas José já não existia; e também, quando o Cristianismo tomou grande desenvolvimento, o Santo permaneceu ainda escondido por muito tempo. Toda a vida do Santo foi, portanto, um período contínuo de vida interior.

A vida interior é a atividade com que a nossa alma acompanha o bem que fazemos exteriormente. Consiste, antes de tudo, na pureza do coração, ou seja, na renúncia a tudo quanto nos pode afastar de Deus e nos tornar agradáveis, no esforço constante para praticar as virtudes nas diversas ocupações e ganhar méritos para o Paraíso, operando sempre com intenção reta e sobrenatural; enfim, na união íntima e contínua com Deus, na oração em devido tempo e na docilidade às santas inspirações. Ora, a vida de São José foi sempre assim.

Quem poderá jamais compreender o cúmulo de graças que o Santo recebeu de Deus nos dias passados neste mundo? Assim como a Virgem sua Esposa foi, desde a Conceição, cheia de graças para poder dispor-Se dignamente a ser Mãe do Salvador; assim também São José tinha de receber todas as graças necessárias à sua missão, sob vários aspectos, semelhante à de Maria. As circunstâncias pois em que se achou, o fato de ter continuamente diante dos próprios olhos o seu Criador e Criador do mundo, e a sua Mãe Santíssima, na convivência doméstica, eram ocasiões todas favoráveis à vida espiritual.

Que candura de pensamento e coração devia ter na contínua presença do Salvador! Como devia ser profundo o recolhimento em suas ações dirigidas ao serviço direto de Deus! Que amor abrasava aquele coração, enquanto tudo o que sucedia a seu redor, era-lhe fonte de novas graças e manifestação das perfeições de Deus! Como a lua, envolta em uma nuvem, ilumina-a toda, assim São José, escondendo-se em Deus, esparzia seus raios luminosos diante do trono do Altíssimo.

A luz de São José não apareceu aos homens; foi como um suave perfume que todos sentem sem saber donde provém; e continua, ainda hoje a perfumar a Igreja de Deus. Eis a sua grandeza, inseparável da própria vocação. Sem isto, não teria valor algum diante dos homens, e ter-se-ia achado de mãos vazias perante Deus; ao contrário, tudo quanto operava o Santo, era preciosíssimo tesouro para o Céu.

A vida interior tem um valor incalculável, por comunicar um valor imenso a tudo quanto fazemos para o Senhor, e nos faz superar todas as dificuldades da vida. Lancemo-nos pois, com grande entusiasmo à conquista da vida interior, começando por ter e conservar a reta intenção em tudo quanto fazemos.

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Fonte: Pe. Tarcísio M. Ravina, da Pia Sociedade de São Paulo, “São José – Na Vida de Jesus Cristo, na vida da Igreja, no Antigo Testamento, no Ensino dos Papas, na Devoção dos Fiéis, nas Manifestações Milagrosas”, 2ª Parte, Cap. “São José Modelo da Vida Oculta e Interior”, pp. 119 – 121; Edições Paulinas, Recife, 1954.


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