O ano de 2016 será de
grandes celebrações marianas pelo mundo inteiro.
Talvez passe despercebido, mas 2016 será de grandes celebrações
marianas pelo mundo inteiro. Começamos a elencar com os 1585 anos da
proclamação do Dogma da Maternidade divina de Maria.
Foi exatamente durante o ano de 431, no Concílio Ecumênico de Éfeso,
que se chegou a definição dogmática que em Jesus Cristo não existe uma
só natureza na sua concepção no ventre da Virgem Maria. No seu seio, se
uniu a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, isto é o Filho de Deus que
é divino, com a humanidade, dando “origem” a uma só pessoa. Em Jesus
Cristo não existe divisão ou diminuição das naturezas humano e divina,
Ele é único. Tudo acontece com a colaboração de Maria de Nazaré, a Cheia
de Graça que se torna, Serva e Mãe por toda a vida.
O Concilio de Éfeso, sob a orientação de Cirilo de Alexandria, no ano
de 431, se reúne com os Padres conciliares para defender a fé católica
contra as opiniões deformadas de Nestório. Este afirmava que Maria não
devia ser chamada Mãe de Cristo homem e não deveria ser chamada de Mãe
de Deus. Para ele, Jesus como ser humano na Concepção e no seu Nascimento, na Adolescência se tornou Deus depois do seu Batismo. Tal tese fragilizava
toda a fé cristã transmitida pelas Escrituras e pela Tradição. O
vínculo humano de Jesus Cristo é indissolúvel com a Virgem nazarena. Com Ela, por Ela toda a humanidade é resgatada, concedendo a Maria o título
de Nova Eva.
Junta-se a tão alta comemoração os seguintes eventos marianos:
140 Anos das aparições de Pellevoisin;
140 Anos da aprovação do «Ofício da Imaculada Conceição» pelo Papa Pio IX;
145 Anos das aparições de Pontmain;
170 Anos das aparições de Nosso Senhor a Ir. Justina, irmã de
Caridade de S. Vicente de Paulo, ao qual promove o «Escapulário da
Paixão»;
170 Anos das aparições de La Salette;
300 Anos da morte de São Luís de Monfort, grande apóstolo mariano;
485 Anos das aparições de Guadalupe;
785 Anos do nascimento de Santo Antônio de Pádua, grande defensor da «Assunção de Maria»;
890 Anos da morte do monge beneditino, Eadmero de Cantuária, autor do primeiro «Tratado sobre a Imaculada Conceição».
Outrora existia a festa da Maternidade Divina de Maria, a 11 de
Outubro, instituída pelo Papa Pio XI e que foi supressa com a reforma
litúrgica do Concilio Vaticano II, ficando tal festividade no dia 19 de
Janeiro. Mas a festa de 19 de Janeiro é antiquíssima onde, já no século
VI se fazia a comemoração deste privilégio mariano.
Que este ano de 2016, proclamado como ano extraordinário da
Misericórdia, possamos ver o quanto Deus operou em Maria e que, por
consequência ainda opera em nós. Que os filhos e filhas da Igreja ajam
com mais misericórdia e perdão ao filhos e filhas, dentro e fora dela
tão necessitados. A esmola externa não supre a esmola que devemos sempre
dar no interno da Igreja, pois a esmola externa pode ser um paliativo,
uma mascara, enquanto a verdadeira misericórdia está dentro dos
claustros da Igreja.
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Dom Rafael Maria, osb é Doutor em “Mariologia” pela Pontifícia
Faculdade Teológica Marianum-Roma e Postulação para Causa dos Santos,
pela Congregação da Causa dos Santos – Cidade do Vaticano. Leciona um
«Curso de Mariologia» via internet, cf. www.cursoscatolicos.com.br
Por Dom Rafael Maria, osb.
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