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"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

A VIRGINDADE PERPÉTUA DE SANTA MARIA.


Oração1

Ó Senhora minha, dona minha que me dominas, genitora de meu Senhor, serva de teu Filho, Mãe do Criador, rogo-te, peço-te, suplico-te, habite em mim o Espírito de teu Senhor, o Espírito de teu Filho, o Espírito de meu Redentor, para que digna e verdadeiramente entenda de Ti e fale de Ti, e tudo quanto de Ti afirme seja digno de Ti. Pois, és eleita por Deus, por Deus chamada, assumida por Deus, próxima de Deus, aderida a Deus, unida a Deus; Visitada pelo Anjo, saudada pelo Anjo, felicitada pelo Anjo, surpreendida pela anunciação, atônita ao meditá-la, assombrada pelo vaticínio e admirada ao ouvi-lo.

Ouviste que havias encontrado graça diante de Deus e que nada deverias temer, sendo assim fortalecida com a confiança, instruída com a revelação dos milagres e elevada à altura de inaudita glória.

Tua pureza fica salva no anúncio angélico sobre tua prole; tua virgindade encontra segurança no Nome de teu Filho, e assim permaneces honesta e íntegra depois do parto. Anuncia-te o Anjo que teu Filho há de ser chamado Santo e Filho de Deus, e te submetes admiravelmente ao poderio do Rei que de Ti nascerá. Perguntas como se há de dar isso? Perscrutas a razão? Indagas acerca da realização? Pretendes descobrir de que modo? Escuta o oráculo inaudito, considera a obra insólita, adverte o Mistério, atende o feito jamais visto. O Espírito Santo descerá sobre Ti e Te fecundará a virtude do Altíssimo. Invisivelmente concorrerá nessa concepção toda a Santíssima Trindade, embora somente tome carne em Ti a Pessoa do Filho de Deus, que de Ti há de nascer. Portanto, Aquele a quem conceberás, e que Ti nascerá, Aquele a quem darás a luz, e que por Ti será gerado, se chamará Filho de Deus. Será grande de verdade, o Deus das virtudes, o Rei dos séculos, o Autor do universo. Bem-aventurada Tu entre as mulheres, Rainha entre as rainhas. Bem-aventurada Te chamarão todas as gerações, Bem-aventurada confessam-te as hierarquias celestiais, Bem-aventurada anunciam-te os Profetas, Bem-aventurada aclamam-te as nações. Tu és Bem-aventurada para a minha fé e para minha alma, o encontro de meu amor, o prêmio de meus elogios e de minhas prédicas. Oxalá pudesse com meu elogio medir Teus méritos, amar-te como devo, servir-te como convém à Tua glória. Tu, recebendo a Deus, Te fizeste a escrava do Senhor! Tu, a primeira que geras ao mesmo tempo ao Deus e homem, ao Verbo feito homem!

Acolhes a Deus como hóspede, concebendo Aquele que é Deus e Homem. No passado eras pura diante de Deus, no presente estás repleta do Deus-Homem e gerarás o Homem-Deus. Mãe e Virgem, cheia de júbilo, gloriosa por Tua prole e por Tua honestidade, fiel a Teu Filho e a Teu Esposo. A tal ponto foste fiel a Teu Filho que Ele não conhece pai, segundo a carne. Tão fiel a Teu Esposo, que Ele Te reconhece Mãe sem obra de varão. Tanto mais identificada com a glória de Teu Filho, quanto mais incontaminada. Instruída sobre o que devias saber, ensinada sobre o que devias crer, garantida sobre o que devias esperar, fortalecida para o que devias conservar. Percebe com Teu ouvido, Joviniano estulto e fútil, entende em Teu Coração e aprende! Não quero ver-te questionar sobre o pudor de nossa Virgem no parto, não quero ver-te corromper a sua integridade na geração; não quero saber violada sua Virgindade no momento em que deu à luz. Não lhe negues a Maternidade, porque foi Virgem; não a prives da plena glória da Virgindade, por que foi Mãe. Se uma destas coisas tu confundes, em tudo erraste.

Desconhecer a harmonia que as une é ignorar por completo a verdade que encerram. Se não pensas assim, estás errado, pecas contra a justiça. Se negas à Virgem sua Maternidade ou sua Virgindade, injurias grandemente a Deus. Negas que Ele possa fazer sua vontade, que Ele possa manter Virgem A que encontrou Virgem. Mas então a Divindade do Onipotente antes trouxe detrimento do que benefício a Maria; enfeiou-A Aquele que A enchera de beleza, ao criá-La. Cesse o pensamento que assim julga, cale-se a boca que assim fala, não ressoe tal voz. Por que Maria é virgem por graça de Deus, virgem de homem, virgem por testemunho do Anjo, virgem por declaração do Esposo, virgem antes de tê-Lo, virgem depois de desposá-Lo, virgem sem sombra de dúvida, virgem antes da vinda de seu Filho, virgem depois de concebê-Lo, virgem no parto, virgem depois do parto. Fecundada pelo Verbo e d'Ele repleta, dignamente deu-O à luz, em nascimento humano, sim, conforme à condição e à verdade das coisas humanas, mas de modo intacto, incorrupto e totalmente íntegro. Isso Ela deve a um dom divino, a uma divina graça, a uma divina concessão, mediante uma obra totalmente nova, de eficácia nova, de realização inédita, mantendo-se virgem pela concepção e depois da concepção, pelo parto, com o parto e depois do parto, virgem com O que havia de nascer, com O que nascia, virgem depois de seu nascimento. Dita, pois, Esposa e Virgem, escolhida para Esposa e Virgem, criada como Esposa e Virgem. Sempre Virgem, apesar do Filho e do Esposo, alheia a toda união e comércio conjugal. Verdadeiramente Virgem e Santa, Virgem gloriosa, Virgem honrada. E após o nascimento do Verbo encarnado, após a natividade do Homem assumido em Deus, do Homem unido a Deus, mais Santa Virgem ainda, Santíssima, mais Bem-aventurada, mais gloriosa, mais nobre, mais honrada e mais augusta.

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1.  Santo Ildefonso de Toledo (617-667), “Sobre a Virgindade de Santa Maria, contra três infiéis”, P. L. 96, 58. Cfr. Cirilo Folch Gomes, O.S.B., “Antologia dos Santos Padres”, pp. 433-435. 4ª Edição, Edições Paulinas, São Paulo/SP, 1979.


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