Blog Católico, para os Católicos

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"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

UM LANCE DE OLHOS SOBRE O INFERNO.


Pensamentos Escolhidos do Cura d’Ars


Deus dirá aos réprobos: Ide, malditos!…

Amaldiçoados por Deus! Ah! Que horrível desgraça! Compreendeis, meus filhos? Amaldiçoados por Deus!… por Deus que só sabe abençoar! Amaldiçoados por Deus, que é todo amor! Amaldiçoados por Deus, que é a própria bondade! Amaldiçoados sem remissão! Amaldiçoados para sempre! Amaldiçoados por Deus!…

Quando nos cansarmos dos nossos exercícios de piedade e quando a conversação com Deus nos aborrecer, vamos à porta do Inferno, vejamos aqueles pobres condenados que não podem mais amar a Deus.

Se um condenado pudesse dizer uma só vez: “Meu Deus, amo-Vos!”, não mais haveria Inferno para ele… Mas, ai! Essa pobre alma! Essa pobre alma perdeu o poder de amar que havia recebido, e de que não soube servir-se. O coração dela está seco como a uva quando passou pelo lagar. Não há mais felicidade nessa alma, não há mais paz, porque não há mais amor!

Os condenados serão envolvidos pela cólera de Deus, como o peixe na água.

Há uns que perdem a fé e só veem o Inferno ao entrarem nele… Bem se crê que há um Inferno, mas vive-se como se o não houvesse; vende-se a própria alma por algumas moedas.

Não é Deus quem os condena, somos nós que nos condenamos pelos nossos pecados. Os condenados não acusam a Deus, acusam-se a si mesmos; dizem: “Perdi Deus, minha alma e o Céu, por minha culpa!”.


Por um Instante de Prazer,
uma Eternidade de Suplícios!

Meus filhos, nós temos medo da morte… bem o creio! O pecado é que nos faz ter medo da morte; o pecado é que torna a morte horrenda, espantosa; o pecado é que assusta o mau na hora do terrível trânsito. Ai! Meu Deus! Realmente, há bem de que ficar assustado… Pensar que se é amaldiçoado! E amaldiçoado por Deus!… isto faz tremer… Amaldiçoado por Deus! E por quê? Por que é que os homens se expõem a ser amaldiçoados por Deus? Por uma blasfêmia, por um mau pensamento, por uma garrafa de vinho, por dois minutos de prazer!… Por dois minutos de prazer perdem Deus, sua alma, o Céu para sempre!… Veremos subir ao Céu em corpo e alma esse pai, essa mãe, essa irmã, esse vizinho que estavam lá perto de nós, com os quais vivíamos, mas a quem não imitamos; ao passo que nós desceremos em corpo e alma ao Inferno para ali ardermos. Os Demônios rolar-se-ão sobre nós. Todos aqueles cujos conselhos houvermos seguido virão atormentar-nos.

Meus filhos, se vísseis um homem armar uma grande fogueira, empilhar gravetos uns sobre os outros, e se, perguntando-lhe o que ele estava fazendo, ele vos respondesse: “Estou preparando o fogo que me deve queimar”, que pensaríeis? E, se vísseis esse mesmo homem aproximar a chama da fogueira, e, uma vez esta acesa, precipitar-se-lhe dentro… que direis?… Cometendo o pecado, é assim que fazemos. Não é Deus quem nos lança no Inferno, somos nós que nos lançamos nele pelos nossos pecados. O condenado dirá: “Perdi Deus, minha alma e o Céu: foi por minha culpa, por minha culpa, por minha máxima culpa!…” E elevar-se-á do braseiro para tornar a cair nele…

Não, realmente, se os pecadores pensassem na eternidade, nesse terrível sempre!… converter-se-iam incontinente… Há mais de seis mil anos que Caim está no Inferno, e apenas ali acabou de entrar.


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Fonte: Rev. Pe. Alfredo Monnin, “Florinhas de Ars”, Caps. VII-VIII, pp. 49-54. Coleção Popular de Formação Espiritual, Editora Vozes Ltda., Petrópolis/RJ, 1952.

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