DITADA À IRMÃ JOSEFA MENÉNDEZ1
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Mistério de Amor
para as minhas almas escolhidas
6 de Março de 1923.
“Venho descobrir-te (Josefa) o maior Mistério do Amor… do Amor para com minhas Almas escolhidas e consagradas. Começa por beijar a terra…
No momento de instituir a Eucaristia, Eu vi todas as almas privilegiadas que se nutririam do meu Corpo e do meu Sangue, e neles encontrariam, umas, o remédio para a sua fraqueza, outras, o fogo para consumir as suas misérias e inflamá-las de amor…
Todas unidas em um e mesmo fim, elas seriam como um jardim, onde cada uma daria uma flor e Me recrearia com o seu aroma… Eu aqueceria as que necessitassem de calor, e o meu Sagrado Corpo seria um sol vivificador… Eu iria a umas para Me consolar, a outras, em busca de refúgio, a outras ainda, para repousar… Se soubésseis, almas queridas, como é fácil consolar, oferecer um refúgio e dar repouso a um Deus!…”.
E é este mesmo (Deus) que Vos alimenta com o próprio Corpo, e com seu Sangue Vos mata a sede.
Se estais doente, Ele é o Vosso Médico: vinde a Ele e sereis curada. Se tendes frio, vinde, que Vos aquecerá; é Nele que encontrareis o repouso e a felicidade. Portanto, não vos aparteis Dele que é a mesma Vida; e quando Vos pedir que O consoleis, não O magoeis com uma recusa…
Ah! Que amargura quando vi tantas almas, cumuladas de minhas Graças especiais, tornarem-se para Mim objeto de dor! Não sou Eu sempre o mesmo?… Mudei acaso o meu procedimento convosco?… Não, o meu Amor é imutável, e até ao fim dos séculos vos amarei com predileção.
Se estais cercadas de misérias, Eu o sei, e o meu Olhar de ternura nunca se desvia de vós. Ao contrário, espero com ardor que venhais a Mim, não só para aliviar vossas misérias, mas para vos cumular de novos benefícios.
Se vos pedir o vosso amor, não Mo recuseis. É tão fácil amar Aquele que é o mesmo Amor.
Quando exijo uma coisa que custa à vossa natureza, dou-vos ao mesmo tempo graça e força para vos vencerdes.
Para encontrar consolação, Eu vos escolhi a vós. Deixai-Me, pois, entrar em vossa alma; e se nada tendes digno de Mim, dizei humildemente, mas com confiança: Senhor, Vós conheceis as flores e os frutos do meu jardim… Vinde e mostrai-me o que tenho que fazer, para que desde já cresça a flor que desejais.
A alma que assim Me fala, com o desejo sincero de Me provar o seu amor, Eu respondo: Alma querida, se queres que o teu jardim produza a flor de que Eu gosto, deixa que Eu mesmo o cultive… deixa-Me lavrar esta terra… Deixa-Me arrancar hoje estas raízes que Me embaraçam e que tu não tens forças para fazer desaparecer… Se te peço o sacrifício de teus gostos ou do teu caráter… tal ato de caridade, de paciência ou de abnegação... tal prova de zelo, de obediência ou de mortificação, é esse o adubo que revigorará a terra e a fará dar flores e frutos: esta vitória sobre ti mesma, obterá a luz para tal ou tal pecador… aquele incômodo suportado com alegria fará cicatrizar a ferida que ele Me fez, reparará a ofensa e expiará a falta… uma censura recebida sem te alterares ou até com alegria, valerá as almas cegas pelo orgulho a graça de se deixarem penetrar pela luz e de pedirem humildemente perdão.
Se Me deixares a liberdade, Eu farei tudo isso na tua alma. Então crescerão nela as flores rapidamente e tu serás a consolação do meu Coração. Eu procuro esta consolação, e quero encontrá-la nas minhas Almas escolhidas.
“– Senhor! Vós bem sabeis que eu estava decidida a deixar-Vos fazer em mim tudo o que Vos aprouvesse… Mas, cai e desagradei-Vos… não me perdoareis ainda esta vez, a mim tão miserável e que em nada Vos posso servir?…”.
“– Sim, alma querida, as tuas próprias quedas servem para Me consolar. Não desanimes, porque este ato de humildade a que a falta te obrigou, consolou-Me mais que se não tivesses caído. Ânimo, segue avante e deixa-Me trabalhar em ti”.
Eis o que Eu vi no momento de instituir a Santa Eucaristia. O Amor Me inflamava no desejo de ser o Alimento destas almas; porque se ficava entre os homens, não era para viver só com os perfeitos, mas para sustentar os fracos e nutrir os pequeninos. Sou Eu quem os fará crescer e frutificar. Nos seus bons desejos Me consolarei e acharei repouso nas suas misérias…
Mas ai! Não haverá entre estas almas quem Me será objeto de sofrimento?… E perseverarão elas todas?… Eis o grito de dor que sai do meu Coração, o gemido que Eu quero fazer chegar às almas.
Mas por hoje basta. Adeus, Josefa; consolas-Me quando te entregas a Mim num abandono total… Deixa-Me comunicar às almas os meus Segredos, pois não é todos os dias que Eu lhes posso assim falar. Deixa-Me aproveitar os dias da tua vida.
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Fonte: "Apelo ao Amor - Mensagem do Coração de JESUS ao Mundo", por Soror Josefa Menéndez, Livro Segundo, Cap. VIII, terça-feira 6 de Março de 1923, pp. 298-300. Segunda Edição, Editora Santa Maria, Rio de Janeiro/RJ, 1953.
1. A causa da sua Beatificação foi introduzida em Novembro de 1948.
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