BLOG CATÓLICO PARA OS CATÓLICOS.

BLOG CATÓLICO, PARA OS CATÓLICOS.

"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

segunda-feira, 28 de abril de 2025

DEVO TEMER A GRAÇA QUE PASSA E NÃO VOLTA MAIS.

 


Santo Agostinho dizia: “Eu tenho medo do Jesus que passa e não volta”. Ele dizia isto, pois, considerava a graça de Deus como um bem maior e sabia que uma vez derramada, ela não volta mais.

O termo “graça que passa e não volta mais”, é frequentemente usado para enfatizar a importância de aproveitar as oportunidades que se apresentam e não desperdiçar a bondade de Deus, ou, as oportunidades que a vida oferece. É uma ideia que se relaciona com a ideia de aproveitar o presente e não lamentar o passado, pois o que passou, não volta.

Explicação Detalhada

Contexto teológico: Em contexto religioso, especialmente no Cristianismo, “graça” é frequentemente usada para se referir ao favor imerecido de Deus, ao dom que Ele oferece à humanidade. A ideia de “graça que passa e não volta mais”, pode ser interpretada como um lembrete da importância de estar atento as oportunidades e manifestações de Deus, pois elas podem não se repetir.

Contexto geral: A expressão também pode ser usada de forma mais ampla, para referir-se a momentos ou oportunidades que se apresentam na vida, que podem ser únicos e que é importante aproveitar ao máximo. É uma forma de enfatizar a importância do presente e a impermanência das coisas.

Santo Agostinho: A frase “Tenho medo da graça que passa sem que eu a perceba”, é atribuída a Santo Agostinho, um importante teólogo cristão. Essa frase reflete a ideia de que devemos estar atentos às oportunidades de crescimento espiritual e não as desperdiçar.

Aproveitar o presente: A expressão também pode ser vista como um lembrete para não se lamentar pelo passado ou se preocupar demais com o futuro, mas sim para aproveitar cada momento do presente, pois ele é único e irrecuperável.

Em resumo, o termo “graça que passa e não volta mais”, é uma metáfora para enfatizar a importância de aproveitar o presente, estar atento às oportunidades que se apresentam e não desperdiçar a bondade de Deus, ou, os momentos preciosos da vida.



Luminosas palavras de

São Luís Maria Grignion de Montfort1

Um pouco mais tarde (após entregar a Maria Luísa a Regra que as Filhas da Sabedoria deverão observar)… Ele ( o Santo) insiste com uma postulante que não tarde a se unir as suas Filhas: “A graça do Espírito Santo não tolera demora. Deus, que ordena alguma coisa à sua criatura, fala-lhe suavemente e não quer forçar sua liberdade. Mas, quanto mais se demora a fazer o que Ele pede tão delicadamente, mais Ele diminuirá seu chamado… Não diga: depois da vindima eu obedecerei a Deus; porque faria uma cruel injúria a esse grande Senhor”.

E introduz na carta um bilhete para o pai da postulante: “Sr. Régnier, saudações em Jesus Cristo. Peço-lhe que não se oponha à vontade de Deus quanto à filha que Ele depositou em suas mãos. Ela só foi sua, para que a guardasse até o dia de hoje na inocência do Batismo, como bem o fez. Mas, não pode prendê-la: ela é um bem de Deus; um bem de outrem, que o Sr. não pode roubar impunemente. Se a sacrificar a Deus, como esses pais e mães que, conforme a história lhe ensina, sacrificaram generosamente seus filhos e filhas únicos a Deus, como Abraão, quantas bênçãos vejo prestes a cair sobre sua pessoa e tudo o que lhe pertence”.

Essa postulante tomou o hábito alguns meses depois, ao mesmo tempo que uma quarta companheira.


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1  Rev. Pe. Humberto Jongen, S.M.M., “Vida de São Luís Maria Grignion de Montfort – Um Homem Livre”, Capítulo 10 – O Fundador, pp. 120-121. Editora Santuário. Aparecida/SP. 1992.


terça-feira, 22 de abril de 2025

NOVENA PARA A ELEIÇÃO DO SUMO PONTÍFICE.

 

Veni Creator Spiritus


Veni Crator Spiritus,

Mentes tuorum visita,

Imple superna gratia,

Quae tu creasti, pectora.


Vem, ó Criador Espírito,

As almas dos teus visita;

Os corações que criaste,

Enche de graça infinita.


Qui diceris Paraclitus,

Altissimi donum Dei,

Fons vivus, ignis, caritas,

Et spiritalis unctio.


Tu, Paráclito és chamado

Dom do Pai celestial,

Fogo, caridade, fonte

Viva e unção espiritual.


Tu septiformis munere,

Digitus Paternae dexterae,

Tu rite promissum Patris,

Sermone ditans guttura.


Tu dás septiforme graça;

Dedo és da destra paterna;

Do Pai, solene promessa,

Dás força da voz superna.


Accende lumen sensibus,

Infunde amorem cordibus,

Infirma nostri corporis,

Virtute firmans perpeti.


Nossa razão esclarece,

Teu amor no peito acende,

Do nosso corpo a fraqueza

Com tua força defende.


Hostem repellas longius,

Pacemque dones protinus;

Ductore sic te praevio,

Vitemus omne noxium.


De nós afasta o Inimigo.

Dá-nos a paz sem demora.

Guia-nos; e evitaremos

Tudo quanto se deplora.


Per te sciamus da Patrem

Noscamus atque Filium;

Teque utriusque Spiritum

Credamus omni tempore.


Dá que Deus Pai e seu Filho

Por ti nós bem conheçamos,

E em ti, Espírito de ambos

Em todo tempo creiamos.


Deo Patri sit gloria,

Et Filio, qui a mortuis

Surrexit, ac Paraclito

In saeculorum saecula.


Amen.


A Deus Pai se dê a glória

E ao Filho ressuscitado,

Paráclito e a ti também

Com louvor perpetuado.


Amém.


V/ Emitte Spiritum tuum, et

creabúntur.

R/ Et renovabis fáciem terrae.


V/ Enviai o vosso Espírito, e

tudo será criado.

R/ E renovareis a face da terra.


Oremus:

Deus, qui corda fidelium

Sancti Spiritus illustratione

docuisti: da nobis in eodem

Spiritu recta sapere, et de eius

semper consolatione gaudere.

Per Christum Dominum

nostrum. Amen.


Oremos:

Ó Deus, que instruístes os

corações dos vossos fiéis com a

luz do Espírito Santo; concedei-

nos que no mesmo Espírito

conheçamos o que é reto, e

gozemos sempre as suas

consolações. Por Cristo Nosso

Senhor. Amém.


Coleta da Missa para a eleição do Soberano Pontífice


Supplici, Dómine, humilitáte

depóscimus: ut sacrosánctae

Románae Eccclésiae concédat

Pontíficem illum tua imménsa

píetas; qui et pio in nos stúdio

semper tibi plácitus, et tuo

pópulo pro salúbri regímine sit

assídue ad glóriam tui nóminis

reveréndus. Per Dóminum

nostrum Iesum Christum

Filium tuum, qui tecum vivit et

regnat in unitáte Spiritus Sancti,

Deus, per ómnia saecula

saeculórum. Amen.


Suplicamos, ó Deus,

humildemente: que vossa

imensa piedade conceda à

Sacrossanta Igreja Romana um

Pontífice; que por seu zelo por

nós, possa ser agradável a Vós,

que seja assíduo no Governo

da Igreja para a glória e

reverência do Vosso nome.

Por nosso Senhor Jesus Cristo,

vosso Filho, na unidade do

Espírito Santo, Deus, por

todos os séculos dos séculos.

Amém.


V/ Cor Mariae dolorosum et

immaculatum.

R/ Ora pro nobis.


V/ Coração imaculado e

doloroso de Maria.

R/ Rogai por nós.


V/ Sancte Pie V

R/ Ora pro nobis.


V/ São Pio V

R/ Rogai por nós.


V/ Sancte Pie X

R/ Ora pro nobis.


V/ São Pio X

R/ Rogai por nós.



Oração a São Pedro, Príncipe dos Apóstolos

Gloriosíssimo São Pedro, creio que vós sois o Fundamento da Igreja, o Pastor universal de todos os fiéis, o Depositário das Chaves do Céu, o verdadeiro Vigário de Jesus Cristo; e eu me glorio de ser vossa ovelha, vosso súdito e filho. Uma graça vos peço com toda a minha alma: guardai-me sempre unido a vós e fazei que antes me seja arrancado o coração do peito do que o amor e a plena submissão que vos devo nos vossos Sucessores, os Pontífices Romanos. Viva eu e morra como vosso filho e filho da Santa Igreja, Católica, Apostólica, Romana. Assim seja.


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http://fratresinunum.com/2013/02/28/24590/#more-24590

Cum Petro et sub Petro: Semper: NOVENA PARA A ELEIÇÃO DO SUMO PONTÍFICE.


DUAS QUESTÕES CONSULTADAS SOBRE O SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO.

 


1ª CONSULTA1

Sr. Redator.

Peço-lhe o obséquio de responder à seguinte dúvida: A jovem N. casou religiosamente com Ticio, depois de ter obtido ótimas informações a respeito dele, mas Ticio para poder passar por um cavalheiro correto, afirmou que o seu nome era Dr. J. S. M. O referido Dr. J. S. M. trabalhava como auxiliar de um médico católico. A jovem N. a ele (médico católico) se dirigiu e lhe perguntou que informações dava a respeito do Dr. J. S. M. O médico católico fez as melhores referências, e lhe deu os parabéns por ter encontrado um moço tão correto. Ticio se apresentou sempre como o Dr. J. S. M. Nos papéis paroquiais e outros documentos foi esta a sua assinatura. Ultimamente a jovem N. descobriu que Ticio usurpou o nome do médico Dr. J. S. M. para conseguir o seu intento. Descobriu mais, que se trata de um cavalheiro de industria, um escroc perseguido pela polícia.

Haverá no caso o error substantialis, portanto, base para um processo matrimonial de nulidade matrimonial?

RESPOSTAS

Em regra geral (Capello, De Sacramentis), quer na legislação, quer na jurisprudência do direito civil, a noção do erro em matrimônio se estende muito além dos limites estreitos do direito canônico. E é por laborarem no equívoco de uma suposta identidade de vista nos dois foros, o secular e o eclesiástico, que muitos consulente insistem, às vezes, por um exame mais acurado dos casos do seu interesse.

Tal coincidência, entretanto, não existe, sendo a Igreja muito mais prudente e cautelosa a respeito do que o Estado. E isso em todos os países, a começar pelo nosso, em cujo Código Civil (artigo 218 e 219 do direito de família) o caso em apreço encontrará amparo irrecusável. Não assim no direito canônico.

Na matéria sujeita ao nosso exame, as divergências começam logo quanto ao âmbito da noção de pessoa. Ao contrário da Igreja, que restringe o erro substancial à identidade física da pessoa, o Estado o alarga à personalidade civil, isto é, ao conjunto de atributos ou qualidades essenciais, com que a pessoa aparece na sociedade.

Sobre o erro de qualidade, as mesmas discrepâncias. Enquanto o nosso Código Civil faz, no artigo 219, uma longa enumeração de erros, todos acidentais do ponto de vista canônico, mas, no foro secular, capazes de fundamentar uma ação de nulidade, a Igreja só admite dois casos, em que o erro sobre a qualidade da pessoa vicia o contrato nupcial: o primeiro (cânon 1083, § 2, 1º), quando o erro de qualidade redunda em erro de pessoa; o outro, quando uma pessoa livre contrai casamento com outra escrava, na persuasão de que era livre (cânon 1083, § 2, 2º).

Deixando de parte este último caso, hoje só verificável em colônias onde ainda há escravidão, passemos a encarar as duas hipóteses em que se desdobra o primeiro.

a) Dá-se erro de qualidade redundante em erro de pessoa, quando alguma qualidade é intentada por um dos nubentes como condição sine qua non do seu consenso. Exemplo: Ticio só se casará com Caia, se ela for de família nobre.

b) Verifica-se, outra vez, o mesmo caso, se a qualidade exigida por um dos nubentes no outro, é determinativa da pessoa do mesmo; ou, em outras palavras, a qualidade exigida não só pertence em exclusivo, mas é precisamente em razão dessa qualidade que um dos nubentes quer se casar com o que a possui. Exemplo: Ticio quer se casar com a primogênita de Caia.

Em direito canônico, não há mais outra hipótese de erro de qualidade redundante em erro de pessoa. Fora daí, mesmo que um contraente seja enganado por outro (e de modo atrocíssimo acontece, às vezes), por exemplo, sobre a sua condição de condenado por crime inafiançável ou de portador de moléstia grave e transmissível, o casamento é válido para todos os efeitos.

Voltando, agora, ao caso proposto, não descubro nele nenhum dos erros de qualidade admitidos na legislação eclesiástica, como fundamento de uma ação de nulidade. E muito menos erro de pessoa. Ao meu ver, a única circunstância de peso e capaz de motivar uma causa ex capite erroris, é a usurpação do nome de uma pessoa de fato existente, por sorte do simulador, caso a jovem N. Conseguisse provar que fez depender o seu consenso exclusivamente da qualidade do Dr. J. S. M. Em outros termos: de o pretendente ser o Dr. J. S. M. Porque, assim, o seu consenso, em vez de coincidir com o da pessoa presente ao ato (o simulador), teria caído numa terceira pessoa (o Dr. J. S. M.) de todo alheio ao contrato. “Ad valorem matrimonii, escreve Wernz, essentialiter requiritur mutuus consensus maritalis duarum personarum in indivíduo sufficienter determinataram; sed per errorem substantialem, de persona alterius sponsis in errante sponso, omnino impeditur mutus consensus maritalis, quoniam consensus errantis sponsi fertur in tertiam, personam ab altera parte contrahente omnino diversum”.

Tal, porém, ao menos pela exposição da consulta, não me pareceu ter ocorrido. Tanto quanto pude depreender do compedium facti, as investigações da jovem N. versaram só sobre os predicados do pretendente. Tanto que o médico católico, a quem pedira informações, “lhe deu parabéns por ter encontrado um moço tão correto”. As circunstâncias de nome e de família (Dr. J. S. M.) entraram no contrato como de ordinário acontece: de modo todo acidental, uma vez suposta a idoneidade do pretendente. E é ainda o respeitável Wernz: “Sufficiens determinatio personae non deest, si solummodo intercedat error de ementito nomine vel cognomine vel titulo personae aliunde notae”.

Folheando a propósito a revista – Acta Apostolicae Sedis, encontrei na jurisprudência da Sagrada Congregação do Concílio, um caso idêntico ao nosso, ocorrido em 1862. Um voluntário da guerra da Crimeia conseguiu – insinuar-se na convivência de um casal católico, cuja filha única de 15 anos pediu em casamento. O pretendente também usurpara um nome alheio, e se apresentava como rico e de descendência aristocrática. Dizia-se mesmo filho de um nobre de nome conhecido na região. E a família da noiva, entrando em indagações, obteve confirmação de tudo.

Mas, logo após o casamento, foi tudo o contrário do que alegava o falsário: “tunc eiusdem ignobilitas, pauperies,vitae immorigeratae genus in lucem prodierunt”.

Instruiu-se o processo, mas sem resultado, porque a autora não conseguiu provar que só casara na persuasão de o seu noivo ser SeiusI (o nome usurpado) e filho do nobre Boiaris. É que apenas se interessara pelas qualidades morais e pela situação econômica do pretendente. Mero erro acidental, como no nosso caso. E a Sagrada Congregação do Concílio, interrogada se constava a nulidade do casamento, respondeu: negative.

Penso que no caso em apreciação, não opinará de outro modo. Salvo melhor juízo.


Padre Bezerril.

Rio, 10/01/1938.




2ª CONSULTA2


ÀQUELA CATÓLICA QUE QUER SE CASAR

COM UM INCRÉDULO.


Senhorinha.

Bem difícil a tarefa que Sra. me impõe!… Mesmo porque a Sra. não me diz exatamente o que quer de mim. Ou antes vejo que não pergunta coisa alguma: quer tão somente que eu lhe tire essa “angústia”, que lhe causa a incredulidade do escolhido do seu coração.

Se eu lhe dissesse: “Pode casar-se sem receios; apesar da sua incredulidade, ou seu priminho será um perfeito marido e pai de família”, a Sra. ficaria radiante de alegria com a minha resposta… Mas eu não posso lhe falar assim.

Note bem que acredito piamente em tudo o que a Sra. me diz das qualidades humanas e do seu… príncipe encantado. Creio que incrédulos assim realmente existem. E creio igualmente que a Sra. esteja, como diz, correspondida em seus nobres sentimentos. Portanto, não encaro o seu caso com preconceitos de qualquer espécie, nem tão pouco com os óculos cor de rosa de Cupido, que a Sra. me parece estar usando.

Raciocino friamente, como vai ver.

A Sra. é católica praticante, talvez fervorosa. “Ele” é descrente; não nega a possibilidade de se converter no futuro: mas, por ora, não tem fé, nem parece desejá-la.

Vão casar-se, suponhamos, ele e a Sra. Está na horinha… Primeira dificuldade! Casar-se, é receber um Sacramento. Um Sacramento é um canal da graça de Deus. Ora, “ele” não acredita, nem em Sacramentos, nem na graça de Deus, nem no próprio Deus, talvez. Portanto, para ele, o casamento será apenas um gesto protocolar, ou quando mais, um contrato meramente humano, pelo qual entrará na posse e gozo legítimo da gentilíssima pessoa que me faz a honra de consultar-me. Não verá nisso, caráter algum sagrado.

A Sra. sabe que para um cristão casar-se dignamente, é necessário estar na graça de Deus, e para tal, confessar-se; de outro modo o Sacramento é profanado, torna-se sacrilégio; ao nubente em estado de pecado não é comunicada a graça sacramental, que ajuda os cônjuges a cumprirem os seus deveres de esposos e pais. “Ele”, pois, é provável, não receberá a graça sacramental…

Ao ato do casamento seguem-se os atos conjugais (sobre esse assunto é necessário que a Sra. antes de se casar, se faça instruir completamente, de preferência por sua mãe, que é a pessoa mais qualificada para ministrar este ensino). Ora, não é lá tão certo que seu “futuro” saiba respeitar, na prática desses atos, a santidade do Matrimônio com todo o rigor da castidade cristã… E a Sra. terá com isso os maiores desgostos e as mais terríveis angústias de consciência, talvez.

A Sra. provavelmente terá filhos, e é possível que a natureza dê para terem muitos. Ora, é lógico que um homem alheio aos princípios morais da Religião, achando num belo dia que “já chega de herdeiros”, não sinta escrúpulos em recorrer à prática do malthusianismo. Mas a Sra. sendo cristã, deverá repudiar absolutamente tais práticas criminosas. E aí tem em perspectiva, contínuas e graves dissensões com o marido… Ou então será a animalização de sua vida conjugal, a abolição de sua consciência cristã, a morte de sua vida espiritual.

A vida espiritual!… a Sra. pensa ser coisa fácil a prática religiosa, quando se vive com alguém que reputa inúteis, e mesmo deprimentes da personalidade humana, todos os atos de devoção?… A Sra. quererá ir à igreja, quererá confessar-se, quererá comungar, quererá fazer parte de uma ou várias Associações religiosas, quererá promover festejos, fazer ação católica… São coisas que o seu marido, se continuar descrente e lógico em sua descrença, poderá suportar calado, talvez, por amor da paz doméstica, mas nunca poderá aprovar. Sentir-se-á constantemente contrariado em seus gostos íntimos, em seus projetos. Quando ele quiser ir com a esposa ao cinema ou a uma festa mundana, a Sra. preferirá ir a igreja ou ficar em casa; quando ele tiver visitas, de amigos incrédulos como ele, lá virá desastradamente o Vigário, para combinar com a Sra. algum projeto de procissão ou de catecismos… etc., etc…

E a educação dos filhos?!… Quais são, sobre este assunto, os princípios do seu querido descrente? Se ele tem princípios de educação coerentes com a sua incredulidade, os filhos, por parte dele, hão de receber uma educação de orientação materialista. Entre várias escolas ou colégios, ele há de escolher o mais neutro, o mais leigo. E se ele não tiver princípios de educação, ou se os tiver em desacordo com a sua descrença, ou se consentir, por condescendência, a colocar os filhos em colégios católicos de religiosos, assim mesmo as suas conversas e a sua abstenção de atos religiosos, no tempo das férias, serão a negação viva do ensino recebido no colégio. Ele não terá escrúpulos em por nas mãos dos filhos ou deixar que estes leiam jornais, revistas e livros perfeitamente pagãos que por aí pululam, que são por aí o pão quotidiano de tantos descrentes, a fonte perene de tanta corrupção moral…

Na melhor das hipóteses, ele poderá reconhecer-se inapto a ministrar a educação aos próprios filhos e entregar todo este cuidado à esposa (atitude muito difícil de se sustentar!); mas ainda assim, a educação recebida não deixará de ter suas falhas, e grandes!… Porque a própria natureza exige que o pai e a mãe façam juntos a educação dos filhos. Se não fosse esta exigência, seria inútil o casamento, e inútil a família: bastaria a união livre!…

A Sra. Com um pouco mais de calma, reflexão, poderá completar estas minhas previsões do seu futuro, baseadas, pode crer, sobre fatos do presente e do passado.

Mas, afinal, por que é que o seu quase-noivo não deseja para já a sua conversão, se bem que a julgue possível para o futuro? Ele está praticando o gesto absurdo do ganso, que esconde a cabeça debaixo das asas, para não ver o perigo, e julga estar salvo…

Eu não compreendo que um homem inteligente, culto, de gênio bom, tape os olhos para não ver as mais aberrantes realidades.

Aberrantes realidades são: a existência, durante dois milênios de humanidade, da Igreja Católica sempre combatida e sempre vencedora, e as afirmações enormes dessa Igreja. Existe um Deus. Temos uma alma imortal. Há um Céu e um Inferno. Deus se fez homem e falou aos homens, e fundou uma Igreja e vive no meio Dela, até o fim dos séculos… e “quem for batizado e crer, será salvo: quem não crer, será condenado!…”.

Ou estas afirmações, esta Mensagem da Igreja Católica são verdadeiras, e exprimem o que realmente é; ou a Igreja Católica é a mais vasta tapeação que já se viu na superfície da terra. Não há saída desse dilema.

Se é uma tapeação, o caso é gravíssimo; e é preciso fazer coro com os comunistas a fim de destruir até a raiz tão perniciosa instituição, que impediu a Humanidade, durante 20 séculos, de viver a sua vida.

Se o que Ela ensina é a realidade, então, o caso ainda é gravíssimo; porque os incrédulos renitentes, (inclusive o seu “querido”, minha filha…), estão em mau caminho, estão desperdiçando a existência (onde não há amor de Deus, não há merecimento para a vida eterna), estão correndo o perigo cada dia mais iminente de dar o salto na eternidade, pelo lado do Inferno, só por terem, em vida, feito o gesto absurdo do ganso, que esconde a cabeça debaixo das asas!…

A Sra. não deve ter descanso, enquanto não converter o seu noivo; deve mover Céus e terra para conseguir essa graça, antes de fundar com ele um novo lar. É o que tinha a lhe responder, o seu menor servo em Jesus Cristo.


Frei Justino, O.P.


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1  Revista do Clero, ANNO XIX, Fevereiro de 1938, Nº 2, pp. 58-60.

2  Revista Católica Mensal, “Mensageiro do Santo Rosário”, Dezembro de 1936, pp. 202-204. Redação e Administração do Convento dos Dominicanos – Uberaba/MG.


sábado, 19 de abril de 2025

VIA SACRA III

VIA SACRA


VIA SACRA

A Congregação Mariana Imaculada Conceição, da Paróquia de São Fidélis, no seu Ano Jubilar Áureo, homenageia o Ínclito Bispo da Santa Igreja, D. ANTÔNIO DE CASTRO MAYER, Autor da presente Via Sacra.

Oração Preparatória

Meu Senhor Jesus Cristo, disponho-me a acompanhar-Vos no caminho que trilhastes do Pretório de Pilatos ao Calvário, para Vos imolardes por minha salvação.

Peço-Vos a graça de conceber grande dor e arrependimento de ter pecado, causando vossos atrozes sofrimentos, e que vosso Sangue preciosíssimo infunda em minha alma o propósito firme de nunca mais pecar. Amém.


A morrer crucificado

Teu Jesus é condenado,

Por teus crimes, pecador.

Por teus crimes, pecador.


Pela Virgem Dolorosa,

Vossa Mãe tão piedosa,

Perdoai-me, meu Jesus!

Perdoai-me, meu Jesus!



I ESTAÇÃO

Jesus é condenado à morte

V. Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos.

R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Dirigente: Cedendo aos clamores dos judeus, Pilatos condenou Jesus à morte na Cruz.

O que levou os judeus a pedirem a morte de Jesus Cristo foi sua infidelidade. Quiseram seguir uma religião do seu agrado, e não a Religião revelada pelo Filho de Deus humanado. Nisto imitaram a desobediência de Adão e a rejeição da vontade de Deus.

Nós estamos na mesma miserável condição. Humilhemo-nos e peçamos a Nossa Senhora que nos alcance a graça de sermos fiéis à Santíssima Vontade de seu Divino Filho. Ave Maria…

TODOS: PESA-ME, SENHOR, de todo o meu coração de ter ofendido a vossa infinita bondade, proponho com a vossa graça emendar-me, e espero que me perdoeis por vossa infinita misericórdia. Amém.

Dirigente: Compadecei-Vos de nós, Senhor!

Todos: Compadecei-Vos de nós!

Dirigente: Que as almas dos fiéis defuntos, por misericórdia de Deus, descansem em paz.

Todos: Amém.

Com a Cruz é carregado,

E do peso acabrunhado,

Vai morrer por teu amor.

Vai morrer por teu amor.


Pela Virgem Dolorosa,

Vossa Mãe tão piedosa,

Perdoai-me, meu Jesus!

Perdoai-me, meu Jesus!



II ESTAÇÃO

Jesus com a Cruz às costas

V. Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos.

R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Dirigente: Depois da vigília no Horto das Oliveiras e da atrocíssima flagelação, Jesus se submete ainda ao sacrifício de carregar a Cruz até ao Calvário.

Jesus o fez para reparar os nossos pecados. Aprendamos que sem sacrifício e o habitual espírito de mortificação, nossa religião é vã, vazia, sem merecimento. Peçamos a Nossa Senhora a graça de aceitar com alegria as mortificações que nos impõe o cumprimento dos nossos deveres de estado. Ave Maria…

TODOS: PESA-ME, SENHOR, de todo o meu coração de ter ofendido a vossa infinita bondade, proponho com a vossa graça emendar-me, e espero que me perdoeis por vossa infinita misericórdia. Amém.

Dirigente: Compadecei-Vos de nós, Senhor!

Todos: Compadecei-Vos de nós!

Dirigente: Que as almas dos fiéis defuntos, por misericórdia de Deus, descansem em paz.

Todos: Amém.

Pela Cruz tão oprimido,

Cai Jesus desfalecido

Pela tua salvação.

Pela tua salvação.


Pela Virgem Dolorosa,

Vossa Mãe tão piedosa,

Perdoai-me, meu Jesus!

Perdoai-me, meu Jesus!



III ESTAÇÃO

Jesus cai pela primeira vez

V. Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos.

R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Dirigente: Já esgotado pela insônia, fome e perda de sangue, Jesus sucumbe ao peso da Cruz e cai por terra.

Nos desígnios de Deus, esta queda é para descontar as ofensas de nossos pecados, e para nos alertar contra nossa presunção. Por nós mesmos só vamos de pecado em pecado, de queda em queda.

Peçamos a Nossa Senhora que nos alcance a graça da vigilância na oração e na fuga das ocasiões de pecado. Ave Maria…

TODOS: PESA-ME, SENHOR, de todo o meu coração de ter ofendido a vossa infinita bondade, proponho com a vossa graça emendar-me, e espero que me perdoeis por vossa infinita misericórdia. Amém.

Dirigente: Compadecei-Vos de nós, Senhor!

Todos: Compadecei-Vos de nós!

Dirigente: Que as almas dos fiéis defuntos, por misericórdia de Deus, descansem em paz.

Todos: Amém.

De Maria lacrimosa,

Sua Mãe tão dolorosa,

Vê a imensa compaixão.

Vê a imensa compaixão.


Pela Virgem Dolorosa,

Vossa Mãe tão piedosa,

Perdoai-me, meu Jesus!

Perdoai-me, meu Jesus!



IV ESTAÇÃO

Jesus encontra-se com sua Mãe Santíssima

V. Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos.

R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Dirigente: Na agonia do Horto de Getsêmani e no processo infame a que foi submetido seu Divino Filho, esteve ausente Maria Santíssima. Quando, porém, vai Ele consumar o sacrifício da Redenção do mundo, Ela se apresenta. É que ambos, Jesus e Maria, nos Decretos do Altíssimo, estão como identificados na missão redentora do homem. É como Mãe dos remidos que Maria coopera na obra da salvação.

É a esta Mãe que recorremos para nos assegurar a fidelidade a seu Divino Filho, em meio da sociedade paganizada que nos envolve. Ave Maria…

TODOS: PESA-ME, SENHOR, de todo o meu coração de ter ofendido a vossa infinita bondade, proponho com a vossa graça emendar-me, e espero que me perdoeis por vossa infinita misericórdia. Amém.

Dirigente: Compadecei-Vos de nós, Senhor!

Todos: Compadecei-Vos de nós!

Dirigente: Que as almas dos fiéis defuntos, por misericórdia de Deus, descansem em paz.

Todos: Amém.

Em extremo desmaiado,

Deve auxílio, tão cansado,

Receber do Cirineu.

Receber do Cirineu.


Pela Virgem Dolorosa,

Vossa Mãe tão piedosa,

Perdoai-me, meu Jesus!

Perdoai-me, meu Jesus!



V ESTAÇÃO

Simão Cirineu ajuda Jesus a levar a Cruz

V. Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos.

R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Dirigente: A breve trecho, no caminho do Calvário, convencem-se os verdugos do Salvador de que pela extrema debilidade, consequência das torturas a que tinha sido submetido, Jesus Cristo não estava em condições de carregar o seu patíbulo até ao cimo do monte. Forçaram Simão de Cirene a carregar a Cruz do Salvador.

Nossa salvação, por vontade de Deus, não se realiza sem a nossa cooperação. Precisamos, a nosso modo, ajudar Jesus Cristo a carregar a Cruz. E o fazemos quando não nos conformamos com a maneira de proceder de uma sociedade que, na prática, se afastou da austeridade cristã. Que Nossa Senhora nos alcance esta graça. Ave Maria…

TODOS: PESA-ME, SENHOR, de todo o meu coração de ter ofendido a vossa infinita bondade, proponho com a vossa graça emendar-me, e espero que me perdoeis por vossa infinita misericórdia. Amém.

Dirigente: Compadecei-Vos de nós, Senhor!

Todos: Compadecei-Vos de nós!

Dirigente: Que as almas dos fiéis defuntos, por misericórdia de Deus, descansem em paz.

Todos: Amém.

O seu rosto ensanguentado,

Por Verônica enxugado,

Eis no pano apareceu.

Eis no pano apareceu.


Pela Virgem Dolorosa,

Vossa Mãe tão piedosa,

Perdoai-me, meu Jesus!

Perdoai-me, meu Jesus!



VI ESTAÇÃO

Verônica enxuga a Face de Jesus

V. Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos.

R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Dirigente: Do meio daquela multidão sádica que formava o séquito nefando do Salvador no caminho do Calvário, destaca-se uma mulher forte que, arrostando a arrogância dos soldados, aproxima-se de Jesus e com uma toalha Lhe limpa o Sagrado Rosto desfigurado pelo Sangue da Coroa de Espinhos, pelos escarros dos sicários do Sinédrio e pelas bofetadas da soldadesca bestial.

Admiremos envergonhados a fortaleza desta mulher e peçamos a Nossa Senhora que nos alcance a graça de nunca trairmos por respeito humano a nossa Religião, com nosso procedimento. Ave Maria…

TODOS: PESA-ME, SENHOR, de todo o meu coração de ter ofendido a vossa infinita bondade, proponho com a vossa graça emendar-me, e espero que me perdoeis por vossa infinita misericórdia. Amém.

Dirigente: Compadecei-Vos de nós, Senhor!

Todos: Compadecei-Vos de nós!

Dirigente: Que as almas dos fiéis defuntos, por misericórdia de Deus, descansem em paz.

Todos: Amém.

Outra vez desfalecido,

Pelas dores abatido,

Cai em terra o Salvador.

Cai em terra o Salvador.


Pela Virgem Dolorosa,

Vossa Mãe tão piedosa,

Perdoai-me, meu Jesus!

Perdoai-me, meu Jesus!



VII ESTAÇÃO

Jesus cai pela segunda vez

V. Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos.

R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Dirigente: Não obstante o auxílio do Cirineu, a enorme fraqueza do Salvador fê-Lo cair uma segunda vez no caminho do Calvário.

Esta segunda queda do Salvador lembra nossas repetidas culpas e, de outro lado, a infinita misericórdia de Deus que só espera nosso arrependimento para nos soerguer.

Que a fraqueza do Redentor que O prostrou por terra seja a nossa fortaleza, e não nos permita aceitar um meio Catolicismo ao sabor da sensualidade feito mais de quedas do que de virtudes. Ave Maria…

TODOS: PESA-ME, SENHOR, de todo o meu coração de ter ofendido a vossa infinita bondade, proponho com a vossa graça emendar-me, e espero que me perdoeis por vossa infinita misericórdia. Amém.

Dirigente: Compadecei-Vos de nós, Senhor!

Todos: Compadecei-Vos de nós!

Dirigente: Que as almas dos fiéis defuntos, por misericórdia de Deus, descansem em paz.

Todos: Amém.

Das matronas piedosas,

De Sião filhas chorosas

É Jesus consolador.

É Jesus consolador.


Pela Virgem Dolorosa,

Vossa Mãe tão piedosa,

Perdoai-me, meu Jesus!

Perdoai-me, meu Jesus!



VIII ESTAÇÃO

Jesus consola as filhas de Jerusalém

V. Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos.

R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Dirigente: Ao ver os tormentos a que os sicários do Sinédrio submetiam Jesus no caminho do Calvário, umas piedosas mulheres de Jerusalém não contiveram as lágrimas e expandiram em altos prantos sua consternação. Jesus, agradecido, exortou-as a que tornassem profícuos seus prantos, chorando mais por elas e seus filhos, do que por Ele.

O que Jesus deseja é a nossa salvação. Por isso, ferem-Lhe mais nossos pecados do que O afligem as Chagas de seu Corpo ou Lhe pesa a Coroa de Espinhos. “Chorai por vós e por vossos filhos” – nos repete o Senhor, quando nos vê mais preocupados com nossas moléstias e os bens terrenos, do que com os nossos pecados.

Abra-nos os olhos a Virgem Santíssima para purificar nosso Catolicismo. Ave Maria…

TODOS: PESA-ME, SENHOR, de todo o meu coração de ter ofendido a vossa infinita bondade, proponho com a vossa graça emendar-me, e espero que me perdoeis por vossa infinita misericórdia. Amém.

Dirigente: Compadecei-Vos de nós, Senhor!

Todos: Compadecei-Vos de nós!

Dirigente: Que as almas dos fiéis defuntos, por misericórdia de Deus, descansem em paz.

Todos: Amém.

Cai terceira vez prostrado,

Pelo peso redobrado

Dos pecados e da Cruz.

Dos pecados e da Cruz.


Pela Virgem Dolorosa,

Vossa Mãe tão piedosa,

Perdoai-me, meu Jesus!

Perdoai-me, meu Jesus!



IX ESTAÇÃO

Jesus cai pela terceira vez

V. Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos.

R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Dirigente: Novamente a extrema debilidade prostra a Jesus por terra. É mais uma humilhação que se junta a todas as outras igualmente atrozes, a que se sujeitou o Salvador na sua Paixão.

Fê-Lo por nosso amor, nossa salvação, mas também para que compreendêssemos que, sem a aceitação amorosa das humilhações que Nosso Senhor nos envia, não participamos da Redenção, porquanto não nos assemelhamos a Jesus Cristo.

Que a Virgem Santíssima, Mãe das Dores, nos compenetre desta verdade. Ave Maria…

TODOS: PESA-ME, SENHOR, de todo o meu coração de ter ofendido a vossa infinita bondade, proponho com a vossa graça emendar-me, e espero que me perdoeis por vossa infinita misericórdia. Amém.

Dirigente: Compadecei-Vos de nós, Senhor!

Todos: Compadecei-Vos de nós!

Dirigente: Que as almas dos fiéis defuntos, por misericórdia de Deus, descansem em paz.

Todos: Amém.

Dos vestidos despojado,

Por verdugos maltratado

Eu Vos vejo, meu Jesus.

Eu Vos vejo, meu Jesus.


Pela Virgem Dolorosa,

Vossa Mãe tão piedosa,

Perdoai-me, meu Jesus!

Perdoai-me, meu Jesus!



X ESTAÇÃO

Jesus é despojado de suas vestes

V. Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos.

R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Dirigente: Chegado ao Calvário, foi Jesus despudoradamente despido de suas vestes pela soldadesca imunda.

Jesus, o cândido Lírio da inocência, mais branco, mais puro do que o mais puro arminho e que a mais branca neve, é apresentado nu aos olhos da multidão, tendo apenas para velar seu Corpo Sagrado a túnica do seu Sangue Sacrossanto.

Foi certamente a mais sensível das humilhações a que nossos pecados submeteram o Filho de Deus. No entanto, é a humilhação a que mesmo as pessoas que se dizem cristãs e tementes a Deus, continuam a submeter o Divino Salvador. A Virgem Mãe, pureza alvinitente, nos alcance o apego ao recato, à modéstia, ao comedimento, que são as condições indispensáveis para a prática das virtudes. Ave Maria…

TODOS: PESA-ME, SENHOR, de todo o meu coração de ter ofendido a vossa infinita bondade, proponho com a vossa graça emendar-me, e espero que me perdoeis por vossa infinita misericórdia. Amém.

Dirigente: Compadecei-Vos de nós, Senhor!

Todos: Compadecei-Vos de nós!

Dirigente: Que as almas dos fiéis defuntos, por misericórdia de Deus, descansem em paz.

Todos: Amém.

Sois por mim à Cruz pregado,

Insultado, blasfemado

Com cegueira e com furor.

Com cegueira e com furor.


Pela Virgem Dolorosa,

Vossa Mãe tão piedosa,

Perdoai-me, meu Jesus!

Perdoai-me, meu Jesus!



XI ESTAÇÃO

Jesus é pregado na Cruz

V. Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos.

R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Dirigente: Estirado Jesus sobre a Cruz, esticaram-Lhe violentamente os membros e os cravaram no madeiro com grossos e pontiagudos cravos.

O suplício da Cruz era reservado aos escravos, com os quais era legítimo não ter a menor comiseração. Além disso, Jesus Cristo foi crucificado entre dois ladrões, como a indicar – diz São Boaventura – que era o pior deles.

Tudo concorria para levar aos extremos os sofrimentos físicos e morais do Divino Salvador. Cravado na Cruz após a flagelação e coroação de espinhos, não é possível imaginar sofrimento mais atrozes. Considerado malfeitor, vil e abjeto como os crucificados, é impossível humilhação maior.

Pois esses sofrimentos, essas humilhações, foram o preço de nossos pecados. Foi assim que Ele nos libertou da escravidão do Demônio, da morte eterna, e nos mereceu o Céu no seio de Deus.

Com o coração agradecido, aprendamos a apreciar as humilhações e os sofrimentos com que Deus purifica a nossa alma, especialmente quando exigidos pelo cumprimento dos deveres de nosso estado. Ave Maria…

TODOS: PESA-ME, SENHOR, de todo o meu coração de ter ofendido a vossa infinita bondade, proponho com a vossa graça emendar-me, e espero que me perdoeis por vossa infinita misericórdia. Amém.

Dirigente: Compadecei-Vos de nós, Senhor!

Todos: Compadecei-Vos de nós!

Dirigente: Que as almas dos fiéis defuntos, por misericórdia de Deus, descansem em paz.

Todos: Amém.

Por meus crimes padecestes.

Meu Jesus, por mim morrestes.

Como é grande a minha dor!

Como é grande a minha dor!


Pela Virgem Dolorosa,

Vossa Mãe tão piedosa,

Perdoai-me, meu Jesus!

Perdoai-me, meu Jesus!



XII ESTAÇÃO

Jesus morre na Cruz

V. Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos.

R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Dirigente: Depois de três horas de tormentosa agonia, Jesus inclinou a cabeça e morreu

Consumou-se o Sacrifício. O véu do templo rasgou-se de alto a baixo anunciando a abolição da Lei mosaica, substituída pela Lei de Cristo, que a aperfeiçoa e supera, e atinge todos os homens.

Exclama São Paulo: “Estou pregado na Cruz com Cristo” (Gál. 2, 20). É este também o ideal da vida do fiel: unir-se a Jesus Crucificado. Ou seja, tomar o caminho da renúncia de si mesmo na obediência aos legítimos Superiores, nas humilhações, no espírito de mortificação, nos sacrifícios exigidos para o cumprimento dos próprios deveres. São as disposições da alma que pedimos à Virgem Santíssima presente ao pé da Cruz. Ave Maria…

TODOS: PESA-ME, SENHOR, de todo o meu coração de ter ofendido a vossa infinita bondade, proponho com a vossa graça emendar-me, e espero que me perdoeis por vossa infinita misericórdia. Amém.

Dirigente: Compadecei-Vos de nós, Senhor!

Todos: Compadecei-Vos de nós!

Dirigente: Que as almas dos fiéis defuntos, por misericórdia de Deus, descansem em paz.

Todos: Amém.

Do madeiro Vos tiraram

E à Mãe Vos entregaram,

Com que dor e compaixão.

Com que dor e compaixão.


Pela Virgem Dolorosa,

Vossa Mãe tão piedosa,

Perdoai-me, meu Jesus!

Perdoai-me, meu Jesus!



XIII ESTAÇÃO

Jesus é descido da Cruz

V. Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos.

R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Dirigente: Nicodemos e José de Arimateia obtiveram de Pilatos o Corpo de Jesus. Cuidadosamente O retiraram da Cruz e O entregaram à sua Mãe, Maria Santíssima, a quem Ele pertencia por direito materno.

A Virgem Mãe contemplou em silêncio a retidão profunda daquele rosto sempre Senhor de Si mesmo, embora desfigurado pelos atrozes sofrimentos e morte violenta. Contemplou, adorou, e O apresentou ao Pai Eterno como propiciação pelos nossos pecados, de nós seus filhos adotivos.

Habituemo-nos a viver com Maria. Ela nos levará a Jesus. Ela nos dará sua graça e seu vigor para triunfarmos da multidão dos atrativos para o mal, que emergem de uma sociedade imersa no egoísmo e na sensualidade. Ave Maria…

TODOS: PESA-ME, SENHOR, de todo o meu coração de ter ofendido a vossa infinita bondade, proponho com a vossa graça emendar-me, e espero que me perdoeis por vossa infinita misericórdia. Amém.

Dirigente: Compadecei-Vos de nós, Senhor!

Todos: Compadecei-Vos de nós!

Dirigente: Que as almas dos fiéis defuntos, por misericórdia de Deus, descansem em paz.

Todos: Amém.

No sepulcro Vos deixaram,

Sepultado Vos choraram,

Magoado o coração.

Magoado o coração.


Pela Virgem Dolorosa,

Vossa Mãe tão piedosa,

Perdoai-me, meu Jesus!

Perdoai-me, meu Jesus!



XIV ESTAÇÃO

Jesus é depositado no sepulcro

V. Nós Vos adoramos, Senhor, e Vos bendizemos.

R. Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Dirigente: Atendida a exigência de seu direito materno, Maria Santíssima acompanhou o enterro de seu Divino Filho organizado por Nicodemos e José de Arimateia. Foi Ele deposto num sepulcro novo, aberto na rocha, no qual ninguém tinha ainda sido sepultado.

Sobre todos desceu um ambiente de paz, que sepultou o alarido da multidão infrene, quando pedia a morte do Salvador.

A paz do Senhor é a paz da consciência que repercute no homem todo, dando-lhe a sensação de um profundo bem-estar. Esta paz encontramo-la quando desalojamos de nosso coração os sentimentos egoístas e sensuais, para enchê-lo da caridade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Virtude que obteremos pela intercessão de Maria Santíssima. Ave Maria…

TODOS: PESA-ME, SENHOR, de todo o meu coração de ter ofendido a vossa infinita bondade, proponho com a vossa graça emendar-me, e espero que me perdoeis por vossa infinita misericórdia. Amém.

Dirigente: Compadecei-Vos de nós, Senhor!

Todos: Compadecei-Vos de nós!

Dirigente: Que as almas dos fiéis defuntos, por misericórdia de Deus, descansem em paz.

Todos: Amém.

Meu Jesus, por vossos passos,

Recebei-me em vossos braços,

A mim, pobre pecador.

A mim, pobre pecador.


Pela Virgem Dolorosa,

Vossa Mãe tão piedosa,

Perdoai-me, meu Jesus!

Perdoai-me, meu Jesus!



Oração Final à Virgem Dolorosa

Ó Maria, minha Mãe, compartilho convosco as dores e sofrimentos que suportastes no Corpo e na Alma, ao acompanhardes Vosso Divino Filho no caminho do Calvário, e ao assistirdes à sua dolorosa e humilhante morte na Cruz.

Peço-Vos que me guardeis sob a vossa proteção, para que não torne a pecar, renovando a Paixão de Vosso Divino Filho.

Pai Nosso e Ave Maria (na intenção do Sumo Pontífice, para se lucrarem as indulgências).

Indulgência da VIA SACRA

Ao piedoso exercício da Via Sacra, a Santa Sé anexou uma Indulgência Plenária, nas seguintes condições:

1. A Via Sacra esteja erigida canonicamente, como acontece, em geral, com as que se encontram nas nossas igrejas.

2. Durante o exercício deve-se meditar sobre a Paixão e Morte do Senhor. As várias estações auxiliam esta meditação.

3. É necessário que se caminhe de uma estação à outra (dois passos ao menos). Quando são muitos e há dificuldade na locomoção de todos, basta que um faça a procissão pelas estações.

Além disso, pede-se Confissão (basta a semanal) e Comunhão no dia do exercício, e uma oração segundo a intenção do Sumo Pontífice (1 Pai Nosso e 1 Ave Maria), e que se exclua o apego a qualquer pecado, mesmo o venial. Enfim, a Indulgência Plenária só se pode lucrar uma vez ao dia.


COM APROVAÇÃO ECLESIÁSTICA


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