A
absurda Ideologia de Gênero vem sendo imposta às crianças,
sobretudo em certas escolas, erotizando os alunos e contribuindo para
a destruição da instituição familiar. Nesta “contribuição”
entra também o projeto para a legalização da maconha — porta de
entrada para posterior legalização de outras drogas.
Psicóloga
clínica pós-graduada em Saúde Mental e Filosofias dos Direitos
Humanos, com atendimento em casos de abuso sexual infantil, a Dra.
Marisa Lobo estagiou no Hospital Monte Sinai de Nova York.
Coordenadora do Movimento “Maconha, Não!” e ativista
pró-família e pró-vida, presta serviços de consultoria de
prevenção às drogas em políticas públicas sobre drogas e
pedofilia. É também presidente da OBME-PR (Organização
Brasileira das Mulheres Empresárias do Paraná), conferencista e
autora dos livros A Ideologia de Gênero na Educação e
Família em Perigo: O que todos devem saber sobre a ideologia de
gênero.
A
Dra. Marisa Lobo esteve no mês passado na capital paulista para
proferir a palestra “Crítica às
políticas públicas sobre drogas”, na
Casa Hope,
sobre os efeitos deletérios das drogas no organismo humano, ocasião
em que concedeu esta entrevista, a Francisco Gomes Machado, para
Catolicismo.
Catolicismo
— A senhora poderia resumir para nossos leitores em que consiste a
Ideologia de Gênero?
Dra.
Marisa Lobo — É uma ideologia que apregoa a anulação do sexo
de nascimento, afirmando que o ser humano ao nascer é um ser sem
definição de identidade. Alega que o ser humano não nasce homem ou
mulher, que o seu sexo não define sua identidade.
O
ser humano para essa ideologia é um gênero discordante de seu sexo,
com a possibilidade de ter centenas de gêneros. E ainda acusa a
sociedade atual de obrigar a criança a ser concordante com o seu
sexo de nascimento, ou seja, só é homem ou mulher porque a cultura
vigente (proselitista-religiosa) a obrigou a ser homem ou mulher.
Portanto, ser homem ou mulher não teria absolutamente nada a ver com
sexo e sim com gênero construído cultural e socialmente.
Para
essa “falácia” pode-se ter uma diversidade, uma multiplicidade
de “gêneros” fluindo de um para o outro, conforme o desejo de
cada pessoa, pois ninguém nasce homem ou mulher, mas torna-se…
Catolicismo
— Que efeitos negativos a Ideologia
de Gênero pode causar nas
crianças? Por que se insiste tanto na imposição de tal ideologia
nas escolas?
Dra.
Marisa Lobo — Essa “ideologia” causa conflitos de
identidade, patologias, como transtorno de identidade de gênero
(disforia de gênero CID 10-F64), que hoje se tornou a maior
preocupação de entidades que se ocupam deste mal. O Instituto de
Disforia de Gênero do Reino Unido, por exemplo, emitiu em 2015 um
alerta à sociedade mundial ao constatar o aumento de 1000% de casos
devido à promoção dessa desconstrução da identidade sexual na
sociedade e nas escolas. Por sua vez, a Associação de Pediatria
americana também emitiu um documento pedindo que países não
promovam a Ideologia de Gênero nas escolas, exatamente por se
tratar de uma violência à integridade física e psíquica da
criança.
A
crença de uma pessoa de ser algo que ela não é, na melhor das
hipóteses, representa um sinal de pensamento confuso. Quando um
menino biologicamente saudável acredita ser uma menina, ou uma
menina biologicamente saudável acredita ser um menino, existe um
problema psicológico objetivo que está na mente, não no corpo, e
deve ser tratado dessa forma.
Essas
crianças sofrem de disforia de gênero, formalmente conhecida como
transtorno de Identidade
de Gênero,
uma desordem mental reconhecida na edição mais recente do Manual
Diagnóstico e Estatístico da American
Psychiatric Association.
A psicodinâmica e as teorias de aprendizagem social dessa desordem
nunca foram refutadas.
Catolicismo
— No Gênesis está escrito: “Deus
criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem
e a mulher” (Gen. 1, 27). A
Igreja Católica sacramenta a união entre um homem e uma mulher por
meio da instituição do matrimônio. Desejar impor a Ideologia
de Gênero, contrária à
criação e aos ensinamentos da Igreja, não constitui um estado de
guerra aberta contra os ensinamentos divinos, a Igreja e a
instituição da família, alicerce da sociedade?
Dra.
Marisa Lobo — Na verdade, os
promotores dessa Ideologia de Gênero
não acreditam que exista um Deus e a utilizam como um mecanismo de
desconstrução de todas as religiões que têm como base a família
e acreditam no criacionismo divino. Estamos vivendo, sim, uma guerra
ideológico-política que visa destruir a família heterossexual como
base, célula-mater
da sociedade.
Catolicismo
— Querer impor a Ideologia
de Gênero nas escolas não
viola o Estatuto da Criança e do Adolescente destinado a proteger
nossas crianças contra aberrações como essa?
Dra.
Marisa Lobo — No meu entender, sim, já que o Estatuto é para
defender a criança e o adolescente de toda e qualquer violência e
cabe aos pais a educação moral e sexual dos seus filhos. Também,
como perita criminal de casos de abusos, entendo que a aplicação
dessa ideologia pela via da doutrinação infantil erotiza crianças,
ultrapassa limites e isso é uma violação dos direitos da criança.
Poderíamos
citar inúmeros problemas vivenciados por crianças que estão sendo
erotizadas na escola por conta dessa doutrinação. Mas, o que se vê
é um discurso de “direitos humanos”, de luta por preconceito, de
empoderamento da mulher, quando na verdade estão masculinizando
meninas e efeminando meninos, já que a luta é desfazer todas as
diferenças, para acabar com a violência contra a mulher.
No
discurso dos “ideólogos de gênero”, parece ser uma boa
intenção, quando na verdade desconstroem toda a identidade sexual
do ser humano, promovendo inúmeros conflitos psicológicos, físicos,
sociais e familiares.
Catolicismo
— Com frequência, a mídia utiliza de sua grande influência para
propagar a Ideologia de Gênero
e, muitas vezes, procurando apontar que aqueles que são contrários
a tais ideologias absurdas são preconceituosos. O que a senhora
poderia dizer a nossos leitores a respeito?
Dra.
Marisa Lobo — Recentemente, no programa “Encontro”, da
Fátima Bernardes (17-2-17), a “TV GLOBO” promoveu mais uma vez a
questão dos transgêneros, crianças transgênero. Foi mais uma
tentativa de doutrinar a sociedade e mostrar que isso é “normal”.
Procura-se impor que qualquer ser humano pode escolher um “gênero”
independente do seu sexo de nascimento. Note que a emissora o faz,
sem o contraditório científico. Prova o quanto é irresponsável
e negligente.
Basta
ler o que afirma todos os compêndios de psiquiatria, manual de
diagnóstico estatístico, entre outros documentos científicos. Sou
pesquisadora e já publiquei dois livros (registrados na Biblioteca
Nacional) sobre a Ideologia de Gênero. Em minha opinião,
essa doutrinação é irresponsável porque nega que seja um
transtorno da infância e que na maioria dos casos não se consolida,
como já provam os referidos documentos científicos.
Programas
televisivos, como o que mencionei, tratam a questão de forma
fantasiosa. Subtraem a consciência e minimizam riscos e futuros
sofrimentos. Essa abordagem serve apenas para gerar conflitos,
sobretudo se apresentada sem um contraponto. Creio que deveriam pelo
menos buscar a opinião de institutos internacionais, que veem os
casos raros com muito cuidado. Teríamos assim uma análise mais
sóbria a respeito desta questão.
Mas
a mídia — com raras exceções — promove tal doutrinação
indiscriminadamente. Podemos falar a verdade sem preconceito? —
Sim. Mas como falar, se a verdade já está estigmatizada como
preconceituosa?
A
“TV Globo” tenta acabar com o que acha ser preconceito e promove
a disforia de gênero. Infelizmente, o que se vê é que estão
fazendo irresponsavelmente malabarismo com a ciência.
Catolicismo
— A senhora tem se destacado também na luta em defesa da
família e contrária à legalização das drogas, especialmente da
maconha. Por quê?
Dra.
Marisa Lobo — Porque vejo a maconha sendo tratada como uma
droga “inocente” e não é, conforme inúmeros estudos
científicos atuais, inclusive realizados por países onde a droga
foi legalizada.
Posso
citar a Holanda, que se mostra arrependida, voltando atrás devido ao
desastre social causado pela legalização das drogas. Agora estão
impondo à sociedade holandesa uma regulamentação severa, para
tentar minimizar os efeitos catastróficos de tal legalização
naquele país, que é conhecido como a nação do turismo da maconha
e da livre prostituição.
Aqui
no Brasil, a maconha está servindo como porta de entrada para a
legalização de todas as demais drogas. Recentemente, um ministro do
STF defendeu em seu discurso a legalização da maconha. Esta entra
como cobaia para a legalização de drogas ainda mais pesadas, como a
cocaína, e, em seguida, todas as outras drogas.
A
lei é uma das vias da prevenção, precisamos dela para apoiar as
famílias que lutam com seus filhos dependentes. Já tive quase 600
pacientes em minha caminhada e 90% dos dependentes químicos
começaram com a maconha.
Catolicismo
— Poderia dar algumas razões dessa sua posição?
Dra.
Marisa Lobo — A maconha causa crise amotivacional e déficit de
atenção; desencadeia esquizofrenia em pelo menos 20% dos jovens e
surtos psicóticos. É uma droga perturbadora do sistema nervoso
central, causa alguns tipos de câncer, enfisema pulmonar, entre
inúmeras doenças que no início não são percebidas por ser uma
droga progressiva e que nem a todos vicia. Por isso a falsa ideia de
que é uma droga inocente. É uma desonestidade intelectual.
A
maconha não vai resolver os graves problemas causados pelo tráfico
de drogas e pela violência, apenas vai mudar o nome dos crimes, por
exemplo, de tráfico para contrabando etc.
Catolicismo
— Como explicar que políticos e até ministro do STF se manifestem
a favor da legalização das drogas, abstraindo de princípios
morais, dos efeitos nocivos no organismo humano e da associação
com a violência?
Dra.
Marisa Lobo — Como sempre digo, moral para essas pessoas é
algo relativo. Acho irresponsável um ministro do STF — que teria o
poder e a obrigação de proteger a sociedade — nos entregar nas
mãos de viciados em drogas, que são doentes intelectuais com o
senso crítico e a noção de julgamento rebaixados, podendo causar
inúmeros danos à sociedade, como já tem acontecido. Inúmeros
crimes, às vezes os mais violentos, são causados por pessoas após
o uso de drogas; “drogas legais”, como o álcool, a cocaína, o
crack, a maconha. Então, imagine quando isso for legalizado…
Creio
que o referido ministro está sendo infeliz e irresponsável em sua
militância ativista, negligenciando estudos científicos. Pior, quer
colocar na sociedade o ônus do caos dos presídios, quando afirma
que a superlotação se deve às prisões por tráfico de drogas.
Lamentável essa posição. Ele anda com seguranças, carros
blindados, mora bem, não precisa se preocupar com viciados na porta
de sua casa, ou ainda, se seu filho usar drogas e se viciar, ele
poderá interná-lo numa boa clínica.
Catolicismo
— Certos defensores da legalização das drogas afirmam que onde
elas são legalizadas cai o consumo e os níveis de violência.
Dra.
Marisa Lobo — É falso dizer que a
violência nada tem a ver com a legalização das drogas. Esse
discurso é mentiroso. Em toda a legalização o consumo tende a
aumentar. Portugal, por exemplo, que legalizou as drogas, sofre hoje
com o aumento da violência e o tráfico paralelo em torno dos locais
de uso. A Holanda sofre com o contrabando, com plantações ilegais e
com a cidade dividida, uma parte presa dentro de casa. E pior! A
Holanda hoje tem o maior problema de saúde pública, uma epidemia
que é a esquizofrenia de jovens em decorrência do uso de drogas.
Catolicismo
— O que a senhora como terapeuta sugere aos pais com filhos
enfrentando esses problemas?
Dra.
Marisa Lobo — Que os pais dialoguem com seus filhos. Conversem
mais. Amem mais suas crianças. Ensinem valores. Falem abertamente
sobre as drogas. Sejam mais amigos. Monitorem com carinho seus
filhos. Uma coisa é certa: pais que levam seus filhos à igreja, que
tratam seus filhos com respeito e se fazem respeitar, que vivem em
família, cada um com sua função em amor e respeito, raramente
terão filhos usuários de drogas. Ensinem a seus filhos que as
drogas fazem mal à saúde, tiram a alegria de viver, destroem sonhos
e chegam a matar.
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