DITADA À IRMÃ JOSEFA MENÉNDEZ1
-----------------
A Prisão do Tabernáculo
17 de Março, de 1923.
“… Comparemos aqui a prisão (na noite da Paixão) com o tabernáculo… e sobretudo com o coração dos que Me recebem:
Na prisão, Eu não estive senão parte da noite; no tabernáculo, porém… quantos dias e noites!…
Quantos dias ficarei esperando que tal ou tal alma Me venha visitar e receber-Me no seu coração!… Quantas noites passadas a desejar a sua vinda!… Mas, ah! Ela deixa-se dominar pelas suas ocupações… pelo desleixo… pelo receio de prejudicar a saúde… e não vem!…
Esperava-te, alma querida, para Me apagares a Sede e mitigares a minha Tristeza… e tu não vieste!…
Quantas vezes também terei fome de almas… de sua fidelidade… de sua generosidade… Saberão elas acalmar esta fome ardente com uma pequena vitória ou uma ligeira mortificação?… Saberão aliviar a minha Tristeza com a sua ternura e compaixão?… Saberão, num momento mais doloroso para a sua natureza, ou quando tenham que suportar um sofrimento qualquer… um esquecimento… um desprezo… uma contrariedade… uma aflição da alma ou da família… dizer-Me do fundo da alma: “Isto é para adoçar a vossa Tristeza, para Vos acompanhar na vossa Solidão?…
Ah! Se soubessem unir-se a Mim assim, com que paz não venceriam elas a dificuldade… como não sairia fortalecida a sua alma, e o meu Coração consolado e confortado!…
Almas eleitas, aproximai-vos do vosso Esposo na sua Prisão: Contemplai-O naquela noite de dores… e vede como estas se prolongam ainda na solidão de tantos tabernáculos… e na frieza de tantas almas!…
Quereis dar-Me uma prova do vosso amor?… Deixai-Me o vosso coração para dele fazer a minha Prisão…
Prendei-Me com as cadeias do vosso amor…
Cobri-Me com as vossas delicadezas…
Acalmai a minha Fome com a vossa generosidade…
Dai-Me a beber do vosso zelo…
Consolai a minha Tristeza com a fidelidade da vossa presença…
Se quereis que Eu repouse em vós, preparai o meu Leito com os vossos atos de mortificação… Refreai a vossa imaginação e acalmai o tumulto das vossas paixões… Então, no silêncio da vossa alma, dormirei tranquilo, e vós ouvireis minha Voz suave sussurrar: ‘Esposa minha! Tu hoje és o meu Repouso, Eu serei o teu na eternidade!… Guardaste-Me na prisão do teu coração com tanta vigilância e amor, que a tua recompensa será sem limites… e nunca te arrependerás do que por Mim sacrificaste durante a vida!…’.”
________________________
1. A causa da sua Beatificação foi introduzida em Novembro de 1948.
Nenhum comentário:
Postar um comentário