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"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

O Santo Sacrifício da Missa e o Purgatório.

 


O Seguinte exemplo nos mostrará a dupla utilidade da Santa Missa, para nós e para as Almas do Purgatório.


Maria, jovem e virtuosa costureira, mandava celebrar, todos os meses, uma Missa pela alma que estivesse mais próxima de libertar-se do Purgatório. Deus prova aqueles que O amam: Maria passou por uma longa série de provações. Uma penosa moléstia a reteve no leito durante um ano, fazendo-lhe perder todos os fregueses. Para escapar à miséria, foi-lhe preciso procurar uma colocação de criada. Tristemente ocupada com este pensamento, a jovem, a primeira vez que saiu, dirigiu-se à igreja. Pelo caminho, lembrou-se de não ter cumprido sua promessa em favor das Almas do Purgatório. Que fazer? A doença esgotara-lhe as modestas economias. Restava-lhe apenas uma única moeda de prata, justamente o necessário para mandar celebrar uma Missa. Maria não hesitou e decidiu-se a mandar celebrá-la. Chegando à igreja, viu um Padre dispor-se a subir ao altar e perguntou-lhe se podia ter a intenção de sua Missa. À resposta afirmativa, Maria entregou-lhe a modesta espórtula, assistiu ao Santo Sacrifício e comungou, em favor da alma que primeiro devesse voar para o Céu. Ao sair da igreja, um jovem de nobre aspecto, saudou-a e disse-lhe:


– “Está procurando uma colocação, não é verdade?”


– “Sim, senhor; porém, como pode saber disto se ainda não falei a pessoa alguma, e além do mais, não me conhece?”


– “Não importa, respondeu o desconhecido, com um sorriso nos lábios, vá, nesta rua, em tal número, achará uma senhora que a tomará a seu serviço, e com a qual será perfeitamente feliz”, e desapareceu incontinenti.


Maria foi à casa indicada que tinha um belo aspecto: uma venerável senhora abriu a porta.


– “É verdade, disse ela, depois de ter ouvido a jovem, é verdade, procuro uma criada e ia sair por este motivo. Como, porém, soube? Ontem, à noite, foi que dispensei minha criada, por sérios e graves motivos; ninguém o sabe. Não posso compreender como veio a sabê-lo”.


Maria não pôde resistir ao desejo de narrar o seu encontro com o moço, cuja pessoa inspirava confiança. Ao entrar no quarto de sua nova patroa, o olhar de Maria caiu sobre um belo retrato de tamanho natural.


– “Senhora, exclamou ela, eis aí o senhor que me indicou vossa morada, e do qual nunca poderei esquecer a angélica beleza”.


A senhora empalideceu e deixou-se cair num sofá:


– “Que está dizendo? É o retrato de meu filho, falecido há quatro anos!”


Maria compreendeu logo a misericordiosa bondade de Deus para com ela, ajoelhou-se ao lado da pobre mãe, debulhada em lágrimas, e contou-lhe sua história: sua doença, a última moeda oferecida à alma do Purgatório, pela qual os méritos de uma só Missa libertassem, seu abandono à Providência.


– “Minha filha, exclamou então a senhora, devo-te a felicidade eterna de meu filho! Morreu tão piedosamente! Ah, julgava-o no Céu, há tanto tempo! E, sem ti, seu Purgatório duraria ainda; é ele quem te manda! Bendito seja Deus! Ficarás sempre comigo, não como criada, mas como amiga e irmã!”


Ah, se pudesses contemplar, com teus olhos mortais, os rios de graças que do altar se derramam sobre o Purgatório, com que pressa procurarias, para as almas exiladas, este divino benefício! Não objetes tua pobreza. É verdade, a pobreza pode privar-te do prazer de mandar celebrar os divinos Mistérios; porém, não já te explicamos que a simples audição da Santa Missa é por si muito meritória? Assiste-a e, para aumentar tua caridade, pede a teus amigos que ouçam também uma ou mais Missas, na intenção das Almas do Purgatório.


Era o conselho de um homem de Deus a uma pobre viúva que lamentava não poder mandar celebrar Missas por seu defunto marido. “Assisti, frequentemente, ao Santo Sacrifício por ele; deste modo será mais prontamente libertado do que por uma ou duas Missas celebradas em sua intenção”. Este excelente conselho o damos de bom grado aos pobres; não que seja menos vantajoso fazer celebrar a Missa, quando se pode, porém, é uma consolação para a alma do Purgatório ver-te oferecer, por ela, nosso Senhor a seu Pai. Então o precioso Sangue a inunda como orvalho celeste. Não jamais um doente devorado pela febre foi tão aliviado por um copo de água fresca, como os nossos caros defuntos, quando, na Santa Missa, derramamos, misticamente, sobre eles algumas gotas deste Sangue divino.


No interesse dos nossos defuntos, deixa-nos acrescentar ainda: Quando se incensam os túmulos ou se aspergem com água benta, as pobres almas sentem alívio. As gotas de água benta, na verdade, não molham senão a terra, mas a virtude que lhes concedem a bênção e as orações da Igreja, chegam, como um refrigério, até o Purgatório. Asperge, pois, muitas vezes os túmulos daqueles que choras, para consolá-los e aliviá-los.



Fonte: “Explicação da Santa Missa”, pelo Venerável Martinho de Cochem, O.F.M.Cap., Cap. XXII, pp. 260-263. 2ª Edição, Typ. de S. Francisco, Bahia, 1914.


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