Santo Aniceto, festejado em 17 de Abril, nasceu na Síria, morreu Mártir e foi sepultado no cemitério de São Calisto nas Catacumbas. Proibiu ao Clero cultivar o cabelo; não se trata aqui da tonsura, ou “coroa clerical”, de uso mais antigo, mas sim da recomendação de se evitar o cuidado profano e vaidoso, recomendação já feita pelo Apóstolo. – Em seu tempo, São Policarpo, Bispo de Esmirna (Ásia Menor) veio a Roma, para tratar da questão de se fixar o dia da Páscoa. A visita de Policarpo e suas deferências para com Aniceto são índices da Comunhão das Igrejas e da necessidade de se recorrer ao Bispo de Roma, mesmo em questões disciplinares. Veio também o escritor grego Hegésipo, talvez um judeu convertido, em visita às Igrejas do Ocidente. É autor de cinco livros de comentários desde a Paixão de Cristo até seu tempo. Pena que se haja perdido obra tão preciosa; restam alguns fragmentos nos escritos de Eusébio. Por ele sabemos da sucessão Aniceto-Sotero-Eleutério e de sua fé na Tradição Apostólica como critério de Catolicidade.
A Igreja de Aniceto atraiu muitos homens sequiosos da verdade. Justino, o filósofo, cansado das teorias estoicas, peripatéticas e pitagóricas, insatisfeito com o platonismo, abriu sua alma ao Evangelho de Cristo, a Quem defendeu com seus escritos, fundou uma escola de filosofia cristã e encerrou gloriosamente sua vida no martírio. – Em 1604 o duque de Altaemps dedicou a Santo Aniceto uma linda capela, com este elogio: “Se a perfeita inteligência da Escritura, se a inocência e santidade de vida, se a glória do martírio, bastam, cada uma de per si, para a imortalidade, o que devemos pensar do mérito de Santo Aniceto, que possuiu todos esses dons?”
Fonte: Pe. Iran Corrêa, S.D.B., “Biografias dos Papas – Guardiães Vigilantes dos Textos Sagrados através dos Séculos”, 17 de Abril, p. 35. Editora das Américas, São Paulo/SP, 1951.
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