ORAÇÕES1
para todos os dias da Novena
V. Vinde, † ó Deus em meu auxílio.
R. Senhor, apressai-Vos em socorrer-me.
V. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
R. Assim como era no princípio, agora e sempre, por todos os séculos dos séculos. Amém.
Oração Preparatória
Ó Deus, que nos destes, no vosso grande servo São Francisco, um modelo sublime da imitação de Cristo, dai-me a graça de meditar, com o coração devoto e dócil, as suas excelsas virtudes, para que, movido pelo seu exemplo e ajudado pela vossa divina graça, comece seriamente a emendar a minha vida, fugir do pecado, praticar a virtude, e aspirar, decidida e constantemente, à perfeição cristã, a fim de que, sendo imitador de São Francisco aqui na terra, mereça ser, um dia, admitido à participação de sua glória no Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.
Oração a São Francisco2
Glorioso Patriarca São Francisco, a quem o Senhor, por um prodígio de graças, se dignou tornar, desde o berço até à morte, uma viva imagem Sua, vós, que a Ele consagrastes todo o vosso coração e todo o vosso ser, e protestáveis desejar fazer por Ele, mediante o seu divino auxílio, obras cada vez maiores, dignai-vos, ó grande Patriarca dos pobres, lá dos Céus onde estais, lançar sobre nós a vossa bênção. Por aquele divino amor, que tanto vos abrasava, pelo qual pedíeis a Deus a graça de morrer por seu amor, como Ele tinha morrido pelo vosso, e pelo qual vos imprimiu as Suas cinco Chagas, lembrai-vos de nós. Rogai, ó grande Santo, pela Santa Igreja, da qual o Senhor vos quis fazer forte e inabalável coluna. Rogai à Virgem Santíssima da Conceição, à doce e excelsa Maria, poderosa protetora das Vossas três Ordens, que proteja o Sumo Pontífice, Chefe visível da Igreja, e alcance que essa Igreja triunfe sobre seus inimigos e, reunindo em seu seio os seus filhos, chame também a si todos aqueles que dela se acham extraviados; e igualmente os que ainda jazem nas trevas do paganismo, para que todos juntos cantemos no Céu eternamente as misericórdias do Senhor. Amém.
SÉTIMO DIA
São Francisco,
Serafim de Amor.
1ª Meditação. Todo o mundo dá a São Francisco de Assis o nome de “Santo Seráfico”. Por quê? Pelo seu ardente e admirável amor de Deus. Os Serafins – dizem os Santos Padres da Igreja são aqueles Anjos do Céu, que pelo seu imenso amor sobressaem aos outros, e se acham mais próximos do trono de Deus. São Francisco chama-se com razão “Serafim de amor”, pois tão grande, tão ardente e admirável era o seu amor, que é difícil imaginá-lo, e mais difícil descrevê-lo. “Quem seria capaz – exclama o próprio São Boaventura – de descrever o ardente amor que inflamava São Francisco, o amigo do divino Esposo!” “Ao ouvir a palavra ‘amor de Deus’ – continua – tornava-se imediatamente comovido e arrebatado, como se pelo arco daquela palavra fosse tocada a corda mais íntima do coração. Tudo, tudo o excitava ao amor de Deus, e toda a criação era para ele como uma escada, para subir até Aquele que é o Único digno de ser desejado sobre todas as coisas”. Todo o pensar e falar, todo o desejar e sentir de São Francisco era: amar a Deus. Horas e noites inteiras passava-as na meditação do infinito amor de Deus, e o seu amoroso coração desfazia-se então em atos de amor. “Meu Deus e meu tudo”, assim exclamava frequentemente, abismado no amor divino. E, como o seu coração ardia em amor de Deus, assim a sua língua falava e cantava este amor, procurando excitar todos os homens e todas as criaturas a amarem seu Deus e Criador. – E como São Francisco amava a Deus sobre todas as coisas, assim, por amor de Deus, amava ternamente ao seu próximo, abraçando a todos em santo amor e considerando a todos como seus irmãos em Jesus Cristo. Com especial afeto, porém, amava os pobres e desvalidos, dando tudo e sacrificando tudo, a fim de os consolar e aliviar-lhes a triste sorte.
Verdadeiro amor ao próximo manifesta-se, antes de tudo, pelo interesse que temos em salvar a sua alma imortal, para que ela, remida pelo Sangue do Filho de Deus, não pereça eternamente. São Francisco compreendia bem o valor da alma e fazia tudo quanto podia, para as salvar. Com fervor verdadeiramente apostólico andava pelas cidades e aldeias da Itália, pregando a palavra de Deus, chamando os pecadores à penitência, estimulando o fervor dos justos. Foi o mesmo zelo pela salvação das almas que o impeliu a deixar sua pátria e transpor o mar, a fim de pregar a verdadeira fé aos Sarracenos e ganha-los para o serviço de Cristo, disposto e desejoso de derramar o seu sangue por Jesus e pela salvação das almas. Foi pelo mesmo motivo que ele fundou as suas três Ordens; a primeira, para homens e a segunda para senhoras, que quisessem consagrar-se inteiramente a Deus e à salvação da própria alma; e a terceira, para os seculares, homens e senhoras, que nela teriam um apoio e poderoso auxílio para, no meio das preocupações e dos perigos do mundo, servirem mais fielmente a Deus e alcançarem maior perfeição. E quem poderia contar as almas que já se salvaram, e se salvam ainda em nossos dias, por estas três Ordens de São Francisco, poderosos baluartes da Santa Igreja Católica! Eis aí as obras e os frutos do amor seráfico de São Francisco.
2ª Meditação. Como a humildade lhes é fundamento, assim o amor é a consumação e a coroa de todas as virtudes: é aquela virtude divina que encerra todas as outras, e que por si basta para nos abrir as portas do Paraíso. Tendo o amor, temos tudo; basta amarmos verdadeiramente a Deus, e seremos salvos. E, pelo contrário, falta-nos tudo, de modo que todo o bem que fizermos de nada nos aproveita para o Céu, enquanto nos faltar a caridade, o verdadeiro amor de Deus.
Pois, diz Nosso Senhor: “Amarás ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e de toda a tua alma e de todo o teu entendimento; esse é o máximo e o primeiro Mandamento”.3
Cumprimos nós este máximo e primeiro Mandamento? Dizemos que sim! Mas onde estão as obras que provem o nosso amor? Há três coisas, principalmente, que provam o verdadeiro amor a Deus: observância dos Mandamentos, amor do próximo e sofrimento por Deus.
Pois Jesus Cristo mesmo disse: “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama”.4
Guardas fielmente os Mandamentos de Deus e os Preceitos de sua Santa Igreja?
Em segundo lugar, devemos mostrar o nosso amor de Deus, amando sinceramente ao nosso próximo, isto é, a todos os homens, amigos e inimigos, sem excluir ninguém do nosso amor. Embora mil vezes renovemos os nossos protestos de amor a Deus e mil vezes rezemos: “Meu Deus, eu Vos amo”, será mentira, será perigosa ilusão, enquanto não amarmos de coração ao nosso próximo, pois, “se alguém disser – assim fala o Apóstolo do amor – eu amo a Deus, e aborrecer o seu irmão, é um mentiroso. Porque aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, como pode amar a Deus, a quem não vê?”5 Desterremos, pois, do nosso coração qualquer aversão e qualquer sentimento de ódio e de vingança para com o próximo! Desejemos bem a todos e façamos bem a todos, principalmente aos pobres. Rezemos também por todos, em particular, pelos pobres, provando, assim, pelo sincero amor do próximo, o nosso amor de Deus!
Enfim, em terceiro lugar, devemos mostrar que amamos a Deus, na hora do sofrimento, aceitando tudo da sua mão e sofrendo, se não com alegria, ao menos com perfeita resignação e paciência, por amor d’Aquele que morreu na Cruz por nosso amor. Como o ouro é provado no fogo material, assim o ouro do amor de Deus é provado pelo fogo dos sofrimentos e das tribulações. É então, que devemos provar que o nosso amor a Deus é verdadeiro e constante, amor que sabe sofrer pelo amado.
Mas, ai! Quanto medo temos ainda do sofrimento, quanto horror a qualquer tribulação! Com que cuidado procuramos fugir e afastar de nós, tudo que nos poderia causar desgosto ou padecimento qualquer! Será isso verdadeiro amor de Deus?!
Imitemos de hoje em diante, São Francisco, o Serafim de amor. Esforcemo-nos cada vez mais por amar a Deus de fato, e sobre todas as coisas, e ao próximo como a nós mesmos, e rezemos fervorosamente a São Francisco, para que nos alcance ao menos uma centelha daquele ardente amor, de que era inflamado o seu coração seráfico!
Oração
Ó Deus de amor, cheio de confusão e arrependimento, prostro-me aos vossos pés e confesso que até agora pouco Vos tenho amado. Vós sois meu Deus, meu sumo bem e infinitamente amável! Sois meu melhor Pai e maior benfeitor, que me amou desde toda a eternidade e dia a dia me dá provas abundantes de seu amor. E eu, em vez de Vos agradecer tanto amor, tenho-O retribuído com ingratidão e pecados! Perdoai-me, Deus de amor! Neste dia de novo Vos entrego o meu coração, com todos os seus afetos, com todo o seu amor. Será todo vosso para amar somente a Vós, sobre todas as coisas do mundo.
Sim, meu Deus, quero amar-Vos de todo o coração, e provar este amor guardando os vossos Mandamentos, amando sinceramente meu próximo e sofrendo de boa vontade tudo que Vos aprouver mandar-me. Ajudai-me e inflamai meu coração com O vosso santo amor.
São Francisco, Serafim de amor, como ardia vosso coração do verdadeiro amor de Deus! Rogai por mim, pecador, para que, de hoje em diante não ame senão a Deus sobre tudo, e tudo em Deus, e que persevere neste santo amor até ao fim. Assim seja.
*Rezar 5 Pai Nossos, Ave Marias e Glória ao Pai, em honra das Cinco Chagas de São Francisco de Assis.
Ladainha de São Francisco de Assis
(Para uso Privado)
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo,
tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
Deus Pai do Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, tende piedade de nós.
Deus Espírito Santo, tende piedade de nós.
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
Santa Virgem imaculada, rogai por nós.
São Francisco Seráfico, rogai por nós.
São Francisco, pai sapientíssimo, rogai por nós.
São Francisco, pai dos pobres, rogai por nós.
São Francisco, que desprezastes o mundo, rogai por nós.
São Francisco, espelho da penitência, rogai por nós.
São Francisco, vencedor dos vícios, rogai por nós.
São Francisco, zeloso imitador de Cristo, rogai por nós.
São Francisco, com as Chagas de Jesus adornado, rogai por nós.
São Francisco, amante da pobreza, rogai por nós.
São Francisco, mestre da obediência, rogai por nós.
São Francisco, espelho puríssimo da castidade, rogai por nós.
São Francisco, norma da humildade, rogai por nós.
São Francisco, pai rico de graças, rogai por nós.
São Francisco, caminho dos que erram, rogai por nós.
São Francisco, auxílio dos enfermos, rogai por nós.
São Francisco, coluna da Igreja, rogai por nós.
São Francisco, protetor da fé, rogai por nós.
São Francisco, herói valente de Cristo, rogai por nós.
São Francisco, baluarte dos que pelejam, rogai por nós.
São Francisco, escudo inexpugnável, rogai por nós.
São Francisco, martelo dos hereges, rogai por nós.
São Francisco, apóstolo dos infiéis, rogai por nós.
São Francisco, sustentáculo dos fracos, rogai por nós.
São Francisco, ressuscitador dos mortos, rogai por nós.
São Francisco, saúde dos leprosos, rogai por nós.
São Francisco, seráfico do mais ardente amor, rogai por nós.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós.
Pai Nosso, Ave Maria, Glória ao Pai.
V. Rogai por nós, São Francisco de Assis.
R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
Oremos: Deus onipotente, cuja providência governa tudo, ouvi a oração de vossos servos e fazei com que, celebrando devotamente a memória do glorioso confessor vosso, sejamos dignos de contemplar a glória do vosso Filho Unigênito, que convosco vive e reina pelos séculos dos séculos. Amém.
Oração de São Francisco,
para obter o perfeito amor.
Santíssimo Senhor Jesus Cristo, instantemente Vos peço, que a ardente e suave força de vosso Amor, demova o meu coração de todo o afeto das coisas que estão abaixo do Céu; a fim de que, eu deseje morrer por amor de Vós, como Vós, Vos dignastes morrer por meu amor. Amém.
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1. “Novena em Honra de São Francisco de Assis”, por Fr. Júlio Janssen, O.F.M., pp. 61-70 e 87-89. 5ª Edição, Editora Vozes, Petrópolis/RJ, 1935.
2. Indulgenciada.
3. Math. 22, 37-38.
4. Jo. 14, 21.
5. I Jo. 4, 20.
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