Os
3 Grandes
Castigos
Para
o Brasil!
Fez-se
inexplicável silêncio sobre as aparições de Nossa Senhora no
agreste pernambucano em 1936 e caíram no esquecimento. Mas a Ssma.
Virgem anunciara que viriam tempos calamitosos e três grandes
castigos para o Brasil.
No
primeiro artigo, reproduzido abaixo, seu autor comenta essas
previsões sobre o prisma da crise da Igreja e a ameaça comunista ao
Brasil.
O
segundo texto, do grande lutador Pe. Júlio Maria, apresenta uma
pormenorizada narração dessas aparições de 1936 em que Nossa
Senhora anunciou que o sangue inundará o Brasil.
A
VIRGEM SANTÍSSIMA AFIRMA QUE O BRASIL PASSARÁ POR UMA SANGRENTA
REVOLUÇÃO PROMOVIDA PELO COMUNISMO!
FRANCISCO
ALMEIDA ARAÚJO *
Todos
quantos me conhecem através de meus escritos, palestras, cursos e
programas de Rádio e Televisão promovidos em todas as regiões do
nosso querido Brasil, sabem da minha relutância em divulgar
revelações particulares ainda não reconhecidas pelo Magistério da
Igreja. No entanto, de todas as “revelações particulares” que
tem sido divulgada em nosso país, a única que apresenta séria
evidência de veracidade é a que transcrevo abaixo, de forma
resumida, a partir do que foi dado a público pelo saudoso e
combativo Pe. Júlio Maria, em seu livro “O Fim do Mundo está
Próximo”, editado (2ª edição) em julho de 1939, pela Livraria
Boa Imprensa – RJ.
A
Virgem Santíssima, Mãe de nosso Deus e Redentor Jesus Cristo,
apareceu no dia 6 de agosto de 1936, para duas meninas, Maria da Luz
e Maria da Conceição, num lugarejo denominado Sítio da Guarda,
localizado no Distrito de Cimbres, pertencente a cidade de Pesqueira,
no agreste pernambucano.
Naquele
dia, enquanto trabalhavam na colheita de mamona, conversavam sobre o
que se passava na região e é neste momento que Maria da Conceição,
olhando para uma pequena montanha bem próxima do local onde estavam,
disse para Maria da Luz: “Veja lá uma Senhora”. Era uma Senhora
com um belo menino segurado pelo braço esquerdo e que acenava para
elas, chamando-as. Enquanto falavam entre si como chegariam até o
local, a mãe de Maria da Luz chamou-as para almoçarem. Eram onze
horas da manhã. As meninas disseram-lhe que queriam antes subir até
a montanha, contando tudo o que viam para a mãe de Maria da Luz. O
assunto chegou ao conhecimento do pai de Maria da Luz, o senhor
Artur. Este interrogou as meninas e dando crédito às meninas, tomou
uma foice para abrir uma trilha e foi com elas até o local. Logo
seguiu a eles a mãe de Maria da Luz com demais filhos menores.
Maria
da Luz e Maria da Conceição alegavam estarem vendo diante delas uma
bela senhora com um belíssimo menino. Nada, no entanto viam os
demais. O pai de Maria da Luz mandou então que perguntassem àquela
senhora o que desejava. Ao fazerem a pergunta, a senhora respondeu:
“Minhas filhas, virão tempos calamitosos para o Brasil! Dizei a
todo o povo que se aproximam três grandes castigos, se não fizer
muita penitência e oração”.
Logo
a notícia se espalhou por toda a redondeza, chegando ao conhecimento
do Pároco e do Bispo da Diocese.
As
advertências de Nossa Senhora eram reiteradas. Ela sempre pedia
insistentemente que era preciso rezar e fazer penitência caso
contrário o Brasil receberia um severo castigo.
O
bispo diocesano designou um sacerdote para investigar o caso e este
padre entregou às meninas, seis perguntas que elas deveriam
apresentar à Senhora. Mencionarei apenas a quarta e a sexta pergunta
e as respostas dadas pela Senhora.
º
Dizei quem sois e que quereis? – “Sou a Mãe da Graça e venho
avisar ao povo que se aproximam três grandes castigos”.
º
Que significa o sangue das vossas mãos? – “Representa o sangue
que será derramado no Brasil”.
O
mesmo sacerdote designado pelo bispo, por várias vezes, interrogou
as meninas, em separado, e por fim, foi ao local com elas e fez cerca
de noventa perguntas em alemão, língua que as meninas nada
compreendiam e a Senhora respondia, através das videntes, em
português. Dentre estas perguntas, em alemão, o padre procurou
saber por que Nossa Senhora estava aparecendo ali e esta respondeu:
“Para avisar ao povo que três grandes castigos cairão sobre o
Brasil”. Por mais duas vezes, em dias diferentes, a mesma pergunta
foi feita e a mesma resposta foi dada. O sacerdote perguntou também,
sempre em alemão, o seguinte:
º
Que é necessário fazer para desviar os castigos? – “Penitência
e oração”.
º
Qual a invocação desta aparição? – “Das Graças”.
º
Que significa o sangue que corre das vossas mãos? – “O sangue
que inundará o Brasil”.
º
Virá o comunismo a penetrar no Brasil? – “Sim”.
º
Em todo o País? – “Sim”.
º
Os padres e os bispos sofrerão muito? – “Sim”.
º
Será como na Espanha? – “Quase”.
º
Quais as devoções que se devem praticar para afastar esses males?
- “ Ao coração de Jesus e a mim”.
º
Esta aparição é a repetição de La Salette? – “Sim”.
Aqui
termino o resumo que fiz do texto do intrépido Pe. Júlio Maria e
passo a comentar esta aparição de Nossa Senhora da Graças. Chamo a
atenção para o seguinte:
1ª)
São três castigos, sendo um deles uma sangrenta revolução
promovida por homens ímpios para implantar no Brasil uma ditadura
comunista; 2ª) Será semelhante à revolução espanhola de 1936 e,
3ª) É uma repetição da aparição de Nossa Senhora em La Salette,
França, aparição esta devidamente reconhecida pela Igreja.
Quem
conhece as revelações de Nossa Senhora em Fátima, Portugal, em
1917, percebe que há uma grande semelhança entre esta, a de La
Sallete e a que estamos comentando, aqui do Brasil.
Em
Fátima Nossa Senhora apareceu para alertar o mundo e a Igreja do
perigo da ideologia comunista, e que esta se espalharia pelo mundo
todo. Vale lembrar que a Igreja, por várias vezes, já condenou o
comunismo e o socialismo, de sorte que um católico fiel não pode
jamais apoiar qualquer forma de socialismo, marxismo, comunismo.
Nomes diferentes para o mesmo mal, o mesmo veneno.
Relembremo-nos
das palavras da Virgem Santíssima, em Fátima: “Se atenderem a
meus pedidos a Rússia se converterá e terão paz. Se não,
espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições
à Igreja. Os bons serão martirizados...”.
A
história revela-nos que Nossa Senhora não foi atendida e o
comunismo, o socialismo, se espalhou como uma terrível peste pelo
mundo todo.
O
socialismo com suas sangrentas revoluções e sua ideologia é um dos
três castigos mencionados pela Virgem Maria, em 6 de agosto de 1936
no Estado de Pernambuco.
Um
outro castigo, o principal, o mais terrível, do qual os demais são
mera consequência,
mencionado em La Salette, Fátima e Brasil é a apostasia, a perda da
Fé, com sua corrupção moral.
Já
mencionamos as palavras de Nossa Senhora aqui no Brasil e em Fátima;
mencionaremos agora o que ela disse em La Salette: “ Os sacerdotes,
ministros de meu Filho, os próprios sacerdotes, por suas más vidas,
por suas irreverências e impiedades ao celebrar os Santos Mistérios,
por seu amor ao dinheiro, as honras e aos prazeres converteram-se em
cloacas (esgotos) de impureza (...) Deus vai castigar o mundo de uma
maneira sem precedentes”.
O
cardeal Mario Luigi Ciappi disse, em março de 2002: “ No terceiro
segredo (de Fátima) é predito, entre outras coisas, que a grande
apostasia na Igreja começaria pela hierarquia”.
Outras
semelhanças entre as aparições mencionadas: “Para se evitar o
castigo é preciso rezar o santo rosário, fazer penitência, ter
devoção ao Sagrado Coração de Jesus e ao Imaculado Coração de
Maria”.
Nos
anos noventa estive em Cimbres, diocese de Pesqueira, Pernambuco,
dirigindo uma peregrinação ao local das aparições, conforme fotos
em meu poder. Com a vidente Maria da Luz que se tornou religiosa do
Instituto das Damas da Instrução Cristã, onde recebeu o nome
religioso de Irmã Adélia, estive por três vezes. A última vez que
a entrevistei foi em onze de dezembro de 2003, uma quinta- feira, à
tarde, no Colégio das Damas, em Recife PE, onde reside. Nesta
ocasião mostrei a ela o número de julho de 2003 do Jornal
Inconfidência e que trazia um artigo intitulado “Profecia e
Vigília”, de autoria do General de Exército Sérgio Augusto de
Avellar Coutinho, sobre a aparição da Virgem Maria a ela – Irmã
Adélia –, na época a menina Maria da Luz. Irmã Adélia se
encontrava adoentada, fazendo uso de uma cadeira de rodas, mas
perfeitamente lúcida, e tão logo terminei a leitura do artigo para
ela, a mesma, com voz embargada, pela emoção, me confirmou tudo e
me disse que estava muito breve a se realizar o castigo da revolução
comunista no Brasil e por três vezes repetiu para mim: “Diga ao
povo que reze o rosário e que faça penitência”. Tirei fotos com
ela nesta ocasião, pois julgava que fosse, quem sabe, a última vez
que estaria falando com ela. A poucos dias telefonei para amigos em
Recife e tive a alegria de saber que Irmã Adélia está viva.
Em
seu artigo o General Avellar Coutinho, lembrava a triste e covarde
Intentona comunista em novembro de 1935, a revolução comunista na
Espanha, a qual teve início em 17 de julho de 1936 e que poucos dias
depois deste acontecimento, Nossa Senhora aparece no agreste
pernambucano e ele “arrisca uma especulação” (são palavras
dele), fazendo uso do número setenta tão significativos na
simbologia das profecias bíblicas e faz uma “ilação arbitrária”
(palavras dele) concluindo que 2006 poderia ser o ano do cumprimento
da profecia dada em 1936. Eu também me atrevo a fazer uma pergunta.
Por que Nossa Senhora apareceu no nordeste brasileiro, mais
precisamente em Pernambuco? Que ligação tem com a revolução em
marcha? Será que de lá do nordeste se iniciará esta revolução?
Será que um dos líderes é um pernambucano? Só Deus sabe!
Penso
e tomara Deus eu esteja enganado, a semelhança entre a revolução
comunista denunciada por Nossa Senhora no agreste pernambucano e a
revolução comunista na Espanha em 1936 é, além da crueldade, a
presença de comunistas de várias partes do mundo que lutarão
contra os brasileiros patriotas.
O
fato a se lamentar é que estamos presenciando com toda clareza um
processo revolucionário em marcha aqui no Brasil e em vários países
da América Latina. Querem implantar aqui o que não conseguiram
continuar no leste europeu.
O
que fazer? Obedecer Nossa Senhora! Rezar o rosário em praças
públicas, nas igrejas, nas escolas, nos locais de serviços, em
casas, em todo lugar e fazer penitência. Não colaborar com o mal
apoiando o comunismo e o socialismo.
Nossa
Senhora já salvou o Brasil de dois ataques do comunismo (1935 e
1964). Em 1964 foram as mulheres brasileiras, com a reza do terço
que enfrentaram o comunismo e o Brasil venceu. Naquela época
tínhamos o apoio da Igreja e das Forças Armadas. E agora? Onde
estão os bispos, os padres, os militares, as mulheres católicas do
nosso País? Quando a CNBB sairá a público para defender o rebanho
da ação maléfica do comunismo?
Não
nos devemos deixar ser enganados e para tanto termino narrando um
fato assombroso: a infiltração do comunismo na Igreja Católica e
em outras religiões. Já dizia Lênin, fundador do comunismo russo,
nos anos 20, que infiltraria a Igreja Católica, particularmente o
Vaticano.
Recentemente
tivemos a confirmação com Douglas Hyde, ex-comunista revelando que
nos anos 30 os chefes comunistas enviaram uma diretiva à escalada
mundial sobre a infiltração na Igreja Católica. No início dos
anos 50 a Dra. Bella Dodd, advogada, funcionária de destaque do
Partido Comunista Americano, deu informações pormenorizadas sobre
esta infiltração. Ouçamos suas próprias palavras: “Nos anos 30
pusemos mil e cem homens no sacerdócio para destruir a Igreja a
partir do seu interior”. Dez anos antes do Vaticano II ela
declarou: “Nesse momento estão nos cargos mais altos da Igreja”.
Afirmou ainda que aqueles infiltrados iriam provocar mudanças tão
radicais que “não reconhecerão a Igreja Católica”.
Na
primavera de 1962, na cidade de Metz, na França, o cardeal Eugène
Tisserant encontrou-se, nada mais nada menos, com o Metropolita
Nikodin, da “igreja ortodoxa russa”, um conhecido agente do KGB e
negociaram o que viria a ser conhecido como o Pacto de Metz, ou, mais
popularmente, o Acordo Vaticano – Moscou. Este é um triste e
irrefutável fato histórico. Dá-se a infiltração comunista na
Igreja.
Que
Nossa Senhora Aparecida – Rainha do Brasil nos salve do perigo
socialista, comunista. Que o padre Cícero e frei Damião,
missionários nordestinos, que tanto combateram o comunismo, protejam
e iluminem o sofrido e ordeiro povo nordestino.
_________
*
Francisco Almeida Araújo, ex- pastor batista, depois converteu-se ao
catolicismo e foi ordenado diácono permanente por D. José Pestana,
então Bispo de Anápolis. Faleceu em 2012, após receber os
sacramentos de Reconciliação, Eucaristia e Unção dos Enfermos.
Fonte: Diácono
Francisco de Almeida Araújo morre aos 72 anos.
Aparições
de
Maria
Santíssima
no
norte do Brasil
Pe.
Júlio Maria de Lombaerde
A
primeira edição deste livro estava no prelo quando tive notícia de
uma das aparições de Maria Santíssima no norte do Brasil.
A
notícia foi-me transmitida por um sacerdote exemplar, incapaz de
ilusão ou de fraude.
Preferi
esperar e deixar para mais tarde a divulgação do fato, que a
autoridade eclesiástica, sempre prudente e justamente desconfiada,
conservava secreta, para evitar precipitações ou juízos mal
fundados.
Eis
que perto de dois anos depois, um amigo enviou-me uma revista alemã,
de responsabilidade e de orientação segura: Konnesreuthes
Jahrbuch - 1936,
onde encontrei a narração resumida, mas completa, destas aparições.
É
desta revista que traduzo o fato, sem mudar nem acrescentar uma
vírgula. Achei as aparições revestidas de todos os requisitos de
veracidade, cabendo à autoridade eclesiástica pronunciar-se a
respeito, o que cedo ou tarde ela fará, seguindo como sempre segue,
as normas do tempo e da prudência.
Sendo
aparições e revelações privadas, estas têm apenas um valor
humano, e merecem só uma fé humana; porém mesmo assim vale a pena
citá-las e meditá-las, porque se a mesma credulidade é um mal, a
incredulidade sistemática é um mal maior.
Haverá
qualquer coisa de tão singular numa aparição da Mãe de Deus em
terras brasileiras?
Não
somos nós uma nação consagrada à Virgem Imaculada da Aparecida?
Não
somos nós, também, um povo amoroso e dedicado ao culto de nossa Mãe
Celeste?
Se
ela se dignou mostrar-se um dia em Lourdes, La Salette, Pontmain,
Pellevoisin, na França; em Fátima (Portugal) e ultimamente em
Bauraing e Baneaux, na Bélgica, porque ela não se mostraria também
no Brasil, dando-nos deste modo, uma prova de seu amor maternal e da
sua solicitude para com o povo brasileiro?
Cada
um poderá acreditar ou não acreditar nos fatos aqui narrados. A
Igreja nada determinou; há, pois, liberdade de aceitá-los ou de
rejeitá-los; como há liberdade de silenciar os fatos ou de
publicá-los.
É
apoiado sobre esta liberdade, sem querer adiantar os julgamentos da
autoridade eclesiástica, que aqui publico a tradução da Revista de
Koeningsreuth:
I.
PRIMEIRA APARIÇÃO
Maria
Santíssima apareceu ultimamente num lugarejo do norte, em agosto de
1936. Se omito o nome do lugar, é atendendo aos desejos das
autoridades eclesiásticas.
Era
a 6 de agosto de 1936.
Duas
meninas foram mandadas ao campo a fim de colher mamona. Uma chama-se
Maria da Luz, a outra Maria da Conceição. Esta é de família pobre
e conta 16 anos de idade, filha de um empregado do pai de Maria da
Luz.
Na
ocasião das aparições, aquelas redondezas eram perturbadas por
bandos de gatunos que roubavam e saqueavam a valer, causando grande
inquietação nos habitantes.
Durante
esta saída, Maria da Conceição, perguntou a sua companheira: "Que
farias se os ladrões nos encontrassem agora?"
– Ficaria
muito quieta, pois Nossa Senhora nos protegeria, respondeu Maria da
Luz.
Casualmente
aquela, olhando para uma montanha próxima, exclamou: "Veja lá
uma Senhora". De fato lá se achava uma Senhora que as chamava
por acenos, tendo nos braços um belo menino.
Do
lado em que as meninas estavam, era impossível a subida: as rochas e
ramos emaranhados impediam a passagem; foi-lhes necessário tomar um
desvio, passando perto de sua casa para poderem subir com mais
facilidade. Como fossem onze horas da manhã, a mãe de Maria
chamou-as para almoçarem. Elas não quiseram ir, contando o que
tinham visto e queriam seguir o caminho até aquele lugar.
A
mãe – boa senhora, vice-presidente do Apostolado da Oração –
disse muito simplesmente: "É história, venham almoçar."
Neste momento, chega o pai, Arthur Teixeira, para almoçar. As
meninas sentadas de fronte à casa, falavam sobre aquela senhora
tendo a criança nos braços, a qual lhes acenara. A janela estando
aberta, a mãe de Maria da Luz ouviu a conversa e narrou-a ao pai
desta.
O
sr. Arthur pediu-lhes que contassem o que haviam visto; as meninas
lhe disseram tudo, asseverando com tal segurança que ele quis
acompanhá-las. Tomando de uma foice, começou a limpar o caminho,
quando, quase sem saber como, as meninas já haviam alcançado o cume
do monte.
De
lá as meninas lhe gritavam, apontando em direção de uma pedra
branca. Com dificuldade ele alcançou o alto, mas nada via do que lhe
diziam.
Entretanto,
a mãe não ficou tranquila em casa; trouxe consigo as crianças, em
número de cinco ou seis. Destas últimas, ninguém conseguiu ver
coisa alguma.
Apesar
das meninas sustentarem que viam diante de si uma senhora com um
menino, o pai, para mais segurança, mandou que elas lhe perguntassem
o que desejava.
Perguntaram
e a visão respondeu: "Minhas
filhas, virão tempos calamitosos para o Brasil! Dizei a todo o povo
que se aproximam três grandes castigos, se não fizer muita
penitência e oração."
Restava-lhe
muito que dizer ainda, mas ficou para mais tarde. As notícias
corriam de boca em boca e os homens se aglomeravam naquele lugar onde
fora vista aquela senhora com a criancinha, esperando ver qualquer
coisa, mas nada viam.
II.
PRIMEIRAS AVERIGUAÇÕES
Entretanto,
o vigário da Paróquia mandou chamar o pai de Maria da Luz,
aconselhando-lhe que trouxesse a menina a fim de participar do retiro
espiritual das Filhas de Maria, desde o dia 10 a 15 de agosto,
preparando-se então para a primeira comunhão. Nesta ocasião o pai
poderia estar com o sr. Bispo.
Mas
não foi somente esta a singular aparição da Senhora. Na passagem
diária das meninas naquele lugar, ela lhes aparecia.
As
opiniões eram, como sói acontecer em tais casos, sempre divididas;
uns acreditavam, outros zombavam.
As
advertências de Nossa Senhora eram reiteradas: pedia sempre e
insistia que era preciso rezar; senão seu Filho castigaria
severamente o País.
Certo
dia houve um garoto naquele lugar, que atirou uma pedra em direção
à aparição. As meninas disseram que a pedra atingiu a mão de
Nossa Senhora e que jorrava muito sangue.
Como
dizíamos, atendendo o pedido do vigário, o pai levou a menina para
P., apresentando-a ao sr. Bispo, mas este mandou seu secretário
ouvi-la, pois estava muito ocupado.
Após
a audiência, o padre disse: "Vocês estão enganadas."
Porém Maria da Luz sustentou a palavra. Terminou-se a conversa
entregando o padre umas perguntas, das quais ela devia pedir resposta
à Senhora e enviá-las em seguida, na primeira ocasião, por
escrito.
A
menina enviou a resposta pedida. Apesar de ela ser um tanto atrasada,
não houve a menor inexatidão.
Eram
as seguintes as perguntas formuladas:
1
– Quem pode mais que Deus?
2
– Quantas pessoas há em Deus?
3
– Quais são estas pessoas?
4
– Em nome de Deus dizei quem sois e que quereis?
5–
Quereis falar com um padre?
6
–
Que
significa o sangue que jorra da vossa mão?
Após
dois dias, o padre recebeu da menina as seguintes respostas:
1
– Ninguém.
2
– Três.
3
– Pai, Filho e Espírito Santo.
4
– Sou
a Mãe da graça e venho avisar ao povo que se aproximam três
grandes castigos.
5
– Sim.
Então
a menina perguntou com qual padre, enumerando diversos. A aparição
respondeu:
– Quero
falar com o padre que lhe fez estas perguntas.
6
– Representa
o sangue que será derramado no Brasil.
Estas
respostas fizeram o Padre refletir e decidir-se ir àquele lugar para
examinar se encontraria provas ou se eram ilusões ou falsidades.
III.
APARIÇÃO DE JESUS E MARIA
O
lugar das aparições – "Guarda" – é localizado num
alto, circundado de montanhas. Em baixo da montanha, num vale, está
a casa dos pais de Maria da Luz, a 500 metros de distância. A subida
é muito penosa.
"Só
com muita dificuldade cheguei em cima, escreve o sacerdote. Foi-me
necessário tirar os sapatos para poder subir. O calor era
insuportável. Numa distância de 40 a 50 metros, divisei o lugar das
aparições e as duas meninas com o pai, os quais já estavam em
cima; elas me diziam que a Senhora olhava para mim de cima, enquanto
eu subia.
– Que
está fazendo a aparição? – perguntei.
– 'Está
sorrindo', disseram elas.
Eu
olhei primeiro, examinando o que havia por ali: tudo era pedra e
entulho; na nossa frente estava um formidável abismo; no lugar das
aparições notava-se um como número em forma de quatro (4); ao lado
esquerdo outros números como um (1-1); no meio, uma linha branca, um
pouco mais alta, que se podia alcançar só por meio de uma escada.
– 'Lá
está a aparição', diziam as meninas; mas eu nada via. Sob a pedra
que se achava diante de mim, numa abertura, corria um pouco d'água.
Perguntei
ao pai de Maria da Luz se aquela água sempre existiu ali. Ele me
disse: 'não; mas como muitos não acreditassem nas aparições, as
meninas pediram um sinal; desde então começou a brotar água'.
Fiquei
em cima com Maria da Luz e pedi que Maria da Conceição, com o sr.
Arthur, se retirasse um pouco abaixo, na montanha. Assim eles dois
nos podiam ver, mas não ouvir. Então, eu disse à Maria da Luz: –
'Dize-me agora a verdade e não pregues mentiras, pois do contrário
serás infeliz para toda a tua vida'.
Eu
queria fazê-la confessar que nada via. Ela, porém, permaneceu
inabalável. Quando eu perguntei o que a aparição estava fazendo,
disse-me ela, olhando em direção do lugar:
– 'Ela
olha para cá e está sorrindo'.
– 'Agora
dize-me: como está Ela?'
Maria
da Luz olha e diz:
– 'Vejo
uma bela Senhora, cujo vestido é creme, quase como vosso capote. O
manto é azul celeste, pendendo do pescoço, onde está seguro por
uma fivela, com pedras preciosas. Num braço está a criança'.
– 'Em
que braço? No direito ou no esquerdo?'
A
menina não sabia distinguir o braço direito do esquerdo. Fez uma
viravolta com o corpo e mostrou-me o braço esquerdo.
– 'Ela,
como o menino, traz uma coroa de ouro na cabeça', disse-me a jovem.
– 'E
a outra mão?' - perguntei.
Fez
então uma nova viravolta (apontando-me) mostrando-me o braço
direito estendido para baixo.
– 'A
criancinha enlaça o pescoço da mãe com o bracinho direito",
disse ela, dando uma vira-volta e apontando o braço. A senhora tem
na cinta uma fita da mesma fazenda e da mesma cor que a do vestido.
Vejo somente um dos pés.
– 'Qual
deles?' - perguntei.
Ela
mostrou o pé direito, fazendo outra vira-volta.
– 'Atrás
da Senhora vê-se um bonito oratório com duas torres fechadas. O
oratório, que tem a forma de uma casinha, tem pedras preciosas nas
suas torres'."
IV.
NOVAS INVESTIGAÇÕES
"Chamei
então o pai com a outra menina, ao qual, tendo chegado, eu disse: 'o
senhor tome Maria da Luz e vá ficar no mesmo lugar. Eu fico com
Maria da Conceição'.
– 'Compreendeste
alguma coisa do que eu disse a tua companheira?', perguntei à
mocinha.
– 'Não
senhor', disse ela.
Então
eu lhe disse: 'Maria da Luz já me disse tudo e confessou a verdade:
tudo o que vós arranjastes é mentira e invenção. Agora quero que
me digas também a verdade: não é certo que nada vês?' A menina
ficou como aterrorizada e olhando para o ponto das aparições,
disse-me em tom choroso: 'Se Maria da Luz disse isto ou não, eu não
sei; mas agora eu vejo a Senhora como antes'.
Procurei
embaraçá-la por meio de muitas perguntas, a fim de averiguar se era
imaginação. 'Eu que sou padre, nada vejo! Tu que nada és, dizes
que vês Nossa Senhora?' Ela permaneceu sempre firme.
– 'Está
bem – disse eu – dize-me o que vês agora'.
Ela
narrou tudo minuciosamente e fielmente como a sua companheira.
Quando
ela indigitava o lugar da aparição no ponto, eu dizia, para
experimentá-la: 'Maria da Luz me disse que é noutro lugar, lá do
outro lado'. Então ela olhava para o lugar que eu dizia e respondia:
'Não, eu vejo Nossa Senhora naquele lugar branco. No lugar que Maria
da Luz indicou ao senhor, eu nada vejo.'
Não
encontrei sequer uma contradição no que as meninas me diziam.
Chamei
então Maria da Luz – deixando o pai onde estava – e perguntei a
ambas se viam a Senhora. Ambas responderam: 'Sim, vemos'
– 'Perguntem
a Nossa Senhora se ela me vê', disse eu. Perguntaram, e Ela
respondeu que sim.
– Perguntem
a Nossa Senhora se eu posso formular algumas perguntas numa língua
estrangeira.
– 'Sim',
responderam, por Ela.
Fiz
então umas oitenta ou noventa perguntas em alemão, que as meninas
não compreendem e recebi todas as respostas certas. Eu recebia as
respostas por intermédio das meninas, em português, fielmente
conforme eu perguntava em alemão, como: 'Wer bist du?' (quem sois
vós?) – 'A Mãe do Céu'. 'Wie heisst das Kind auf deinem Arm?'
(como se chama a criança em seu braço?) – 'Jesus'.
– 'Porque
apareceis aqui?'
– 'Para
avisar ao povo que três grandes castigos cairão sobre o Brasil'.
– 'Quais
são os castigos?'.
Não
respondeu, fazendo sinal com a mão para fazer entender, ou que não
podia falar, ou que não queria.
– 'Podeis
então dizê-lo mais tarde?'
– 'Sim'.
– 'Por
que não dais um sinal visível, para que o mundo possa ver que sois
a Mãe de Deus?'
– 'Já
o dei'.
– 'Qual
é o sinal?'
– 'A
água que está correndo em baixo'.
– 'Para
que serve esta água?'
– 'Para
remédio'.
– 'Para
todas as doenças?'
– 'Sim,
mas para quem tem fé'.
– 'Quem
quiser pode tirar daquela água?'
– 'Não,
só as duas meninas'.
– 'Porque
não podem tirar quem quiser?'
– 'Para
que todos creiam'."
Cortemos
aqui as respostas, para destacar bem o que segue, pois é a parte
essencial das revelações da Mãe de Deus.
V.
AMEAÇAS E REMÉDIOS
O
Sacerdote continua o mesmo interrogatório, penetrando cada vez mais
no âmago das questões palpitantes que a Virgem Santa quer revelar.
– Qual
é o fim da vossa aparição aqui?
– Avisar
que três grandes castigos virão sobre o Brasil.
– Quais
castigos?
De
novo ela fez sinais, fazendo entender que não podia ou não queria
falar.
– Que
é necessário fazer para desviar os castigos?
– Penitência
e oração.
– Qual
a invocação desta aparição?
– Das
Graças.
– Que
significa o sangue que corre das vossas mãos?
– O
sangue que inundará o Brasil.
– Virá
o comunismo a penetrar no Brasil?
– Sim.
– Em
todo o País?
– Sim.
– Também
no interior?
– Não.
– Os
padres e os bispos sofrerão muito?
– Sim.
– Será
como na Espanha?
– Quase.
– Quais
são as devoções que se devem praticar para afastar estes males?
– Ao
Coração de Jesus e a mim.
– Não
basta só uma?
– Não.
– Quereis
que se pregue sobre este assunto?
– Sim.
– Permiti-lo-ão
as autoridades eclesiásticas?
Fez
um gesto como se não quisesse dizê-lo.
– Darão
licença mais tarde?
– Sim.
– Quereis
que se construa uma igreja aqui?
– Não.
– Quereis
mais tarde?
Fez
os mesmos gestos.
– Esta
aparição é a repetição de La Salette?
– Sim.
– Haverá
uma romaria aqui?
– Sim.
– Por
que apareceis neste lugar, cuja subida é tão difícil?
– Para
o povo romeiro poder fazer penitência.
– Quanto
tempo faz que estais aqui?
Fez
um gesto com o dedo, com se quisesse dizer: "há muito tempo".
– Se
sois a Mãe de Deus, então dai-nos vossa bênção.
Instantaneamente
as duas videntes exclamam: "Olha lá!!! Está nos abençoando"...
e fizeram o sinal da cruz.
– Se
sois a Mãe de Deus e a criança é o Menino Jesus, manda que Ele nos
dê a bênção.
Neste
momento, as duas pobres camponesas, admiradas e transportadas de
júbilo, exclamaram: "Ele já sabe dar a bênção também!"
Fizeram mais uma vez o sinal da cruz.
Uma
das meninas exclamou ainda: "Agora vimos a outra mãozinha do
menino. Até agora ela estava enlaçada ao pescoço da Mamãe. Ele
estende para o senhor os dois bracinhos."
Fiz
ainda muitas perguntas, obtendo respostas certas.
Descendo
eu, disse às duas meninas: "Agora vejam se a Senhora ainda está
lá". Responderam ambas: "Sim, Ela está em frente de sua
casinha, abençoando-nos".
– Para
que tanta bênção? disse eu, como se estivesse amolado e em tom
grave.
As
meninas ficaram trêmulas e atemorizadas.
– Pergunta
a Ela, para que tanta bênção!
– Para
que sejais felizes, disse Ela.
Perguntei
de novo, em alemão: "Somente as duas ou eu também?"
Responderam
elas: "Para o senhor também".
Tudo
o que vi impressionou-me muito, excedendo as minhas expectativas.
Umas das perguntas versou sobre os acontecimentos de Koenigsreuth,
perguntando se aqueles fatos eram de Deus ou do demônio.
– "É
de Deus", disse a aparição.
VI.
PROVIDÊNCIAS E OPOSIÇÕES
As
providências do Bispo foram as seguintes: que as meninas fossem
examinadas pelo médico. Procedeu-se ao exame e averiguou-se que
ambas são completamente sãs.
A
aparição repetia-se. Mas as contradições surgiam à medida que se
falava nas aparições.
A
água corria constantemente, em pouca quantidade, e como que saindo
da pedra.
Começaram
as curas extraordinárias;
foi pena que os médicos não fossem avisados para examiná-las. Em
todo o caso, o povo dá veracidade aos fatos e neles crê.
Opinam
que tenha havido profanação da fonte, embora não se saiba ao
certo; e Nossa Senhora pediu que se fizesse um muro ou uma cerca,
pois só as almas contritas e piedosas podiam assim aproximar-se a
fim de fazerem orações e penitências.
Fez-se
a cerca, visto as pessoas se aglomerarem sempre mais em romaria. Veio
a polícia e derrubou a cerca. Imediatamente secou a água até então
corrente.
O
sacerdote mandou de novo construí-la e fechou as portas; logo depois
a água brotou.
Após
oito dias veio a polícia novamente, destruiu a cerca e, como na
outra vez, desapareceu a água.
Falou-se
que houvera sido o Bispo quem mandou a polícia.
Este
negou-o, dizendo que não sabia de nada.
A
aparição repetidas vezes veio e as meninas afirmaram que a Senhora
lhes dissera: "Tenham paciência; as coisas que vêm de Deus são
mesmo assim".
Mandou
então o padre que as meninas perguntassem a Nossa Senhora quem havia
mandado os soldados, e a resposta foi esta: "Quem mandou foi um
padre!"
Quinze
dias depois, uma carta das meninas chegou, dando-me o nome do
culpado.
Entretanto,
a água não corria mais naquele lugar, mas um pouquinho acima. As
meninas afirmaram que tinham pedido a Nossa Senhora para fazer a água
sair novamente; então começou a correr.
Nossa
Senhora recomendou que não se dissesse isto a qualquer pessoa, para
que só os bons recebessem da água.
Maria
da Luz entrou num colégio, a pedido de Maria Santíssima, para mais
tarde, após ter adquirido um pouco de instrução, entrar no
convento. A aparição pediu que as despesas necessárias fossem
feitas pelo Padre, autor daquelas perguntas.
Maria
da Conceição está ainda com seus pais, em casa: parece-me que ela
nunca mais viu a aparição.
Outro
fato sobre Maria da Luz: em todas as festas de Nossa Senhora, ela a
viu na montanha de Guarda.
Certo
dia, perguntando algo a Nossa Senhora, recebeu esta resposta: "Nunca
mais me manifestarei aqui em Guarda e os
três castigos não virão já, porque o povo está melhor; mas é
necessário ainda rezar muito e fazer penitência".
Recomendou
de novo a devoção ao Coração de Jesus e a Ela.
VII.
CONCLUSÃO
Tal
é a narração publicada na revista Koenigsreuth.
As relações escritas que me foram transmitidas, sendo recolhidas
dos lábios do próprio sacerdote que formulou as perguntas são mais
extensas, porém a narração acima é o resultado fiel do conjunto,
e outros pormenores nada de essencial ajuntam ao fato.
__________________
*
Padre Júlio Maria de Lombaerde. O
Fim do Mundo está próximo! Profecias
antigas e recentes.
Livraria Boa Imprensa, Rio de Janeiro, 2ª edição, 1939, cap. VI,
pp. 71 e ss. Nihil
obstat
dado pelo Cônego José de Lima em 10 de julho de 1936, e Carta de
Aprovação do Bispo de Caratinga, de 31 de julho de 1936.
–
Os
destaques em negrito são do Editor deste site.
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