Vivemos
numa época
em
que se nega tudo,
pelo
simples prazer de se fazer
a
vontade própria,
de
se sentir autossuficiente,
senhor
de si, livre-pensador.
As
Verdades da Religião Católica,
não
estão imunes a esta doença da alma,
ao
contrário, é meta sistemática
de
contradições, negações e banimentos.
Por
isso, nunca é demais reafirmarmos
as
nossas crenças, a nossa Fé,
os
nossos Costumes Cristãos.
Reavivemos
aqueles necessários
e
fundamentais ensinamentos,
legados
a nós pelos nossos maiores.
Sobre
o Credo
(Símbolo
dos Apóstolos)
A
Pregação Apostólica.
Movidos pelo Espírito Santo, os Apóstolos dispersaram-se, a fim de
evangelizar o mundo conhecido. São Pedro dirigiu-se a Antioquia,
donde passou a Roma, para fixar-se definitivamente nessa cidade no
ano 44. O mundo encheu-se de cristãos em pouco tempo. Poucos homens,
mas cheios de fé, foram fermento na grande massa do mundo.
O
testemunho de Tertuliano, escrito à volta do ano 200, é eloquente:
“Somos de ontem, e já enchemos tudo o que é vosso:
cidades, ilhas, acampamentos militares, o palácio imperial, o
Senado, o fórum; só vos deixamos os templos vazios”.
O
que é o Símbolo?
A
palavra Símbolo
significa marca,
sinal
e ainda estandarte.
Dá-se este nome à Profissão de Fé dos cristãos, à fórmula que
resume suas crenças por ser ela um sinal ou marca, que serve para os
distinguir dos infiéis. O Símbolo
é também para eles um estandarte, um sinal de reunião, quando a
sua fé é atacada e quando se agrupam em redor dele, como soldados
junto de sua bandeira… O
Símbolo dos
Apóstolos
recebeu o nome popular de Credo,
por causa da palavra inicial em latim.
Da Utilidade do Símbolo.
Uma opinião, muito acreditada, e longo tempo inconteste, considerava
os Apóstolos como autores,
tanto no fundo como na forma, do Símbolo que trás o nome deles. O
Padre Rufino diz que, “antes
de se separarem, teriam, eles, redigido, em comum, estas normas do
seu ensino futuro, a fim de conservarem maior uniformidade na
expressão da crença por eles ensinadas aos que fossem chamados a
participarem da fé de Cristo”,
e então, teriam fixado, neste Símbolo o tema único da sua
pregação. São Boaventura pormenoriza mais, e pretende, que cada
Apóstolo é autor de um artigo... Seja
como for, pode-se considerar, o Símbolo, como sendo Obra
dos Apóstolos,
por encerrar a doutrina,
ou melhor, a substância,
das verdades que eles ensinavam aos catecúmenos, e exigiam “para
profissão de fé antes do Batismo”.
A
Finalidade do Símbolo.
Os cristãos devem crer, em primeiro lugar, as verdades que os Santos
Apóstolos, Guias e Mestres da fé, inspirados pelo
Espírito de Deus, distribuíram nos doze artigos do Símbolo.
Tendo
recebido do Senhor a ordem de irem como Seus embaixadores,
pelo mundo inteiro, a pregar o Evangelho a toda criatura,
acharam os Apóstolos que se devia compor uma fórmula de fé cristã.
Serviria esta para que todos tivessem a mesma crença e a mesma
linguagem, e não houvesse separações entre os que foram chamados à
Unidade da fé, mas fossem todos “perfeitamente
conformes no mesmo modo de pensar e de sentir”.
Nome
do Símbolo.
A esta profissão de fé e esperança cristã, que acabavam de
redigir, os Apóstolos chamaram-lhe “Símbolo”,
ou porque se forma das várias proposições que cada um deles
apresentou,
ou
porque devia servir de santa senha para identificar os desertores,
os irmãos falsos e intrusos,
adulteradores do Evangelho,
e assim distingui-los daqueles que verdadeiramente tomavam um santo
compromisso na milícia de Cristo.
O
Símbolo dos
Apóstolos,
assim chamado por ser com razão considerado como o resumo fiel da fé
dos Apóstolos. É o antigo símbolo batismal da Igreja de Roma. Sua
grande autoridade vem-lhe do seguinte: “Ele
é o símbolo guardado pela Igreja Romana, aquela onde Pedro, o
primeiro dos Apóstolos, teve a sua Sé e para onde ele trouxe a
comum expressão de fé
(sententia communis)”.
Quem compôs o Credo?
O
Credo
é uma recopilação ou sumário dos principais artigos da fé.
Chama-se Credo
ou Símbolo dos
Apóstolos,
porque estes primeiros pregadores da fé, antes de se separarem para
anunciá-la
por todo o mundo, querendo estabelecer a perfeita uniformidade de
crença até nas palavras e expressões, formaram este compêndio.
Escutemos
também a admoestação de Santo
Ambrósio:
“Eu disse que os Apóstolos compuseram o Símbolo. Portanto, se os
comerciantes que fazem tais negócios e os contribuintes de dinheiro
tem a lei que considera desonesto e indigno de crédito aquele que
violou a sua contribuição, devemos nos precaver
muito mais para evitar que alguma coisa seja tirada do Símbolo dos
Anciãos. Com efeito, tens no livro do Apocalipse de João –
livro que está no Cânon e que provê um grande fundamento para a
Fé, pois, relembra aí
com clareza que Nosso Senhor Jesus Cristo é Onipotente, embora
também isso se encontre em outros lugares – tens nesse livro: ‘Se
alguém acrescentar ou tirar alguma coisa, sofrerá o julgamento e o
castigo’.
Se
nada pode ser tirado ou acrescentado aos escritos de um só Apóstolo,
como poderíamos mutilar o
Símbolo que recebemos como tendo sido composto e transmitido pelos
Apóstolos? Nada devemos tirar e nada acrescentar. Este é o Símbolo
conservado pela Igreja Romana, onde Pedro, o primeiro dos Apóstolos,
sentou-se e onde lhe conferiu a sentença comum”.
Para
quê foi composto?
Nada
mais a propósito que este divino compêndio, para ensinar ao cristão
a fé. Ele é
simples,
diz Santo
Agostinho,
para a rudeza dos ignorantes; é
curto,
para facilitar a sua memória, e, é
perfeito,
para instruir plenamente. A fé nele compreendida jamais tem variado,
aumentado, nem diminuído. A Igreja nos seus Concílios não tem mais
que aclarar algumas verdades nele contidas, e consagrar algumas
palavras determinadas, para as defender das heresias que se
apresentavam. O Credo
tem sido, é, e há de ser até à consumação dos séculos, a suma
da nossa fé. Segue-se disto, que o
cristão está obrigado a sabê-lo, e com tanta exatidão, que nem
acrescente, tire ou mude uma palavra só, porque tudo é essencial
nele. Nem é bastante que o aprenda bem, deve também conhecer as
verdades que contém, ao menos de maneira que as possa distinguir do
erro. Sem isto, o Credo
seria ele um livro, o mais formoso, porém, fechado e selado. O Credo
é de grande consolação para o homem singelo, que encontra nele
compendiado tudo quanto contém de mais essencial nos Livros Santos,
que ele não pode ler, e para o sábio é de doce satisfação,
porque nele vê reunido o essencial de quanto tem lido nas Sagradas
Escrituras e aprendido na Tradição. Glória eterna seja dada ao Pai
das luzes, que inspirou aos Apóstolos este divino compêndio, para
ensinar a todos os fiéis de todos os tempos a santa fé.
Quais
os deveres dos Cristãos para com o Símbolo?
1º)
Pelo menos, devemos saber de cor o Símbolo dos Apóstolos, recitá-lo
constantemente, todos os dias, se for possível, nas orações da
manhã e da noite, para se alimentar o espírito e o coração.
2º)
Rezando o Símbolo, devem crer interiormente cada um dos seus
artigos.
3º)
Quando as circunstâncias o exigem, quando temos de confessar a fé
ou de cumprir um dever do cristão, devemos professar exteriormente
as verdades do Símbolo, e estar prontos, como os Mártires, para
morrer antes do que rejeitar um só artigo.
A
Divisão do Símbolo dos Apóstolos.
O Símbolo dos Apóstolos divide-se primeiro em três partes
principais.
A
primeira, trata de Deus Pai
e da Criação.
A
segunda, de Deus Filho
e da Redenção.
A
terceira, de Deus Espírito
Santo e da nossa
santificação.
Pode
também dividir-se o Símbolo dos Apóstolos em 12 artigos.
Artigo
quer dizer “membro
de um todo”;
chamam-se assim por causa da sua íntima
ligação.
Como os dedos da mão são articulados em falanges, assim as três
partes principais do Símbolo têm
as suas subdivisões. Uma cadeia
é quebrada logo que dela se tira um fuzil, e a fé destruída logo
que dela se tira um artigo.
Encontram-se
no Antigo Testamentos as seguintes figuras
dos 12 artigos: O Grande Sacerdote trazia um peitoral com 12 pedras
preciosas e com esta inscrição: Luz e verdade;
havia 12 pães de proposição sobre a mesa de ouro à entrada do
tabernáculo;
tomaram-se 12 pedras para construir um altar à entrada da Terra da
Promissão.
Os
12 artigos são, com efeito, doze gemas que espalham o fulgor da luz
e da verdade,
e que devemos trazer no
coração,
isto é: crer; são o pão
espiritual que nos é oferecido à entrada da Igreja, isto é, no
Batismo; transformam o nosso coração num
altar,
sobre o qual oferecemos a Deus as nossas orações e boas obras.
A Divisão em 12 artigos indica que,
o Símbolo contém as verdades pregadas por 12 Apóstolos.
Todo cristão é obrigado a saber
o Símbolo dos Apóstolos de cor.
Quem não o procura aprender, torna-se gravemente culpado.
Na primitiva Igreja, não se batizavam aqueles que não tinham feito
esta profissão de fé, e, não se deixavam assistir à Missa, os que
por este meio não podiam justificar a sua qualidade de cristãos.
Recitai todos os
dias
o vosso Símbolo, nas orações da manhã e da noite, a fim de
refrescar a vossa fé.
O Símbolo é a
renovação do pacto concluído com Deus no Batismo;
é
uma couraça que nos protege contra os nossos inimigos.
Os alimentos corporais só nutrem quando os tomamos com frequência;
assim também a fé, não alimenta a vida da alma se não repetirmos
frequentes vezes os seus atos.
Que
contêm os 12 artigos do Símbolo?
Os doze artigos do Símbolo contêm o Mistério de um só Deus em
três Pessoas realmente distintas: Pai, Filho e Espírito Santo, e as
ações que, por certa razão particular se atribuem a cada Pessoa.
Como
se distribui no Símbolo dos Apóstolos
a doutrina deste Mistério?
A
doutrina deste Mistério distribui-se em três partes principais do
Símbolo dos Apóstolos: em uma trata-se da primeira Pessoa, da
natureza divina e descreve-se a obra da Criação; na segunda,
trata-se da segunda Pessoa e da obra da Redenção do homem; na
terceira, trata-se da terceira Pessoa e da obra de nossa
santificação, que agora começa pela graça e consumar-se-á pela
glória.
Os Artigos de Fé.
Os Artigos de Fé constituem o sujeito explícito da matéria de fé,
que foi resumida, na longa Tradição da Igreja, em vários Credos.
Como vimos, o sujeito geral da matéria de fé é a Revelação
divina, seja o que for que Deus tenha revelado. Uma verdade pode
estar contida nesta revelação, explícita ou implicitamente, pelo
que uma verdade implicitamente contida pode não chegar ao
conhecimento consciente do público senão num período mais tardio
da história da Igreja. Contudo, quando a Igreja define um dogma de
fé,
quando Ela diz que todos os católicos devem crer numa determinada
verdade, Ela deve encontrar essa verdade implícita ou explicitamente
contida na Revelação; deve encontrá-la na Escritura e Tradição,
nos ensinamentos dos Padres ou nos registros das crenças da Igreja
universal. Essas crenças, à medida que se definem, constituem
artigos de fé para os membros da Igreja.
Pode
distinguir-se, também, na fé do membro da Igreja, entre a sua fé
implícita, ou seja, o que for
que Deus revele e a sua fé explícita num determinado artigo de fé,
tal como a Igreja o definiu. A fé, na sua natureza essencial, deve
abarcar, em assentimento, o conteúdo total e implícito do Depósito
da Fé; uma reserva aqui, constituiria uma reserva em relação à
autoridade absoluta de Deus.
Os
artigos explícitos de fé são expressos pelos Credos da Igreja.
Das
revelações de Maria Santíssima
à Beata Maria de Jesus, de
Ágreda/Espanha.
“… Considerou
a prudentíssima Mãe que, havendo-se espalhado os Discípulos, para
pregarem o Nome e fé em Cristo, nosso Salvador, não levaram
instruções para governarem-se todos uniformemente, na pregação,
de modo a não haver nem diferença, nem contradição. Era
necessário que todos os fiéis cressem as mesmas verdades expressas.
Conheceu também ser conveniente espalharem-se os Apóstolos por todo
o orbe, para fundar e dilatar a Igreja, com sua pregação, convindo
ainda que todos fossem unidos na doutrina sobre a qual haveria de
fundar-se toda a vida e perfeição cristã. Para tudo isto, julgou
ser conveniente reduzir à breve súmula, todos os Mistérios Divinos
que os Apóstolos deveriam pregar, e os fiéis crer. Para dispor esta
providência, Maria Santíssima apresentou Sua proposta ao Senhor, e,
por mais de 40 dias, perseverou em oração, com jejuns, prostrações,
e outros exercícios. E afinal, falando com o Senhor, pediu-lhe dar
seu divino Espírito a Pedro, e demais Apóstolos, para acertarem em
dispor, em ordem conveniente, as verdades em que haveria de
estribar-se a Santa Igreja, e saberem todos os seus filhos o que
devessem crer, sem diferença. Para responder a estas petições,
desceu do Céu, pessoalmente, seu Filho Santíssimo, Cristo, Nosso
Salvador, e manifestando-se-lhe com imensa glória, disse-lhe que
admitia as suas ânsias afetuosas, nada lhe negando. Ouvindo estas
razões, Maria Santíssima prostrou-se em terra, e esteve adorando a
Divindade e Humanidade de seu Filho e Deus verdadeiro. Logo Sua
Majestade a levantou e encheu de inefável júbilo, com o dar-lhe a
bênção, e com Ela, novos dons e favores de Seu Onipotente braço.
Quanto à petição d’Ela, além da promessa de assisti-los, para
que acertassem o dispor o Símbolo da Fé, declarou-lhe as palavras e
preposições de que ele, por então, se haveria de formar. E ao
pronunciá-las, quis também prevenir a humildade da grande Senhora,
de que era vontade Sua que Ela, no Credo, fosse nomeada como Mãe de
Deus e Virgem, antes e depois do parto, vivendo Ela ainda, em carne
mortal, entre os que haveriam de pregar e crer esta verdade divina.
Despediu-se Cristo, nosso Bem, de Sua beatíssima Mãe, e voltou para
a direita do Pai Eterno. E logo inspirou, no coração de seu Vigário
Pedro, e dos demais, a iniciativa de ordenarem todos o Símbolo da Fé
universal da Igreja. Com esta moção, foram logo tratar, com a
divina Mestra, as conveniências e necessidades resultantes desta
resolução. Combinou-se, então, jejuarem todos durante dez dias
contínuos, e perseverarem em oração, para que fossem ilustrados
pelo Espírito Santo. Cumpridos estes dez dias, e os 40 em que a
Rainha tratava com o Senhor esta matéria, juntaram-se os 12
Apóstolos, em presença da grande Mãe e Mestra de todos. E São
Pedro fez-lhes uma prática sobre a conveniência de fixarem-se as
verdades e Mistérios e propor a todos os crentes, para que todos, e
em todas as nações do mundo, os cressem, sem diferença. Todos os
Apóstolos aprovaram esta proposição. E logo São Pedro celebrou
Missa, comungando Maria Santíssima, e os outros Apóstolos.
Terminada a Missa, prostraram-se em terra, orando e invocando o
divino Espírito, inclusive Maria Santíssima. E havendo orado por
certo tempo, ouviu-se um trovão, como quando o Espírito Santo
desceu, pela primeira vez, sobre os fiéis. E encheu-se o Cenáculo
de luz e resplendor admiráveis, ficando todos ilustrados e cheios do
Espírito Santo. Logo, Maria Santíssima pediu que cada um
pronunciasse e declarasse um Mistério, ou, o que o Espírito divino
administrasse. Começou São Pedro e prosseguiram todos nesta forma:
São
Pedro: Creio
em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do Céu e da terra.
Santo
André: E em Jesus Cristo, seu
Único Filho, Nosso Senhor.
São
Tiago Maior: Que foi concebido
por obra do Espírito Santo, nasceu de Maria Virgem.
São
João: Padeceu sob o poder de
Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado.
São
Tomé: Desceu aos infernos,
ressuscitou, ao terceiro dia, dentre os mortos.
São
Tiago Menor: Subiu aos Céus,
está assentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso.
São
Felipe: E dali há de vir a
julgar os vivos e os mortos.
São
Bartolomeu: Creio no Espírito
Santo.
São
Mateus: Na Santa Igreja
Católica, na Comunhão dos Santos.
São
Simão Cananeu: No perdão dos
pecados.
São
Tadeu: Na Ressurreição da
carne.
São
Matias: Na vida eterna, Amém.
E
quando os Apóstolos acabaram de pronunciar todo o Símbolo, o
Espírito Santo o aprovou com voz que dizia: “Bem
haveis determinado”.
Logo a grande Rainha e Senhora dos Céus, e todos os Apóstolos deram
graças ao Altíssimo, agradecendo Ela a todos, porque haviam
merecido a assistência do Espírito Santo para falarem, como
instrumentos Seus, em glória do Senhor, e benefício da Igreja. E
para maior confirmação, e exemplo para os fiéis, pôs-se de
joelhos, aos pés de São Pedro, e protestou a Santa Fé Católica,
como contida no Símbolo que acabavam de pronunciar. E fê-lo, por
Si, e por todos os filhos da Igreja, beijando, em seguida, a mão do
Vigário de Cristo, e as dos demais Apóstolos. Maria Santíssima foi
a primeira a protestar a Fé santa da Igreja, depois de estabelecidos
os respectivos artigos…
Da
Opinião dos Santos
Santo
Irineu (140-202): “A
Igreja, espalhada hoje pelo mundo inteiro, recebeu dos Apóstolos e
de seus discípulos a fé num só Deus, Pai e Onipotente, que fez o
Céu e a terra… Essa é a doutrina que a Igreja recebeu; e essa é
a fé que, mesmo dispersa no mundo inteiro, a Igreja guarda com zelo
e cuidado, como se tivesse a sua sede numa única casa. E todos são
unânimes em crer nela, como se ela tivesse uma só alma e um só
coração. Essa fé anuncia, ensina, transmite como se falasse uma só
língua”.
São
Cirilo de Jerusalém (315-386):
“Este Símbolo da fé,
não foi elaborado segundo as opiniões humanas, mas da Escritura
inteira, de onde se recolheu o que existe de mais importante para
dar, na sua totalidade, a única doutrina da fé. E assim como a
semente de mostarda contém, em um pequeníssimo grão, um grande
número de ramos, da mesma forma este resumo da fé encerra, em
algumas palavras, todo o conhecimento da verdadeira piedade contida
no Antigo e no Novo Testamento”.
Santo
Ambrósio (340-397): “Ele
é o Símbolo guardado pela Igreja Romana, aquela onde Pedro, o
primeiro dos Apóstolos, teve a sua Sé e para onde ele trouxe a
comum expressão da fé”.
“Este Símbolo é o
selo espiritual, a mediação do nosso coração e o guardião sempre
presente; ele é seguramente o tesouro da nossa alma”.
Os seus doze artigos,
segundo uma tradição atestada por Santo Ambrósio, simbolizam com o
número dos Apóstolos o conjunto da fé apostólica.
São
Paulo VI
achou oportuno fazer uma solene Profissão de Fé no encerramento do
“Ano da Fé” de 1968. O Papa quis colocá-lo como um farol e uma
âncora para a Igreja caminhar nos tempos difíceis que vivemos, por
entre tantas falsas doutrinas e falsos profetas, que se misturam
sorrateiramente como o joio no meio do trigo, mesmo dentro da Igreja.
S.
Paulo VI falou, na época, daqueles que atentam “contra
os ensinamentos da doutrina cristã”,
causando “perturbações
e perplexidade em muitas almas fiéis”.
Preocupara o Papa as “hipóteses
arbitrárias” e
subjetivas, que são usadas por alguns, mesmo teólogos, para uma
interpretação da revelação divina, em discordância da autêntica
interpretação dada pelo Magistério da Igreja.
Sabemos
que a Verdade nos leva à salvação.
São Paulo fala da “sã
doutrina da salvação”,
e afirma que “Deus
quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade”;
e “a Igreja é a Coluna
e o Fundamento da Verdade”.
Conclusão
Durante
os três primeiros séculos do Cristianismo, onze milhões de
Mártires, homens, mulheres, crianças, velhos, preferiram perder a
vida nos suplícios mais horríveis a renunciar ao Símbolo. Hoje em
dia, nos países infiéis, encontram-se Cristãos apenas convertidos
que mostram a mesma coragem. Assim na Uganda, no centro da África
equatorial, pereceram, por causa da fé, em 1886, no meio de atrozes
tormentos, 150 cristãos recém-batizados pelos Padres Brancos. Se é
verdade, que nós não temos que derramar o sangue pela fé e não
encontramos as ameaças dos perseguidores, temos contudo, que lutar
contra o respeito humano e a pusilanimidade, que todos os dias fazem
tantas vítimas. Que a memória e o exemplo de nossos pais e irmãos
na fé, nos animem a combater impávidos na luta pela virtude e pelo
dever.
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