Blog Católico, para os Católicos

BLOG CATÓLICO, PARA OS CATÓLICOS.

"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

domingo, 1 de dezembro de 2019

SOBRE A ORIGEM DO SÍMBOLO DOS APÓSTOLOS.



Vivemos numa época
em que se nega tudo,
pelo simples prazer de se fazer
a vontade própria,
de se sentir autossuficiente,
senhor de si, livre-pensador.
As Verdades da Religião Católica,
não estão imunes a esta doença da alma,
ao contrário, é meta sistemática
de contradições, negações e banimentos.
Por isso, nunca é demais reafirmarmos
as nossas crenças, a nossa Fé,
os nossos Costumes Cristãos.
Reavivemos aqueles necessários
e fundamentais ensinamentos,
legados a nós pelos nossos maiores.



Sobre o Credo

(Símbolo dos Apóstolos)



A Pregação Apostólica.1 

Movidos pelo Espírito Santo, os Apóstolos dispersaram-se, a fim de evangelizar o mundo conhecido. São Pedro dirigiu-se a Antioquia, donde passou a Roma, para fixar-se definitivamente nessa cidade no ano 44. O mundo encheu-se de cristãos em pouco tempo. Poucos homens, mas cheios de fé, foram fermento na grande massa do mundo.

O testemunho de Tertuliano, escrito à volta do ano 200, é eloquente: “Somos de ontem, e já enchemos tudo o que é vosso: cidades, ilhas, acampamentos militares, o palácio imperial, o Senado, o fórum; só vos deixamos os templos vazios”.

O que é o Símbolo?2 

A palavra Símbolo significa marca, sinal e ainda estandarte. Dá-se este nome à Profissão de Fé dos cristãos, à fórmula que resume suas crenças por ser ela um sinal ou marca, que serve para os distinguir dos infiéis. O Símbolo é também para eles um estandarte, um sinal de reunião, quando a sua fé é atacada e quando se agrupam em redor dele, como soldados junto de sua bandeira… O Símbolo dos Apóstolos recebeu o nome popular de Credo, por causa da palavra inicial em latim.

Da Utilidade do Símbolo.3


Uma opinião, muito acreditada, e longo tempo inconteste, considerava os Apóstolos como autores, tanto no fundo como na forma, do Símbolo que trás o nome deles. O Padre Rufino diz que, “antes de se separarem, teriam, eles, redigido, em comum, estas normas do seu ensino futuro, a fim de conservarem maior uniformidade na expressão da crença por eles ensinadas aos que fossem chamados a participarem da fé de Cristo”, e então, teriam fixado, neste Símbolo o tema único da sua pregação. São Boaventura pormenoriza mais, e pretende, que cada Apóstolo é autor de um artigo... Seja como for, pode-se considerar, o Símbolo, como sendo Obra dos Apóstolos, por encerrar a doutrina, ou melhor, a substância, das verdades que eles ensinavam aos catecúmenos, e exigiam “para profissão de fé antes do Batismo”.

A Finalidade do Símbolo.4 

Os cristãos devem crer, em primeiro lugar, as verdades que os Santos Apóstolos, Guias e Mestres da fé, inspirados pelo Espírito de Deus, distribuíram nos doze artigos do Símbolo.

Tendo recebido do Senhor a ordem de irem como Seus embaixadores,5 pelo mundo inteiro, a pregar o Evangelho a toda criatura,6 acharam os Apóstolos que se devia compor uma fórmula de fé cristã. Serviria esta para que todos tivessem a mesma crença e a mesma linguagem, e não houvesse separações entre os que foram chamados à Unidade da fé, mas fossem todos “perfeitamente conformes no mesmo modo de pensar e de sentir”.7

Nome do Símbolo.8 

A esta profissão de fé e esperança cristã, que acabavam de redigir, os Apóstolos chamaram-lhe “Símbolo”, ou porque se forma das várias proposições que cada um deles apresentou,9 ou porque devia servir de santa senha para identificar os desertores, os irmãos falsos e intrusos,10 adulteradores do Evangelho,11 e assim distingui-los daqueles que verdadeiramente tomavam um santo compromisso na milícia de Cristo.

O Símbolo dos Apóstolos, assim chamado por ser com razão considerado como o resumo fiel da fé dos Apóstolos. É o antigo símbolo batismal da Igreja de Roma. Sua grande autoridade vem-lhe do seguinte: “Ele é o símbolo guardado pela Igreja Romana, aquela onde Pedro, o primeiro dos Apóstolos, teve a sua Sé e para onde ele trouxe a comum expressão de fé12 (sententia communis)”.13

Quem compôs o Credo?14


O Credo é uma recopilação ou sumário dos principais artigos da fé. Chama-se Credo ou Símbolo dos Apóstolos, porque estes primeiros pregadores da fé, antes de se separarem para anunciá-la por todo o mundo, querendo estabelecer a perfeita uniformidade de crença até nas palavras e expressões, formaram este compêndio.

Escutemos também a admoestação de Santo Ambrósio: “Eu disse que os Apóstolos compuseram o Símbolo. Portanto, se os comerciantes que fazem tais negócios e os contribuintes de dinheiro tem a lei que considera desonesto e indigno de crédito aquele que violou a sua contribuição, devemos nos precaver muito mais para evitar que alguma coisa seja tirada do Símbolo dos Anciãos. Com efeito, tens no livro do Apocalipse de João – livro que está no Cânon e que provê um grande fundamento para a Fé, pois, relembra aí com clareza que Nosso Senhor Jesus Cristo é Onipotente, embora também isso se encontre em outros lugares – tens nesse livro: ‘Se alguém acrescentar ou tirar alguma coisa, sofrerá o julgamento e o castigo’.1 Se nada pode ser tirado ou acrescentado aos escritos de um só Apóstolo, como poderíamos mutilar o Símbolo que recebemos como tendo sido composto e transmitido pelos Apóstolos? Nada devemos tirar e nada acrescentar. Este é o Símbolo conservado pela Igreja Romana, onde Pedro, o primeiro dos Apóstolos, sentou-se e onde lhe conferiu a sentença comum”.2

Para quê foi composto?15 

Nada mais a propósito que este divino compêndio, para ensinar ao cristão a fé. Ele é simples, diz Santo Agostinho,16 para a rudeza dos ignorantes; é curto, para facilitar a sua memória, e, é perfeito, para instruir plenamente. A fé nele compreendida jamais tem variado, aumentado, nem diminuído. A Igreja nos seus Concílios não tem mais que aclarar algumas verdades nele contidas, e consagrar algumas palavras determinadas, para as defender das heresias que se apresentavam. O Credo tem sido, é, e há de ser até à consumação dos séculos, a suma da nossa fé. Segue-se disto, que o cristão está obrigado a sabê-lo, e com tanta exatidão, que nem acrescente, tire ou mude uma palavra só, porque tudo é essencial nele. Nem é bastante que o aprenda bem, deve também conhecer as verdades que contém, ao menos de maneira que as possa distinguir do erro. Sem isto, o Credo seria ele um livro, o mais formoso, porém, fechado e selado. O Credo é de grande consolação para o homem singelo, que encontra nele compendiado tudo quanto contém de mais essencial nos Livros Santos, que ele não pode ler, e para o sábio é de doce satisfação, porque nele vê reunido o essencial de quanto tem lido nas Sagradas Escrituras e aprendido na Tradição. Glória eterna seja dada ao Pai das luzes, que inspirou aos Apóstolos este divino compêndio, para ensinar a todos os fiéis de todos os tempos a santa fé.

Quais os deveres dos Cristãos para com o Símbolo?17


1º) Pelo menos, devemos saber de cor o Símbolo dos Apóstolos, recitá-lo constantemente, todos os dias, se for possível, nas orações da manhã e da noite, para se alimentar o espírito e o coração.

2º) Rezando o Símbolo, devem crer interiormente cada um dos seus artigos.

3º) Quando as circunstâncias o exigem, quando temos de confessar a fé ou de cumprir um dever do cristão, devemos professar exteriormente as verdades do Símbolo, e estar prontos, como os Mártires, para morrer antes do que rejeitar um só artigo.


A Divisão do Símbolo dos Apóstolos.18 

O Símbolo dos Apóstolos divide-se primeiro em três partes principais.

A primeira, trata de Deus Pai e da Criação.
A segunda, de Deus Filho e da Redenção.
A terceira, de Deus Espírito Santo e da nossa santificação.

Pode também dividir-se o Símbolo dos Apóstolos em 12 artigos.

Artigo quer dizer “membro de um todo”; chamam-se assim por causa da sua íntima ligação. Como os dedos da mão são articulados em falanges, assim as três partes principais do Símbolo têm as suas subdivisões. Uma cadeia é quebrada logo que dela se tira um fuzil, e a fé destruída logo que dela se tira um artigo.

Encontram-se no Antigo Testamentos as seguintes figuras dos 12 artigos: O Grande Sacerdote trazia um peitoral com 12 pedras preciosas e com esta inscrição: Luz e verdade;19 havia 12 pães de proposição sobre a mesa de ouro à entrada do tabernáculo;20 tomaram-se 12 pedras para construir um altar à entrada da Terra da Promissão.21 Os 12 artigos são, com efeito, doze gemas que espalham o fulgor da luz e da verdade, e que devemos trazer no coração, isto é: crer; são o pão espiritual que nos é oferecido à entrada da Igreja, isto é, no Batismo; transformam o nosso coração num altar, sobre o qual oferecemos a Deus as nossas orações e boas obras.


A Divisão em 12 artigos indica que, 
o Símbolo contém as verdades pregadas por 12 Apóstolos.22


Todo cristão é obrigado a saber o Símbolo dos Apóstolos de cor.23 Quem não o procura aprender, torna-se gravemente culpado.24 Na primitiva Igreja, não se batizavam aqueles que não tinham feito esta profissão de fé, e, não se deixavam assistir à Missa, os que por este meio não podiam justificar a sua qualidade de cristãos. Recitai todos os dias o vosso Símbolo, nas orações da manhã e da noite, a fim de refrescar a vossa fé.25 O Símbolo é a renovação do pacto concluído com Deus no Batismo;26 é uma couraça que nos protege contra os nossos inimigos.27 Os alimentos corporais só nutrem quando os tomamos com frequência; assim também a fé, não alimenta a vida da alma se não repetirmos frequentes vezes os seus atos.



Que contêm os 12 artigos do Símbolo?28 

Os doze artigos do Símbolo contêm o Mistério de um só Deus em três Pessoas realmente distintas: Pai, Filho e Espírito Santo, e as ações que, por certa razão particular se atribuem a cada Pessoa.29


Como se distribui no Símbolo dos Apóstolos 
a doutrina deste Mistério?30 

A doutrina deste Mistério distribui-se em três partes principais do Símbolo dos Apóstolos: em uma trata-se da primeira Pessoa, da natureza divina e descreve-se a obra da Criação; na segunda, trata-se da segunda Pessoa e da obra da Redenção do homem; na terceira, trata-se da terceira Pessoa e da obra de nossa santificação, que agora começa pela graça e consumar-se-á pela glória.31

Os Artigos de Fé.32

 Os Artigos de Fé constituem o sujeito explícito da matéria de fé, que foi resumida, na longa Tradição da Igreja, em vários Credos. Como vimos, o sujeito geral da matéria de fé é a Revelação divina, seja o que for que Deus tenha revelado. Uma verdade pode estar contida nesta revelação, explícita ou implicitamente, pelo que uma verdade implicitamente contida pode não chegar ao conhecimento consciente do público senão num período mais tardio da história da Igreja. Contudo, quando a Igreja define um dogma de fé, quando Ela diz que todos os católicos devem crer numa determinada verdade, Ela deve encontrar essa verdade implícita ou explicitamente contida na Revelação; deve encontrá-la na Escritura e Tradição, nos ensinamentos dos Padres ou nos registros das crenças da Igreja universal. Essas crenças, à medida que se definem, constituem artigos de fé para os membros da Igreja.

Pode distinguir-se, também, na fé do membro da Igreja, entre a sua fé implícita, ou seja, o que for que Deus revele e a sua fé explícita num determinado artigo de fé, tal como a Igreja o definiu. A fé, na sua natureza essencial, deve abarcar, em assentimento, o conteúdo total e implícito do Depósito da Fé; uma reserva aqui, constituiria uma reserva em relação à autoridade absoluta de Deus.

Os artigos explícitos de fé são expressos pelos Credos da Igreja.




Das revelações de Maria Santíssima 
à Beata Maria de Jesus, de Ágreda/Espanha.33

“… Considerou a prudentíssima Mãe que, havendo-se espalhado os Discípulos, para pregarem o Nome e fé em Cristo, nosso Salvador, não levaram instruções para governarem-se todos uniformemente, na pregação, de modo a não haver nem diferença, nem contradição. Era necessário que todos os fiéis cressem as mesmas verdades expressas. Conheceu também ser conveniente espalharem-se os Apóstolos por todo o orbe, para fundar e dilatar a Igreja, com sua pregação, convindo ainda que todos fossem unidos na doutrina sobre a qual haveria de fundar-se toda a vida e perfeição cristã. Para tudo isto, julgou ser conveniente reduzir à breve súmula, todos os Mistérios Divinos que os Apóstolos deveriam pregar, e os fiéis crer. Para dispor esta providência, Maria Santíssima apresentou Sua proposta ao Senhor, e, por mais de 40 dias, perseverou em oração, com jejuns, prostrações, e outros exercícios. E afinal, falando com o Senhor, pediu-lhe dar seu divino Espírito a Pedro, e demais Apóstolos, para acertarem em dispor, em ordem conveniente, as verdades em que haveria de estribar-se a Santa Igreja, e saberem todos os seus filhos o que devessem crer, sem diferença. Para responder a estas petições, desceu do Céu, pessoalmente, seu Filho Santíssimo, Cristo, Nosso Salvador, e manifestando-se-lhe com imensa glória, disse-lhe que admitia as suas ânsias afetuosas, nada lhe negando. Ouvindo estas razões, Maria Santíssima prostrou-se em terra, e esteve adorando a Divindade e Humanidade de seu Filho e Deus verdadeiro. Logo Sua Majestade a levantou e encheu de inefável júbilo, com o dar-lhe a bênção, e com Ela, novos dons e favores de Seu Onipotente braço. Quanto à petição d’Ela, além da promessa de assisti-los, para que acertassem o dispor o Símbolo da Fé, declarou-lhe as palavras e preposições de que ele, por então, se haveria de formar. E ao pronunciá-las, quis também prevenir a humildade da grande Senhora, de que era vontade Sua que Ela, no Credo, fosse nomeada como Mãe de Deus e Virgem, antes e depois do parto, vivendo Ela ainda, em carne mortal, entre os que haveriam de pregar e crer esta verdade divina. Despediu-se Cristo, nosso Bem, de Sua beatíssima Mãe, e voltou para a direita do Pai Eterno. E logo inspirou, no coração de seu Vigário Pedro, e dos demais, a iniciativa de ordenarem todos o Símbolo da Fé universal da Igreja. Com esta moção, foram logo tratar, com a divina Mestra, as conveniências e necessidades resultantes desta resolução. Combinou-se, então, jejuarem todos durante dez dias contínuos, e perseverarem em oração, para que fossem ilustrados pelo Espírito Santo. Cumpridos estes dez dias, e os 40 em que a Rainha tratava com o Senhor esta matéria, juntaram-se os 12 Apóstolos, em presença da grande Mãe e Mestra de todos. E São Pedro fez-lhes uma prática sobre a conveniência de fixarem-se as verdades e Mistérios e propor a todos os crentes, para que todos, e em todas as nações do mundo, os cressem, sem diferença. Todos os Apóstolos aprovaram esta proposição. E logo São Pedro celebrou Missa, comungando Maria Santíssima, e os outros Apóstolos. Terminada a Missa, prostraram-se em terra, orando e invocando o divino Espírito, inclusive Maria Santíssima. E havendo orado por certo tempo, ouviu-se um trovão, como quando o Espírito Santo desceu, pela primeira vez, sobre os fiéis. E encheu-se o Cenáculo de luz e resplendor admiráveis, ficando todos ilustrados e cheios do Espírito Santo. Logo, Maria Santíssima pediu que cada um pronunciasse e declarasse um Mistério, ou, o que o Espírito divino administrasse. Começou São Pedro e prosseguiram todos nesta forma:

São Pedro: Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do Céu e da terra.

Santo André: E em Jesus Cristo, seu Único Filho, Nosso Senhor.

São Tiago Maior: Que foi concebido por obra do Espírito Santo, nasceu de Maria Virgem.

São João: Padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado.

São Tomé: Desceu aos infernos, ressuscitou, ao terceiro dia, dentre os mortos.

São Tiago Menor: Subiu aos Céus, está assentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso.

São Felipe: E dali há de vir a julgar os vivos e os mortos.

São Bartolomeu: Creio no Espírito Santo.

São Mateus: Na Santa Igreja Católica, na Comunhão dos Santos.

São Simão Cananeu: No perdão dos pecados.

São Tadeu: Na Ressurreição da carne.

São Matias: Na vida eterna, Amém.

E quando os Apóstolos acabaram de pronunciar todo o Símbolo, o Espírito Santo o aprovou com voz que dizia: “Bem haveis determinado”. Logo a grande Rainha e Senhora dos Céus, e todos os Apóstolos deram graças ao Altíssimo, agradecendo Ela a todos, porque haviam merecido a assistência do Espírito Santo para falarem, como instrumentos Seus, em glória do Senhor, e benefício da Igreja. E para maior confirmação, e exemplo para os fiéis, pôs-se de joelhos, aos pés de São Pedro, e protestou a Santa Fé Católica, como contida no Símbolo que acabavam de pronunciar. E fê-lo, por Si, e por todos os filhos da Igreja, beijando, em seguida, a mão do Vigário de Cristo, e as dos demais Apóstolos. Maria Santíssima foi a primeira a protestar a Fé santa da Igreja, depois de estabelecidos os respectivos artigos…

Da Opinião dos Santos

Santo Irineu (140-202): “A Igreja, espalhada hoje pelo mundo inteiro, recebeu dos Apóstolos e de seus discípulos a fé num só Deus, Pai e Onipotente, que fez o Céu e a terra… Essa é a doutrina que a Igreja recebeu; e essa é a fé que, mesmo dispersa no mundo inteiro, a Igreja guarda com zelo e cuidado, como se tivesse a sua sede numa única casa. E todos são unânimes em crer nela, como se ela tivesse uma só alma e um só coração. Essa fé anuncia, ensina, transmite como se falasse uma só língua”.34

São Cirilo de Jerusalém (315-386): “Este Símbolo da fé, não foi elaborado segundo as opiniões humanas, mas da Escritura inteira, de onde se recolheu o que existe de mais importante para dar, na sua totalidade, a única doutrina da fé. E assim como a semente de mostarda contém, em um pequeníssimo grão, um grande número de ramos, da mesma forma este resumo da fé encerra, em algumas palavras, todo o conhecimento da verdadeira piedade contida no Antigo e no Novo Testamento”.35

Santo Ambrósio (340-397): “Ele é o Símbolo guardado pela Igreja Romana, aquela onde Pedro, o primeiro dos Apóstolos, teve a sua Sé e para onde ele trouxe a comum expressão da fé”.36 “Este Símbolo é o selo espiritual, a mediação do nosso coração e o guardião sempre presente; ele é seguramente o tesouro da nossa alma”.37 Os seus doze artigos, segundo uma tradição atestada por Santo Ambrósio, simbolizam com o número dos Apóstolos o conjunto da fé apostólica.38

São Paulo VI39 achou oportuno fazer uma solene Profissão de Fé no encerramento do “Ano da Fé” de 1968. O Papa quis colocá-lo como um farol e uma âncora para a Igreja caminhar nos tempos difíceis que vivemos, por entre tantas falsas doutrinas e falsos profetas, que se misturam sorrateiramente como o joio no meio do trigo, mesmo dentro da Igreja.

S. Paulo VI falou, na época, daqueles que atentam “contra os ensinamentos da doutrina cristã”, causando “perturbações e perplexidade em muitas almas fiéis”. Preocupara o Papa as “hipóteses arbitrárias” e subjetivas, que são usadas por alguns, mesmo teólogos, para uma interpretação da revelação divina, em discordância da autêntica interpretação dada pelo Magistério da Igreja.

Sabemos que a Verdade nos leva à salvação.40 São Paulo fala da “sã doutrina da salvação”41, e afirma que “Deus quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade”;42 e “a Igreja é a Coluna e o Fundamento da Verdade”.43




Conclusão44

Durante os três primeiros séculos do Cristianismo, onze milhões de Mártires, homens, mulheres, crianças, velhos, preferiram perder a vida nos suplícios mais horríveis a renunciar ao Símbolo. Hoje em dia, nos países infiéis, encontram-se Cristãos apenas convertidos que mostram a mesma coragem. Assim na Uganda, no centro da África equatorial, pereceram, por causa da fé, em 1886, no meio de atrozes tormentos, 150 cristãos recém-batizados pelos Padres Brancos. Se é verdade, que nós não temos que derramar o sangue pela fé e não encontramos as ameaças dos perseguidores, temos contudo, que lutar contra o respeito humano e a pusilanimidade, que todos os dias fazem tantas vítimas. Que a memória e o exemplo de nossos pais e irmãos na fé, nos animem a combater impávidos na luta pela virtude e pelo dever.


________________________

1.  Pablo Arce e Ricardo Sada, “Curso de Teologia Dogmática”, Cap. XIV - “História da Igreja”, Art. 3, Ponto 1, p. 224. Editora de Revistas, S.A., Rei dos Livros, Lisboa, 1992.

2.  Mons. Cauly, “Curso de Instrução Religiosa”, Tom. I, “O Catecismo Explicado – Dogma, Moral, Sacramentos, Culto, 1ª Parte, Cap. Lição Preliminar, Pontos 7-8, pp. 11-13. 3ª Edição; Livraria Francisco Alves, Rio - S. Paulo - B. Horizonte, 1920.

3.  Côn. A. Boulenger, “Manual de Instrução Religiosa para uso dos Colégios e Catequistas voluntários – Doutrina Católica”, 1ª Parte, “O Dogma” (Símbolo dos Apóstolos), 3ª Lição Preliminar, Cap. IV, parág. 20, pp. 25-26. Livraria Francisco Alves – Paulo de Azevedo e Cia., Rio/S. Paulo, 1927.

4.  Pe. Valdomiro Pires Martins, Catecismo Romano, ou, Catecismo dos Párocos, redigido por Decreto do Concílio Tridentino, publicado por ordem do Papa Pio Quinto, Parte 1ª, Art. II, Pontos 1-2, p. 76. 2ª Edição; Editora Vozes Ltda., Petrópolis/RJ, 1962.

5.  II Cor. 5, 20.

6.  Marc. 16, 15.

7.  I Cor. 1, 10.

8.  Pe. Valdomiro Pires Martins, ob. cit.

9.  Alusão à historia de que cada Apóstolo teria formulado individualmente um artigo do Símbolo, antes de se espalharem pelo mundo inteiro. Cfr. PMH, p. 32, n. 4.

10.  Gál. 2, 4.

11.  II Cor. 2, 17.

12.  S. Ambrósio, Expl. Symb. 7: PL 17, 1158D.

13.  Catecismo da Igreja Católica, 1ª Parte, 2ª Seção, n. 194, p. 62. Editora Vozes, Petrópolis - RJ/Edições Loyola, São Paulo – SP, 1993.

14.  D. Santiago José Garcia Mazo, “O Catecismo da Doutrina Cristã Explicado, ou, Explicações do Catecismo de Astete, as quais convém igualmente ao de Ripalda”, 1ª Parte, Cap. I, Arts. XXIII-XXIV, pp. 12-13. 6ª Edição; Livraria Chardron, Porto, 1905.

1.  Ap. 22, 18-19.

2.  Santo Ambrósio de Milão, “Explicação do Símbolo”, Ponto 7, pp. 27-28. Cfr. Coleção Patrística, Vol. 5. Editora PAULUS, São Paulo/SP, 1996.

15.  D. Santiago José Garcia Mazo, ob. cit.

16.  Serm. 115 de temp.

17.  Mons. Cauly, ob. cit.

18.  Pe. Francisco Spirago, “Catecismo Católico Popular”, Tomo I, 1ª Parte, Cap. “A Fé” (Símbolo dos Apóstolos), pp. 103-105. União Gráfica, Lisboa, 1958.

19.  Lev. VIII, 8.

20.  Lev. XXIV, 6.

21.  Deut. XXVII, 5.

22.  Pe. Francisco Spirago, ob. cit.

23.  Santo Agostinho.

24.  Santo Tomás de Aquino.

25.  Santo Agostinho.

26.  São Pedro Crisóstomo.

27.  Santo Ambrósio.

28.  Cardeal Pedro Gasparri, “Catecismo Católico”, Vol. III, 3º Catecismo, Cap. III, perguntas 31-32, pp. 20-21.Est. Gráf. Santa Teresinha, Porto Alegre/RS, 1936.

29.  São Pedro Canísio, De fide et symbolo fidei, cap. I, n. 7; Catecismo dos Párocos, p. I, c. I, n. 4.

30.  Cardeal Pedro Gasparri, ob. cit.

31.  Catecismo dos Párocos.

32.  George Brantl, “Catolicismo”, Cap. VI, pp. 138-139. Zahar Editores; Rio de Janeiro/RJ, 1964.

33.  “Mística Cidade de Deus” - História e Vida da Virgem Mãe de Deus por Soror Maria de Jesus, Abadessa do Convento da Imaculada Conceição, de Ágreda, Espanha, Ponto 157, pp. 316-320. Tradução e Resumo por um Vicentino, 6ª Edição, Comunidade Emanuel, Edições Louva-a-Deus, Rio de Janeiro/RJ, 1999.

34.  Adv. Haer. 1, 9.

35.  Catech. III. 5, 12.

36.  CIC § 194.

37.  CIC § 197.

38.  CIC § 191.

40.  CIC § 851.

41.  II Tim. 4, 7.

42.  I Tim. 2, 4.

43.  I Tim. 3, 15.

44.  Mons. Cauly, ob. cit.

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