Blog Católico, para os Católicos

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"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

terça-feira, 4 de agosto de 2020

A Grandeza do Sacerdócio Católico


Meus filhos, chegamos ao Sacramento da Ordem. É um Sacramento que parece não dizer respeito a ninguém dentre vós, e que diz respeito a toda gente. Esse Sacramento eleva o homem até a Deus. Que é o Sacerdote? Um homem que ocupa o lugar de Deus, um homem que é revestido de todos os poderes de Deus. “Ide, diz Nosso Senhor ao Sacerdote. Assim como meu Pai me enviou, assim eu vos envio… todo poder me foi dado no Céu e na terr. Ide, pois, instruí todas as nações… Quem vos escuta a mim escuta; quem vos despreza a mim despreza”.

Quando o Padre perdoa os pecados, não diz: “Deus vos perdoe”. Diz: “Eu vos absolvo”. Na consagração, ele não diz “Isto é o Corpo de Nosso Senhor”. Diz: “Isto é meu Corpo”.

São Bernardo diz-nos que tudo veio por Maria, pode-se dizer também que tudo nos veio pelo Sacerdote: sim, todas as venturas, todas as graças, todos os dons celestes.

Se não tivéssemos o Sacramento da Ordem, não teríamos Nosso Senhor. Quem foi que o pôs aí nesse tabernáculo? Foi o Padre. Quem foi que recebeu vossa alma à sua entrada na vida? O Padre. Quem a alimenta para lhe dar a força de fazer a sua peregrinação? O Padre. Quem a prepara para comparecer perante Deus, lavando essa alma pela primeira vez no Sangue de Jesus Cristo? O Padre, sempre o Padre. E se essa alma vier a morrer, quem a ressuscitará? Quem lhe restituirá a calma e a paz? Ainda o Padre. Não vos podeis lembrar de um só benefício de Deus sem encontrardes, ao lado dessa lembrança, a imagem do Padre.

Ide-vos confessar à Santíssima Virgem ou a um Anjo: eles vos absolverão? Não. Dar-vos-ão o Corpo e o Sangue de Nosso Senhor? Não. A Santíssima Virgem não pode fazer descer seu divino Filho à hóstia. Tivésseis aí 200 Anjos, e eles não poderiam absolver-vos. Um Padre, por mais simples que seja, pode-o; pode dizer-vos: “Ide em paz, eu vos perdoo”. Oh! Como o Padre é alguma coisa de grande!

O Padre só será bem compreendido no Céu… Se o compreendêssemos na terra, morreríamos, não de pavor, mas de amor…

Os outros benefícios de Deus de nada nos serviriam sem o Padre. De que serviria uma casa cheia de ouro, se não tivésseis ninguém para vos abrir a porta? O Padre tem a chave dos tesouros celestes; é ele quem abre a porta; ele é o ecônomo de Deus, o administrador dos seus bens.

Se não fosse o Padre, a Morte e a Paixão de Nosso Senhor de nada serviriam. Vede os povos selvagens: de que lhes serviu que Nosso Senhor morresse? Ai! Eles não poderão ter parte no benefício da Redenção enquanto não tiverem Padres para lhes fazerem a aplicação do seu Sangue.

O Padre não é Padre para si: não dá a si a absolvição, não administra a si os Sacramentos. Ele não é para si, é para vós.

Depois de Deus, o Sacerdote é tudo!… Deixai uma Paróquia vinte anos sem Padre, adorarão ali os animais.

Se o Sr. Missionário e eu nos fôssemos embora, vós diríeis: “Que fazer nesta igreja? Não há mais Missa, Nosso Senhor não está mais nela, tanto vale rezar em casa…”.

Quando se quer destruir a Religião, começa-se por atacar o Padre, porque onde quer que não haja mais Padre, não há mais Sacrifício, e onde não há mais Sacrifício, não há mais religião.

Quando o sino vos chama à igreja, se vos perguntassem: “Onde ides?” Poderíeis responder: “Vou alimentar minha alma”. Se vos perguntassem, mostrando-vos o tabernáculo: “Que é essa porta dourada? – É a copa: é o guarda-comida de minha alma. Quem é que tem a chave dele, quem faz as provisões, quem apronta o festim, quem serve à mesa? – É o Padre. – E a comida? – É o precioso Corpo de Nosso Senhor…”. Ó meu Deus, meu Deus, como nos amastes!…

Vede o poder do Padre! A língua do Padre, de um pedaço de pão faz um Deus! É mais do que criar o mundo. Alguém dizia: “Santa Filomena obedece então ao Cura d’Ars” Certo, ela bem pode obedecer-lhe, já que Deus lhe obedece.

Se eu encontrasse um Padre e um Anjo, cumprimentaria o Padre antes de cortejar o Anjo. Este é o amigo de Deus, mas o Padre faz as vezes de Deus… Santa Teresa beijava o lugar por onde um Padre havia passado…

Quando virdes um Padre, deveis dizer: “Eis aquele que me tornou filho de Deus e me abriu o Céu pelo Santo Batismo, aquele que me purificou depois do meu pecado, que dá a comida a minha alma…”. À vista de um campanário, podeis dizer: “Que há ali? – O Corpo de Nosso Senhor. – E por que está ele ali? – Porque um Padre passou por ali e disse Missa”.

Que alegria tinham os Apóstolos depois da Ressurreição de Nosso Senhor, por verem o Mestre que tanto haviam amado! O Padre deve ter a mesma alegria vendo Nosso Senhor que ele segura nas mãos… Dá-se grande valor aos objetos que foram depositados na escudela da Santíssima Virgem e do Menino Jesus em Loreto. Mas os dedos do Padre, que tocaram a Carne adorável de Jesus Cristo, que mergulharam no Cálice onde esteve o seu Sangue, no Cibório onde esteve o seu Corpo, não são porventura mais preciosos?…

O Sacerdote é o amor do Coração de Jesus. Quando virdes o Padre, pensai em Nosso Senhor Jesus Cristo.


Fonte: Pe. Alfred Monnin, O Espírito do Cura D’Ars, Cap. IX, pp. 50-52. Uma Publicação de: Ontem, Hoje e Sempre, Campos dos Goytacazes/RJ. Cfr. A. Monnin, Florinhas de Ars, Cap. XXII, pp. 74-75. Editora Vozes Ltda. Petrópolis?RJ, 1952.

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