Irmãos e irmãs, Diocesanos de Frederico Westphalen e demais católicos e pessoas de boa vontade.
Com amargura na alma, mais uma vez, vejo-me obrigado a escrever uma Nota Pastoral em relação à questão do aborto e à sua implantação no Brasil.
No último dia 4, alavancado pelo apoio e pressão do PT e de seus aliados,
 o Congresso Nacional, enviou para a sanção da Presidente da República, o
 PLC n. 3, de 2013. Tal Projeto foi  aprovado em regime de urgência, ou 
seja, sem dar o devido tempo exigido pela gravidade da proposta para que
 os Congressistas pudessem analisar e principalmente, escutar a 
sociedade civil, em relação ao texto em questão.
Os defensores da implantação do
 aborto no Brasil usaram uma estratégia muito bem preparada: sabendo que
 jamais passaria pelo Congresso algum tipo de projeto que diretamente 
permitisse a implantação do aborto, trocaram termos e palavras, sem 
contudo desviar um só milímetro de suas intenções: o puro e simples 
encaminhamento para a aprovação do aborto de fato.
O artigo 1º do Projeto que 
prevê o “atendimento emergencial integral” de vítimas de violência 
sexual é depois manipulado pelos abortistas no artigo 3, parágrafo 4, 
através de uma “profilaxia da gravidez”, que deve ser simplesmente 
entendida como a autorização para o aborto.
Não se encontra, naturalmente no texto, a palavra“ aborto”. Mas as intenções são suficientemente claras: proporcionar aos profissionais da Medicina e do Direito a base legal para a realização pura e simples de abortos. Esta
 é e sempre foi a estratégia usada: fugir dos termos contundentes, mas 
implantar, de forma disfarçada a devida autorização para que se possa 
agir de acordo com a ideologia abortista.
 O resultado da aprovação deste
 Projeto de Lei já é conhecido… este é o objetivo da agenda abortista: o
 Executivo, sancionando a Lei, irá estabelecer as regulamentações e as 
normas técnicas que abrirão a estrada da implantação, na prática, do 
aborto.A estratégia é clara e, infelizmente, o Congresso brasileiro 
entrou, como se costuma dizer, “na jogada” aprovando e encaminhando um 
projeto destes para a sanção da Presidente da República. 
Tudo muito bem preparado, 
estudado e levado a efeito sem a devida discussão e sem a necessária 
participação da sociedade brasileira como tal, que sabidamente é em sua grande maioria, contrária à implantação do aborto.O
 aparente respeito à legalidade que tal encaminhamento deste iníquo 
projeto de lei possa estar seguindo tropeça em uma única e definitiva 
verdade, como nos diz o bem aventurado Papa João Paulo II, na Evangelium
 Vitae: “Reivindicar o 
direito ao aborto, ao infanticídio, à eutanásia, e reconhecê-lo 
legalmente, equivale a atribuir à liberdade humana um significado 
perverso e iníquo: o significado de um poder absoluto sobre os outros e 
contra os outros. Mas isto é a morte da verdadeira liberdade“.
É
 bom que exista uma legislação adequada ao atendimento humano de 
mulheres vitimas de violência sexual, no Brasil. O que não podemos 
jamais admitir é que entre os possíveis encaminhamentos, permita-se o 
aborto. Isto é inaceitável!
Assim sendo, venho, através 
desta Nota Pastoral expor esta dramática situação aos diocesanos da 
Igreja Particular de Frederico Westphalen e às pessoas de boa vontade, 
que acreditam e defendem o valor da vida humana desde a sua natural 
concepção até seu fim natural, e pedir, fundamentalmente, duas coisas:
1.      Orações intensas, suplicando ao Senhor da vida, que possa salvar-nos desta chaga horrorosa que é o aborto;
2.      A firme manifestação 
contra a sanção deste Projeto de Lei, fazendo telefonemas ou enviando 
fax para o Gabinete da Exma Sra. Presidente da República que, como todos
 lembramos, na Campanha eleitoral, vendo que poderia perder a eleição, 
comprometeu-se publicamente, junto a diversos líderes religiosos e 
perante a Nação, a não permitir, durante seu governo, a implantação de 
nenhuma forma de aborto, no Brasil.
Os contatos são os seguintes:
Telefones: (61) 3411.1200
                    
(61) 3411.1201
Fax:            (61) 3411.2222
 
Desejando a todos a Paz e o Bem que vem de Deus, os abençoo no Senhor.
Frederico Westphalen, 14 de julho de 2013.
XV Domingo Comum C
+ Antonio Carlos Rossi Keller
Bispo de Frederico Westphalen