A Humildade
é
a
Verdade
Sim,
existe. As Seitas Protestantes da linha
Pentecostal, o Mormonismo, o Espiritismo, o Movimento
de Renovação Carismática, etc.
1ª
Prova:
As
Seitas
Pentecostais
igreja Cai Cai
► “O
Pentecostalismo Clássico é uma forma de reavivamento
fundamentalista do Protestantismo Norte-Americano. Está
ligado com um tipo de reavivamento Metodista chamado
‘Holiness’ (Santidade), que se originou na segunda metade do
século passado (séc. XIX)...
Ora,
aconteceu no ano de 1900 que o pastor Metodista Charles F. Parham
aderira às concepções de ‘Holiness’. Tinha uma escola
para estudos bíblicos em Topeka (Kansas, U.S.A.) com 30 alunos,
de ambos os sexos. Adotava o método de propor uma pergunta, para a
qual os estudantes tinham de procurar os textos bíblicos que
pudessem servir de resposta. Certa vez, interrogou: ‘Quais são os
sinais que, na Bíblia, caracterizam o autêntico batismo no Espírito
Santo?’ – Na base de At. 2, 1-12; 10, 44-48; 19, 17 – Parham e
seus discípulos concluíram que o único sinal seguro era o Dom
das Línguas (Glossolalia). Então grande entusiasmo
apoderou-se do grupo, que se pôs a rezar ininterruptamente durante
vários dias e noites, pedindo a vinda do Espírito Santo. A 1º
de janeiro de 1901; uma das estudantes, Agnes Oznam, pediu a
Parham que lhe impusesse as mãos sobre a cabeça enquanto orava;
quando isto foi feito, ela experimentou o ‘batismo no
Espírito’ e começou a falar línguas: ‘Sentia-me como se
rios de água viva jorrassem do mais profundo do meu ser’, declarou
ela mais tarde. Dentro de poucos dias Parham e os outros membros do
grupo fizeram a mesma experiência.
Assim surgiu
a primeira congregação Pentecostal, distinta dos grupos
‘Holiness’ pela convicção de que o genuíno batismo no
Espírito há de ser manifestado, como no primeiro Pentecostes,
pelo Dom das Línguas...
Nenhuma
denominação Protestante está sujeita a se dividir e subdividir
tanto quanto a dos Pentecostais ...” (D. Estêvão T.
Bettencourt, O.S.B., “Pergunte e Responderemos”, N.
424/1997).
Culto Pentecostal
► “Ao
encararmos o Movimento Pentecostal Protestante, verificamos
algumas de suas características, que nos sugerem uma reflexão:
a) A
emoção, não raro, prepondera sobre a razão em tais correntes
religiosas;
b) Há
nelas, uma propensão forte aos fenômenos tidos como
extraordinários, que fazem vibrar, aplaudir, gritar,
dificultando o raciocínio e o senso crítico;
c) Há
aí pouco estudo profundo da Bíblia. Esta é interpretada em
chave fundamentalista ...;
Nesse
ritmo, os Pentecostais se afastam cada vez mais do genuíno
Cristianismo. Tendem a fazer da religião um
serviço ao homem, e não a Deus; o antropocentrismo predomina,
ainda que veladamente ... o crescimento
das denominações Pentecostais se deve, em grande parte: à
insuficiente formação religiosa e catequética do povo
católico...” (D.
Estêvão T. Bettencourt, O.S.B., “Crenças, Religiões,
igrejas e Seitas: quem são?”, pp. 46-49).
Culto da Deus é Amor
► “...
As igrejas (tradicionais Protestantes) veem, por sua vez, nestes
movimentos sectários (nos
Pentecostais) um caráter
herético...” (Prof.
Fr. Irineu Wilges, O.F.M., “Cultura Religiosa – As
Religiões no Mundo”, Cap. 3. 3. 3-13, Pentecostais).
Davi Miranda: Fundador da Deus é Amor
► “Algumas
Seitas modernas pretendem renovar os Carismas da Igreja Primitiva.
Dentre elas, os ‘Irmãos de Pentecostes’. Gemendo, ganindo,
soluçando e desmaiando, procuram pôr-se em estado de
falar várias línguas. Quando alguém
começa a tartamudear: ‘tá, tá, tá, tá’ – todos os
presentes extasiam-se felizes: ‘graças, por terdes
vindo, Senhor Jesus!’ ...” (J.
P. Junglas e Frederico Tillmann, Doutores Catedráticos da
Universidade de Bonn, na Alemanha, “Luz e Vida – Curso
Superior de Religião: A Igreja”, Vol. I, Cap. I, Art. II, N. 2).
Culto Pentecostal
► “As Assembleias de Deus sempre ensinaram que o Dom de Línguas é a
prova decisiva de quem recebeu o batismo do Espírito. Assim,
Mr. J. Evans, Secretário Geral do Concílio das Assembleias de
Deus, declarou: ‘O nosso testemunho distintivo é que o
batismo do Espírito Santo é regularmente acompanhado do
sinal físico de falar línguas conforme o Espírito de Deus dá de
falar’. E acrescentou que nenhum ministro que negue isto
poderia continuar a deter credenciais dentro da
denominação...
Auto-ilusão
é coisa fácil nos nossos dias como era então (nos primeiros
séculos). Psicologicamente, pessoas de têmpera alta, levadas a
um estado de excitação quase patológica, podem experimentar
emoções profundas para as quais não podem achar palavras, e para
exprimir as quais, elas recorrem a uma torrente de sons vagos,
ininteligíveis a elas mesmas ou aos outros, embora tão variados e
modulados a ponto de darem a impressão de uma língua regular.
Em si mesmo, isto pode ser um fenômeno puramente natural. Não
há necessidade de atribuí-lo ao Demônio. Mas o resultado, em
qualquer caso, é pura confusão de vozes; e o Espírito
Santo absolutamente não tem nada a ver com isso. Nem os esforços
das Assembleias de Deus para reproduzir tais manifestações no seu
meio podem ser considerados como um testemunho prestado pelo
Espírito Santo...” (R. Pe. Dr. L. Rumble, M.S.C., ob. Cit.).
Culto Pentecostal em Santiago no Chile
► “Na
arrancada para a abertura de novos espaços, os Pentecostais
colecionam, com sentida mágoa, um vasto dossiê de conceitos
emitidos pelas igrejas Protestantes tradicionais, sobretudo a
Batista, a respeito de suas crenças, com especial ressentimento
por um livro editado sob a responsabilidade da Junta de Educação
Religiosa e Publicações da Convenção Batista Brasileira
(Juerp), chamado ‘Movimento Moderno de Línguas’, de autoria
do Batista americano Robert Gromacki, que considera o
Pentecostalismo ‘uma grosseira mistificação de origem
satânica’. Na mesma linha está ‘A doutrina do Espírito Santo’,
obra publicada sob os auspícios da Convenção Batista
Brasileira, que ironiza a espiritualidade dos rituais
Pentecostais. Outro autor Batista, por sinal muito lido no Brasil, H.
E. Alexander, diz que o Movimento Pentecostal nada mais é do
que um dos ramos do Espiritismo, do Feiticismo ou da Macumba. E
Francisco Huling, também Batista, ex-Pentecostal, afirma em seu ‘É
bíblico o Pentecostalismo?’, que ‘o contraste completo
entre o que via e o que as Escrituras diziam ajudaram-me a pensar,
e eu comecei a ver que o Pentecostalismo não é de Deus, mas sim, do
Diabo’” (Delcio
Monteiro de Lima, “Os Demônios descem do Norte”, ed. Francisco
Alves).
2ª
Prova:
Os
Mórmons
► “Além
do ‘Livro de Mórmon’ e da Bíblia, os discípulos de Joseph
Smith admitem mais dois livros sagrados: ‘A Pérola de
Grande Preço’ e ‘Doutrinas e Pactos da Igreja de Jesus
Cristo dos Santos dos Últimos Dias’. Estas obras contém
uma coletânea de passagens, autênticas e não autênticas, da
Escritura Sagrada, assim como a autobiografia de Joseph
Smith e revelações que este recebeu de Deus.
É por tais
escritos que se transmitem as doutrinas e as práticas do
Mormonismo, as quais se podem resumir nos seguintes
(falarei de forma resumida):
O Padre
Eterno tem carne e ossos; o Divino Filho e o Espírito Santo, são
apenas emanações do Padre Eterno.
O homem
sempre existiu, existe e sempre existirá.
O Batismo
dos mortos, que morreram sem Batismo, através dos seus descendentes
vivos.
Não existe
Pecado Original.
No
Mormonismo foi restaurada a primitiva Igreja.
Figura externa do Templo de Salt Lake City
Na Igreja
dos Mórmons, o Espírito Santo se manifesta de maneira
extraordinária e permanente por meio dos Dons de Línguas,
Profecias, Revelações, Curas, Visões, etc....
A Ceia do
Senhor é celebrada sob as duas espécies: Pão e Água.
No
que se refere ao Casamento, Joseph Smith em 1831 recebeu a
‘revelação’ de que seria lícita a Poligamia... etc.” (D.
Estêvão T. Bettencourt, O.S.B., “Por que não sou Mórmon?”,
pp. 13-19).
3ª
Prova:
A
Renovação
Carismática
► “...
Parece que alguns grupos católicos se deixaram influenciar pelo
Pentecostalismo Protestante, entregando-se a exageros ou desvios
Doutrinários. Por outra parte, ‘crentes’
Pentecostais foram aceitos em grupos católicos de
oração, e levaram para estes certas interpretações da Bíblia
não condizentes com o Ensino da Igreja Católica: assim,
alguns ‘carismáticos’ católicos puseram-se a combater
o culto à Virgem Santíssima e aos Santos; começaram a
professar uma ‘Igreja Carismática’ teologicamente diluída,
insensível ao Magistério. O batismo no Espírito Santo
foi excessivamente valorizado, como se desse origem a uma
classe privilegiada de cristãos, portadores de Carismas únicos
– Dons de Línguas e de Curas; assim se constituiria a
Verdadeira Igreja, cujo Único Mestre seria o Espírito
Santo, propulsor direto e íntimo de cada cristão. A meditação
da Palavra de Deus e a Oração cederiam, em grande parte,
à euforia de louvores, aleluias, ‘Viva Jesus’. Tais
proposições são Heréticas.
O
Critério Fundamentalista (interpretação da S. Escritura, ao pé
da letra) suscita outros desvios (doutrinários): ... O
Dom das Línguas é, então, confundido com o falar confuso
de quem está sob o impacto de emoções... os Carismas,
como o de Curas (com imposição das mãos) e o de Línguas,
são também ocorrentes com frequência, que parece mais doentia
do que oportuna.
...
Ocorre, portanto, que na Renovação Carismática pessoas bem
intencionadas, se tem índole fortemente emotiva, podem
impressionar-se e chegar a crer que proceda do Espírito
Santo o que é produto das próprias emoções ou imaginações.
Há, então, falta de discernimento e passa-se do razoável para
o doentio. Este perigo não é de hoje.
Em muitas épocas da Igreja existiram ‘visionários’, de modo que
o Magistério da Igreja sempre se mostrou cauteloso frente a muitas
‘aparições’ e ‘visões’ de Cristo ou dos Santos... Os
Dons Extraordinários estão na linha dos Milagres... Os
Milagres são fatos extraordinários; não são acontecimentos em
série, aos quais todos possam ou devam aspirar...” (D.
Estevão T. Bettencourt, O.S.B., ob. cit.).
RCC da Diocese de Itabira-Cel.
► “… A
situação de confusão mental reinante não surgiu espontaneamente
nos dias de hoje, mas é continuação daquela mentalidade que o
Modernismo, no início do século, deixou entre os Teólogos
e Filósofos Católicos. Os conceitos de Diálogo e de
Ecumenismo, reafirmados e explicitados pelo Concílio
Vaticano II, mal interpretados, e, consequentemente, mal aplicados,
motivaram também, é certo, o aparecimento de novos
erros.
Existe,
também, entre os católicos, e já se propagaram em nosso
Catolicismo Brasileiro, vítima fácil das mais estranhas
novidades, Movimentos que, propriamente, não pertencem ao
plano do pensamento, justamente porque apelam, em
primeiro lugar, não para a inteligência, mas para as potências
psico-fisiológicas, imaginativas, emotivas, irracionais do
homem.
Se
insistem em conscientização da Fé, o modo pelo qual pretendem
chamar o homem à Fé, ou esclarecer a Fé, isto é, o método, é
negador da inteligência. Enquadram-se nessas correntes: os
Cursilhos de Cristandade, os Grupos Pentecostais, os Grupos de
Renovação Carismática, o Movimento de Pascalização e muitas
outras tendências. Nem sempre de origem Católica, como os
Grupos de Renovação Carismática, essas manifestações
religiosas de católicos exercem um proselitismo exaltado e
virulento em nosso povo já predisposto pelo fanatismo de tantas
Seitas Protestantes, pelo Espiritismo, pelos ritos
Afro-Brasileiros, povo já docilmente conduzido pelos delírios
encantadores e ‘místicos’ de um Antônio Conselheiro, de um
‘monge’ João Maria ou de um Padre Cícero (ou
de um Chico Xavier), como ensina a nossa história.
Emoção,
sugestão, condicionamento psíquico, prevalecem, em geral, em tais
tendências ‘apostólicas’ e ‘místicas’, em detrimento
da inteligência racional e livre, que é a da Fé.
Além
dessa distorção inicial da vida religiosa humana (e Cristã), em
quase todas essas tendências, a distinção desaparece entre o
natural e o sobrenatural, porque determinam que são
sobrenaturais, fenômenos mórbidos de experiência religiosa.
Os
fenômenos extraordinários que surgem nas experiências destes
adeptos de tais tendências religiosas, como Profecia, Curas
miraculosas, Conversões, Êxtases Místicos,
Arrependimentos da vida pecaminosa, Conversa com Deus, Dom
das Línguas, etc., estão perfeitamente nos Capítulos da
Psicologia Religiosa, referentes aos Fenômenos Mórbidos. Essas
tendências prendem-se ao Progressismo, e são
anti-intelectualísticas” (D.
Odilão Moura, O.S.B., “Ideias Católicas no Brasil –
Direções do Pensamento Católico no Brasil no Século XX”,
Cap. V).
RCC de Altamira realiza Tarde Carismática
(Adoração ao Ss. Sacramento)
► “Novo
Pentecostes? É a última espetacular novidade religiosa que se
espalha com grande sucesso no mundo inteiro... Esse Movimento de
origem Protestante, nascido antes do século (XX),
cresceu agora rapidamente... e como era de se esperar anuncia que o
Movimento já entusiasmou o Mundo Católico, onde
ganha a denominação de ‘Renovação Carismática’,
e até reclama o mais ousado título de ‘Novo Pentecostes’.
Para
comparar o Movimento chamado ‘Pentecostalismo’ com a Igreja
de Jesus Cristo, comecemos por comparar a descida do Espírito
Santo sobre os Apóstolos, no dia de Pentecostes ao ‘Novo
Pentecostes’, que desce sobre cada um dos 25 mil membros do
Encontro (da RCC) realizado na Universidade Notre Dame (USA).
...
Pentecostes foi, para a Igreja nascente, não uma explosão de
manifestações espontâneas e multiplicadas, mas ao
contrário, um atingimento de maturidade e de esplendor de
ordem. Foi mais uma ‘Cristianização Eclesial’, do que uma
‘explosão carismática’. Diríamos até que, esse grande dia da
‘Confirmação da Igreja’ vinha pôr termo à anarquia ou à
dispersão informe dos primeiros tempos. Assinalemos que,
em Pentecostes, com a evidência das Línguas de fogo, a
descida do Espírito Santo se fazia sobre a Hierarquia, para bem
marcar o caráter da Igreja Católica. E as ‘Línguas’, que
também os Apóstolos nesse dia falaram, usando o Dom das
Línguas, que São Paulo não reprova mas não estimula.
Ora, esse ponto de semelhança é na verdade um ponto de
oposição, porque, enquanto os ‘Pentecostais’ de hoje
falam línguas que ninguém entendem, nem eles mesmos, os
Apóstolos falaram uma ‘língua que todos os vários
estrangeiros presentes ouviram e entenderam como a própria’.
Torna-se evidente, que o Espírito Santo, nesse dia, usou o mesmo
Dom para exprimir a ‘Unidade de Língua’ da Igreja e sua
destinação universal. Formalmente, essa ‘Unidade de
Língua’ significa ‘Unidade de Doutrina’, mas também pode
significar a Real Unidade de Língua que a Igreja teria quando
recebesse seu cunho Romano, e portanto, Latino.
Vê-se
assim, que o ‘Novo Pentecostes’ é dispersador, quando o
verdadeiro Pentecostes foi congraçador; que o moderno
fenômeno é anarquista, onde o autêntico é ordenador e
hierárquico; que o moderno fenômeno se traduz em
manifestações emotivas diversas e mais ou menos chocantes,
enquanto que o verdadeiro Pentecostes se arremata por um
discurso de São Pedro, que imprime ao Mistério Pentecostal todo o
seu sentido de Unidade Eclesial ...” (Gustavo
Corção; cfr. “Permanência”, nº 60, outubro de 1973, pp.
13-16).
XIII Congresso Estadual da RCC de Santa Catarina
► “O
Pentecostalismo, de longa data presente no Protestantismo, teve seu
despertar com o surgimento de novos movimentos no início do
século XX, nos Estados Unidos, difundindo-se pelo mundo. A
partir de 1967 penetrou na Igreja Católica com o nome de Renovação
Carismática Católica ou Renovação no Espírito Santo... O
movimento carismático chega ao Brasil em 1972 através dos
Jesuítas...”
(http://www.cleofas.com.br/virtual/texto.php?doc=igreja&id=546
”Página
Inicial: Igreja Católica
Renovação Carismática Católica
Teologia dos Movimentos Católicos – CNBB: Histórico).
Católicos dançam e cantam na Igreja de SS. Joachim e Anne
► O
Padre Edvino Augusto Friderichs, S.J., depois de responder
positivamente à pergunta: “o movimento carismático é
recomendável ?”, afirma que “o perigo
está nos exageros, na errônea interpretação de alguns
fenômenos que escandalizam e até chegam a ridicularizar a
prática da Religião Católica. Fenômenos que têm evidente
explicação natural, são, com frequência, atribuídos ao
Divino Espírito Santo, o que é uma aberração” (“Caixinha
de Perguntas sobre Religião e Superstições”, p. 70).
Fonte: Acessar o ensaio "Elucidário sobre o Dom das Línguas" no link "Meus Documentos - Lista de Livros".
O teólogo, o poeta e o cantor
Das páginas da revista ISTOÉ:
Leonardo Boff fala sobre a RCC
Istoé - O que o sr. acha da Renovação Carismática Católica?
Leonardo Boff
- É um movimento forte, que trouxe muitos elementos positivos, pois
tirou o monopólio dos padres. Agora o leigo fala e inventa orações,
coisa que não ocorria. Deu certa leveza ao cristianismo, muito centrado
na cruz e na paixão e menos na alegria e na celebração. Mas, a meu ver,
ela ficou a meio caminho.
Istoé - Por quê?
Leonardo Boff
- Não se pode pensar no cristianismo sem justiça social e preocupação
com os pobres. Todo carismatismo corre o risco de alienação. Eles se
perdem no louvor, no cantar e dançar.
Istoé - E como o sr. avalia os padres cantores, como Marcelo Rossi e Fábio de Melo?
Leonardo Boff
- Eles produzem um tipo de evangelização adequada ao que é dominante
hoje, que é o mercado. Mas com as limitações que o mercado impõe, tenham
eles consciência disso ou não. É sempre problemático, do ponto de vista
teológico, transformar a mensagem cristã numa mercadoria de fácil
consumo e de pacificação das consciências atribuladas. Noto que as
grandes questões sociais estão ausentes em seus discursos e cânticos.
Istoé - Por quê?
Leonardo Boff
- Eles falam sobre questões subjetivas. O cristianismo não pode
funcionar como um ansiolítico que nos alivia, mas deve falar às
consciências para que as pessoas tomem decisões que vão na direção do
outro. Para mim, a mensagem cristã não significa buscar um porto seguro
onde ancoramos para repousar. Mas é um chamado para irmos ao mar alto,
para enfrentar as ondas perigosas. E não pedimos a Deus que nos livre
das ondas, mas que nos dê força e coragem para enfrentá-las.
Istoé - O sr. ainda é católico?
Leonardo Boff
- Sou católico apostólico franciscano. Acho que São Francisco foi o
último cristão verdadeiro e talvez o primeiro depois do Único, que foi
Jesus Cristo. O franciscanismo me inspira mais do que o romanismo porque
o romano é apenas uma qualificação geográfica.
Fonte: Revista ISTOÉ - Edição 2116 - 2JUN/2010
Testemunho Protestante
Culto em uma igreja do ramo Pentecostal:
ênfase em orações mais emotivas e no falar de 'novas línguas'
Em 1967 foi a vez da Igreja Católica Romana
formar seu grupo de carismáticos. Tudo começou num retiro de Universitários
na Universidade de Duquesne, Pittsbush. Houve muitos que falaram em línguas
naquele retiro. O primeiro grande líder dos carismáticos Católicos parece ter
sido Ralph Keifer. Em fevereiro de 1967 ele levou a mensagem carismática para a
Universidade de Notre Dame, e muitos alunos e professores falaram em línguas.
De princípio tanto os pastores pentecostais,
como padres católicos, condenaram o mais novo movimento pentecostal. Na verdade
os padres até tinham uma certa razão, pois, era um ensino totalmente contrário
às doutrinas do Vaticano. Já os pastores pentecostais condenavam mais por ciúme,
afinal, a grande vantagem de falar em línguas, que foi a bandeira dos
pentecostais por mais de seis décadas, estava agora na boca dos idólatras católicos.
A diferença dos carismáticos com os pentecostais é: Primeiro que eles se
renovam e permanecem nas suas próprias congregações, enquanto os pentecostais
históricos dividiam as igrejas. Os carismáticos usualmente pertenciam à
classe média, são separatistas, urbanizados, de tendência ecumênica e
pluralistas em sua teologia. As igrejas pentecostais clássicas eram
originalmente constituídas de operários e eram barulhentas em seus cultos. Na
questão de barulho os carismáticos atuais já alcançaram seus primos
pentecostais clássicos. Os carismáticos são idólatras e os pentecostais não.
No demais são bem parecidos.
Os carismáticos católicos só conseguiram o
agrado do Papa - não o aval - em 1975. Neste ano o movimento reuniu dez mil
carismáticos em Roma. Num pronunciamento ecumênico o Papa Paulo falou
simpaticamente à assembleia. Foi uma vitória ao movimento carismático. De
princípio João Paulo II não aprovou muito o movimento. Mas atualmente ele é
favorável, principalmente porque os carismáticos já se organizaram em quase
todo o mundo, e no Brasil, que é o maior país Católico do mundo, o movimento
está esparramado em quase todas as suas paróquias. Para dizer com mais
sinceridade é o movimento carismático que está conseguindo deter o movimentos
pentecostal e neopentecostal na América Latina, que aliás, é o grande reduto
católico do mundo.
A
grande pergunta é: Estavam certos os pentecostais de condenar o movimento
tradicional? Que dizer de uma pessoa que acredita em purgatório, santos e
imagens, cultos aos mortos, adoração de Maria, entre outras barbaridades,
falar em línguas também? É preciso ter muito cuidado quando falamos desse
assunto.
Gilberto
Stefano