Blog Católico, para os Católicos

BLOG CATÓLICO, PARA OS CATÓLICOS.

"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

terça-feira, 7 de junho de 2022

Em Louvor a Verdade.


Qual é aquela formosura

que vestir-se não procura,

por maior honestidade?

A Verdade.


Que coisa há no mundo tal

tão sincera, clara e igual

que a Deus e aos homens agrade?

A Verdade.


Que aprende o sábio? Que encobre

o peito traidor? E ao nobre

que o rende tão por vontade?

A Verdade.


Quem fez amável e grato

ainda aos bárbaros o trato

da humana sociedade?

A Verdade.


Que receia o delinquente,

se o seu crime não é patente

a luz da publicidade?

A Verdade.


Quem da oprimida inocência

com dolo ou com violência,

haverá que se apiade?

A Verdade.


Qual é o garrote duro

do hipócrita, do perjuro,

da traição, da impiedade?

A Verdade.


Combatidos da tormenta,

que ancora forte sustenta

os corações em igualdade?

A Verdade.


E que alma tem a história

que a faz, nas asas da glória,

de idade passar em idade?

A Verdade.


E de que ouro se lavra

tão fino a real palavra

que prova na adversidade?

A Verdade.


Ambas as tábuas da Lei

que eu mal cumpro, e bem a sei,

que cifram com brevidade?

A Verdade.


Virgem e Mãe; Deus e Menino;

Deus em Cruz, Deus Uno e Trino,

quem a crê-lo persuade?

A Verdade.


E que lâmpada Fébea

ilustra, para que creia

no Tau a gentilidade?

A Verdade.


Nos corações que são seus

que escreve o Dedo de Deus

com suma velocidade?

A Verdade.


Quem certifica ao Profeta,

ou ameace ou prometa,

com infalível claridade?

A Verdade.


Com que vence o Mártir fúrias,

ferro, fogo, afronta, injúrias,

em paz e serenidade?

A Verdade.


E a que saiu do deserto,

voz clamante, índice certo,

que demonstrou na cidade?

A Verdade.


Com que armas só num dia

corações três mil rendia

de Cefas a atividade?

Com a Verdade.


Quem poliu dentro de um instante

de Saulo o bruto diamante

para sol da Cristandade?

A Verdade.


Perguntas e desacatos

de Anás, Herodes, Pilatos

quem suportou com humildade?

A Verdade.


Quem pode na causa extrema

aparecer sem que tema

de Cristo a serenidade?

Só a Verdade.


E quem dá no Empíreo a tantos

milhões de milhões de Santos

eterna saciedade?

A Verdade.


Ó visão admirável! Nunca eu cansei

de andar no teu alcance

por graça e liberdade,

Adorando-Te em espírito e verdade.



Fonte: Rev. Pe. Manuel Bernardes, Oratoriano, “Nova Floresta”, Terceiro Tomo, Título IV – Competências, Emulações, Cap. XLVI, Ilustração, pp. 192-194. Nova Edição, Livraria Lello & Irmão – Editores, Porto, 1949.


O VERDADEIRO CRISTÃO CONFIA EM MARIA SANTÍSSIMA.


Da confiança dos fiéis em Maria Santíssima, quão eficaz e proveitosa, quão consoladora e bem fundada seja, é impossível falarmos dignamente; mas, seria injúria passar sem dizer alguma coisa. Aos que passam a Linha esconde-se a estrela do Norte; mas, aos que estão em passamento, que é a linha entre o tempo e a eternidade, não se esconde a Virgem, antes, se põe mais perto. Só invocado o seu Nome naquela hora, defende, esforça e assegura. E, para o invocarmos sempre com gosto, parece que Deus derramou nele, quantos favos enriqueceram o monte Hibla e quantas flores se riram nos jardins de Alcinoo. Soubesse lá embora Sêneca, por felicidade da memória, repetir fielmente dois mil nomes pela mesma ordem, que uma vez os ouvira que eu, à hora da minha morte, não quisera repetir mais que estes dois: JESUS e MARIA, uma e muitas mil vezes: JESUS, que é Salvador, MARIA, que é Corredentora; JESUS, que é Graça, MARIA, que é cheia de graça; JESUS, que é Deus e Homem, MARIA, que é Mãe e Virgem; JESUS, que é nosso Mediador com o Pai, MARIA, que é nossa Medianeira com o Filho; JESUS, que é Vida, MARIA, que é a Árvore desta Vida; enfim, JESUS e MARIA, duas luminárias grandes do Céu da Igreja, em tudo respectivamente semelhantes e benéficas aos mortais.


_______________________

Fonte: Rev. Pe. Manuel Bernardes, Oratoriano, “Nova Floresta”, Terceiro Tomo, Título V – Da Confiança em Deus, Cap. LIV, Ilustração III, pp. 243-244. Nova Edição, Livraria Lello & Irmão – Editores, Porto, 1949.


EXPLICAÇÃO DAS PROMESSAS DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS. 4ª EXPLICAÇÃO.


A Devoção ao Sagrado Coração de Jesus

é Sinal de Predestinação ao Céu


Como declara o Concílio de Trento1, na terra não se pode ter a certeza da própria Predestinação, a não ser por Revelação Especial. Nenhum dos justos, a não ser por Revelação Especial, sabe se perseverará nas boas obras e na oração...”.2

O Concílio de Trento iniciou as suas atividades em 1545 e as encerrou em 1563; e Nosso Senhor aparece a Santa Margarida Maria em 1674, numa sexta-feira pedindo a Hora Santa de Reparação nas quintas-feiras, e faz a Promessa que mais tarde terá a denominação de “A Grande Promessa”. 111 anos separam o grande Concílio de Trento da Grande Promessa do Sagrado Coração de Jesus.



Promessas Feitas a Todos que Honrarem

o Sagrado Coração de Jesus Cristo


  1. Dar-Lhes-ei todas as Graças necessárias ao seu estado.

  2. A paz reinará nas suas famílias.

  3. Consola-Los-ei em todas as suas aflições.

  4. Serei o seu refúgio seguro na vida e, sobretudo, na hora da morte.

  5. Derramarei abundantes bênçãos sobre todas as suas empresas.

  6. Os pecadores acharão sempre no Meu Coração a Fonte e o Oceano infinito de misericórdia.

  7. As almas tíbias, muda-Las-ei em fervorosas.

  8. As almas fervorosas, eleva-Las-ei em pouco tempo a um alto grau de perfeição.

  9. Abençoarei as casas em que se achar exposta e honrada a imagem do Meu Sagrado Coração.

  10. Darei aos Sacerdotes o dom de abrandarem os corações mais endurecidos.

  11. As pessoas que propagarem esta Devoção, terão os seus nomes escritos no Meu Coração, de onde jamais serão riscados.

  12. A Grande Promessa: Prometo, na excessiva misericórdia do Meu Coração, que o Meu Amor Todo-Poderoso concederá a todos os que comungarem nas Primeiras Sextas-feiras de nove meses consecutivos, a Graça da Penitência Final (a Graça da Boa Morte), fazendo que não morram em desgraça Minha, nem sem receber os Meus Sacramentos, e achando eles no Meu Divino Coração um asilo seguro nessa última hora.



Explicações das Promessas feitas

pelo Sagrado Coração de Jesus

a seus Devotos3


4ª Promessa


Àqueles que tiverem uma grande devoção

ao Meu Coração, serei um asilo seguro

na vida e, principalmente,

na hora da morte”


A vida do homem sobre a terra é um combate contínuo”,4 diz a Sagrada Escritura.

Com efeito, nós mesmos bem experimentamos este combate. Temos de combater continuamente contra o tríplice inimigo de nossa salvação: a carne, o Demônio e o mundo.

Um deles está em nós mesmos; pois, como diz o Apóstolo: “A carne recalcitra contra o espírito”5; quer dizer, a concupiscência, as paixões, as más inclinações da nossa natureza corrupta querem dominar o espírito, arrastando-nos ao pecado e aos vícios.

O segundo inimigo é a mesma Serpente infernal que seduziu os nossos primeiros pais no Paraíso terrestre, e que, tendo inveja de nossa sorte, nos rodeia, conforme se expressa São Pedro, como um leão que ruge, procurando devorar-nos.6

O terceiro inimigo é o mundo, que, com suas frivolidades, insinuações e maus exemplos, nos induz a transgredir os Mandamentos de Deus.

Vemos, pois que, em todos os lugares, tempos e idades temos de lutar contra este tríplice inimigo da nossa alma. Teremos descanso somente no sepulcro.

II. Não havemos de desanimar. Assim como no Antigo Testamento havia certas cidades para refúgio dos perseguidos e condenados, onde estes encontravam asilo para pôr-se a salvo, assim também nós encontraremos asilo seguro no Sagrado Coração de Jesus contra as tribulações, tentações e ataques do Demônio, do mundo e da carne. Isto nos prometeu Jesus, dizendo: “Ser-lhe-ei seguro asilo na vida, porém, especialmente na hora da morte”. Sim, na hora da morte, nessa hora tão terrível, da qual depende nossa eterna sorte, nesse transe difícil, o Demônio redobra seus esforços para nos perder.

Nos grandes hospitais, especialmente, se pode bem observar e presenciar os efeitos da devoção ao Sagrado Coração, na morte tranquila e serena de seus devotos, e na desesperada e triste dos que não creem.

Mesmo nosso Divino Salvador quis experimentar uma agonia dolorosa; cravado na Cruz, não tendo consolação nem do Seu Pai celeste, exclamou: “Meu Deus, por que Me abandonaste?”

Prevendo desde a Cruz a morte de todos os homens, e em todos os tempos, resolveu abrir-lhes um Fonte especial de graças para essa temida hora, um refúgio seguro dentro de Seu Divino Coração, aberto pela lança do soldado.

III. A promessa do Salvador tem importância especial para os nossos tempos, em que, pelas novas invenções, e pela atividade e comércio da via moderna, estamos expostos a tantos perigos, desgraças e a uma morte repentina. Os diários, continuamente, comentam as desgraças provocadas pela atividade, e os mil perigos que se encontram nas ruas da cidade. Verifica-se, a cada passo, a verdade destas palavras: “No meio da vida estamos rodeados pela morte”.

Daí a necessidade de vivermos sempre preparados. Sabemos, pela Doutrina Cristã, que, para obtermos a absolvição dos pecados mortais, precisamos do Sacramento da Confissão, feita, pelo menos, com atrição, ou arrependimento por termos merecido o Inferno. Porém, não nos podendo confessar, é necessário um ato de contrição perfeita ou de amor, isto é, sentirmos pena e dor por termos ofendido a um Deus tão bom e tão grande, a nosso Pai e Benfeitor.

Por isso, assegurarmo-nos de uma morte ditosa, temos de venerar e amar ao Divino Coração de Jesus. Ele não deixará morrer sem Sacramentos os Seus devotados filhos ou, pelo menos, sem ter a contrição perfeita; pois, é do Sagrado Coração, dessa Fonte de amor, que haurimos o amor.

Oh! Quão suave e doce é a morte de quem, durante a vida, venerou o Coração d'Aquele que um dia nos há de julgar!” Assim exclamava Santa Margarida Maria Alacoque, e assim foi a morte desta esposa predileta do Divino Coração.

Para alcançarmos morte semelhante, digamos todos os dias: “Coração de Jesus, que padecestes a agonia, tende compaixão dos moribundos, e também de nós, quando estivermos para morrer”.

Coração de Jesus, esperança dos que morrem em Vós, tende piedade de nós”. Amém.



Epílogo7


Depois de ter Jesus revelado a Santa Margarida Maria Alacoque estas promessas, acrescentou as seguintes palavras:

Anunciai e manda anunciar a todo o mundo, que não porei limites nem medida às Minhas graças, para com aqueles que as buscarem no Meu Coração”.

Sigamos, pois, este honroso convite e participaremos, neste mundo, destas promessas e graças, para que se verifique um dia, no Céu, o que pedimos nas Ladainhas: “Coração de Jesus, delícias de todos os Santos, tende compaixão de nós”. Amém.


_______________________

1.  Denz., 805 e 826.

2.  Pe. Reginald Garrigou-Lagrange, O.P., “L'éternelle vie et la profondeur de l'ame – O homem e a eternidade”, Parte V, p. 308; Tradução de Januário Nunes, Editorial Aster – Lisboa / Editora Flamboyant – São Paulo, 1959.

3.  “As Promessas do Sagrado Coração de Jesus, feitas aos Seus devotos por meio de Santa Margarida Maria Alacoque, explicadas pelo Pe. Erasmo Raabe, P.S.M.”, pp. 7-39; Ed. Vozes, Petrópolis, 1931.

4.  Jó 7, 1.

5.  Gál. 5, 17.

6.  I Ped. 5, 8.

7.  “As Promessas do Sagrado Coração de Jesus, feitas aos Seus devotos por meio de Santa Margarida Maria Alacoque, explicadas pelo Pe. Erasmo Raabe, P.S.M.”, ob. cit., p. 40.


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