A
Devoção ao Sagrado Coração de Jesus
é
Sinal de Predestinação ao Céu
“Como
declara o Concílio de Trento,
na terra não se pode ter a certeza da própria Predestinação, a
não ser por Revelação Especial. Nenhum dos justos, a não ser por
Revelação Especial, sabe se perseverará nas boas obras e na
oração...”.
O
Concílio de Trento iniciou as suas atividades em 1545 e as encerrou
em 1563; e Nosso Senhor aparece a Santa Margarida Maria em 1674, numa
sexta-feira pedindo a Hora Santa de Reparação nas quintas-feiras, e
faz a Promessa que mais tarde terá a denominação de “A Grande
Promessa”. 111 anos separam o grande Concílio de Trento da Grande
Promessa do Sagrado Coração de Jesus.
Promessas
Feitas a Todos que Honrarem
o
Sagrado Coração de Jesus Cristo
Dar-Lhes-ei
todas as Graças necessárias ao seu estado.
A
paz reinará nas suas famílias.
Consola-Los-ei
em todas as suas aflições.
Serei
o seu refúgio seguro na vida e, sobretudo, na hora da morte.
Derramarei
abundantes bênçãos sobre todas as suas empresas.
Os
pecadores acharão sempre no Meu Coração a Fonte e o Oceano
infinito de misericórdia.
As
almas tíbias, muda-Las-ei em fervorosas.
As
almas fervorosas, eleva-Las-ei em pouco tempo a um alto grau de
perfeição.
Abençoarei
as casas em que se achar exposta e honrada a imagem do Meu Sagrado
Coração.
Darei
aos Sacerdotes o dom de abrandarem os corações mais endurecidos.
As
pessoas que propagarem esta Devoção, terão os seus nomes escritos
no Meu Coração, de onde jamais serão riscados.
A
Grande Promessa: Prometo, na excessiva misericórdia do Meu Coração,
que o Meu Amor Todo-Poderoso concederá a todos os que comungarem
nas Primeiras Sextas-feiras de nove meses consecutivos, a Graça da
Penitência Final (a Graça da Boa Morte), fazendo que não morram
em desgraça Minha, nem sem receber os Meus Sacramentos, e achando
eles no Meu Divino Coração um asilo seguro nessa última hora.
Explicações
das Promessas feitas
pelo
Sagrado Coração de Jesus
a
seus Devotos
4ª
Promessa
“Àqueles
que tiverem uma grande devoção
ao
Meu Coração, serei um asilo seguro
na
vida e, principalmente,
na
hora da morte”
“A
vida do homem sobre a terra é um combate contínuo”,
diz a Sagrada Escritura.
Com
efeito, nós mesmos bem experimentamos este combate. Temos de
combater continuamente contra o tríplice inimigo de nossa salvação:
a carne, o Demônio e o mundo.
Um
deles está em nós mesmos; pois, como diz o Apóstolo: “A carne
recalcitra contra o espírito”;
quer dizer, a concupiscência, as paixões, as más inclinações da
nossa natureza corrupta querem dominar o espírito, arrastando-nos ao
pecado e aos vícios.
O
segundo inimigo é a mesma Serpente infernal que seduziu os nossos
primeiros pais no Paraíso terrestre, e que, tendo inveja de nossa
sorte, nos rodeia, conforme se expressa São Pedro, como um leão que ruge, procurando devorar-nos.
O
terceiro inimigo é o mundo, que, com suas frivolidades, insinuações
e maus exemplos, nos induz a transgredir os Mandamentos de Deus.
Vemos,
pois que, em todos os lugares, tempos e idades temos de lutar contra
este tríplice inimigo da nossa alma. Teremos descanso somente no
sepulcro.
II.
Não havemos de desanimar. Assim como no Antigo Testamento havia
certas cidades para refúgio dos perseguidos e condenados, onde estes
encontravam asilo para pôr-se a salvo, assim também nós
encontraremos asilo seguro no Sagrado Coração de Jesus contra as
tribulações, tentações e ataques do Demônio, do mundo e da
carne. Isto nos prometeu Jesus, dizendo: “Ser-lhe-ei seguro asilo
na vida, porém, especialmente na hora da morte”. Sim, na hora da
morte, nessa hora tão terrível, da qual depende nossa eterna sorte,
nesse transe difícil, o Demônio redobra seus esforços para nos
perder.
Nos
grandes hospitais, especialmente, se pode bem observar e presenciar
os efeitos da devoção ao Sagrado Coração, na morte tranquila e
serena de seus devotos, e na desesperada e triste dos que não creem.
Mesmo
nosso Divino Salvador quis experimentar uma agonia dolorosa; cravado
na Cruz, não tendo consolação nem do Seu Pai celeste, exclamou:
“Meu Deus, por que Me abandonaste?”
Prevendo
desde a Cruz a morte de todos os homens, e em todos os tempos,
resolveu abrir-lhes um Fonte especial de graças para essa temida
hora, um refúgio seguro dentro de Seu Divino Coração, aberto pela
lança do soldado.
III.
A promessa do Salvador tem importância especial para os nossos
tempos, em que, pelas novas invenções, e pela atividade e comércio
da via moderna, estamos expostos a tantos perigos, desgraças e a uma
morte repentina. Os diários, continuamente, comentam as desgraças
provocadas pela atividade, e os mil perigos que se encontram nas ruas
da cidade. Verifica-se, a cada passo, a verdade destas palavras: “No
meio da vida estamos rodeados pela morte”.
Daí
a necessidade de vivermos sempre preparados. Sabemos, pela Doutrina
Cristã, que, para obtermos a absolvição dos pecados mortais,
precisamos do Sacramento da Confissão, feita, pelo menos, com
atrição, ou arrependimento por termos merecido o Inferno. Porém,
não nos podendo confessar, é necessário um ato de contrição
perfeita ou de amor, isto é, sentirmos pena e dor por termos
ofendido a um Deus tão bom e tão grande, a nosso Pai e Benfeitor.
Por
isso, assegurarmo-nos de uma morte ditosa, temos de venerar e amar ao
Divino Coração de Jesus. Ele não deixará morrer sem Sacramentos
os Seus devotados filhos ou, pelo menos, sem ter a contrição
perfeita; pois, é do Sagrado Coração, dessa Fonte de amor, que
haurimos o amor.
“Oh!
Quão suave e doce é a morte de quem, durante a vida, venerou o
Coração d'Aquele que um dia nos há de julgar!” Assim exclamava
Santa Margarida Maria Alacoque, e assim foi a morte desta esposa
predileta do Divino Coração.
Para
alcançarmos morte semelhante, digamos todos os dias: “Coração de
Jesus, que padecestes a agonia, tende compaixão dos moribundos, e
também de nós, quando estivermos para morrer”.
“Coração
de Jesus, esperança dos que morrem em Vós, tende piedade de nós”.
Amém.
Epílogo
Depois
de ter Jesus revelado a Santa Margarida Maria Alacoque estas
promessas, acrescentou as seguintes palavras:
“Anunciai
e manda anunciar a todo o mundo, que não porei limites nem medida às
Minhas graças, para com aqueles que as buscarem no Meu Coração”.
Sigamos,
pois, este honroso convite e participaremos, neste mundo, destas
promessas e graças, para que se verifique um dia, no Céu, o que
pedimos nas Ladainhas: “Coração de Jesus, delícias de
todos os Santos, tende compaixão de nós”. Amém.