É proibido severamente
pela Lei divina
“Não cometerás adultério”
(Ex. 20, 14; Deut. 5, 18).
“Não te unirás com a mulher do
teu próximo, nem te mancharás com semelhante união” (Lev. 18, 20).
“Se algum (homem) se
tornar réu de fornicação com a mulher de outro, e cometer adultério com a
mulher do seu próximo, sejam punidos de morte, assim o adúltero como a
adúltera...” (Lev. 20, 10-11).
“E o Senhor falou a Moisés,
dizendo: Fala aos filhos de Israel, e lhes dirás: O homem cuja mulher cair
em falta, e, desprezando o marido, tiver dormido com outro homem... Mas, se tu
te apartaste do teu marido, e te manchaste, e dormiste com outro homem, cairão
sobre ti estas maldições. O Senhor te faça um objeto de maldição e de exemplo
para todos no seu povo; faça apodrecer a tua coxa, e que teu ventre, inchado,
arrebente. Estas águas malditas entrem no teu ventre, e, inchando-te o útero,
apodreça a tua coxa...” (Núm. 5, 11-31).
“Se um homem dormir com a
mulher de outro, morrerão ambos, isto é, o adútero, e a adúltera; e tirarás o
mal (do meio) de Israel” (Deut. 22, 22).
“Se a sabedoria entrar no teu
coração, e a ciência agradar a tua alma, a reflexão te guardará, e a prudência
te conservará, a fim de seres... livre da mulher alheia (ou dissoluta), da
estranha que usa de palavras lúbricas (lisonjeiras), e que abandona o
(esposo) guia da sua juventude, e que esquece a aliança do seu Deus. A sua
casa declina para a morte, e as suas veredas para os infernos... os ímpios
serão exterminados da terra, e os que procedem iniquamente serão arrancados
dela” (Prov. 2, 10-22).
“Meu filho, atende à minha
sabedoria, e inclina o teu ouvido à minha prudência, a fim de observares os
(Meus) conselhos, para que os teus lábios conservem a (Minha) instrução. Não
te deixes ir atrás dos artifícios da mulher, porque os lábios da prostituta são
como o favo que destila o mel, e as suas palavras são mais suaves do que o
azeite; porém, o seu fim é amargo como o absinto, e cortante como uma espada de
dois gumes. Os seus pés encaminham-se para a morte, e os seus passos penetram
até aos infernos...” (Prov. 5, 1-23).
Observa, meu filho, os preceitos
de teu pai, e não abandones a lei de tua mãe... para que te guardem da má
mulher, e da língua lisonjeira da estranha. Não cobice o teu coração a sua
formosura, nem te deixes prender dos seus olhares. Porque o preço da meretriz é
apenas de um pão, mas a mulher (adúltera) cativa a alma preciosa do
homem. Porventura pode um homem esconder o fogo no seu seio, sem que ardam os
seus vestidos? Ou pode andar por cima das brasas, sem que se queime a planta de
seus pés? Assim o que chega à mulher
do seu próximo não ficará limpo, depois de a tocar... o que é adúltero,
perderá a sua alma, por causa da loucura do seu coração. Acumula para si a
infâmia e a ignomínia, e o seu opróbrio não se apagará...” (Prov. 6,
20-35).
“Meu filho, guarda as Minhas
palavras, e esconde no teu coração os Meus Preceitos. Filho, observa os Meus
Mandamentos, e viverás; (guarda) a Minha Lei como a menina dos teus olhos.
Traze-a ligada aos teus dedos, escreve-a nas tábuas do teu coração... para
que te guarde da mulher estranha, e da alheia que tem palavras lúbricas... Não
se deixe arrastar o teu espírito pelos caminhos desta mulher, nem sigas,
seduzido, as suas veredas. Porque a muitos feriu e derribou, e os mais fortes
foram mortos por ela. A sua casa é o caminho do Inferno que penetra até as
entranhas da morte” (Prov. 7, 1-27).
“... feliz a estéril, e a
incontaminada, que não conheceu um tálamo ilegítimo; ela terá o seu fruto,
quando Deus visitar as almas santas” (Sab. 3, 13).
“Porém, os filhos dos
adúlteros ficarão por acabar, e a descendência dum tálamo iníquo será
exterminada. E ainda que tenham larga vida, serão reputados por nada, e a sua
mais avançada velhice será sem honra. E, se morrerem mais depressa, não terão
esperança, nem quem os console no dia do juízo. Porque os fins da descendência
iníqua são funestos” (Sab. 3, 16-19).
“Porém, a numerosa prole dos
ímpios de nada servirá, e os renovos bastardos não lançarão profundas raízes,
nem assentarão sobre uma base estável. E, se com o tempo brotarem em ramos,
como não se acham firmes serão abalados pelo vento, e desarraigados pela
impetuosidade dos furacões. Pelo que serão quebrados os seus ramos, antes de
terem atingido o seu crescimento, e os seus frutos serão inúteis e ásperos para
comer, e para nada bons. Porque os filhos, que nascem de uniões ilícitas,
quando se interrogam, são testemunhas (que depõem) contra seus pais” (Sab.
4, 3-6).
“... Afasta os teus olhos da
mulher enfeitada, e não olhes com curiosidade para a formosura alheia...
Muitos, por terem admirado a formosura da mulher alheia, se tornaram réprobos;
porque a sua conversação queima como o fogo. Não te assentes jamais com a
mulher alheia, nem te recostes com ela à mesa sobre o cotovelo; e não disputes
com ela, bebendo vinho, para que não suceda que o teu coração se converta para
ela, e que a tua paixão te faça cair na perdição” (Eclo. 9, 1-13).
“... Todo o homem que desonra
o seu tálamo conjugal, despreza a sua alma... Assim (perecerá) também
toda a mulher que deixa o seu marido, e que lhe dá por herdeiro o fruto duma
aliança adúltera. Porque primeiramente ela foi desobediente à Lei do Altíssimo;
em segundo lugar, pecou contra o seu marido; em terceiro lugar, cometeu um
adultério, e deu-se a si filhos doutro, que não era seu esposo. Essa mulher
será levada à assembleia pública, e ali se fará uma exata inquirição sobre seus
filhos. Os seus filhos não lançarão raízes, e os ramos dela não darão fruto.
Deixará uma memória maldita, e nunca se apagará a sua infâmia. E os que
vierem depois dela conhecerão que não há coisa melhor, do que o temor de Deus e
que nada há mais doce, do que observar os Mandamentos do Senhor. É uma grande
glória seguir o Senhor; porque é dEle que se receberá larga vida” (Eclo. 23,
21-38).
“Porventura não é um mesmo o pai
de todos nós? Não foi um mesmo Deus que nos criou?... Judá prevaricou, e a
abominação foi cometida em Israel e em Jerusalém; porque Judá contaminou o povo
consagrado ao Senhor, o qual ele amava, e casou-se com a filha de um deus
estranho. O Senhor exterminará das tendas de Jacó o homem que fizer isto...
Ainda fizestes mais isto: Cobristes de lágrimas, de prantos e de gemidos o
altar do Senhor, de modo que Eu não olharei mais para os vossos sacrifícios,
nem receberei da vossa mão coisa que Me possa aplacar. E dissestes: Por que
causa? Porque o Senhor foi testemunha entre ti e a esposa da tua juventude,
a qual desprezaste, sendo ela a tua companheira e a esposa da tua aliança.
Porventura não a fez aquEle (Senhor) que é Uno, e não foi o Seu sopro que a
animou? E que pede este Único (Autor) senão que saia de vós uma linhagem de
Deus? Guardai, pois, o vosso espírito, e não desprezeis a mulher que
recebestes na vossa mocidade... Guardai, pois, o vosso espírito, e não
desprezeis (as vossas esposas)” (Mal. 2, 10-16).
O adúltero é execrado e
expulso
do Reino de Deus
“... Não é aquilo que entra pela
boca, que mancha o homem, mas aquilo que sai da boca, isso é que torna imundo o
homem... Mas as coisas que saem da boca, vem do coração, e estas (são as que)
mancham o homem; porque do coração saem os maus pensamentos, os homicídios, os
adultérios, as fornicações, os furtos, os falsos testemunhos, as palavras
injuriosas. Estas coisas são as que mancham o homem...” (S. Mat. 15,
10-20).
“Ouvistes o que foi dito aos
antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, digo-Vos que todo o que olhar
para uma mulher, cobiçando-a, já cometeu adultério com ela no seu coração...”
(S. Mat. 5, 27-30).
“Também foi dito: Qualquer que
deixar sua mulher, dê-lhe libelo de repúdio. Eu, porém, digo-Vos: Todo aquele
que repudiar a sua mulher, a não ser por causa de fornicação, a faz ser
adúltera; e o que desposar a (mulher) repudiada, comete adultério”
(S. Mat. 5, 31-32; 19, 1-9; S. Marc. 10, 1-12; S. Luc. 16, 18).
“Porventura não sabeis que os
injustos não possuirão o Reino de Deus? Não vos enganeis: Nem os
fornicadores, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem
os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os que se dão à embriaguez,
nem os maldizentes, nem os roubadores possuirão o Reino de Deus” (1ª
Cor. 6, 9-10).
“Quanto àqueles que estão unidos
em matrimônio, mando, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido;
e, se ela se separar, fique sem casar, ou reconcilie-se com seu
marido. E o marido igualmente não repudie sua mulher” (1ª Cor. 7,
10-11).
“(Seja) por todos honrado o
Matrimônio, e o leito conjugal sem mácula. Porque Deus julgará os
fornicadores e os adúlteros” (Heb. 13, 4).
O sentir unânime da
Tradição da Igreja Católica
“Foge das profissões desonestas.
Além disso, faze homilia contra elas. Dize às minhas irmãs que amem o Senhor e
se contentem com seus maridos física e espiritualmente. Recomenda também aos
meus irmãos, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que amem suas esposas, como
o Senhor ama a Igreja” (S. Inácio de Antioquia à S. Policarpo, 107-110 d.c.).
“... Não pratiques a
prostituição, nem o adultério, nem a pederastia... O quanto podes, sê puro com
a tua alma... Odeia totalmente o mal... Não te apresentes em má consciência
para a oração” (Carta de Barnabé, “Os dois Caminhos”, 134-135 d.c.).
“Ele me disse: 'Eu te ordeno
guardar a castidade e que não entre em teu coração o desejo de outra mulher,
nem de qualquer fornicação, nem de qualquer outro vício semelhante. Porque, se
fizeres isso, cometerás grande pecado. Lembra-te sempre de tua esposa, e jamais
pecarás. Se esses desejos entrarem em teu coração, pecarás; e se entrarem
outras coisas igualmente más, também cometerás pecado, pois tal desejo é grande
pecado para o servo de Deus. Se alguém realiza esse ato vicioso, prepara a
morte para si mesmo. Portanto, estejas atento. Evita esse desejo, pois onde
habita a santidade, no coração do homem justo, a iniquidade não deve entrar'.
Eu lhe disse: 'Senhor, permite a mim apresentar algumas questões'. Ele
respondeu: 'Enquanto ele não sabe, não comete pecado. Mas se fica sabendo do
pecado de sua mulher e que ela, ao invés de se arrepender, persiste no
adultério, o marido, vivendo com ela, se torna cúmplice de sua falta e
participa no adultério dela'. Então perguntei: 'Se a mulher persiste nesta
paixão, o que o marido deverá fazer?' Ele respondeu: 'Deve repudiá-la e viver
sozinho. Contudo, se depois de ter repudiado sua mulher, ele se casar com
outra, então ele também comete
adultério'. Eu disse: 'Senhor, e se a mulher depois de ter sido repudiada, se
arrepender e quiser voltar a seu marido, ele deverá acolhê-la?' Ele continuou:
'Sim. E se o marido não a receber, ele cometerá pecado e carrega-se de grande
culpa. É preciso acolher aquele que peca e se arrepende, mas não muitas vezes.
Para os servos de Deus existe apenas uma conversão. É em vista dessa conversão
que o homem não deve se casar de novo. Essa obrigação vale tanto para a mulher
como para o homem. O adultério não é apenas macular o corpo. Quem vive como os
pagãos, também comete adultério. Portanto, se alguém persiste nessa conduta sem
se converter, afasta-te e não vivas mais com ele. Caso contrário, serás
cúmplice do seu pecado. A razão por que se ordena permanecer sozinho, tanto o
homem como a mulher, é porque em tal caso é possível o arrependimento. Contudo,
não quero dar tal pretexto para que alguém faça isso, e sim impedir que o
pecador recaia no pecado. Para quem pecou antes, existe quem pode curá-lo: é
aquEle que tem poder sobre todas as coisas'” (Hermas, “O Pastor”, 150 d.c.).
“Como temos esperança na vida
eterna, desprezamos as coisas da vida presente e até os prazeres da alma, tendo
cada um de nós por mulher aquela que tomou conforme as leis estabelecidas por
nós e com a finalidade de procriar filhos. Assim como o lavrador, que jogando a
semente na terra, espera a colheita e não continua semeando, do mesmo modo,
para nós, a medida do desejo é a procriação de filhos. E até é fácil encontrar
muitos dentre nós, homens e mulheres, que chegaram celibatários à velhice, com
a esperança de um relacionamento mais íntimo com Deus. Se o viver na virgindade
e castração aproxima mais de Deus e só o pensamento e o desejo separa, se
fugimos dos pensamentos, quanto mais não recusaremos as obras? Nossa Religião
não se mede pelos discursos cuidadosos, mas pela demonstração e ensinamento de
obras: ou se permanece como nasceu, ou não se contrai mais do que um
Matrimônio, pois o segundo é um adultério decente. A Escritura diz: 'Quem deixa
sua mulher e casa com outra, comete adultério', não permitindo deixar aquela
cuja virgindade desfez, nem casar-se novamente. Quem se separa de sua primeira
mulher, mesmo quando morreu, é adúltero dissimulado, transgredindo a mão de
Deus, pois no princípio Deus formou um só homem e uma só mulher, desfazendo a
comunidade da carne com a carne, segundo a unidade para a união dos sexos.
Nós que somos assim (por que devo
falar o que não pode ser dito?), temos que ouvir o provérbio: 'A prostituta
para a casta'. Com efeito, os que fazem mercado de prostituição e constroem
para os jovens prostíbulos para todo prazer vergonhoso; os que não perdoam nem
aos homens, cometendo atos torpes homens com homens; os que ultrajam de mil
modos os corpos mais respeitáveis e mais formosos, desonrando a beleza feita
por Deus (pois a beleza não nasce espontaneamente da terra, mas é enviada pela
mão e desígnio de Deus); esses nos atiram na cara aquilo de que tem
consciência, o que eles chamam de deuses, adúlteros e pederastas
insultando aos virgens e monógamos. Eles que vivem como peixes (pois devoram
quem lhes cai na boca, o mais forte atacando o mais fraco – isso sim é
alimentar-se de carnes humanas – e que, tendo leis estabelecidas por vossos
antecessores após maduro exame para toda a justiça, violentam-se os homens
contra elas, de modo que não são suficientes os governadores mandados por vós
para os julgamentos); esses, dizíamos, acusam os que não podem deixar de se
apresentar aos que os golpeiam nem de abençoar os que os amaldiçoam. Para nós
não basta ser justos – a justiça consiste em dar o mesmo aos iguais – mas nos é
proposto que sejamos bons e pacientes” (Atenágoras de Atenas, “Petição em favor
dos cristãos”, 177 d.c.).
“Se o marido, depois de se
separar de sua mulher, se aproximar de outra mulher, se torna adúltero,
porque faz essa mulher cometer adultério; e a mulher que habita com ele
é adúltera, porque atraiu a si o marido de outra” (S. Basílio, “Moral”,
regra 73: PG 31, 849D – 853B).
“Quando a vontade se volta para
uma coisa de per si contrária à caridade pela qual estamos ordenados ao fim
último, há no pecado, pelo seu próprio objeto, matéria para ser mortal... quer
seja contra o amor a Deus, como a blasfêmia, o perjúrio, etc., quer seja contra
o amor ao próximo, como o homicídio, o adultério, etc.” (S. Tomás de
Aquino, Suma Teológica, I – II, 88, 2).
O Magistério da Igreja
Católica adverte:
“A íntima comunhão de vida e de
amor conjugal que o Criador fundou e dotou com suas leis é instaurada pelo
pacto conjugal, ou seja: o consentimento pessoal irrevogável. O próprio Deus
é o Autor do Matrimônio dotado de vários bens e fins (S. Agostinho,
“De bono conjugali”: PL 40, 375-376 e 394; S. Tomás de Aquino, “Suma
Teológica”, q. 49, a. 3 ad. 1; Decreto para os Armênios: Dz-Sch. 1327; S. S.
Pio XI, Enc. “Casti Connubil”: A.A.S. 22 (1930), pp. 543-555; Dz-Sch.
3703-3714), que são todos de máxima importância para a continuação do gênero
humano, para o aperfeiçoamento pessoal e a sorte eterna de cada um dos
membros da família, para a dignidade, estabilidade, paz e prosperidade da
própria família e da sociedade humana inteira. O instituto do Matrimônio e o
amor dos esposos estão pela sua índole natural ordenados à procriação e à
educação dos filhos em que culminam como numa coroa. Por isso, o homem e a
mulher, que pelo pacto conjugal 'já não são dois, mas uma só carne' (S.
Mat. 19, 6), prestam-se mutuamente serviço e auxílio, experimentam e realizam
cada dia mais plenamente o senso de sua unidade pela união íntima das pessoas e
das atividades. Essa união íntima, doação recíproca de duas pessoas, e o
bem dos filhos exigem a perfeita fidelidade dos cônjuges e sua indissolúvel
unidade” (S. S. Pio XI, “Casti Connubil”: A.A.S. 22 (1930), pp. 546-547;
Dz-Sch. 3706; Constituição Pastoral “Gaudium et Spes”: parág. 350-351).
“... Esse amor, firmado pela fé
mútua e, principalmente, consagrado pelo Sacramento de Cristo, é
indissociavelmente fiel quanto ao corpo e à alma nas circunstâncias
prósperas e adversas e por conseguinte alheio a toda espécie de divórcio e
adultério... O Concílio sabe que os esposos encontram muitas vezes obstáculos
na organização harmoniosa da vida conjugal por certas condições modernas de
vida. Podem achar-se em circunstâncias em que, ao menos por certo tempo, o
número de filhos não deve crescer; é nelas que com dificuldade se conservem o
cultivo do amor fiel e a plena intimidade de vida. Mas onde se rompe a
intimidade da vida conjugal, não raramente a fidelidade pode entrar em crise
e o bem da prole pode ser comprometido pois, então, correm perigo a educação
dos filhos e a coragem de ter nova prole” (Constituição Pastoral “Gaudium et
Spes”, parágs. 355, 360).
“... Nos primeiros séculos, a
reconciliação dos cristãos que haviam cometido pecados particularmente
graves depois do Batismo (por exemplo: a idolatria, o homicídio ou o
adultério)... são numerosos hoje, em todos os países, os católicos que
recorrem ao divórcio segundo as leis civis e que contraem civilmente uma
nova união. A Igreja Católica, por fidelidade à palavra de Nosso Senhor
Jesus Cristo (“Todo aquele que repudiar a sua mulher e desposar outra comete
adultério contra a primeira; e se essa repudiar o seu marido e desposar outro
comete adultério” – S. Marc. 10, 11-12), mantém-se firme em não reconhecer
válida uma nova união, se o primeiro casamento foi válido. Se os
divorciados tornam a casar-se no civil, ficam numa situação que contraria
objetivamente a Lei de Deus. Portanto, não podem ter acesso à comunhão
eucarística, enquanto perdurar esta situação. Pela mesma razão não podem
exercer certas responsabilidades na Igreja... Existem atos que por si mesmos
e em si mesmos, independentemente das circunstâncias e intenções, são
sempre gravemente ilícitos em virtude de seu objeto: a blasfêmia e o
perjúrio, o homicídio e o adultério. Não é permitido praticar um mal
para que dele resulte um bem... O adultério. Esta palavra designa a
infidelidade conjugal. Quando dois parceiros, dos quais ao menos um é
casado, estabelecem entre si uma relação sexual, mesmo efêmera, cometem
adultério. Cristo condena o adultério, mesmo de simples desejo (S.
Mat. 5, 27-28). O sexto Mandamento da Lei de Deus e o Novo Testamento
proscrevem absolutamente o adultério (S. Mat. 5, 32; 19, 6; S. Marc. 10,
11; 1ª Cor. 6, 9-10). Os profetas denunciam sua gravidade. Vêem no adultério
a figura do pecado de idolatria (Os. 2, 7; Jer. 5, 7; 13, 27).
O adultério é uma injustiça.
Quem o comete falta com seus compromissos. Fere o sinal da Aliança que é o
vínculo matrimonial (união moral), lesa o direito do outro cônjuge e
prejudica a instituição do Casamento, violando o contrato que o fundamenta.
Compromete o bem da geração humana e dos filhos que tem necessidade da união
estável dos pais... O ato sexual deve ocorrer exclusivamente no
Casamento; fora dele, é sempre um pecado grave e exclui da comunhão
sacramental” (Catecismo da Igreja Católica, parágs. 1447, 1649-1650, 1756,
2380-2381, 2390).
“... Se pedimos
com um coração dividido, 'adúltero' (Tiag. 4, 4),
Deus não nos pode
ouvir, porque deseja nosso bem, nossa vida...”
(Catecismo da Igreja
Católica, parág. 2737).
Pequena Catequese
“O Pecado Mortal destrói a
caridade no coração do homem por uma infração grave da Lei de Deus; desvia o homem
de Deus, que é seu fim último e sua bem-aventurança, preferindo um bem
inferior.
Para que um pecado seja mortal
requerem-se três condições ao mesmo tempo: 'É Pecado Mortal, todo pecado
que tem como objeto uma matéria grave, e que é cometido com plena
consciência e deliberadamente' (Reconciliatio et Poenitentia 17).
A matéria grave é precisada pelos
Dez Mandamentos, segundo a resposta de Nosso Senhor Jesus Cristo ao
jovem rico: 'Não mates, não cometas adultério, não roubes, não levantes falso
testemunho, não defraudes ninguém, honra teu pai e tua mãe' (S. Marc. 10,
19)... O pecado por malícia, por opção deliberada do mal, é o mais grave.
O Pecado Mortal acarreta a
perda da caridade e a privação da Graça Santificante, isto é, do Estado de
Graça. Se este estado não for recuperado mediante o arrependimento e o perdão
de Deus, causa a exclusão do Reino de Cristo e a morte eterna no Inferno, já
que nossa liberdade tem o poder de fazer opções para sempre, sem regresso...”
(Catecismo da Igreja Católica, parágs. 1855, 1857-1861).
O Adultério segundo
o Código de Direito Canônico
O adultério é reconhecido
no Código como causa de separação perpétua. Mas deve tratar-se de um adultério
verdadeiro, formal, certo, não consentido, nem perdoado, nem compensado pelo cônjuge
inocente.
Cânon 1152 – parág. 1:
Embora se recomende vivamente que o cônjuge, movido pela caridade cristã e pela
solicitude do bem da família, não negue o perdão ao outro cônjuge adúltero e
não interrompa a vida conjugal; no entanto, se não tiver expressa ou
tacitamente perdoado sua culpa, tem o direito de dissolver a convivência
conjugal, a não ser que tenha consentido no adultério, lhe tenha dado causa ou
tenha também cometido adultério.
Cânon 1152 – parág. 2:
Existe perdão tácito se o cônjuge inocente, depois de tomar conhecimento do adultério,
continuou espontaneamente a viver com o outro cônjuge com afeto marital;
presume-se o perdão, se tiver continuado a convivência por seis meses, sem
interpor recurso à autoridade eclesiástica ou civil.
Cânon 1152 – parág. 3: Se
o cônjuge inocente tiver espontaneamente desfeito a convivência conjugal, no
prazo de seis meses proponha a causa de separação à competente autoridade
eclesiástica, a qual, ponderadas todas as circunstâncias, veja se é possível
levar o cônjuge inocente a perdoar a culpa e a não prolongar para sempre a
separação.
Extra Ecclesia Nulla Salus
“Fora da Igreja
Católica, Apostólica, Romana,
ninguém pode
salvar-se,
assim como ninguém
pode salvar-se
do Dilúvio fora da
Arca de Noé,
figura desta Igreja”
(Catecismo de São Pio
X, nº 170).