Santo
Ângelo,
um dos mais importantes santos na Ordem do Carmo, enquanto estava no
deserto, por um período de cinco anos, em que viveu totalmente
solitário, recebeu a seguinte revelação de Nosso Senhor: “Sabe
Ângelo,
Servo meu, a cidade de Jerusalém, a Galileia e toda a terra da
promissão, Capadócia e Egito, com muitas regiões da Ásia e da
África, passados poucos anos, irão de todo ao poder dos Ismaelitas
(muçulmanos): as Igrejas, os Templos que tu vês agora, onde se
celebram os louvores divinos, serão destruídos. e as cerimônias,
costumes e observâncias dos cristãos em tudo, quase serão
reduzidos a nada. E o poder de Maomé e de seus sucessores crescerá
sempre mais e atemorizará quase todas as gentes e será com isto
amedrontada e molestada toda a Europa, e virá fogo, sangue, ruína e
quase total destruição e haverá grande aflição e crescerá o
furor e ira sobre os filhos da ingratidão. Estas coisas virão pela
abominação daqueles que edificam Babilônia, dissipam o Santuário
e sustentam o povo da maldade, ódio e rancor e o arrastam à
crueldade, desonestidade, malícia e pecado. Então Santo Ângelo
disse: “Quando, meu Senhor, isso há de suceder?” Cristo
respondeu-lhe: “Quando
a Igreja, despojada de seu esplendor jazer como uma viúva:
quando a Cadeira do Pontífice Romano seja posta em contradição,
quando se levantarem os hipócritas com cor e pretexto de santidade e
religião, defraudarem os povos, e a Igreja estiver cheia de seitas,
nas quais reinarão a soberba, ambição, luxúria, com todo o
esquadrão de seus filhos: quando os príncipes divididos guerrearem
e um Bispo estiver contra outro, e as mulheres se tornarem ministras
em lugar dos sacerdotes e quase seja tirada toda a paz do mundo, e da
discórdia nasça a morte: quando os hereges prevalecerem, e a Fé
estiver quase extinta e os seus pregadores se derem a vaidades e
loucuras; então meu Eterno Pai mandará o seu furor e permitirá que
os filhos da ingratidão sejam atormentados pelos inimigos do meu
Nome. Todas estas calamidades lhes sobrevirão por seus pecados.” E
tendo Cristo dito isto, desapareceu aos olhos de Santo Ângelo
em uma nuvem alvíssima... (Esta revelação se encontra na vida de
Santo Ângelo,
escrita por Enoc, Patriarca de Jerusalém.) Deve-nos trazer grande
admiração a notícia de que uma profecia como esta, escrita no
século XIII esteja se cumprindo tão perfeitamente nos nossos dias.
Vemos aqui a relação entre a expansão do Islã com a crise da
Cristandade. De fato, a Igreja, agora sem o seu esplendor, jaz como
uma viúva triste e amordaçada. A Cátedra de Pedro já não se
apresenta como o baluarte seguro da doutrina imutável. Vemos nestes
tempos os hipócritas modernistas, com toda liberdade, sob o pretexto
de uma maior pureza da religião, acabaram defraudando os povos dos
seus ritos e de sua piedade e a Igreja vai se enchendo de seitas
que,
como várias falsas igrejas, corroem o seu interior e dilaceram suas
forças aumentando a perda das almas e a confusão. Vejamos como os
Bispos estão uns contra os outros e como reinam a soberba e a
luxúria! Encontramos “a Fé quase extinta e os seus pregadores
repletos de vaidades e loucuras”. Quanto às “ministras”, disse
por estes dias o Cardeal Burke: “Com exceção do padre, o
santuário se encheu de mulheres. As atividades da paróquia e até
da liturgia se tornaram tão femininas em diversos lugares que os
homens não querem mais se envolver”. Sem dúvida, podemos nos
remeter à profecia que diz: “teus príncipes profanaram meu
santuário. Então entreguei Jacó ao anátema e Israel às injúrias”
(Is. 43,28). A profecia-queixa que Nosso Senhor fez a Santo Ângelo,
tão atual, se apresenta para nós como uma advertência muito
importante. Sigamos este caminho que nos leva até a quaresma
refletindo sobre isto e busquemos alcançar de Deus, entre jejuns,
lágrimas e cinzas, o perdão de nossos pecados e a misericórdia
para este nosso século que avança por entre tantas calamidades e
contradições.
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