Telésforo era grego. Governou num período de paz oficial, ou seja, quando não estavam em vigor editos de perseguição governativa. Os imperadores Adriano e Antonino foram condescendentes com os cristãos. O primeiro enviou até, um decreto ao procônsul Minúcio, da Ásia, proibindo aos juízes procederem contra os cristãos, levados apenas pelo sentimento hostil do povo. A Adriano, homem culto, foi enviada por Quadrato a primeira apologia do Cristianismo.
Os pagãos, porém, tumultuavam com frequência, quer pela aversão às leis puras de Cristo, quer pelos boatos de “crimes monstruosos”, a que a vida recolhida e misteriosa dos cristãos dava alguma consistência, quer também pela ganância de se apossarem dos bens dos acusados.
Com seus templos vazios, suas festas deslustradas, explodiam em furor os pagãos a qualquer pretexto, máxime nas calamidades públicas, responsabilizando os discípulos de Cristo pelas iras dos deuses. E o sanguinário grito: “Christiani ad leonem” (os cristãos às feras), iniciava a matança cruel nos anfiteatros, nas ruas, nas casas…
A São Telésforo atribuem-se, erroneamente por serem anteriores ou posteriores, vários decretos:
a) Sobre o jejum sete semanas antes da Páscoa, pois o jejum da Quaresma é de origem apostólica;
b) proibindo a celebração de Missas depois das 15:00 hs da tarde, hora da morte do Senhor;
c) ordenando o canto do Glória na Missa, em parte ou todo;
d) sobre as três Missas celebradas no Natal, porque só depois do ano 350 é que se encontram referências ao dia 25 de Dezembro como Natal de Nosso Senhor. É considerado, entretanto, como o instituidor da Missa de meia-noite, a popular “Missa do Galo”.
São Telésforo morreu Mártir e foi sepultado junto ao túmulo de São Pedro. Sua festa celebra-se em 5 de Janeiro.
Fonte: Pe. Iran Correa, S.D.B., “Biografias dos Papas – Guardiães Vigilantes dos Textos Sagrados através dos Séculos”, p. 29. Editora das Américas, São Paulo/SP, 1952.