Blog Católico, para os Católicos

BLOG CATÓLICO, PARA OS CATÓLICOS.

"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

A PUREZA DE MARIA, A MÃE DE JESUS.


Anjos do Senhor, emprestai-me os vossos acentos para que possa louvar dignamente a pureza de Maria. Que boca há aí tão casta que possa falar de sua castidade? Que coração há tão puro que possa conceber a que ponto se elevava a pureza da Virgem Santa? Brilhou desde o berço Nela esta virtude, acompanhou-A fielmente no decurso da vida, e a adornou depois no Céu. Mulher nenhuma foi pura como Maria, e por isso, mereceu ser Mãe do Deus de toda pureza. Só os seus castos seios eram dignos de criar o Salvador do mundo, e seus lábios virginais eram os únicos que podiam pousar-se na frente d’Aquele, onde morava tanta grandeza e inocência. Que encantadora pintura se nos abre no pensamento quando contemplamos Aquela Mãe extremosa, amando-O como a Filho, e adorando-O como a deus! Maria que nunca sentira outro amor, senão o Divino; que nunca divulgara os segredos de seu Coração senão a Deus, receia em sua ternura revelá-los, de sua própria felicidade se envergonha, e afaga o Divino Infante com um gracioso pudor.

É a pureza, como as demais virtudes, um dom de Deus, porém, é esta virtude tão melindrosa que o menor sopro a faz perder o brilho. Emprega Maria para a conservar em seu lustre os meios que a põem em segurança; quais são: o retiro, a oração e a humildade.

Depois de haver sido educada no templo, busca Maria o retiro, escondendo-se do mundo, e quando porventura algum dever religioso, ou algum ato de caridade a obrigavam a aparecer diante da gente, apresentava-se com tão extremada modéstia, com uma circunspecção acompanhada de tanta doçura que arrebatava quantos a viam, e o próprio vício, assombrado de tamanha perfeição, não podia deixar de render homenagem à virtude.

Esta homenagem era, porém, bem diferente dessa, que com tanto ardor cobiça a mulher nova e envaidecida. Procura esta justamente aqueles louvores de que devia fugir, e escuta-os sem corar; em vez de abaixar os olhos, quando se acha numa sociedade, os leva em redor para se inteirar do abalo que produziu nos circunstantes a sua presença, e abre um sorriso de satisfação, se porventura eles têm nela pregados os seus. Imprudente, que ignora que o desejo de agradar, que em seu rosto se pinta, desterra dele o pudor, a mais amável das graças; que pode sim excitar nos homens viciosos ideias torpes, desejos vergonhosos, admiração, não que é esta quase sempre a conquista da virtude; que aqueles que se dizem seus adoradores também assim o entendem, e se não lhe dizem-no, é porque esperam havê-la a troco de algumas lisonjas.

Diferente coisa é ser modesta, ou ser insociável. A modéstia é acompanhada de boas maneiras; seu riso não é acompanhado dessas gargalhadas que podem fazer suspeitar no coração pouca cautela; alegra-se com a amizade que inspira; aceita com gratidão a aprovação de suas virtudes, e toma por insulto ou por gracejo os elogios endereçados à sua beleza, e outros dotes da natureza. A modéstia é inimiga das modas indecentes, abaixa tristemente os olhos se são tais, que as pessoas assim trajadas se acham descompostas, e tem por grande pecado ter o menor desejo de galas que são reprovadas por todas as pessoas de vergonha e que deveriam ser desterradas da boa sociedade. Como pode uma mulher que anda trajada com indecência lembrar-se sem estremecer, de que Deus a está vendo? Talvez que nem em Deus pense! Mas nesse caso que há de vir a ser dela?… Ela não pode ser serva de Maria, o espelho de toda a modéstia e de todo o pudor. Quem intercederá, pois, por ela? Será, porventura, o seu Anjo custódio? Ela nem dele se lembra; e o fiel companheiro de sua peregrinação desvia os olhos daquela que perdeu a castidade em ação de se remontar aos Céus, vergonhoso por amor daquela que nenhuma vergonha tem. Infeliz criatura! Deus, e outros Santos protetores te hão desamparado, porque te tens deixado guiar pelas sugestões do Demônio, pai da soberba e da impureza.

Qual é o homem melindroso em pontos de honra que, se queira vincular com uma mulher que o não é? Que coração puro há de querer unir-se com um coração que aloja um amor impuro, amor que há de ser a causa de sua desonra e de seu tormento? A mulher imodesta e leviana acha-se só no meio de sua família: ninguém a ama, por isso, que ela só a si mesma ama: o dissabor com que vive no interior de sua casa, está delatando que, o que ela deseja é um teatro mais vasto, onde possa conquistar aplausos, e após eles, uma mau nome. Mas como é que esta mulher veio a dissipar-se a este ponto? Instruiram-na superficialmente na religião: a educação, estudos, e leituras despertaram a sua vaidade, e fizeram-lhe contrair primeiro o hábito, e depois o gosto de uma vida inteiramente sensual. Por isso, é que ela, que diante dos altares, parece que não sente nada, se inflama no teatro, ama, como uma louca, a música, ou gasta quanta sensibilidade tem em apiedar-se das desgraças fantásticas de que as novelas lhe fazem a pintura. Esfria-se-lhe o coração à proporção que se lhe exalta a imaginação, e esta mulher de tanta sensibilidade nas palavras nada mais é. Que um cadáver privado da vida espiritual. Anda num perpétuo movimento, e mostrando-se em todas as sociedades, acredita que enche nelas o primeiro lugar: deixemo-la passar, não curemos de atalhar-lhe os passos, de avisá-la… Que nada mais é que uma sombra, e como já dissemos, está morta.

Arredemos os olhos de tão medonho espetáculo, e contemplemos A mais pura das virgens. Como não havia Ela de fugir do bulício do mundo, se a presença de um Anjo a intimidava?

Maria, como todas as mulheres virtuosas, que se aplicam aos deveres domésticos, tinha todas as virtudes de uma mãe de família; que perfeita união reinava entre Ela e São José! Que extremoso amor que tinha a seu Filho! Que abnegação de Si mesma! O pudor que A obrigara a esconder debaixo do véu da humildade o sublime destino a que era chamada, fez também com que mais tarde ocultasse as suas dores incompreensíveis, porque se envergonhava de ser objeto das conversações da gente. Só Deus pode ler naquele Coração virginal, e o mundo das virtudes de Maria só conheceu aquelas que Ela não podia esconder.

Prática

Fujamos cuidadosamente da sociedade das pessoas mundanas, cuja conversação demasiadamente livre, ofende o pudor. O antigo provérbio, os maus discursos arruínam os costumes, é uma verdade de que não se pode duvidar. Os livros licenciosos, e as novelas, devem ser proscritas por isso, que elas pervertem o espírito e corrompem o coração. Empreguemos, enfim, todos os nossos pensamentos nas coisas santas e úteis, aliás, o Inimigo que nos anda vigiando, se dará pressa em oferecer-nos coisas que encantam, e matam. Digamos com Jó: Fiz um pacto com os meus olhos, de nunca se porem em objetos perigosos, e meus ouvidos estão fechados às palavras de uma voluptuosidade impudica.

1 Pai Nosso, 1 Ave Maria, e 1 Glória ao Pai.


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Fonte: Mês de Maria ou Nova Imitação da Santíssima Virgem”, por Madame Tarbé des Sablons, 7º Dia. pp. 155-162. Traduzido do Francês por Caetano Lopes de Moura e dedicado à Ilustríssima e Excelentíssima Senhora Marquesa de Ponta Delgada. Publicado por J. P. Aillaud, Editor, Paris, 1845.


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