Blog Católico, para os Católicos

BLOG CATÓLICO, PARA OS CATÓLICOS.

"Uma vez que, como todos os fiéis, são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, os leigos têm a OBRIGAÇÃO e o DIREITO, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente através deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que, sem ela, o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito" (S.S. o Papa Pio XII, Discurso de 20 de fevereiro de 1946: citado por João Paulo II, CL 9; cfr. Catecismo da Igreja Católica, n. 900).

domingo, 27 de março de 2016

SURREXIT CHRISTUS VERE, ALLELUIA!


Por Padre Élcio Murucci | FratresInUnum.com


“Vós não sabeis que todos os que 
fomos batizados em Jesus Cristo, 
fomos batizados na sua morte? 
Nós fomos, pois, sepultados com Ele, 
a fim de morrer (para o pecado) pelo batismo, 
 para que assim como Cristo ressuscitou dos mortos 
pela glória do Pai, assim nós vivamos uma vida nova” 
(Rom. VI, 3 e 4).

Os méritos de Jesus Cristo adquiridos pela sua Paixão e Morte, subsistem para depois da Sua gloriosa Ressurreição. Para isto significar, quis conservar as cicatrizes das chagas: apresenta-as ao Pai em toda a sua beleza, como títulos à comunicação da sua Graça. Como diz São Paulo: “… (Jesus) porque permanece para sempre, tem um sacerdócio que não passa. Por isso pode salvar perpetuamente  os que por Ele mesmo se aproximam de Deus, vivendo sempre para interceder por nós” (Hebr. VII, 25).

É logo no Batismo que participamos da graça da Ressurreição. É também o que diz S. Paulo, como acima transcrevemos.  A água santa em que mergulhamos no Batismo é, segundo o Apóstolo, a imagem do sepulcro (Na época se administrava o batismo também por imersão). Ao sair dela, fica a alma purificada de toda a falta, de toda a mancha, livre da morte espiritual e revestida da graça, princípio da vida divina. Jesus Cristo tem infinito desejo de nos comunicar a Sua vida gloriosa, assim como teve um ardente desejo de ser batizado com o batismo de sangue para nossa salvação. E o que é mister seja feito para correspondermos a este desejo divino e nos tornarmos semelhantes a Jesus ressuscitado?

É preciso viver no espírito do nosso Batismo: renunciar de verdade (e não só de lábios) a tudo o que na nossa vida é viciado pelo pecado; fazer “morrer” cada vez mais o “velho homem”. Continuando o texto supracitado no início: “Porque, se nos tornarmos uma só planta com Cristo, por uma morte semelhante a d’Ele, o mesmo sucederá por uma ressurreição semelhante, sabendo nós que o nosso homem velho foi crucificado juntamente com Ele, a fim de que seja destruído o corpo do pecado, para que não sirvamos jamais ao pecado” (Rom. VI, 5 e 6).

Assim, tudo em nós deve ser dominado e governado pela graça. Nisto consiste para nós toda a santidade: afastar-nos do pecado, das ocasiões do pecado, desapegarmo-nos das criaturas e de tudo o que é terreno, para vivermos em Deus e para Deus com a maior plenitude e estabilidade possíveis. E São Paulo continua explicando: “De fato aquele que morreu, justificado está do pecado. E, se morremos com Cristo, creiamos que viveremos também juntamente com Cristo”…


Caríssimos, esta obra de santidade inaugurada no Batismo, continua durante toda a nossa existência. São Paulo dizia: “Eu morro todos os dias”. É certo que Jesus Cristo só morreu uma vez; deu-nos assim o poder de morrer com Ele para tudo o que é pecado. Nós, porém, devemos “morrer” todos os dias, pois conservamos em nós as raízes do pecado, raízes estas que o demônio trabalha para fazer brotar de novo. Portanto, destruir em nós essas raízes, fugir de toda a infidelidade, desapegar-se de todo criatura amada por si mesma, afastar das nossas ações todo o motivo, não só culpável, mas puramente natural; libertar-nos de tudo o que é criado, terreno, conservar o coração livre duma liberdade espiritual, – eis, caríssimos, o primeiro elemento da nossa santidade. Mostra-o S. Paulo em termos os mais expressivos: “Purificai-vos do velho fermento para serdes uma massa nova; pois, desde que Jesus Cristo, nosso Cordeiro Pascal, foi imolado por nós, tornastes-vos pães ázimos. Participemos portanto do banquete, não com o fermento antigo, o fermento do mal e da perversidade, mas com os ázimos da verdade e da sinceridade”.

Aqui também faz-se mister uma explicação: Entre os Israelitas, nas vésperas da festa da Páscoa, deviam desaparecer das casas toda a espécie de fermento; No dia da festa, depois de imolado o cordeiro pascal, comiam-no com pães ázimos, isto é, sem fermento, não levedados (Cf. Ex. XII, 26 e 27).  Pois bem! Tudo aquilo eram apenas “figuras e símbolos” da verdadeira Páscoa, a Páscoa cristã. Naquele momento da regeneração batismal, participamos da morte de Cristo, que fazia morrer em nós o pecado: tornamo-nos, e assim devemos permanecer pela graça, uma nova massa, isto é, “nova criatura”, “novo homem”, a exemplo de Jesus Cristo saído glorioso do sepulcro.

Os judeus, chegada a Páscoa, se abstinham de todo o fermento para comer a cordeiro pascal, assim também vós, cristãos,  que quereis participar do mistério da Ressurreição e unir-vos a Jesus Cristo, Cordeiro imolado e ressuscitado por vós, deveis, doravante, levar uma vida isenta de todo o pecado; deveis abster-vos desses maus desejos que são como que um fermento de malícia e perversidade; deveis conservar em vós a graça que vos fará viver na verdade e na sinceridade da lei divina.

Não podemos servir a dois senhores ao mesmo tempo. E, se renunciamos ao demônio, suas obras que são os pecados, e suas pompas e vaidades que levam ao pecado, digo, se renunciamos a tudo isto, é justamente para vivermos para Deus. E este viver para Deus encerra em si uma infinidade de graus. Supõe em primeiro lugar afastamento total de todo pecado mortal; pois, entre este e a vida divina há incompatibilidade absoluta. Há depois a separação do pecado venial, das raízes do pecado, de todo o motivo natural; desapego de tudo quanto é criado. Quanto mais completa for esta separação, mais libertados estamos, mais livres espiritualmente e mais se desenvolve e desabrocha também em nós a vida divina; à medida que a alma se liberta do humano, abre-se para o divino, vive na verdade a vida de Deus.

Caríssimos, permaneceremos em Jesus que é a Vida, pela graça, pela fé que n’Ele temos, pelas virtudes de que Ele é o modelo perfeito. E é preciso que Jesus Cristo reine em nossos corações. É mister que tudo em nós Lhe seja submetido.  Jesus deve ser a nossa vida. Oxalá pudéssemos dizer com toda verdade como São Paulo: “Vivo, mas não sou mais que vivo, é Jesus Cristo que vive em mim!”

Vamos resumir tudo também com palavras de São Paulo: “Portanto, se ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são lá de cima, onde Cristo está sentado à destra de Deus; afeiçoai-vos às coisas que são lá de cima, não às que estão sobre a terra. Porque estais mortos e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus” (Col. III, 1-3). Amém!



Desejo a todos
uma Santa e Feliz
Páscoa
na graça de Deus
  

sábado, 26 de março de 2016

A Sagração Episcopal de Dom Tomás de Aquino (Novo Cisma na Igreja)


aquino
Da esquerda para direita: Dom Faure, Dom Tomás e Dom Williamson, após a sagração.

23 março, 2016



No último sábado, 19, conforme anunciado por Fratres in Unum, ocorreu a sagração episcopal de Dom Tomás de Aquino, 62, prior do Mosteiro Beneditino – não reconhecido oficialmente pela Igreja Católica – da Santa Cruz, em Nova Friburgo, RJ. Com efeito, realizada um ano após a sagração de Dom Jean-Michel Faure, no mesmo local, o movimento conhecido como “Resistência” ganhou seu terceiro bispo. Materializada na União Sacerdotal Marcel Lefebvre (USML), fundada em 15 de julho de 2014, ela conta hoje também com cerca de 60 sacerdotes espalhados pelo mundo e com um seminário, iniciado em 03 de outubro de 2015, na cidade de Angers, França, que tem como responsável Dom Faure.


Antes do acontecimento, o bispo diocesano de Nova Friburgo se pronunciou:

Nova Friburgo, 18 de março de 2016 

NOTA OFICIAL
Ao Clero, religiosos e fiéis leigos da Diocese de Nova Friburgo
Tendo tomado conhecimento da iminente celebração de mais uma ilegítima ordenação episcopal no Mosteiro da Santa Cruz, em nossa amada Diocese de Nova Friburgo faz-se necessário mais uma vez lembrar alguns aspectos importantes.
Afirma-se “ilegítima” porquanto será realizada sem o necessário mandato apostólico de Sua Santidade Papa Francisco. No entanto, como temos comprovado, nem todos atendem às súplicas e propostas generosas de diálogo e empenho pela comunhão plena.
A ordenação episcopal ora em causa será mais uma desobediência ao Papa em matéria gravíssima, num tema de importância capital para a unidade da Igreja, a ordenação dos Bispos, mediante a qual é mantida sacramentalmente a sucessão apostólica. Sem dúvida, mais esta ordenação manifesta a contumácia da desobedência que acarretou a excomunhão há um ano atrás, tanto do Bispo Ordenante Richard Williamson quanto do Bispo que receberá a ordenação, Dom Tomás de Aquino, atual “Prior” do referido Mosteiro.
Não se pode permanecer fiel rompendo o vinculo eclesial com aquele a quem o próprio Cristo, na pessoa do Apóstolo Pedro, confiou o ministério da unidade na sua Igreja.
Como Bispo de Nova Friburgo, cabe-me exortar a todos os fiéis católicos para que cumpram o grave dever de permanecerem unidos ao Papa na unidade da Igreja, e de não apoiarem – sobretudo participando – de modo algum essa ordenação episcopal e suas consequências. Ninguém deve ignorar que a adesão formal ao cisma constitui grave ofensa a Deus e comporta excomunhão prevista pelo Código de Direito Canônico.
Penso poder garantir em nome de todo o Clero, religiosos e fiéis leigos ao Sucessor de Pedro o Papa Francisco, primeiro a quem compete a tutela da unidade da Igreja, a nossa filial união e obediência. Também este fato será comunicado à Congregação para Doutrina da Fé. De qualquer forma mais este ato ilegítimo e cismático nos oferece a ocasião para refletir e renovar o empenho de fidelidade a Cristo e a sua Igreja.
Finalmente, supliquemos incessantemente a intercessão da Santíssima Virgem Maria, Mãe da Igreja, no sentido de que o imperativo das palavras de Jesus na busca pela unidade seja uma exigência que se renove a cada dia: Ut omnes unum sint!
+Edney Gouvêa MattosoBispo Diocesano de Nova Friburgo
Abaixo segue testemunho do conhecido Prof. Carlos Nougué sobre Dom Tomás, que também foi reproduzido no Comentário Eleison no mesmo 19/03. Esse testemunho relata a posição da “Resistência” de evitar qualquer aproximação com Roma antes que ela se “converta” e condene os erros do Concílio Vaticano II e da Missa de Paulo VI, posição diferente da de Dom Bernard Fellay, que aceita aproximação e até a regularização, desde que a Santa Sé permita a FSSPX não ceder em relação a esses pontos.
Miguel Ferreira da Costa nasceu no Rio de Janeiro, Brasil, em 1954. Até a Faculdade de Advocacia, fez seus estudos no Colégio de São Bento do Rio de Janeiro, onde tive a oportunidade de ser por um breve tempo seu colega de classe. Fez parte do movimento tradicionalista e antimodernista organizado em torno de Gustavo Corção e da revista Permanência; teve início então sua vida de “fiel guerreiro da guerra pós-conciliar pela Fé”, como escreve Dom Williamson. Começou, como dito, a cursar Advocacia, mas abandonou-a para tornar-se monge beneditino, com o nome de Tomás de Aquino, no mosteiro francês do Barroux, que tinha então por superior a Dom Gérard; e foi ordenado sacerdote em 1980, em Êcone, por Dom Marcel Lefebvre. Pôde então privar da amizade, do exemplo, dos ensinamentos do fundador da FSSPX.
Veio ao Brasil com um grupo de monges do Barroux para fundar o Mosteiro da Santa Cruz, em Nova Friburgo, Rio de Janeiro/Brasil. Nesse ínterim, porém, Dom Gérard, contra a instância de Dom Lefebvre, marchou para um acordo com a Roma conciliar, contra o que se opôs também Dom Tomás de Aquino. A separação foi então inevitável. O Mosteiro da Santa Cruz, com total apoio e incentivo de Dom Lefebvre, tornou-se assim independente, ainda que amigo da FSSPX. Com efeito, escreveu pouco mais ou menos Dom Lefebvre a Dom Tomás em carta que tive o privilégio de ler: O senhor deve reverência e consulta aos bispos da FSSPX, mas estes não têm jurisdição sobre o senhor, que, como prior do Mosteiro, há de ter autonomia.
Mas foi-se tornando difícil a relação de Dom Tomás e seu Mosteiro com a FSSPX, sobretudo com a aproximação desta à Roma neomodernista. Quando Bento XVI publicou seu Motu proprio sobre o “rito extraordinário”, Dom Tomás de Aquino negou-se a cantar na Missa de domingo o Te Deum pedido por Dom Fellay para comemorar o documento papal, e, especialmente pela “suspensão das excomunhões” pelo mesmo papa, escreveu Dom Tomás a Dom Fellay uma carta em que dizia que não seguiria seus passos rumo a um acordo com a Roma conciliar. Um tempo depois, aparecem no Mosteiro (sou testemunha presencial disto) Dom de Galarreta e o Padre Bouchacourt para dizer a Dom Tomás que ele teria quinze dias para deixá-lo; se não o fizesse, o Mosteiro deixaria de receber ajuda e sacramentos (incluído o da ordem) da FSSPX.
Escrevi a Dom Fellay para queixar-me de tal injustiça, e recebi por resposta o seguinte: “O problema de Dom Tomás é mental. Enquanto não deixar o Mosteiro, este não receberá nossa ajuda”. Respondi-lhe: “Devo ter eu também o mesmo problema mental, porque convivo há doze anos com Dom Tomás e nunca o percebi nele”. Tratava-se em verdade de algo similar ao stalinismo e seus hospitais psiquiátricos para opositores.
sagracao aquino
19 de março de 2016 – Sagração de Dom Tomás de Aquino.
Hesitou então Dom Tomás: se deixasse o Mosteiro, seria a ruína deste com respeito à Fé; se porém permanecesse, privá-lo-ia de toda a ajuda de que necessitava. Foi então que veio em seu socorro Dom Williamson: o nosso Bispo inglês escreveu uma carta a Dom Tomás em que assegurava ao Mosteiro todos os sacramentos; poderia assim Dom Tomás permanecer nele. Foi o suficiente para que todos aqui reagíssemos: foi o começo do que hoje se conhece por Resistência, e que teve por órgão primeiro a página web chamada SPES, hoje desativada por ter cumprido já o papel a que se destinava. O Mosteiro passou a ser então centro de acolhimento para os sacerdotes que, querendo deixar a FSSPX pela traição de seus superiores, hesitavam porém em sair justo por não ter onde viver fora dela. Foi o lugar da sagração de Dom Faure, e será agora o lugar da sagração do mesmo Dom Tomás de Aquino Ferreira da Costa, meu pai espiritual e o amigo mais entranhável que Deus me poderia haver dado. Sim, sou filho seu e do Mosteiro da Santa Cruz, e foi aqui, neste cantinho do céu, que pude sentir pela primeira vez o tão agradável odor da santidade.
Importante notar como esse relato aponta a centralidade do Brasil (especialmente do Mosteiro de Nova Friburgo) no contexto do movimento da Resistência, haja vista que dois de seus três bispos foram aqui sagrados.

Críticas de tradicionalistas

Evidentemente, essa nova sagração realizada em Friburgo foi criticada pelos demais movimentos ligados à missa tradicional. 

A Fraternidade Sacerdotal São Pio X (FSSPX), da qual Dom Richard Williamson é dissidente, alegou que tal ato não se justifica, tendo em vista a existência dos bispos da própria FSSPX, que cumpririam a função da manutenção da Tradição à margem da oficialidade da Igreja, segundo o “estado de necessidade”. 

Instituto do Bom Pastor (IBP) e Montfort (isto é, atualmente Alberto Zucchi), por sua vez, classificaram o ato como cismático, visto que sem autorização papal e devido ao fato de que existem sim bispos hoje disponíveis para ordenações tradicionais, como um Cardeal Raymond Burke e Dom Athanasius Schneider, grandes amigos da TFP e de entes Ecclesia Dei. Dessa forma, não haveria mais o já citado “estado de necessidade”.

Ignorando a uns e outros, a Resistência responde não haver bispos que sigam sua orientação, isto é, anti-Vaticano II e anti-Missa Nova, disponíveis no momento, nem mesmo bispos dispostos a resistir ao que consideram erros do Vaticano II até que Roma se converta às suas próprias posições. Além disso, acrescentam, qualquer convivência com o modernismo é danosa, haja vista as chamadas “traições” que atribuem a Dom Fernando Rifan e aos demais institutos Ecclesia Dei, como a Fraternidade São Pedro e o IBP.

Com essa atitude, na prática, eles realmente acabam por se isolar e sem ter quem possa ordenar sacerdotes para a continuação de sua obra. Diferentemente da FSSPX, a qual, apesar de também viver à margem da oficialidade, tem seus próprios meios; e também dos demais institutos Ecclesia Dei que recebem ordenações de bispos regulares. Portanto, afirmar superficialmente que há bispos regularizados por aí ordenando segundo a forma extraordinária é uma simplificação que não leva em conta as divergências doutrinárias.

Donde a pergunta: “estado de necessidade”? Há uma discussão interminável sobre isso, haja vista a “elasticidade” com a qual esse tema é tratado no meio tradicionalista. De fato, no momento, não há bispo que aceitaria ordenar os padres da Resistência, do que decorre o entendimento deles de que precisam, por “necessidade”, agir por conta própria para sobreviver: Dom Faure já tem mais de 70 anos e precisa focar suas atividades no seminário em Angers; Dom Williamson, por sua vez, está querendo se recolher na Inglaterra, sua terra natal, dado o avanço de seu Parkinson. O debate se estende sobretudo quanto ao entendimento do que seria a “necessidade” aos olhos da Igreja, e não simplesmente quanto a uma necessidade particular – discussão que deixamos aos especialistas.

* Fale com o autor: manoelgonzagacastro@gmail.com

http://fratresinunum.com/2016/03/23/a-sagracao-de-dom-tomas-de-aquino/


quarta-feira, 9 de março de 2016

OBRIGADO, MULHER.

Santa Gianna Molla



                                                          Dom Fernando Arêas Rifan*

                                              
            Estamos na semana da mulher, pois no dia 8 se comemora o dia internacional a elas dedicado, ocasião para relembrarmos sua dignidade e valor diante de Deus e dos homens. 

Vale ressaltar que foi o cristianismo que salvou a dignidade da mulher! A história, nos testemunhos de Juvenal e Ovídio, nos conta que a moral sexual e a fidelidade conjugal, antes do cristianismo, estavam em extrema degradação. Constatamos isso, vendo atualmente a situação da mulher nos povos que não têm o cristianismo. No começo do século II, Tácito afirmava que uma mulher casta era um fenômeno raro. Galeno, o médico grego do século II, ficava impressionado com a retidão do comportamento sexual dos cristãos. Os próprios historiadores são obrigados a confessar que foram os cristãos que restauraram a dignidade do matrimônio. 

            As mulheres encontraram na Igreja, conforme a sua própria condição, seu lugar digno: foi-lhes permitido formar comunidades religiosas dotadas de governo próprio, dirigir suas próprias escolas, conventos, colégios, hospitais e orfanatos, coisa impensável no mundo antigo (cf. Thomas E. Woods Jr, “Como a Igreja Católica construiu a civilização ocidental”).

            Cumpre-nos hoje dizer o nosso muito obrigado às mulheres, a todas e a cada uma, como fez São João Paulo II em sua “Carta às mulheres” (29/6/1995): “Obrigado a ti, mulher-mãe, que te fazes ventre do ser humano na alegria e no sofrimento de uma experiência única, que te torna o sorriso de Deus pela criatura que é dada à luz, que te faz guia dos seus primeiros passos, amparo do seu crescimento, ponto de referência por todo o caminho da vida”.

“Obrigado a ti, mulher-esposa, que unes irrevogavelmente o teu destino ao de um homem, numa relação de recíproco dom, ao serviço da comunhão e da vida”.

“Obrigado a ti, mulher-filha e mulher-irmã, que levas ao núcleo familiar, e depois à inteira vida social, as riquezas da tua sensibilidade, da tua intuição, da tua generosidade e da tua constância”.

“Obrigado a ti, mulher-trabalhadora, empenhada em todos os âmbitos da vida social, econômica, cultural, artística, política, pela contribuição indispensável que dás à elaboração de uma cultura capaz de conjugar razão e sentimento, a uma concepção da vida sempre aberta ao sentido do ‘mistério’, à edificação de estruturas econômicas e políticas mais ricas de humanidade”.

“Obrigado a ti, mulher-consagrada, que, a exemplo da maior de todas as mulheres, a Mãe de Cristo, Verbo Encarnado, te abres com docilidade e fidelidade ao amor de Deus, ajudando a Igreja e a humanidade inteira a viver para com Deus uma resposta ‘esponsal’, que exprime maravilhosamente a comunhão que Ele quer estabelecer com a sua criatura”.

“Obrigado a ti, mulher, pelo simples fato de seres mulher! Com a percepção que é própria da tua feminilidade, enriqueces a compreensão do mundo e contribuis para a verdade plena das relações humanas”.



*Bispo da Administração Apostólica São João Maria Vianney


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