A
mulher que viveu 50 anos só se alimentando da Eucaristia
A
maior Vítima Reparadora de todos os tempos,
depois
de Jesus e Maria: Marthe Robin.
A
Serva de Deus Marthe Robin nasceu em 13 de março de 1902, na cidade
de Châteauneuf-de-Galaure, França.
Filha
de camponeses, Marthe passará toda a sua vida na casa paterna, em
sua pequena aldeia rural.
De
saúde frágil desde a infância, Marthe nem pôde completar a escola
primária.
Em
1918 começa a apresentar os sinais da tremenda doença que nunca
mais a deixará: encefalite.
Seguiram-se
muitas tentativas de tratamento médico, mas em vão.
Ao
mesmo tempo em que a doença avançava, Marthe também progredia na
vida espiritual.
Em
1925, inspirada pelo exemplo de Santa Teresinha, Marthe oferece-se
como Vítima ao Amor Misericordioso.
Em
1928, durante uma missão pregada em sua paróquia, Marthe compreende
claramente que é na doença e através da doença que ela é chamada
a servir a Deus, unindo-se incessantemente ao mistério da Paixão do
Senhor, pela salvação das almas.
Em
1929 Marthe fica tetraplégica e passa a sofrer uma paralisia total
das vias digestivas, de modo a não poder engolir alimento algum. Os
movimentos de deglutição lhe eram simplesmente impossíveis. E
assim permanecerá até a sua morte, em 1981, ou seja, por 52 anos.
Cinquenta
e dois anos de martírio, pregada à cama, sofrendo silenciosamente,
na mais inteira resignação à Santíssima Vontade de Deus;
cinquenta e dois anos de Calvário e amor!
Pois
foi a essa alma tão simples e humilde que Deus escolheu para elevar
a mais perfeita união à Paixão de Jesus: em 1930, numa
sexta-feira, Marthe recebe os estigmas e cai num estado de morte
aparente, revivendo misticamente em seu próprio corpo e alma todos e
cada um dos tormentos padecidos por Jesus da noite da Quinta-Feira
Santa até o momento da morte.
Durante
50 anos Marthe viverá sem comer, sem beber e sem dormir,
desconcertando todos os médicos que a examinaram...
Marthe
recebia a Comunhão, seu único alimento, apenas uma vez por semana,
em seu próprio leito de dor.
Comungava
sempre ao anoitecer da quarta-feira, podendo os que a acompanhavam
literalmente despedir-se dela antes da Comunhão.
Com
efeito, após comungar Marthe caía num êxtase profundo, do qual,
nos últimos anos de sua vida, só despertava na segunda-feira
seguinte - ou seja, cerca de 5 dias seguidos em êxtase a cada
semana!
Da
noite de quinta-feira até a tarde da sexta de cada semana, Marthe
revive a Paixão de Jesus, isto é, sente em si mesma tudo o que
sofreu Jesus, física e moralmente. Depois das 15 horas da sexta,
Marthe caia num estado de morte aparente, não dando praticamente
sinal nenhum de vida até o domingo, quando 'ressuscitava' junto com
Jesus, embora só despertasse totalmente do êxtase na segunda-feira.
Era
como se Marthe morresse e ressuscitasse a cada semana. Tanto assim
que, quando ela morreu de verdade, várias pessoas duvidaram de que
estivesse mesmo morta e temeram sepultá-la viva...
Como
dissemos, Marthe, devido à doença, não tinha os movimentos
deglutitórios, não sendo capaz de engolir nem o menor alimento.
Como comungava então? Maravilha da bondade onipotente de Deus: o
sacerdote, qualquer que fosse, apenas precisava aproximar a Santa
Hóstia dos lábios de Marthe e... a Hóstia entrava como que por si
mesma na boca dela, sem Marthe ter de fazer qualquer movimento. O
sacerdote chegava a sentir a Hóstia 'escapando' por si mesma de seus
dedos, para desaparecer em seguida entre os lábios imóveis da
privilegiada criatura que então também desaparecia do comércio dos
vivos, abismando-se na mais profunda contemplação por dias
inteiros.
Pelo
tempo da Segunda Guerra Mundial, sendo urgente uma reparação ainda
mais forte, Marthe também ficou cega, e pelo resto da vida...
Jesus
disse à Marthe, num de seus êxtases, como ela confiou ao seu
diretor espiritual, o Padre Finet, que, depois da Virgem Maria,
ninguém jamais participou nem participará tanto de Sua Dolorosa
Paixão, quanto ela, Marthe Robin. Misterioso desígnio de Deus, que
reservou o sacrifício da maior de todas as Vítimas, depois de Jesus
e Maria, precisamente para o nosso século de impiedades jamais
vistas...
Compreende-se,
pois, a fúria violenta de Satanás contra este vaso de eleição:
Marthe era violentamente espancada por uma mão invisível, e isso
diante de presentes, ao ponto de o seu diretor, o Padre Finet,
convidar padres que não acreditavam no demônio a fazerem uma visita
a Marthe ao cair da noite e verem com seus próprios olhos as
impressionantes cenas de terror que lá se desenrolavam...
E
o mais singular destas violências satânicas padecidas por Marthe
foi que Deus permitiu ao demônio ir realmente até o fim em sua
crueldade: Marthe Robin morreu assassinada pelo próprio demônio, na
tarde de sexta-feira de 6 de fevereiro de 1981...
Antes
de entrar neste seu último e definitivo êxtase, Marthe avisou o seu
confessor que “desta vez Deus permitirá que o demônio vá até o
fim”. Com efeito, ao entardecer da sexta-feira, quando o Padre
Finet entrou no quartinho de Marthe, encontrou-a jogada no chão, já
sem vida...
E
como seria possível que esta mulher que não comia nem bebia pudesse
perder sangue abundantemente cada vez que os estigmas se renovavam?
Como
poderia uma criatura humana aguentar décadas sem dormir, sem beber
água?
Marthe
foi examinada por vários médicos e todos confirmaram não haver
explicação científica alguma para o que se passava com ela.
Detalhe
importantíssimo: todo esse oceano de méritos adquiridos por Marthe
em sua vida de imolação, foram entregues, por determinação de
Deus mesmo, nas mãos da Virgem Maria, segundo o método de São Luis
Maria de Montfort.
Marthe
não conhecia o “Tratado da Verdadeira Devoção à Ssma. Virgem”,
nem havia em sua aldeia um exemplar sequer deste. Um belo dia, porém,
logo nos primeiros tempos da vida mística de Marthe, seus familiares
entraram em seu quarto e viram um livro desconhecido ali, à
cabeceira da doente. Era precisamente o Tratado da Verdadeira
Devoção. Marthe contou então que Nossa Senhora mesma lhe aparecera
com aquele livro nas mãos e o deixara ali, para ela...
Jesus
e Maria pediram a Marthe que dissesse ao seu diretor espiritual para
dar início a uma obra de casas de retiro de silêncio, que se
espalharia pelo mundo, fazendo um imenso bem às almas. Era a obra
que viria a chamar-se: "Foyer de Charité" ("Lar de
Caridade").
Já
na década de 1930 começavam os Foyers, com toda a aprovação da
Igreja. Hoje são mais de 80 Foyers pelo mundo, em mais de 40 países.
Cada
Foyer é uma casa de retiros, na verdade uma comunidade dedicada aos
retiros: no Foyer vivem permanentemente sacerdotes e leigos, numa
vida de oração, trabalho e silêncio (quase monástica de fato), e
uma vez por mês, pelo menos, recebem uma turma de retirantes para
retiros de silêncio de 5 dias no mínimo.
Logo
no começo dos Foyers alguém propôs se os retiros para o público
não poderiam ser de dois ou três dias, como em outras obras. Nossa
Senhora, porém, mandou dizer, através de Marthe, que cinco dias era
o número mínimo marcado por Deus para um retiro no Foyer ter
frutos.
E
assim se faz: os retirantes costumam chegar no entardecer de uma
segunda-feira e ficar até a manhã do próximo domingo. E em
silêncio perfeito: não se trocam nem saudações desde o jantar da
segunda-feira até o jantar do sábado. Inviolavelmente.
No
Brasil temos um Foyer de Charité, fundado ainda durante a vida de
Marthe, na cidade de Mendes - RJ, ainda na diocese de Volta Redonda.
É dirigido pelo Padre Bernard, sacerdote francês da diocese de
Marseille. E, se se nos permite, gostaríamos de contar algo da
experiência que vivemos no Foyer no retiro que lá fizemos ano
passado.
Impressionou-nos
a grande piedade do Pe. Bernard: sempre em oração e profundamente
humilde. Em suas palestras (no retiro não se fala, mas se ouve), Pe.
Bernard tratou apenas de temas espirituais: os artigos do Credo, os
Sacramentos, Nossa Senhora, o pecado, o inferno, etc.
Todos
os dias tivemos a exposição do Santíssimo Sacramento, adorado
silenciosa e longamente.
Na
noite de quinta para sexta-feira houve vigília de adoração a noite
inteira, revezando-se os retirantes (que eram uns quinze).
Todos
os dias se rezava o Terço em comum. Na sexta-feira se fez também a
Via Sacra.
Na
quarta-feira fez-se um jejum coletivo, a pão e água.
Confissões
eram atendidas pelo Pe. Bernard todos os dias.
Durante
as refeições, sem conversa alguma, se ouvia música gregoriana.
No
altar, quando não estava o Santíssimo exposto, estava um relicário
com um fragmento dos ossos de Santa Teresinha do Menino Jesus.
Na
parede da sala de conferências, de um lado o quadro de Nossa Senhora
Medianeira de Todas as Graças, que a própria Virgem pediu a Marthe
para divulgar (veja figura abaixo), e do outro um quadro da mesma
Marthe em seu leito de dor, com uma indizível expressão de
sofrimento no rosto
Tudo
no Foyer respira um não sei quê de sobrenatural que é impossível
explicar. Ao se entrar no Foyer tem-se a impressão de estar entrando
em outro mundo. É quase possível como que sentir Marthe ainda
presente lá, conosco, acolhendo a cada retirante.
Efetivamente,
Jesus disse a Marthe Robin que há graças que Ele se reservaria
conceder apenas nos Foyers, em atenção ao sacrifício ímpar de
Marthe.
Falando
do Foyer à Marthe, Jesus definiu-o como “a casa do Meu Coração,
aberta a todos”.
No
último dia do retiro fizemos todos a Consagração a Nossa Senhora,
segundo a fórmula de São Luis de Montfort, como aliás se faz em
todos os retiros dos Foyers.
Quem
quiser fazer um retiro no Foyer do Brasil, pode falar com o Pe.
Bernard através dos seguintes contatos:
Fone:
(024) 2465-2577
Email:
foyerdemendes@yahoo.com.br
Voltando
à vida de Marthe, é interessante referirmos o testemunho do
filósofo Jean Guitton, que a visitou e ficou admirado com o que viu.
Diz Guitton:
«Era
uma camponesa francesa, que durante cinquenta anos não tomou nem
mantimentos nem bebidas, alimentando-se somente da Eucaristia, e cada
sexta-feira revivia nos estigmas as dores da Paixão de Jesus. Uma
mulher que talvez tenha sido a pessoa mais estranha, extraordinária
e desconcertante da nossa época, mas que, mesmo no século da
televisão, permanece desconhecida do público, submersa num profundo
silêncio…"
Muitíssimas
pessoas visitaram Marthe em seu humilde quartinho. A todos ela
aparecia como uma espécie de crucifixo vivo, uma cópia fiel da
Paixão do Senhor. Hoje, trinta anos após a sua morte, contam-se
numerosas graças recebidas por sua intercessão. Segundo o Pe.
Bernard nos contou, já estão realizados os milagres necessários
para a beatificação de Marthe, tanto assim que nem se vê muita
propaganda em torno da causa de glorificação dela. A demora para
beatificá-la é apenas por se estar preparando um documentário
profundamente exaustivo sobre ela, inclusive com o parecer da ciência
sobre o seu caso, um processo que seja irrefutável.
“Queres
ser como Eu?”, dissera Jesus à Marthe Robin antes dela receber os
estigmas e começar a reviver a Paixão. E o mesmo pode-se dizer que
Ele repete a cada um de nós, apesar de nossas limitações: “Queres
ser como Eu?...”
Ó
grande Marthe Robin, intercedei por nós e obtende-nos a graça de
que, ao fecharmos nossos olhos no entardecer da vida, possamos
abri-los imediatamente para o dia que jamais terá ocaso, lá onde o
Eterno Amor expande sem obstáculos a Sua Luz e Calor... Amém.
Abaixo
uma Oração composta por Marthe Robin a Nossa Senhora.
"Ó
Mãe muito amada, Vós que conheceis tão bem os caminhos da
Santidade e do Amor, ensinai-nos a erguermos frequentemente o nosso
espírito e nosso coração para a Trindade, a fixar nela nossa
respeitosa e afetuosa atenção; e
já que andais conosco no caminho da vida eterna, não fiqueis
estranha aos pobres peregrinos que vossa caridade tem a bondade de
recolher; voltai para nós vossos olhos misericordiosos, atraí-nos
nas vossas claridades, inundai-nos com vossas doçuras, levai-nos na
Luz e no Amor, levai-nos mais longe e muito alto nos esplendores dos
céus.
Que
nada possa jamais perturbar nossa paz, nem nos tirar do pensamento de
Deus; mas que cada minuto nos leve mais adiante nas profundezas do Augusto Mistério, até o dia em que nossa alma, plenamente
desabrochada nas iluminações da união divina, verá todas as
coisas no Amor Eterno e na Unidade. Amém."