Monumento de Nossa Senhora de Sheshan –
Catedral de Sheshan, Xangai, China. Foto: Reuters.
Dom Thaddeus Ma Daqin, que
publicamente abandonou a “igreja estatal” e foi sagrado bispo com a
aprovação do Papa, foi preso por oficiais no último fim de semana e está
sendo mantido em seu seminário. Por sua vez, a Santa Sé confirmou hoje a
excomunhão de novos bispos sagrados ilicitamente.
China:
Vaticano confirma excomunhão
de bispo ordenado sem mandato do Papa
Cidade do Vaticano, 10 jul 2012 (
Ecclesia)
– A Santa Sé anunciou hoje que o padre Yue Fusheng incorreu numa pena
de excomunhão automática (latae sentetiae) após ter sido ordenado bispo,
na sexta-feira, sem autorização do Papa.
“O reverendo Joseph Yue Fusheng, ordenado
sem mandato pontifício e, portanto, ilicitamente, incorreu
automaticamente nas sanções previstas pelo cânone 1382 do Código de
Direito Canónico”, refere um comunicado divulgado pela sala de imprensa
do Vaticano.
A nota oficial acrescenta que a Santa Sé
não reconhece o sacerdote como bispo da administração apostólica de
Harbin, no nordeste do país, e que Yue Fusheng, de 48 anos, tinha sido
chamado a não aceitar a “ordenação episcopal”.
A cerimônia foi promovida pela Associação Patriótica Católica (APC), subordinada a Pequim.
O Vaticano diz que os bispos que
participaram na celebração têm de se justificar para evitar as “sanções
previstas pela lei da Igreja”, entre as quais a excomunhão, para estes
casos.
A Santa Sé pede também que as autoridades
da China evitem “ações contrárias” ao diálogo bilateral e cesse as
“celebrações ilegítimas e ordenações episcopais sem mandato pontifício”.
A declaração oficial considera como
“motivo de apreço e alento” a “ordenação episcopal legítima” de D.
Thaddeus Ma Daqin como bispo auxiliar da Diocese de Shangai, no sábado,
mas lamenta a presença de um bispo “que não está em comunhão” com o
Papa, gesto tido como “inoportuno”.
O novo bispo está em prisão domiciliária
no seminário de Seshan, noticiou hoje a agência católica AsiaNews, após
ter apresentado a sua demissão da APC.
A APC foi criada em 1957 para evitar
interferências estrangeiras, em especial da Santa Sé, e para assegurar
que os católicos viviam em conformidade com as políticas do Estado – o
que inclui o controle de Pequim sobre a nomeação de bispos, pretensão
não reconhecida pelo Vaticano.