1ª Meditação
Concluída a ablução dos pés e encerrados os ritos e sacrifícios da antiga lei, o Divino Mestre prepara-se para fazer de Si mesmo um Novo Sacrifício com a instituição do Santíssimo Sacramento.1 Estava na sua vontade escolher a data que melhor lhe aprouvesse para a celebração de tamanha solenidade; preferiu, porém, a véspera de sua Paixão e Morte,2 para que mais se destacassem as finezas do seu amor para conosco, e nossos corações se sentissem mais estimulados em corresponder a tanto afeto.3
Ao mesmo tempo que os homens pensam em dar-lhe a morte e morte ignominiosa e infame, Ele cuida em dar-nos a vida e vida infinitamente valiosa e abundantemente copiosa.4 Penetremos bem no âmago deste conceito.
Enquanto os homens tramam contra o Amável Salvador injustiças, perseguições, desonras, sevícias e tormentos, Ele engendra em sua mente os mais estupendos inventos, e resolve nos deixar o tesouro mais precioso que existe no erário da Sapiência e Onipotência de Deus.5
Enquanto os homens obstinados no mal, desejam por um excesso de maldade serem abandonados por Deus, Ele encontra meios sublimes para estreitar cada vez mais os laços de união com os homens, perpetuando entre eles sua morada.6 Ó benignidade! Ó caridade,7 verdadeiramente infinita, que entre os caudais da ingratidão humana não se extingue e não se entibia, mas antes cresce e chameja com mais ardor.8
Considerando o Apóstolo São Paulo que nem os flagelos e nem os espinhos; nem os pregos e nem a Cruz conseguiram esfriar ou diminuir o amor de Jesus para conosco, saiu-se também Ele naquele altaneiro surto de fervor, afirmando que nada nesta vida, inclusive a própria morte conseguiria separá-Lo do amor de Jesus.9
Ora, se é verdade, como é incontestável, que o Apóstolo não se cingiu somente à personalidade própria, mas entendeu abranger todos aqueles que estivessem adornados com o caráter de cristãos, que vergonha para mim não poder fazer parte deste número porque de sentimento tão oposto aos do Santo Apóstolo?
Sim, o amor que me votais, ó meu Jesus é constante e inabalável a todas as provas: mas o que Vos dedico é tão frágil que ao sopro de qualquer brisa se apaga e morre.
A me separar de Vós, é muitas vezes suficiente uma pequena ocasião, uma leve tentação; e tão longe estou de suportar por vosso amor perseguições e adversidades, que muitas vezes uma miserável paixãozinha me faz cambalear e cair. Ah! Meu Jesus que tão amiudadas vezes Me visitais no Adorável Sacramento, fazei que eu sinta os efeitos de vossa presença e minha alma saia do banquete Eucarístico mais fortalecida no vosso amor.10
Peço-Vos a esmola do vosso amor não feito de ternuras e suavidades, mas sólido e forte semelhante ao que tivestes por mim.11
Propósito
Se quiser imitar a Nosso Senhor Jesus Cristo o qual coerente com sua doutrina aos que lhe queriam mal, dando-lhe a morte, respondeu dando-lhes a vida no Santíssimo Sacramento, eu também esforçar-me-ei respondendo com toda amabilidade à quem me tratar com maneiras bruscas e pouco caridosas.12
2ª Meditação
Em palavras resumidas, mas altamente significativas, exprime São João a instituição do Santíssimo Sacramento, dizendo, que havendo Nosso Senhor Jesus Cristo tido sempre um grande amor aos seus que viviam neste mundo, amou-os com mais ardor e veemência especialmente no fim de sua vida,13 deixando-lhes um tesouro incomparavelmente superior a todos os tesouros da terra e do Céu, na Santíssima Eucaristia, chamada por isso, o Sacramento do seu inefável amor;14 manifestando de propósito este legado do seu amor à última hora para que se imprimisse mais em nossos corações.15
Assim como o Eterno Pai deu prova de imensa dileção que nos consagrava, dando-nos seu Unigênito Filho porque, juntamente, com Ele deu-nos tudo;16 assim o mesmo Unigênito em sinal de sua caridade para conosco, deu-nos a Si próprio e, juntamente, com sua Pessoa Divina entregou-nos tudo que tinha, não lhe sendo possível dar-nos, embora Onipotente, outro bem superior a este, porquanto nada existe que sobrepuje em grandeza, em carinho, em doçura, em riqueza, em santidade a este Augusto Sacramento.17 Com efeito, neste admirável Sacramento conferiu-nos o direito de usarmos do seu Corpo, do seu Sangue, de sua Alma e Divindade, e como consequência revestiu-nos dos seus méritos infinitos.18
Estende, ó minha alma, o voo dos teus pensamentos pela amplidão do infinito e vê se podes dar com tesouros, riquezas, maravilhas, ou algo de superior ao legado valiosíssimo que Jesus te deixou no seu Testamento!…
Pois bem, Ele fez tudo isto para que reconheças as finezas com que te amou;19 e a obrigação que te cabe é de corresponder a este amor.20
Deus meu, quem sou eu para que me consagreis tamanho amor, e o mesmo exijas de mim?21 Ah! Senhor, ainda que o amor-próprio procure alcançar-me em suas malhas, eu confesso não passar de uma criaturinha miserável, e o que mais me dói, é confessar não haver em mim nada que seja digno de Vossa Divina Majestade. De sorte que, se por um lado é digno de admiração o amor que me manifestais no Augustíssimo Sacramento, por outro é digno de estupefação a insensibilidade e ingratidão com que sois correspondido.
E até quando seremos nós ingratos e indiferentes à divina caridade?22 Quero amar-Vos, ó meu Jesus, mas Vós que conheceis quão fraca e movediça é minha vontade, revigorai-a com os vossos poderosos auxílios.
Mas de que maneira e em que medida Vos poderei demonstrar o meu reconhecimento.23
Vós mesmo me ofereceis a solução do problema. Deste-me tudo, a ponto de esgotar os tesouros das vossas riquezas infinitas; é justo pois que eu, em troca Vos dê tudo que possuo ou que possa ter. O bom e o melhor de mim mesmo vou empregá-lo no vosso santo serviço; não me falte, porém, vossa graça para que se torne real e prático o desejo que tenho de pagar, ainda que em parte mínima, a imensa dívida de amor que contraí convosco na instituição do Santíssimo Sacramento.24
Propósito
Tornarei práticas as minhas resoluções, oferecendo a Deus o sacrifício da memória, intelecto, vontade, declarando franco combate aos meus sentidos e paixões internas, lembrando-me de que a oração que não produz a reforma da vida, não passa de sentimentalismo doentio e inútil.
3ª Meditação
Nosso Senhor Jesus Cristo, Sacerdote Eterno figurado em Melquisedec25 que, único no Antigo Testamento ofereceu ao Altíssimo um sacrifício, não de animais, mas de pão e vinho,26 estando sentado a mesa, toma o pão em suas santas e veneráveis mãos e levantando os olhos ao Eterno Pai, benze-o,27 e o consagra dizendo: ESTE É O MEU CORPO.28 Da mesma maneira, toma nas mãos o cálice, deita-lhe o vinho e diz: ESTE É O MEU SANGUE.29
Apenas proferidas estas palavras, o pão deixa de ser pão, e se converte no seu verdadeiro Corpo; o vinho deixa de ser vinho para converter-se no seu verdadeiro Sangue.30 Não é dado à mente humana pesquisar, nem como isto tenha sido possível nem como o fato se deu; seria incidir na sofística incredulidade judaica.31 Assim como o Verbo de Deus se fez homem nas entranhas puríssimas da Santíssima Virgem, sem o concurso de homem, mas somente pela virtude do Espírito Santo, assim pela mesma virtude o pão é convertido na substância do Nosso Deus humanado.32
Mas, assim como na Pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo a Divindade, estava como que oculta e, invisível sob os véus da humanidade visível, assim na Santíssima Eucaristia, o Homem-Deus esconde-se sob as aparências do pão e do vinho,33 verificando-se neste Mistério a profecia que faz de Nosso Deus, um Deus escondido.
Mas sobre isto não nos entreguemos aos voos da fantasia; lembrando-nos de que, o que a razão fraca e míope não pode alcançar, deve supri-lo a fé34 adorando, e agradecendo a infinita Sapiência e Onipotência de Deus.
Eu pois creio, ó meu Senhor Jesus Cristo, com todo fervor do meu espírito, que em virtude da vossa taumaturga palavra, estais na Hóstia consagrada, com vossa Verdadeira e Real substância, com a Divindade e Humanidade, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.35 Vós o dissestes, e assim é; passarão os Céus e a terra, porém, jamais falharão vossas palavras. Nesta fé quero viver; nesta firme e inabalável esperança quero também morrer.
Tenho prazer em não poder-Vos contemplar desveladamente, não possa compreender a sublimidade do Mistério, pois com isto me é dado oferecer-Vos o sacrifício dos meus sentidos e do meu intelecto.
Se minha crença não é digna de Vós, peço-Vos a reaviveis aumentando-a, enquanto eu vou preenchendo as lacunas da minha alma com a fé dos mais ilustres Santos da Vossa Igreja, especialmente aqueles que tiveram a dita de derramar o sangue em testemunho da vossa adorável Presença no Santíssimo Sacramento.
Propósito
Pedirei a Nosso Senhor Jesus Cristo me conceda uma fé tão firme, que na Santíssima Comunhão,36 e na Visita ao Santíssimo eu mostre uma devoção e uma veneração não comuns.
4ª Meditação
Escolheu de preferência, Nosso Senhor Jesus Cristo o pão, como matéria da instituição eucarística, para nos deixar nela uma memória perpétua de sua Paixão.37
Outras vezes tinha-se Ele comparado a um grão de trigo,38 e é agora no Santíssimo Sacramento que tem sua aplicação a comparação passada. Com efeito, como o trigo se bate, se mói, se mexe e remexe para que possa obter o pão diário, assim Nosso Senhor foi alanhado, remoído, britado e repisado sob os golpes da Paixão dolorosa;39 para que nos lembremos quanto nos amou,40 e este pensamento não se desalie nunca das nossas comunhões.41
Base principal e primária da nossa eterna salvação, é a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo.42 Ora, estando esta contida e comemorada no Santíssimo Sacramento, vem daí quão grande sejam as esperanças que devemos pôr em Jesus Eucarístico.
Com razão exulta a Igreja na adoração deste Sagrado banquete reconhecendo ter-nos Nosso Senhor deixado um memorial de sua Paixão e um penhor de sua eterna glória.43 E na realidade, como poderemos duvidar de nossa salvação, sabendo como o nosso Salvador se fez nosso alimento nesta vida, para que nos seja facilitado a eterna vida no Céu?44
Por vezes deixo-me levar pelo desalento e vou cismando, – QUEM SABE SE CONSEGUIREI SALVAR-ME?
Mas agora vou reagir, esperando firmemente em Vós, ó meu Deus Sacramentado,45 pois que para garantir-me o galardão da eternidade me deixastes como caução, não somente os vossos méritos, mas todo o vosso Ser, toda a vossa Pessoa.46
Sejam pois, ó meu Jesus, tributados louvores, bênçãos e ações de graças, a vossa amargosa Paixão, da qual nasce a doce esperança do Céu, esperança sancionada e confirmada na instituição do Santíssimo Sacramento. Atualmente não Vos vejo no esplendor da vossa Majestade; mas espero contemplar-Vos, quanto antes, face a face no Céu. Sim, sim, espero atingir aquela besta pátria, e é tal minha esperança, que nada me intimida em virtude daquele pão de eterna vida que me preparastes sobre o altar, para reconfortar-me nas tristezas, e sustentar-me nas lutas.47 O único temor que venha a falhar minha eterna salvação, pode nascer tão somente do meu descuido e desleixo em usar dos meios necessários que Vós tendes posto ao meu dispor, mas para este inconveniente, recorro ainda ao Vosso Sacramento do qual me virá, luz, auxílio e força.48
Propósito
Antes e depois da Santíssima Comunhão, habituar-me-ei a meditar um pouco sobre a Paixão de Nosso Senhor e tanto mais fervorosa e frutuosa será a comunhão, quanto mais penetrar no doloroso Mistério do amor de Jesus paciente.
5ª Meditação
Um outro motivo teve em vista Nosso Senhor Jesus Cristo ao instituir a Santíssima Eucaristia, sob as espécies de pão, antes que de qualquer outra substância alimentícia. O pão é feito de grãos de trigo amontoados, triturados, moídos, esfarinhados e juntamente amassados; querendo com isto simbolizar aquela união, paz e caridade que deve mediar entre os fiéis que a querem seguir.49 E por isso, nos preceitua, que antes de nos aproximarmos do altar, nos reconhecermos com os nossos irmãos,50 apreciando Ele sobretudo e todas as coisas, a caridade fraterna.
O mesmo nome de Comunhão o exprime e diz; visto como esta palavra além de significar a união entre Jesus e nossa alma, expressa também a união nossa com o nosso próximo;51 de maneira que verdadeiramente não comunga quem não se acha em pacífica união com todos.52
Um Mistério de caridade fraterna é a Santíssima Eucaristia;53 e é nesta caridade que principalmente consiste a substância e o âmago do Cristianismo.54
Mas, como sem humildade, a caridade é uma casa sem alicerces, eis que o Divino Mestre nos dá na Eucaristia um exemplo também de profunda humildade. Grande, intraduzível e infinita fora sua humildade na Encarnação, quando restringiu, enclausurou nos augustos confins do homem, aquela Divindade que a amplidão dos Céus não pode conter.55
Mas, que dizer em face deste assombro de humildade em que o Unigênito do Pai, esconde e restringe além da Divindade a própria humanidade sob aparências de pouco pão e no breve círculo de uma Hóstia? Cheios de admiração, contemplemos o Homem-Deus feito alimento dos homens.56 Aquele Verbo Divino que nas fulgurâncias da glória, apascenta os Anjos, não pode rebaixar-Se mais do que fez, após ter-Se transformado em comida dos filhos de Adão.57
Com que profunda e sincera humildade devo pois dizer por ocasião da Sagrada Comunhão: DOMINE NON SUM DIGNUS, reconhecendo-me indigníssimo de receber-Vos, ó meu Deus!
Minha indignidade em face da vossa humildade aumenta ainda mais, porquanto sendo Vós Deus infinito, ocultais vossa grandeza nos véus do Sacramento, enquanto eu criatura vil e mesquinha, amo tanto e ardorosamente desejo comparecer, ser conhecido e estimado. Quereria imitar-Vos humilhando-me, mas como pode o nada abaixar-se além de seu nada?58 Ah! Meu Jesus, que no Santíssimo Sacramento desprendeis raios de humildade e caridade por toda parte,59 comunicai-me ao menos o tanto de humildade que me é preciso para conservar a caridade com o meu próximo.
Eu confesso minhas faltas passadas, declarando não ter devidamente praticado a caridade com o meu próximo, por causa do meu grande orgulho, perdoai-me, Senhor, e valei-me com Vossa graça. Neste momento ofereço-Vos meu coração, rogando-Vos o transformeis de tal maneira, que doravante ele Vos ame muito e ao próximo por vosso amor.60
Propósito
Antes e depois da Comunhão, entreter-me-ei em atos de humildade, reconhecendo a miserabilíssima coisa que eu sou, e em atos de caridade propondo nunca mais e em hipótese alguma, perturbar a paz entre irmãos.
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Fonte: Pe. Caetano Maria de Bergamo, O.F.M.Cap., “Pensamentos e Afetos sobre a Paixão de Jesus Cristo para cada dia do ano – Extraídos da Sagrada Escritura e dos Santos Padres”, Vol. 1, Caps. XXXII-XXXVI, pp. 84-96; Tradução de Frei Marcellino de Milão, O.F.M.Cap.; Escola Typographica Salesiana, Bahia, 1933.
1. D. Bonav., Medit. Vit Chr., v. 73.
2. I Cor., 11, 23; D. Greg., lib. 2 Mor., cap. 24.
3. D. Chrysost., hom. 59 in Jo.
4. Jo., 6, 57.
5. Conc., Trid., sess. 13, c. 2.
6. Matth., 28, 20; Euseb., Emiss., hom. 3 in dedic. Eccles.
7. D. Bonav., Medit. Cap. 73.
8. Cânt., 8, 7.
9. Rom., 8, 35.39.
10. D. Aug., Manual., c. 11.
11. Idiot., de div. am., cap. 11.
12. Luc., 6, 27.
13. Jo., 13, 1.
14. Christ. Durthm., in Matth. 26.
15. D. Aug., epist. 118 ad Januar.
16. Jo., 3, 16; Rom., 8, 32.
17. D. Bonav., Medit. Vit. Chr. Cap. 73.
18. Jo., 13, 3; D. Greg., lib. 2 Mor., cap. 24.
19. D. Chrysost., hom. 69 in Jo.
20. D. Chrysost. Hom. 48 in Jo.
21. Job 7, 17.
22. Christ., Druthm., in Matth. 26.
23. Psalm., 115, 12.
24. Idiot., Cont. Div. am., cap. 10.
25. Psalm., 109, 4; Gên., 14, 18.
26. D. Cypr., serm., in coena Dom.
27. Eccles., in com. Missae.
28. Matth., 26, 26.
29. Matth., 26, 27.
30. D. Ambr., de sacram., 1, 4, v. 4.
31. Jo., 6, 52.
32. D. Damasc., 1, 4, fid., Orthod., c. 14.
33. D. Cypr., serm. De coena Dom.
34. Is., 45, 15; Eccle., in seq., missae corp. Chr.
35. D. Bonav., Medit., vit. Chr. Cap. 73.
36. Luc., 17, 5; D. Aug., Manual., c. 11.
37. D. Th., opusc., 57.
38. Jo., 12, 24.
39. Is., 53, 5.
40. D. Chrysost., hom. 83 in Matth.
41. I Cor., 11, 26.
42. D. Chrysost., hom. 66 in Matth.
43. Eccles., in vespr. Corp. Chr.
44. Jo., 6, 56.58.
45. Psalm., 41, 12.
46. D. Chrysost., hom. 61 ad pop.
47. Job 19, 27; Psalm., 22, 5.
48. Eccles., in sequ. Missae.
49. D. Aug., tract., 27 in Jo.
50. Matth., 5, 23.
51. D. Chrysost., hom. 24 in 1 Cor.
52. D. Hieron., epist. 62 ad Theoph.
53. D. Aug., in ps. 21.
54. D. Cypr., serm. De coena Dom.
55. Philip., 2, 6.
56. D. Aug., serm. 127 de temp.
57. Psalm., 77, 25; D. Aug., in ps., 33.
58. D. Cirill., atex, in Jo., 13.
59. D. Aug., serm. 127 de temp.; D. Aug., lib. 7 Conf., cap. 18.
60. Idiot., de div. am., cap. 30.